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CAPA REVISTA AGCRJ_4_2010.p65 - rio.rj.gov.br

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na Guanabara e Grande Rio eram, entre outros, que:<<strong>br</strong> />

“o problema das favelas havia atingido um nível tal que jamais poderia ser solucionado, isoladamente,<<strong>br</strong> />

pelos <strong>gov</strong>ernos dos estados”; as soluções ao problema implicam atuação na região metropolitana, no<<strong>br</strong> />

estado do Rio de Janeiro; parte da população das favelas se origina de migrantes de outros estados, e o<<strong>br</strong> />

controle destes fluxos migrató<strong>rio</strong>s só pode ser feito pelo <strong>gov</strong>erno federal. (11)<<strong>br</strong> />

Considerando que Negrão de Lima havia sido eleito <strong>gov</strong>ernador pelo voto oposicionista,<<strong>br</strong> />

temos que destacar também o “status” da Guanabara dentro da Federação, que há pouco tempo<<strong>br</strong> />

havia deixado de ser a capital federal. A questão da favela foi sempre tratada, como vimos acima,<<strong>br</strong> />

como uma mácula na cidade-capital. Por diversas ocasiões (Plano Agache, Parques Proletá<strong>rio</strong>s,<<strong>br</strong> />

Fundação da Casa Popular, etc.) o <strong>gov</strong>erno federal foi o responsável direto pela ‘solução do<<strong>br</strong> />

problema’, naturalizando, historicamente, este papel. Mesmo numa nova realidade política em que a<<strong>br</strong> />

Guanabara é um ente federativo, mas com ‘limitações’, visto seu papel ante<strong>rio</strong>r. A quantidade de<<strong>br</strong> />

terrenos de propriedade da União, que tanto estavam ocupados por favelas, quanto eram apontados<<strong>br</strong> />

como locais de construção dos Conjuntos Habitacionais, é prova da especificidade da Guanabara e<<strong>br</strong> />

das complicadas relações entre esse estado e o <strong>gov</strong>erno federal. No entanto, vemos que a remoção<<strong>br</strong> />

não é tratada como algo estranho às políticas habitacionais executadas pelas autoridades da<<strong>br</strong> />

Guanabara, pelo contrá<strong>rio</strong>, não apenas é defendida como reivindicada.<<strong>br</strong> />

Na Revista Agente, publicação institucional do Estado da Guanabara, vemos uma matéria<<strong>br</strong> />

com o presidente da Fundação Leão XIII (apresentada como “órgão que cuida do problema<<strong>br</strong> />

[favela]”), Délio Santos, que “aplaude a política habitacional do BNH e vê, com bastante<<strong>br</strong> />

entusiasmo, o trabalho que está sendo desenvolvido pela CHISAM para o desfavelamento do<<strong>br</strong> />

Grande Rio.” (12) Em outra publicação, Rio: Operação Favela, o <strong>gov</strong>erno da Guanabara reivindica<<strong>br</strong> />

o papel de protagonista no programa remocionista. Logo na apresentação do documento, escrita por<<strong>br</strong> />

Carlos Leite Costa, chefe da Casa Civil, é dito que: “A política habitacional do <strong>gov</strong>erno da<<strong>br</strong> />

Guanabara é atuante, ambiciosa, mas realista.” (grifo meu). Mais à frente, o papel do Governo<<strong>br</strong> />

Federal é elogiado, mas posto como auxiliar:<<strong>br</strong> />

“Deve ser registrado, com a devida ênfase, que o programa habitacional vigente ganhou maior<<strong>br</strong> />

aceleração e entusiasmo com a direta participação do <strong>gov</strong>erno federal na matéria, inicialmente através<<strong>br</strong> />

dos ponderáveis recursos do Banco Nacional de Habitação e, mais recentemente, com a criação da<<strong>br</strong> />

CHISAM. O entrosamento dos órgãos federais com a Casa Civil do <strong>gov</strong>erno do estado, a Secretaria de<<strong>br</strong> />

Serviços Sociais e a COHAB representou, de imediato, um avanço considerável nos projetos<<strong>br</strong> />

estabelecidos” (13)<<strong>br</strong> />

É interessante perceber que uma mesma foto do conjunto habitacional da Cidade Alta, por<<strong>br</strong> />

vezes chamado de conjunto de Cordovil, uma das o<strong>br</strong>as de maior envergadura, tanto pelo tamanho<<strong>br</strong> />

do conjunto (64 prédios e quase 2400 unidades habitacionais) quanto pelo fato de ter servido para<<strong>br</strong> />

a<strong>br</strong>igar moradores de um dos casos paradigmático do programa remocionista - a favela da praia do

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