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CAPA REVISTA AGCRJ_4_2010.p65 - rio.rj.gov.br

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primeiro poema, Lágrima Negra, em 1920, na revista ca<strong>rio</strong>ca Selecta. Nessa época, trabalhava na<<strong>br</strong> />

contabilidade da Ilha das Co<strong>br</strong>as, no Rio de Janeiro. Nos anos de 1930, foi colaborador do<<strong>br</strong> />

suplemento Autores e Livros, do jornal A Manhã e do Boletim de Ariel. Em 1935, organizou a<<strong>br</strong> />

Antologia dos Poetas Modernos, primeira antologia conhecida de poetas dessa fase.<<strong>br</strong> />

Seu primeiro livro, Poesias, foi publicado em 1948, quando completava 49 anos, e recebeu o<<strong>br</strong> />

Prêmio Felipe de Oliveira, de melhor livro de poesia do ano. Nos anos seguintes, trabalhou como<<strong>br</strong> />

tradutor, lançando, em 1953, Três Cantos do Inferno, de Dante Alighieri. Em 1979, foi publicado<<strong>br</strong> />

seu livro Poesia e Prosa pela editora da UERJ, edição que recebeu, em 1988, o Prêmio Machado de<<strong>br</strong> />

Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, homenageando esse autor ainda desconhecido<<strong>br</strong> />

pelo público leigo.<<strong>br</strong> />

O poeta ca<strong>rio</strong>ca Dante Milano é considerado, por muitos especialistas em literatura, um dos<<strong>br</strong> />

poetas mais representativos da terceira geração do Modernismo <strong>br</strong>asileiro. Contudo, após uma<<strong>br</strong> />

juventude movimentada na boêmia da Lapa e do Mangue, sua vida familiar nunca foi muito agitada;<<strong>br</strong> />

levou uma vida simples e avessa à glória e à fama – um dos traços principais de sua personalidade<<strong>br</strong> />

singular. Nasceu em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, filho de Nicolino Milano, maestro e amante<<strong>br</strong> />

da música, e de Dona Corina Milano. Não foi o único poeta da família: teve um irmão que também<<strong>br</strong> />

escreveu poemas, chamado Atílio Milano. Em 1947, Dante Milano casou-se com Alda.<<strong>br</strong> />

Dante Milano, como tantos outros escritores e artistas <strong>br</strong>asileiros, foi funcioná<strong>rio</strong> público.<<strong>br</strong> />

Trabalhou no Ministé<strong>rio</strong> da Justiça e Segurança Pública, até se aposentar, em 1964. Contudo, além<<strong>br</strong> />

disso, no ponto que mais interessa aqui, foi organizador e o primeiro diretor do Museu da Polícia<<strong>br</strong> />

Civil. Como sua vida pessoal, após uma juventude repleta de aventuras boêmias, tornou-se<<strong>br</strong> />

relativamente pacata, teve contatos e influências precisas e facilmente enumeradas. Manteve<<strong>br</strong> />

relativa convivência com Cândido Portinari, Jayme Ovalle, Manuel Bandeira, Ribeiro Couto, Carlos<<strong>br</strong> />

Drummond de Andrade, Di Cavalcanti, Villa-Lobos, entre outros.<<strong>br</strong> />

Suas atividades literárias e culturais não foram de grande expressão quantitativa. Embora<<strong>br</strong> />

escrevesse desde os 14 anos, só em 1948 foi publicado seu único livro, Poesias, ainda assim à sua<<strong>br</strong> />

revelia, por iniciativa de um amigo. Seu último trabalho publicado foi Poemas Traduzidos de<<strong>br</strong> />

Baudelaire e Mallarmé, em 1989. Nas últimas décadas de sua vida, foi também escultor diletante,<<strong>br</strong> />

tendo feito a cabeça de <strong>br</strong>onze de Manuel Bandeira.<<strong>br</strong> />

Na tentativa de enquadrá-lo na História da Literatura Brasileira, no contexto próp<strong>rio</strong> do<<strong>br</strong> />

movimento poético ca<strong>rio</strong>ca e nacional, foi incluído pelos críticos como integrante da Terceira<<strong>br</strong> />

Geração do Modernismo (1945/1962). Todavia, numa descrição mais precisa, Paulo Mendes<<strong>br</strong> />

campos (MILANO, 1979) indica traços da personalidade de Dante Milano, oferecendo o perfil de<<strong>br</strong> />

um autor que se tornou personagem central do drama social aqui analisado. É em torno dele que se<<strong>br</strong> />

esboça uma tentativa de explicação dos motivos e das razões que levaram o grupo Academia

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