CAPA REVISTA AGCRJ_4_2010.p65 - rio.rj.gov.br
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montadoras estrangeiras e o início da produção de carros e ônibus no país.<<strong>br</strong> />
Políticas urbanas no Rio de Janeiro – de Negrão de Lima na prefeitura a Chagas Freitas no<<strong>br</strong> />
novo estado do Rio de Janeiro:<<strong>br</strong> />
No momento em que eram abertas as portas para os investimentos de multinacionais no<<strong>br</strong> />
Brasil, processo auxiliado pelas decisões inclusas na instrução 113 da SUMOC (14) o <strong>gov</strong>erno do<<strong>br</strong> />
Distrito Federal também se adequava aos novos ares da ‘modernidade’ que chegavam ao país. Não à<<strong>br</strong> />
toa, foi no <strong>gov</strong>erno do prefeito Negrão de Lima, indicado diretamente pelo presidente Juscelino<<strong>br</strong> />
Kubitschek, que os bondes começaram a perder espaço na Zona Sul e grandes projetos viá<strong>rio</strong>s<<strong>br</strong> />
foram implementados na cidade. O grande crescimento do número de automóveis nas cidades e a<<strong>br</strong> />
chegada das montadoras ao país marcam uma redefinição do espaço urbano, o que se evidencia de<<strong>br</strong> />
maneira mais clara nas duas grandes metrópoles <strong>br</strong>asileiras. Têm início imensos projetos<<strong>br</strong> />
rodoviá<strong>rio</strong>s que passam a organizar a movimentação interna das cidades <strong>br</strong>asileiras. Se no<<strong>br</strong> />
transporte de mercadorias, os caminhões chegaram a fazer com que 80% da carga nacional fosse<<strong>br</strong> />
transportada pelas rodovias, (15) no transporte dentro das cidades a mesma lógica prevaleceu, com<<strong>br</strong> />
crescimento contínuo da utilização de automóveis e relativa estagnação dos transportes ferroviá<strong>rio</strong> e<<strong>br</strong> />
hidroviá<strong>rio</strong>. Paul Singer bem lem<strong>br</strong>ava que, em 1975, o país possuía uma produção de um milhão<<strong>br</strong> />
de automóveis por ano, o que era motivo de comemoração por parte de autoridades <strong>gov</strong>ernamentais,<<strong>br</strong> />
mas não tinha uma linha completa de metrô. (16)<<strong>br</strong> />
O <strong>gov</strong>erno Negrão de Lima ficou marcado por o<strong>br</strong>as como o viaduto da Perimetral, iniciado<<strong>br</strong> />
em sua gestão; o túnel Santa Bárbara, que transformou o Catumbi em um bairro de passagem, com<<strong>br</strong> />
o viaduto 31 de Março, poste<strong>rio</strong>rmente construído; os túneis em Copacabana, nas ruas Barata<<strong>br</strong> />
Ribeiro e Tonelero, que reforçam a Zona Sul como grande foco das o<strong>br</strong>as públicas; o<strong>br</strong>as no<<strong>br</strong> />
abastecimento de água, que seriam a marca do <strong>gov</strong>erno de Carlos Lacerda e que haviam se tornado<<strong>br</strong> />
um grave problema urbano com o crescimento vertiginoso da cidade; o início da exclusão dos<<strong>br</strong> />
bondes da Zona Sul, sob a alegação de que atrapalhavam a passagem dos automóveis, o que é bem<<strong>br</strong> />
emblemático do que se afirmou acima; a avenida Chile, construída so<strong>br</strong>e o desmonte do favelizado<<strong>br</strong> />
morro do Santo Antônio e onde iam erguer-se prédios monumentais de importantes estatais; a<<strong>br</strong> />
conclusão da avenida Borges de Medeiros, no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, região que se<<strong>br</strong> />
valorizaria muito no período; e o projeto do aterro do Flamengo, o<strong>br</strong>a implementada na gestão de<<strong>br</strong> />
Lacerda à frente do estado da Guanabara. (17)<<strong>br</strong> />
Essas grandes o<strong>br</strong>as ficaram como as maiores marcas da gestão de Negrão de Lima, no<<strong>br</strong> />
momento em que se construía a nova capital <strong>br</strong>asileira. Além disso, o investimento em educação foi<<strong>br</strong> />
marca forte dos anos 1950 e 1960 no país e o <strong>gov</strong>erno Negrão de Lima ficou conhecido pela<<strong>br</strong> />
construção de 100 escolas, outra política que teve continuidade com Lacerda. (18) O investimento