flexibilidade de entrega na montadora e postponement - Ppga.com.br

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19<br />1980 - Difusão para o mundo do sistema flexível de produção<br />- Popularização dos conceitos, práticas e empresas japonesas<br />- Início da utilização do EDI e código de barras<br />1990 - Revolução da logística: Sistema de informação e globalização<br />- Criado conceito de Supply Chain<br />1995 - Quarta fase da logística: empresa virtual, empresa sem fumaça e<br />postponement<br />Figura 1 – Alguns Acontecimentos Importantes na História da Industrialização no Brasil<br />e no Mundo<br />2.2 Das Mudanças Organizacionais ao Atendimento das Necessidades<br />dos Clientes<br />2.2.1 A Revalorização da Manufatura<br />Desde o início do século XX até mais ou menos 1970, a indústria americana<br />enfatizou a produção em massa. Inicialmente o foco era o produto. O processo<br />produtivo era em função das características básicas de composição do produto final<br />(BERTUZZO, 2002, p.4). A manufatura americana defendia os mercados de massa, os<br />designs de produtos padrão e a produção dos volumes elevados.<br />Durante anos a produção foi considerada um mal necessário. Desde o pósguerra,<br />era rotulada como a principal causa dos problemas da empresa.<br />Com a queda de barreiras alfandegárias protecionistas, o aparecimento de<br />concorrentes capacitados, a inserção de processos tecnologicamente novos, houve<br />uma revalorização da área de manufatura e o entendimento de seu papel estratégico<br />na empresa.<br />A partir da década de 70, a incontestável liderança industrial americana passou a<br />ser desafiada pelo Japão. “Advoga-se que este fato está estreitamente ligado ao<br />declínio da forma de organização do trabalho dominante nas empresas ocidentais”<br />(WOOD JR, 2000, p.97). O estilo de produção pregado por Taylor, que incentivava um<br />aumento brutal da produtividade, foi o que marcou a expansão industrial americana, e<br />foi a chave de seu sucesso durante muito tempo. Ford veio concomitantemente com<br />sua produção em linha, reduzindo ciclos de produção, dedicando máquinas a uma
20<br />única operação, mas engessando o movimento da produção: era uma produção<br />inflexível, conforme salienta Wood Jr (2000, p.101).<br />O mercado automobilístico, principalmente, foi dominado muito tempo por países<br />como EUA e Inglaterra, mas, a partir do final da década de 70 e início dos anos 80,<br />passou a ser dominado pelo Japão. Isto devido somente ao fato de que este país, em<br />estratégia pós-guerra, valorizou sua área de manufatura.<br />A produção em massa, iniciada por Henry Ford, no início do século XX, culminou<br />com uma total integralização das atividades, por volta de 1927, quando ele inaugurou<br />seu maior complexo industrial em Detroit, EUA. Ford financiava todos os seus projetos<br />e estava convencido de que teria de executar todas as tarefas, para promover a<br />montagem e venda de seus produtos por todo o mundo. Mas, ele não tinha idéia,<br />conhecimento e pessoal para promover a sinergia de todas as suas indústrias, nem<br />sabia como organizar um empreendimento tão global (WOMACK, JONES, ROSS,<br />1992, p.27).<br />Alfred Sloan, o presidente do conglomerado General Motors por 35 anos, que<br />sucedeu a William Durant, foi quem aprimorou os conceitos organizacionais e de<br />gerenciamento global, juntamente com os conceitos pregados por Henry Ford nas<br />fábricas Ford, porém, na GM. Nessa altura dos acontecimento, a filosofia da produção<br />em massa já estava difundida por todo o mundo. Todas as empresas já a praticavam.<br />A Ford Motor Company vendia, com muito sucesso, em todo o mundo, um<br />modelo só de veículo. Para a GM isso não adiantava. Sloan, então, tentou elaborar um<br />“leque” maior (para a época) de modelos. A indústria automobilística já vivia o<br />problema de preços, e Sloan queria que seus produtos servissem para “todos os<br />bolsos e propósitos” (WOMACK, JONES, ROSS, 1992, p.28).<br />Ford não possuía esse problema de sobreposição de produção, mas possuía<br />problemas organizacionais. Sloan reorganizou a GM. Com estruturas de cargos e<br />salários e atendimento ao mercado, marcou a indústria automobilística, assim como<br />Ford havia feito anos antes. A essas duas grandes empresas uniu-se a Chrysler,<br />formando o trio de grandes indústrias mundiais no setor, The Big Three, como eram<br />conhecidas: grandes salários, alta tecnologia e um excelente gerenciamento das<br />atividades. O apogeu da indústria automobilística nos EUA e no mundo se deu por<br />volta de 1955, quando o país atingiu o patamar de 7 milhões de carros vendidos em<br />um ano. Ford, GM e Chrysler foram responsáveis por 95% desses veículos. Mas neste<br />mesmo ano, o sistema, assim como essas três grandes empresas que conheceram o<br />apogeu, começariam a enfrentar a decadência.
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