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CAPA REVISTA AGCRJ_4_2010.p65 - rio.rj.gov.br

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“produção” industrial que afirmava as diferenças de classe, de gênero, étnicas e religiosas como a<<strong>br</strong> />

base para o respeito à propriedade privada e à liberdade.<<strong>br</strong> />

Na modernidade leve, o inte<strong>rio</strong>r da casa e o exte<strong>rio</strong>r (paisagem) da cidade seguem a nova<<strong>br</strong> />

lógica de acumulação. Esta está intimamente ligada à sociedade, que deslocou o eixo do imperativo<<strong>br</strong> />

do trabalho para o do imperativo do consumo. O imperativo do consumo produz uma ordem social<<strong>br</strong> />

que exalta a cultura do individualismo e da liberdade como valores que devem ser atribuídos a todas<<strong>br</strong> />

as mercadorias ofertadas pelos templos de consumo, os quais funcionam como rituais que<<strong>br</strong> />

transformam essas mercadorias em imagens de felicidade. Assim, os templos de consumo retratam<<strong>br</strong> />

o inte<strong>rio</strong>r da casa e o exte<strong>rio</strong>r da cidade com a lógica da defesa contra a diferença enunciada pela<<strong>br</strong> />

chegada dos “estrangeiros” da avenida Brasil aos lugares em que são “personagens estranhos ao<<strong>br</strong> />

lugar em que se movem” (Bauman, 2001:108). Nesta perspectiva, a diferença é a afirmação do risco<<strong>br</strong> />

à propriedade privada e à liberdade.<<strong>br</strong> />

Essa nova lógica de acumulação estabelece o efêmero como norma de uma sociedade de<<strong>br</strong> />

consumo que funciona sob o imperativo da acumulação-consumo e que oferece mercadorias na<<strong>br</strong> />

mídia para produzir os modos de existência e de interpretação no mundo dos sujeitos. E o faz<<strong>br</strong> />

através da associação entre os bens e o culto às imagens dos escolhidos que proporcionam a<<strong>br</strong> />

sociedade de espetáculo. Esta segue a lógica da propriedade do capital da exploração e da<<strong>br</strong> />

dominação, produzindo novos modos de subjetivação. Para aprofundar esses novos modos de<<strong>br</strong> />

subjetivação, escolhemos a avenida das Américas, que se articula com a avenida Brasil através de<<strong>br</strong> />

Santa Cruz.<<strong>br</strong> />

A avenida das Américas<<strong>br</strong> />

Esta outra porta, seja ela de entrada ou de saída do Rio de Janeiro através dos bairros da<<strong>br</strong> />

Zona Oeste, forma uma conexão com o mundo globalizado presente nesta cidade, cujo nome<<strong>br</strong> />

personifica a integralização das Américas, nova etapa do capitalismo que destaca os templos de<<strong>br</strong> />

consumo que produzem a política do culto. A avenida das Américas é uma via de alta velocidade<<strong>br</strong> />

com grande movimento, paralela à avenida Sernambetiba, margeando os 18km de praia da Barra da<<strong>br</strong> />

Tijuca. Em todas as direções, o viajante avista lagoas e montanhas, como o maciço da Pedra Branca<<strong>br</strong> />

e o maciço da Tijuca. Todos os terrenos ao longo da avenida são ocupados por grandes condomínios<<strong>br</strong> />

residenciais, parques, supermercados, escolas, hospitais e shopping centers.<<strong>br</strong> />

Além de condomínios residenciais, a avenida das Américas também tem atraído as grandes<<strong>br</strong> />

empresas nacionais, principalmente as de petróleo. Ela foi duplicada e recebeu sinalização devido<<strong>br</strong> />

ao alto número de acidentes. Nos sinais de trânsito, há crianças vendendo pequenos produtos e<<strong>br</strong> />

pedindo esmolas, adultos distribuindo panfletos de propaganda, vendendo frutas e pedindo dinheiro.

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