Crise Ambiental e Modernidade - Instituto de Psicologia da UFRJ

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Pimentel, Pessoa César. Crise ambiental e Modernidade: da oposição entre natureza e sociedade à multiplicação dos híbridos/César Pessoa Pimentel. Rio de Janeiro : UFRJ/ IP/EICOS, 2003. 88p. Orientdora : Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro Co-orientadora : Marta de Azevedo Irving Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, IP, EICOS. 1-Meio ambiente 2-Produção de Conhecimento 3- Dissertação (Mestrado –UFRJ/IP / EICOS). I. Título 4
5 Resumo Na atualidade, a crise ambiental impõe desafios simultaneamente à ciência e à política. Os políticos, habituados a assuntos humanos, se vêem na obrigação de considerar em suas decisões o ambiente natural, enquanto a ciência migra dos laboratórios rumo a debates públicos sobre objetos imprevisíveis e questões ambivalentes como o aquecimento climático global. Ambas as exigências feitas à ciência e à política resultam de uma mudança estrutural no processo civilizador. Este era representado pela modernidade como domínio do homem sobre a natureza, considerada um espaço selvagem e exterior. Hoje, o quadro se inverte: a preservação do meio ambiente provoca lutas entre os homens. Esta passagem da natureza de um lugar exterior para o interior da sociedade, na medida em que se apresenta como afastamento da modernidade, constitui o assunto deste trabalho. Tal processo é investigado em três linhas. De início, tenta-se compreender o surgimento da crise ambiental a partir do próprio funcionamento da modernidade, analisando-se três atributos: exterioridade da natureza, previsibilidade do futuro e crítica. A dinâmica da modernidade conduz à internalização da natureza, à fabricação de riscos e a uma exaustão da crítica, elementos que inscrevem a crise ambiental na atualidade. Em seguida, são analisadas duas formas antagônicas de situar os problemas ambientais, que possuem em comum o fato de não levarem em conta a fusão entre natureza e sociedade: a ecologia profunda e a perspectiva modernizadora. Por último, são estudadas as implicações conceituais da hibridação entre sociedade e natureza sobre os campos da História, ciência e cultura.
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