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CAPA REVISTA AGCRJ_4_2010.p65 - rio.rj.gov.br

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que permitirão sua utilização 6) haver possibilidade econômica de transferência de propriedade da<<strong>br</strong> />

terra a seus moradores. Além desses, levar-se-ia em conta os tipos de mercado de trabalho e tipos de<<strong>br</strong> />

emprego que a região ofereceria aos moradores. O não-atendimento a um desses crité<strong>rio</strong>s impediria<<strong>br</strong> />

a urbanização e a favela seria classificada como passível de remoção. (19)<<strong>br</strong> />

O crité<strong>rio</strong> número 1 é passível de discussões técnicas. O 2 e o 6 dependiam de outros atores,<<strong>br</strong> />

dentre os quais, e principalmente, o Estado, visto que muitas vezes eram decisões pertinentes a este<<strong>br</strong> />

se haveria ou não os investimentos na área ou a possibilidade de transferência de propriedades.<<strong>br</strong> />

Os crité<strong>rio</strong>s 3, 4 e 5 dar-se-iam por decisões políticas, em que o fato da favela encaixar-se ou<<strong>br</strong> />

não nestes crité<strong>rio</strong>s era decisão exclusiva das autoridades. Vemos então que, a seguir estes crité<strong>rio</strong>s,<<strong>br</strong> />

simplesmente todas as favelas do Rio poderiam não ser urbanizadas e sim removidas. Isso numa<<strong>br</strong> />

conjuntura onde os espaços para o debate público e para a divergência com relação às políticas de<<strong>br</strong> />

Estado estavam bem restritos.<<strong>br</strong> />

Para exemplificar, Coufal, neste mesmo artigo, teria dito, sem apresentar de onde tirou tal<<strong>br</strong> />

dado, que “Já é fato constatado, por exemplo, que os moradores das favelas da Zona Sul trabalham<<strong>br</strong> />

na Zona Norte e que o tempo de locomoção e o custo das passagens lhes trazem pesados ônus”.<<strong>br</strong> />

Para os contrá<strong>rio</strong>s à remoção, inclusive os principais interessados, os moradores, não havia como<<strong>br</strong> />

contestar tal informação. Outra premissa é de que a favela, por suas condições físicas precárias,<<strong>br</strong> />

degrada o favelado:<<strong>br</strong> />

“Os menores, se continuarem nas favelas, serão, no futuro, adultos física, mental e moralmente<<strong>br</strong> />

favelados. É difícil, senão extremamente impossível, recuperar homens, mulheres e crianças em ambiente<<strong>br</strong> />

como o das favelas. Pelo que optamos pelo árduo, mas frutífero trabalho da erradicação. ” (19)<<strong>br</strong> />

Remodelação urbana: utilidades para o favelado<<strong>br</strong> />

Ao tratarmos do tema das remoções, precisamos buscar outros aspectos, além da simples<<strong>br</strong> />

análise de transferência dos favelados da Zona Sul para Zona Norte. São pequenos apontamentos<<strong>br</strong> />

que, mais do que responder, damos como questões a serem trabalhadas. Como, por exemplo, outros<<strong>br</strong> />

interesses ligados à remoção. Os documentos da CHISAM e do Estado da Guanabara apresentam as<<strong>br</strong> />

remoções como inseridas num programa de reforma, ou remodelação, urbana.<<strong>br</strong> />

A criação do estado da Guanabara, com a transferência da capital federal para Brasília, levou<<strong>br</strong> />

à necessidade de pensar um plano para a cidade-estado, que ganha forma com o Plano Doxiadis,<<strong>br</strong> />

plano-diretor para o Rio de Janeiro, feito pelo escritó<strong>rio</strong> do engenheiro grego homônimo que, entre<<strong>br</strong> />

outras coisas, previa o deslocamento da área industrial do Rio para a Zona Oeste, próxima ao porto<<strong>br</strong> />

de Sepetiba, ligando as áreas da cidade através de um sistema rodoviá<strong>rio</strong>, com vá<strong>rio</strong>s túneis e as<<strong>br</strong> />

linhas policromáticas (Vermelha, Amarela, etc.) sendo a avenida Brasil um dos eixos principais,<<strong>br</strong> />

onde se instalariam os bairros-proletá<strong>rio</strong>s.

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