05.11.2014 Views

flexibilidade de entrega na montadora e postponement - Ppga.com.br

flexibilidade de entrega na montadora e postponement - Ppga.com.br

flexibilidade de entrega na montadora e postponement - Ppga.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Miroslava Hamzagic<<strong>br</strong> />

FLEXIBILIDADE DE ENTREGA NA MONTADORA E<<strong>br</strong> />

POSTPONEMENT<<strong>br</strong> />

Taubaté – SP<<strong>br</strong> />

2003


Miroslava Hamzagic<<strong>br</strong> />

FLEXIBILIDADE DE ENTREGA NA MONTADORA E<<strong>br</strong> />

POSTPONEMENT<<strong>br</strong> />

Dissertação apresentada para obtenção<<strong>br</strong> />

do Título <strong>de</strong> Mestre, pelo Curso <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Mestrado em Administração <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Empresas, do Departamento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Economia, Contabilida<strong>de</strong> e<<strong>br</strong> />

Administração, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Taubaté.<<strong>br</strong> />

Área <strong>de</strong> Concentração: Produção,<<strong>br</strong> />

Qualida<strong>de</strong> e Logística.<<strong>br</strong> />

Orientador: Prof. Dr. Francisco C. L. <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Melo<<strong>br</strong> />

Taubaté – SP<<strong>br</strong> />

2003


Miroslava Hamzagic<<strong>br</strong> />

FLEXIBILIDADE DE ENTREGA NA MONTADORA E POSTPONEMENT<<strong>br</strong> />

UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ<<strong>br</strong> />

Data: _______________________________________<<strong>br</strong> />

Resultado: __________________________________<<strong>br</strong> />

COMISSÃO JULGADORA<<strong>br</strong> />

Prof. Dr. ___________________________________<<strong>br</strong> />

Assi<strong>na</strong>tura: _________________________________<<strong>br</strong> />

Prof. Dr. ___________________________________<<strong>br</strong> />

Assi<strong>na</strong>tura: _________________________________<<strong>br</strong> />

Prof. Dr. ___________________________________<<strong>br</strong> />

Assi<strong>na</strong>tura: _________________________________


Carrega-nos no sacrifício, chora e ora por nós <strong>na</strong> dor. Apóia-nos <strong>na</strong> luta diária, sendo<<strong>br</strong> />

um gran<strong>de</strong> exemplo <strong>de</strong> força e fé. Nos mais duros momentos, não do<strong>br</strong>ou os joelhos<<strong>br</strong> />

senão para agra<strong>de</strong>cer.<<strong>br</strong> />

Pela sua doçura e pelo seu eterno amor,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>dico este trabalho à minha mãe.


AGRADECIMENTOS<<strong>br</strong> />

A Deus, nosso Pai, em primeiro lugar, pela gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> que me conce<strong>de</strong>u.<<strong>br</strong> />

Ao meu esposo Jean, pela <strong>de</strong>dicação e pelo apoio.<<strong>br</strong> />

Aos meus filhos Vicenzo e Giovan<strong>na</strong>, pela maturida<strong>de</strong> precoce em enten<strong>de</strong>r a<<strong>br</strong> />

importância do evento, e à minha querida amiga e “fiel escu<strong>de</strong>ira” Maria, mãe dos<<strong>br</strong> />

meus filhos, <strong>na</strong>s minhas horas <strong>de</strong> ausência.<<strong>br</strong> />

Ao Prof. Dr. Francisco Cristóvão Lourenço <strong>de</strong> Melo, pela paciência, doçura e<<strong>br</strong> />

sabedoria, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro momento da orientação.<<strong>br</strong> />

Ao Prof. Mestre Orlandino Roberto Pereira Filho pela atenção e pelo auxílio <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

etapas mais difíceis.<<strong>br</strong> />

À Empresa TCA, <strong>na</strong>s pessoas <strong>de</strong> Laércio Zaratin e Jorge Torralba pela credibilida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

apoio e confiança.<<strong>br</strong> />

Às minhas queridas irmãs Hadia e Ludmila, pela fé, pelo apoio, positivismo e pelo<<strong>br</strong> />

quanto acreditaram em mim.<<strong>br</strong> />

Ao meu chefe, Sr. Antonio Antunes Leiras, aos meus queridos colegas Emílio Carlos<<strong>br</strong> />

Pereira e Sueli D’Almeida, que, sem medo, assumiram riscos e <strong>com</strong>promissos para<<strong>br</strong> />

me ajudar, valorizando as minhas conquistas, <strong>com</strong>o se fossem suas.<<strong>br</strong> />

Às pessoas imprescindíveis <strong>na</strong> elaboração <strong>de</strong>sta dissertação: Marco Antonio Castro,<<strong>br</strong> />

Adirceu Aparecido Rocha, Mithermayer Me<strong>na</strong>bó Junior, Paulo Matos e Maurílio<<strong>br</strong> />

Augusto Pereira, sem os quais este trabalho não teria sido concluído.


HAMZAGIC, Miroslava. Flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Produção <strong>na</strong> Montadora e Postponement.<<strong>br</strong> />

2003. 167f. Dissertação (Mestrado em Administração <strong>de</strong> Empresas) - Departamento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Economia, Ciências Contábeis e Administração, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté,<<strong>br</strong> />

Taubaté-SP, 2003.<<strong>br</strong> />

RESUMO<<strong>br</strong> />

No mundo dos negócios atuais é cada vez mais imprescindível garantir<<strong>br</strong> />

<strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> e transparência nos relacio<strong>na</strong>mentos entre todos os integrantes da Ca<strong>de</strong>ia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Suprimentos. Este conceito enfoca o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma visão holística por<<strong>br</strong> />

toda a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos ampliada, que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro fornecedor até o<<strong>br</strong> />

último cliente, enfatizando a criação <strong>de</strong> uma imagem única e integrada, rompendo as<<strong>br</strong> />

barreiras da organização.<<strong>br</strong> />

Como conseqüência <strong>de</strong>sta nova forma <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento entre as empresas da<<strong>br</strong> />

Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos, surgiram novos conceitos e métodos, novas práticas e<<strong>br</strong> />

ferramentas, e, <strong>de</strong>ntre as mais usuais, <strong>de</strong>staca-se o <strong>postponement</strong>, termo em inglês<<strong>br</strong> />

que significa postergação. Este sistema visa aten<strong>de</strong>r à customização em massa,<<strong>br</strong> />

fornecendo uma alta varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos, sem o aumento <strong>de</strong> custo.<<strong>br</strong> />

Esta Dissertação tem o objetivo <strong>de</strong> traçar a evolução <strong>de</strong>sses relacio<strong>na</strong>mentos,<<strong>br</strong> />

passando pela produção enxuta, pelo consórcio modular, até o aparecimento do<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>, mostrando <strong>com</strong>o esta prática é importante, porque aproxima<<strong>br</strong> />

fornecedores da <strong>de</strong>manda do cliente. Esta Dissertação também procura mostrar, por<<strong>br</strong> />

meio <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> campo, <strong>com</strong>o funcio<strong>na</strong>ria este método <strong>de</strong> fornecimento para<<strong>br</strong> />

uma matéria-prima, que já é normalmente fornecida para uma <strong>montadora</strong> <strong>de</strong> veículos.<<strong>br</strong> />

Os resultados obtidos foram observados e verificou-se que, além da possível<<strong>br</strong> />

redução dos estoques dos materiais envolvidos, há ainda a condição <strong>de</strong> garantir o<<strong>br</strong> />

abastecimento ininterrupto da produção do cliente, o que vem a confirmar os bons<<strong>br</strong> />

resultados dos novos tipos <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> parceria e <strong>de</strong> <strong>com</strong>prometimento<<strong>br</strong> />

fornecedor/<strong>montadora</strong>, iniciados no advento da produção enxuta.<<strong>br</strong> />

Palavras-Chave: postergação, produção flexível, <strong>entrega</strong> flexível, relacio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

cliente/fornecedor.


ABSTRACT<<strong>br</strong> />

In the current business world it is indispensable to assure flexibility and<<strong>br</strong> />

transparency in the relationship between the partners of supply chain. This concept<<strong>br</strong> />

attains to <strong>de</strong>velopment of a large Supply Chain beyond the organization limit giving a<<strong>br</strong> />

logistic impression of the business world.<<strong>br</strong> />

As a consequence of this new relationship form among <strong>com</strong>panies of supply<<strong>br</strong> />

chain, new concepts, new methods, practice and tools appeared. One of the most<<strong>br</strong> />

usual practices in Supply Chain ma<strong>na</strong>gement is the <strong>postponement</strong>. This system aims<<strong>br</strong> />

to attain the mass customization needs getting available a high products variety at a<<strong>br</strong> />

low price.<<strong>br</strong> />

This dissertation follows a little history and evolution of this relationships from<<strong>br</strong> />

lean manufacturing to modular system until the <strong>postponement</strong> system, showing that<<strong>br</strong> />

this practice establish an alliance between vehicle assemblers and their suppliers. This<<strong>br</strong> />

dissertation also shows how this way of system could <strong>de</strong>velop and give great emphasis<<strong>br</strong> />

of success in the wiring harness assembly.<<strong>br</strong> />

The results it would be approach yours related practices and a better<<strong>br</strong> />

attendance to the consumers’ expectations.<<strong>br</strong> />

Key words: <strong>postponement</strong>, production flexibility, <strong>de</strong>livery flexibility,<<strong>br</strong> />

customer/supplier relationship


SUMÁRIO<<strong>br</strong> />

RESUMO 05<<strong>br</strong> />

ABSTRACT 06<<strong>br</strong> />

LISTA DE FIGURAS 09<<strong>br</strong> />

LISTA DE TABELAS 11<<strong>br</strong> />

1 INTRODUÇÃO 12<<strong>br</strong> />

1.1 Apresentação 12<<strong>br</strong> />

1.2 Objetivo 13<<strong>br</strong> />

1.3 Limitações 14<<strong>br</strong> />

1.4 Estrutura do Trabalho 14<<strong>br</strong> />

2 UM HISTÓRICO SOBRE INDUSTRIALIZAÇÃO 16<<strong>br</strong> />

2.1 O Brasil e suas Montadoras <strong>de</strong> Veículos 16<<strong>br</strong> />

2.2 Das Mudanças Organizacio<strong>na</strong>is ao Atendimento das Necessida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

dos Clientes 19<<strong>br</strong> />

2.2.1 A Revalorização da Manufatura 19<<strong>br</strong> />

2.2.2 O Desafio <strong>de</strong> Produzir <strong>com</strong> Qualida<strong>de</strong> 26<<strong>br</strong> />

2.2.3 A Função da Logística <strong>na</strong> Empresa 27<<strong>br</strong> />

2.2.4 A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos e a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor 37<<strong>br</strong> />

2.2.5 A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor, a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valor e a Constelação <strong>de</strong> Valor 44<<strong>br</strong> />

2.3 As Montadoras e o Relacio<strong>na</strong>mento <strong>com</strong> os Fornecedores 44<<strong>br</strong> />

2.3.1 Histórico 44<<strong>br</strong> />

2.3.2 Os Relacio<strong>na</strong>mentos <strong>de</strong> Parceria 50<<strong>br</strong> />

2.3.3 O Suprimento <strong>na</strong> Produção Enxuta 54<<strong>br</strong> />

2.3.4 Componentes Importantes para a Prática da Produção Enxuta 57<<strong>br</strong> />

2.4 O Consórcio Modular e as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Negócio 59<<strong>br</strong> />

2.5 Flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Entrega e a Logística <strong>de</strong> Resposta Rápida 63<<strong>br</strong> />

2.6 A Filosofia do Postponement 72<<strong>br</strong> />

2.6.1 O Foco da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos 72<<strong>br</strong> />

2.6.2 O Risco <strong>de</strong> Manter Estoques 73<<strong>br</strong> />

2.6.3 Postponement 75<<strong>br</strong> />

3 O CASO DO FORNECIMENTO DE CHICOTES PARA A MONTADORA 78<<strong>br</strong> />

3.1 O Histórico <strong>de</strong> Vendas dos Veículos 78<<strong>br</strong> />

3.2 O Veículo e sua Composição 81<<strong>br</strong> />

3.3 Os Sistemas Atuais <strong>de</strong> Programação <strong>de</strong> Matéria-Prima 84


3.3.1 A Composição dos Volumes Programados aos Fornecedores 84<<strong>br</strong> />

3.3.2 Release – Documento <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Entrega 87<<strong>br</strong> />

3.3.3 O Planejamento da Logística <strong>de</strong> Entrada 92<<strong>br</strong> />

3.3.4 A Linha <strong>de</strong> Produção e os Pontos <strong>de</strong> Informação 100<<strong>br</strong> />

3.3.5 A Variação da Demanda X Programação dos Fornecedores 102<<strong>br</strong> />

3.3.6 A Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Customização da Matéria-Prima 104<<strong>br</strong> />

3.4 O Chicote Elétrico 105<<strong>br</strong> />

3.4.1 Família dos Chicotes Principais 108<<strong>br</strong> />

3.4.2 Família dos Chicotes Secundários 112<<strong>br</strong> />

4 A PROPOSTA 124<<strong>br</strong> />

4.1 A Escolha do Chicote Elétrico 125<<strong>br</strong> />

4.2 A Escolha da Família do Chicote do Painel <strong>de</strong> Instrumentos 127<<strong>br</strong> />

4.3 Definição dos Tipos <strong>de</strong> Chicotes: O Básico e seus Derivados 130<<strong>br</strong> />

4.4 Fluxo Atual da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos: Chicotes Elétricos –<<strong>br</strong> />

Montadora 142<<strong>br</strong> />

4.5 Fluxo Proposto para a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos: Fornecedor<<strong>br</strong> />

Chicotes Elétricos – Montadora 145<<strong>br</strong> />

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 151<<strong>br</strong> />

6 CONCLUSÃO 156<<strong>br</strong> />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 157<<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 161<<strong>br</strong> />

GLOSSÁRIO 162


LISTA DE FIGURAS<<strong>br</strong> />

Figura 1 – Alguns Acontecimentos Importantes <strong>na</strong> História da<<strong>br</strong> />

Industrialização no Brasil e no Mundo 19<<strong>br</strong> />

Figura 2 – Perda <strong>de</strong> Posição no Mercado por Empresas Tradicio<strong>na</strong>is 23<<strong>br</strong> />

Figura 3 – Integração das Diversas Áreas para Formar a Logística<<strong>br</strong> />

Empresarial 33<<strong>br</strong> />

Figura 4 – Evolução da Logística 37<<strong>br</strong> />

Figura 5 – Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor (Porter 1989) 40<<strong>br</strong> />

Figura 6 – Ativida<strong>de</strong>s Essenciais da Logística 42<<strong>br</strong> />

Figura 7 – Estrutura do Novo Contexto Empresarial 43<<strong>br</strong> />

Figura 8 – O ciclo <strong>de</strong> Vida do Produto 64<<strong>br</strong> />

Figura 9 – Entrada Tardia no Mercado e Obsoletos 64<<strong>br</strong> />

Figura 10 – O Ciclo do Pedido 65<<strong>br</strong> />

Figura 11 – Prazos Acumulados Des<strong>de</strong> a Colocação do Pedido até Dinheiro<<strong>br</strong> />

em Caixa 66<<strong>br</strong> />

Figura 12 – Custo Adicio<strong>na</strong>do Versus Valor Adicio<strong>na</strong>do 67<<strong>br</strong> />

Figura 13 – Comprimindo a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos 68<<strong>br</strong> />

Figura 14 – Ciclos no Processo Produtivo 69<<strong>br</strong> />

Figura 15 – Puxar Versus Empurrar <strong>na</strong> Ca<strong>de</strong>ia Logística 70<<strong>br</strong> />

Figura 16 – Percentual Médio <strong>de</strong> Volume <strong>de</strong> Produção Diária do Veículo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Motorização Alta Economia 80<<strong>br</strong> />

Figura 17 – Percentual Médio <strong>de</strong> Volume <strong>de</strong> Mercado (vendas) 80<<strong>br</strong> />

Figura 18 – Produção Diária Veículo 1,0 8v 81<<strong>br</strong> />

Figura 19 – Esquema <strong>de</strong> uma “Árvore <strong>de</strong> Uso” 85<<strong>br</strong> />

Figura 20 – Esquema da “Árvore <strong>de</strong> Uso” <strong>de</strong> um Produto, <strong>com</strong> o Volume<<strong>br</strong> />

Colocado 86<<strong>br</strong> />

Figura 21 – Lay Out do Release da Montadora 91<<strong>br</strong> />

Figura 22 – Percentual por Tipo <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Entrega <strong>de</strong> Peças dos<<strong>br</strong> />

Fornecedores da Montadora 98<<strong>br</strong> />

Figura 23 – Fluxo Operacio<strong>na</strong>l da Logística <strong>de</strong> Fá<strong>br</strong>ica – Montadora 99<<strong>br</strong> />

Figura 24 – Linha <strong>de</strong> Produção e os Pontos <strong>de</strong> Informação 101<<strong>br</strong> />

Figura 25 – Variação entre Programado e Produzido – Mo<strong>de</strong>los Montadora<<strong>br</strong> />

janeiro a <strong>de</strong>zem<strong>br</strong>o/2002 104<<strong>br</strong> />

Figura 26 – Perspectiva <strong>de</strong> um Chicote Elétrico do Painel <strong>de</strong> Instrumentos 106<<strong>br</strong> />

Figura 27 – Perspectiva do Chicote Traseiro Montado no Veículo 109


Figura 28 – Perspectiva do Chicote Painel Montado no Veículo 110<<strong>br</strong> />

Figura 29 – Perspectiva <strong>de</strong> um Chicote do Motor, Montado no Veículo 111<<strong>br</strong> />

Figura 30 – Perspectiva do Chicote da Injeção Eletrônica Montado no Veículo 112<<strong>br</strong> />

Figura 31 – Perspectiva do Chicote das Portas Montado <strong>na</strong> Porta 113<<strong>br</strong> />

Figura 32 – Perspectiva <strong>de</strong> um Chicote da Tampa Traseira Montado no<<strong>br</strong> />

Veículo 114<<strong>br</strong> />

Figura 33 – Conectores <strong>com</strong> Termi<strong>na</strong>is e Fios 118<<strong>br</strong> />

Figura 34 – Evolução da Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fios por Chicote Elétrico 122<<strong>br</strong> />

Figura 35 – Volume <strong>de</strong> Chicotes Liberados por Famílias/Ano 128<<strong>br</strong> />

Figura 36 – Volume <strong>de</strong> Chicotes Envolvidos em Modificações Durante o Ano 129<<strong>br</strong> />

Figura 37 – Percentual <strong>de</strong> Consumo do Chicote Painel Básico e seus<<strong>br</strong> />

Derivados – julho/2002 133<<strong>br</strong> />

Figura 38 – Percentual <strong>de</strong> Consumo do Chicote Painel Básico e seus<<strong>br</strong> />

Derivados – setem<strong>br</strong>o/2002 134<<strong>br</strong> />

Figura 39 – Percentual <strong>de</strong> Consumo Médio do Chicote Painel Básico e seus<<strong>br</strong> />

Derivados 134<<strong>br</strong> />

Figura 40 – Participação <strong>de</strong> Cada Chicote Painel no Montante não<<strong>br</strong> />

Produzido em 2002 – veículo 2P 1,0 8v 135<<strong>br</strong> />

Figura 41 – Fluxo Atual da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos Fornecedor-Montadora –<<strong>br</strong> />

Matéria-Prima: Chicotes Elétricos 143<<strong>br</strong> />

Figura 42 – Fluxo Atual <strong>de</strong> Materiais e Informação 144<<strong>br</strong> />

Figura 43 – Fluxo Proposto da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos Fornecedor –<<strong>br</strong> />

Montadora: Postponement <strong>de</strong> Manufatura <strong>de</strong> Chicotes 148<<strong>br</strong> />

Figura 44 – Fluxo Proposto 149<<strong>br</strong> />

Figura 45 – Análise Comparativa entre a Entrega Tradicio<strong>na</strong>l e a Entrega<<strong>br</strong> />

por Postponement 150


LISTA DE TABELAS<<strong>br</strong> />

Tabela 1 – Exemplos <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Alta Tecnologia 25<<strong>br</strong> />

Tabela 2 – Mudanças Ambientais 38<<strong>br</strong> />

Tabela 3 – Fatores que Afetam os Negócios Globais <strong>de</strong> Hoje 38<<strong>br</strong> />

Tabela 4 – Comprador e Fornecedor no Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Competidores 51<<strong>br</strong> />

Tabela 5 – Comprador e Fornecedor <strong>na</strong> Perspectiva <strong>de</strong> Parceria 52<<strong>br</strong> />

Tabela 6 – O Efeito JIT <strong>na</strong> Cultura da Companhia 71<<strong>br</strong> />

Tabela 7 – Motorização dos Veículos da Montadora 79<<strong>br</strong> />

Tabela 8 – Peças Utilizadas <strong>na</strong> Montagem Fi<strong>na</strong>l do Veículo 83<<strong>br</strong> />

Tabela 9 – Exemplo dos Volumes Programados nos Releases 89<<strong>br</strong> />

Tabela 10 – Freqüência <strong>de</strong> Remessa das Matérias-Primas 94<<strong>br</strong> />

Tabela 11 – Peças e Fornecedores no Sistema Janela <strong>de</strong> Entregas <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Montadora 96<<strong>br</strong> />

Tabela 12 – Peças e Fornecedores Kanban <strong>na</strong> Montadora 97<<strong>br</strong> />

Tabela 13 – Funções <strong>de</strong> Acio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> Cada Família <strong>de</strong> Chicote no<<strong>br</strong> />

Veículo 115<<strong>br</strong> />

Tabela 14 – Função <strong>de</strong> Cada Matéria-Prima no Chicote Elétrico 117<<strong>br</strong> />

Tabela 15 – Função dos Conectores e Termi<strong>na</strong>is pelo Tipo <strong>de</strong> Matéria-Prima 119<<strong>br</strong> />

Tabela 16 – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peças por Família <strong>de</strong> Chicotes 121<<strong>br</strong> />

Tabela 17 – Exemplo <strong>de</strong> Chicotes Usados em Dois Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Veículos 123<<strong>br</strong> />

Tabela 18 – Média Histórica da Família do Chicote Painel 132<<strong>br</strong> />

Tabela 19 – Diferentes Funções entre o Chicote Painel Básico e seus<<strong>br</strong> />

Derivados 133<<strong>br</strong> />

Tabela 20 – Exemplo dos volumes do chicote básico e ramificações a serem<<strong>br</strong> />

produzidas pelo fornecedor 136<<strong>br</strong> />

Tabela 21 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu<<strong>br</strong> />

Derivado (51 HM) 137<<strong>br</strong> />

Tabela 22 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu<<strong>br</strong> />

Derivado (51 HN) 138<<strong>br</strong> />

Tabela 23 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu<<strong>br</strong> />

Derivado (51 HP) 139<<strong>br</strong> />

Tabela 24 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu<<strong>br</strong> />

Derivado (51 HS) 140<<strong>br</strong> />

Tabela 25 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu<<strong>br</strong> />

Derivado (51 HT) 141<<strong>br</strong> />

Tabela 26 – Análise Comparativa Preço <strong>de</strong> Venda Sistemática Atual x<<strong>br</strong> />

Postponement <strong>de</strong> Manufatura 150


1 INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

1.1 Apresentação<<strong>br</strong> />

O sistema Fordista <strong>de</strong> produção, a produção em massa criada no início do<<strong>br</strong> />

século XX, <strong>de</strong>u lugar aos conceitos inovadores das empresas japonesas, por volta dos<<strong>br</strong> />

anos 80. Rigi<strong>de</strong>z, procedimentos rigorosos, apatia e estag<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>ram lugar a<<strong>br</strong> />

relações huma<strong>na</strong>s, trei<strong>na</strong>mento, <strong>de</strong>legação, cooperação e <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong>. A hegemonia<<strong>br</strong> />

america<strong>na</strong> estremecia frente à concorrência <strong>de</strong> mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,<<strong>br</strong> />

principalmente o Japão, que traçava rotas <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento,<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>igado pela condição em que se encontrou, ao fi<strong>na</strong>l da 2 ª Guerra Mundial.<<strong>br</strong> />

Lem<strong>br</strong>ando Berman Marshal, quando se referia a Karl Marx, “tudo o que é sólido, se<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>smancha no ar”. (1990, p.93).<<strong>br</strong> />

Há algum tempo, seus clientes e fornecedores têm firmado um relacio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

mais próximo, <strong>com</strong> o único objetivo <strong>de</strong> promover a permanência no mercado.<<strong>br</strong> />

Gran<strong>de</strong>s empresas, <strong>de</strong>tentoras do posto <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas e<<strong>br</strong> />

procedimentos inéditos, têm criado e repassado, gradativamente, inúmeros planos<<strong>br</strong> />

estratégicos aos seus fornecedores, parceiros, aliados, terceiros e clientes, <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

intuito <strong>de</strong> sucesso <strong>na</strong>s vendas, aumentando, assim, o lucro, a qualida<strong>de</strong> e a<<strong>br</strong> />

produtivida<strong>de</strong>, diminuindo os custos, a ineficiência e as perdas que possam existir. As<<strong>br</strong> />

empresas têm diminuído a distância entre ela e seus fornecedores <strong>de</strong> primeira linha e<<strong>br</strong> />

os <strong>de</strong>mais fornecedores, <strong>na</strong> formação da pirâmi<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento.<<strong>br</strong> />

A <strong>com</strong>posição do custo do produto não é mais uma soma <strong>de</strong> impostos, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

matéria-prima e <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a, mas, atualmente, <strong>com</strong>põe-se do custo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

que agregam ou não valor, e essas ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser melhoradas, minimizando-se<<strong>br</strong> />

gastos que são <strong>de</strong>snecessários, criando benefícios que se tor<strong>na</strong>m um diferencial.<<strong>br</strong> />

Todos, clientes, fornecedores e sub-fornecedores, são responsáveis pela <strong>com</strong>posição<<strong>br</strong> />

do custo do produto, numa ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor e fornecimento. É uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar<<strong>br</strong> />

um passo à frente da concorrência. É o estabelecimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s integradas, que<<strong>br</strong> />

tor<strong>na</strong>m o produto mais atraente aos olhos do cliente.<<strong>br</strong> />

A época em que o ambiente econômico não era turbulento, quando os ciclos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produtos eram mais longos, a concorrência era menor, a excelência nos negócios era<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>finida por uma gestão eficiente <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s isoladas, <strong>com</strong>o <strong>com</strong>pras, transporte,<<strong>br</strong> />

armaze<strong>na</strong>gem e distribuição. Naquela época, a manufatura servia para produzir, e a<<strong>br</strong> />

logística, somente para transporte <strong>de</strong> mercadorias.


13<<strong>br</strong> />

A indústria automobilística, <strong>de</strong>ntre outras, precursora <strong>de</strong> conceitos e práticas,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época <strong>de</strong> Henry Ford, sempre foi alvo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mudanças. Era ela que<<strong>br</strong> />

a<strong>com</strong>panhava as inovações e precisava alterar sua <strong>com</strong>posição <strong>de</strong> valor do produto,<<strong>br</strong> />

por meio <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> alta tecnologia, principalmente, em se falando <strong>de</strong> Brasil, por<<strong>br</strong> />

causa do mercado globalizado e pela liberda<strong>de</strong> das importações, presentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<<strong>br</strong> />

início do governo Collor, em 1994.<<strong>br</strong> />

Gran<strong>de</strong>s empresários, gran<strong>de</strong>s nomes em administração, trouxeram estratégias<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> suas matrizes no exterior, ou <strong>de</strong> outras empresas, num tipo <strong>de</strong> benchmarking<<strong>br</strong> />

(processo contínuo <strong>de</strong> avaliar processos <strong>de</strong> uma empresa, tomando-se <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

referência a concorrentes e outras firmas melhores em sua categoria). O objetivo único<<strong>br</strong> />

era promover a a<strong>de</strong>quação às novas tendências <strong>de</strong> mercado, promovendo<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>aimstormings (geração livre <strong>de</strong> idéias em grupo) <strong>de</strong>ntro da corporação, entre<<strong>br</strong> />

diretores, gerentes, supervisores, indo até a esfera operacio<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />

Há cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, houve o esclarecimento <strong>de</strong> que a Logística, a<<strong>br</strong> />

movimentação <strong>de</strong> informações e materiais <strong>de</strong>ntro da empresa, nos dois sentidos,<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ria ser uma ferramenta estratégica <strong>de</strong> inúmeras oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ganho, pois<<strong>br</strong> />

fi<strong>na</strong>lmente enten<strong>de</strong>u-se que todas as operações, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro instante do<<strong>br</strong> />

interesse do cliente pelo produto, até a fase pós-venda, são operações que geram<<strong>br</strong> />

custo, e po<strong>de</strong>m facilitar ou dificultar a venda, um diferencial para a so<strong>br</strong>evivência no<<strong>br</strong> />

mercado. Agregada a práticas sincronizadas <strong>de</strong> produção, a Logística tor<strong>na</strong>-se uma<<strong>br</strong> />

ferramenta po<strong>de</strong>rosa <strong>na</strong> busca pela qualida<strong>de</strong>, que hoje <strong>na</strong>da mais é que o<<strong>br</strong> />

atendimento às expectativas do cliente.<<strong>br</strong> />

A Logística, <strong>com</strong>o porta <strong>de</strong> entrada e saída <strong>de</strong> matéria-prima e produto acabado,<<strong>br</strong> />

conduz as operações da empresa <strong>com</strong>o um todo, e, estando aliada aos <strong>de</strong>mais<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>partamentos, tem conseguido gran<strong>de</strong>s resultados. Para tanto, tem revisto e alterado<<strong>br</strong> />

seus conceitos gerenciais e operacio<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

Clientes e fornecedores trabalham juntos <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um melhor fluxo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

materiais e informações, e a<strong>com</strong>panham as mudanças organizacio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong> ambiente,<<strong>br</strong> />

sempre vislum<strong>br</strong>ando não ficar para trás no mercado. Integração, ca<strong>de</strong>ia, valor e<<strong>br</strong> />

<strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> aliada a uma <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> produção são os conceitos mais<<strong>br</strong> />

praticados <strong>na</strong> atualida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

1.2 Objetivo<<strong>br</strong> />

Observando-se as mudanças ambientais e organizacio<strong>na</strong>is ocorridas nos últimos<<strong>br</strong> />

anos, as novas práticas para conceitos <strong>com</strong>o manufatura, produção e qualida<strong>de</strong>, o


14<<strong>br</strong> />

entendimento da logística <strong>na</strong> formação da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor e a formação da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

suprimentos, esta dissertação tem o objetivo <strong>de</strong> expor a evolução do relacio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

entre as <strong>montadora</strong>s e seus fornecedores. Irá <strong>de</strong>monstrar <strong>com</strong>o funcio<strong>na</strong> o<<strong>br</strong> />

retardamento da montagem fi<strong>na</strong>l dos produtos fornecidos, estando o fornecedor<<strong>br</strong> />

próximo ao cliente, utilizando o planejamento <strong>de</strong> uma logística <strong>com</strong>o ferramenta para<<strong>br</strong> />

minimizar o impacto dos custos inerentes a este fornecimento, <strong>com</strong>o, por exemplo, a<<strong>br</strong> />

variação do programa <strong>de</strong> produção do cliente. Por fim, irá <strong>de</strong>monstrar <strong>com</strong>o essas<<strong>br</strong> />

práticas po<strong>de</strong>riam auxiliar no fornecimento <strong>de</strong> uma autopeça, em particular, que<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>põe a parte elétrico-eletrônica do veículo, o chicote elétrico.<<strong>br</strong> />

1.3 Limitações<<strong>br</strong> />

O trabalho <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>sta Dissertação visa i<strong>de</strong>ntificar os pontos relevantes do<<strong>br</strong> />

sistema modular e do retardamento da montagem fi<strong>na</strong>l do produto, também chamado<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>, criando-se uma nova forma <strong>de</strong> fornecimento, para um produto já<<strong>br</strong> />

fornecido atualmente. Observando-se a dinâmica da linha <strong>de</strong> produção do cliente, no<<strong>br</strong> />

período dos dois últimos anos, esses pontos relevantes serão estendidos à matériaprima<<strong>br</strong> />

fornecida para a montagem dos veículos, verificando-se as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ganhos neste produto específico.<<strong>br</strong> />

As limitações <strong>de</strong>ste trabalho restringem-se ao tipo <strong>de</strong> produto fornecido e às<<strong>br</strong> />

condições inter<strong>na</strong>s do cliente consi<strong>de</strong>rado.<<strong>br</strong> />

1.4 Estrutura do Trabalho<<strong>br</strong> />

Esta dissertação está organizada em 06 capítulos, distribuídos conforme segue:<<strong>br</strong> />

No Capítulo 1 são apresentados os assuntos abordados neste trabalho, o<<strong>br</strong> />

objetivo, a metodologia utilizada e as limitações do estudo.<<strong>br</strong> />

No Capítulo 2, a Revisão <strong>de</strong> Literatura, a história da indústria automobilística no<<strong>br</strong> />

Brasil e no mundo, as mudanças organizacio<strong>na</strong>is, a apresentação dos conceitos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção, qualida<strong>de</strong> e logística, produção flexível, <strong>entrega</strong> flexível, <strong>postponement</strong>,<<strong>br</strong> />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor, ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimento e o esclarecimento da logística, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

importante e estratégica, para as organizações e a evolução do relacio<strong>na</strong>mento entre<<strong>br</strong> />

as indústrias <strong>montadora</strong>s <strong>de</strong> veículos e seus fornecedores.<<strong>br</strong> />

No Capítulo 3, os métodos atuais <strong>de</strong> fornecimento das várias matérias-primas<<strong>br</strong> />

que <strong>com</strong>põem o veículo, pelos diversos fornecedores e seus riscos. São<<strong>br</strong> />

apresentadas, também, a dinâmica da linha <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> veículos, a metodologia


15<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> abastecimento das peças e as particularida<strong>de</strong>s e a problemática do fornecimento<<strong>br</strong> />

do chicote elétrico, <strong>na</strong> atualida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

No Capítulo 4 apresenta-se a intenção do autor ao assunto expressado, ou seja,<<strong>br</strong> />

a proposição da dissertação: o <strong>postponement</strong> <strong>de</strong> manufatura <strong>de</strong> chicotes elétricos<<strong>br</strong> />

aliado ao abastecimento tipo just in time (fornecimento da quantida<strong>de</strong> exata, <strong>na</strong> hora<<strong>br</strong> />

exata).<<strong>br</strong> />

No capitulo 5, após a preposição do trabalho, apresenta-se então as<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rações fi<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

No capitulo 6 as Conclusões respon<strong>de</strong>ndo à preposição inicial.


2 UM HISTÓRICO SOBRE INDUSTRIALIZAÇÃO<<strong>br</strong> />

2.1 O Brasil e suas Montadoras <strong>de</strong> Veículos<<strong>br</strong> />

A história da indústria automobilística no Brasil iniciou-se <strong>na</strong> década <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

20, pelas operações <strong>de</strong> duas gran<strong>de</strong>s multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is: Ford e GM. Ainda,<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>quela época, elas operavam no sistema conhecido <strong>com</strong>o CKD, sistema que<<strong>br</strong> />

importava partes para montagem dos veículos no país.<<strong>br</strong> />

Por ocasião do governo Juscelino, a partir <strong>de</strong> 1950, <strong>com</strong> a política do<<strong>br</strong> />

crescimento rápido, a Volkswagen i<strong>na</strong>ugurou sua fá<strong>br</strong>ica <strong>na</strong> Via Anchieta, no<<strong>br</strong> />

Estado <strong>de</strong> São Paulo, dando o pontapé inicial <strong>na</strong> produção inter<strong>na</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

veículos. Logo em seguida, outras duas <strong>montadora</strong>s, DKV e Willys, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

capital e tecnologia estrangeiras, iniciaram também a produção no Brasil.<<strong>br</strong> />

O país caminhava <strong>com</strong> a produção das <strong>montadora</strong>s estrangeiras e <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

algumas <strong>montadora</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, que iniciavam suas operações <strong>com</strong> tecnologia<<strong>br</strong> />

e capital <strong>br</strong>asileiro.<<strong>br</strong> />

Na década <strong>de</strong> 70, houve a proibição das importações, e, a partir <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

1976, as empresas <strong>montadora</strong>s <strong>de</strong> veículos situadas em solo <strong>br</strong>asileiro<<strong>br</strong> />

tiveram que provi<strong>de</strong>nciar sua própria tecnologia, para, pelo menos, so<strong>br</strong>eviver<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> as vendas do mercado interno. Isto levou o Brasil aos primeiros avanços,<<strong>br</strong> />

embora tímidos, <strong>de</strong> tecnologia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, para co<strong>br</strong>ir as lacu<strong>na</strong>s <strong>de</strong>ixadas pelas<<strong>br</strong> />

multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

Em 1989, as importações <strong>com</strong>eçaram a esboçar os primeiros si<strong>na</strong>is <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

retomada, e, enfim, em 1994, <strong>de</strong>finitivamente as empresas estrangeiras, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

seus produtos atuais e inovadores, tomaram conta do mercado interno,<<strong>br</strong> />

principalmente o mercado <strong>de</strong> veículos, pois as <strong>montadora</strong>s, em seu país <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

origem, não haviam permanecido adormecidas em <strong>de</strong>senvolvimento<<strong>br</strong> />

tecnológico.<<strong>br</strong> />

A indústria automobilística no Brasil ficou resumida a saudosas<<strong>br</strong> />

instalações da era <strong>de</strong> ouro da tecnologia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (empresas <strong>com</strong>o Gurgel,<<strong>br</strong> />

CBT, Engesa), além das gran<strong>de</strong>s empresas atuais que importam capital e<<strong>br</strong> />

tecnologia próprias <strong>de</strong> suas matrizes inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, num misto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento e continuação da colonização cultural iniciada<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> época do Império.


17<<strong>br</strong> />

Hoje, o Brasil ainda recebe indústrias <strong>de</strong> vários segmentos em seu vasto<<strong>br</strong> />

território. Montadoras não <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> vir. O nosso parque industrial ficou<<strong>br</strong> />

restrito à prática <strong>de</strong> tecnologias e sistemas externos, mantidos e atualizados<<strong>br</strong> />

pelas matrizes inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

A figura a seguir mostra um resumo dos acontecimentos importantes<<strong>br</strong> />

para a história da Industrialização no Brasil e no mundo.<<strong>br</strong> />

1790 - Evolução industrial<<strong>br</strong> />

- Primeiras idéias <strong>de</strong> produzir <strong>com</strong> qualida<strong>de</strong> e aten<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>sejos do<<strong>br</strong> />

consumidor<<strong>br</strong> />

1872 - Criada nos EUA a primeira empresa <strong>de</strong> venda por catálogos:<<strong>br</strong> />

Montgomery<<strong>br</strong> />

Ward<<strong>br</strong> />

1908 - Primeiro momento da produção em massa do Ford “T”<<strong>br</strong> />

1910 - Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> era feito no fi<strong>na</strong>l da linha<<strong>br</strong> />

- Henry Ford introduziu <strong>de</strong>finitivamente os conceitos <strong>de</strong> produção em<<strong>br</strong> />

massa<<strong>br</strong> />

- Henry Ford, <strong>com</strong> o mo<strong>de</strong>lo “T”: a maior indústria automobilística do<<strong>br</strong> />

mundo<<strong>br</strong> />

- Alfred Sloan (da GM) cria cinco mo<strong>de</strong>los diferentes <strong>de</strong> veículos para<<strong>br</strong> />

aten<strong>de</strong>r o mercado<<strong>br</strong> />

1922 - Taylor publica: “Principles of Scientific Ma<strong>na</strong>gement”<<strong>br</strong> />

- Primeiros investimentos em qualida<strong>de</strong>, para impedir que produtos<<strong>br</strong> />

chegassem sem <strong>de</strong>feito aos clientes<<strong>br</strong> />

1913 - Linha <strong>de</strong> montagem móvel<<strong>br</strong> />

1915 - I<strong>na</strong>ugurada, em Detroit, o Complexo Industrial Ford: Highland Park<<strong>br</strong> />

1920 - Indústria automobilística monta 2 milhões <strong>de</strong> veículos em um ano<<strong>br</strong> />

- Alfred Sloan continua inovando <strong>na</strong> GM, em concorrência <strong>com</strong> a Ford<<strong>br</strong> />

1925 - Alfred Sloan cria um plano para reorganizar a GM e ganhar mercado<<strong>br</strong> />

1926 - Automóveis Ford já eram montados em 36 cida<strong>de</strong>s norte-america<strong>na</strong>s e<<strong>br</strong> />

em 19 <strong>na</strong>ções diferentes<<strong>br</strong> />

1927 - Queda no volume <strong>de</strong> vendas do mo<strong>de</strong>lo “T” e seu último ano <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção:


18<<strong>br</strong> />

GM oferecendo mo<strong>de</strong>lo melhor e mais barato<<strong>br</strong> />

1930 - Declínio <strong>de</strong> GM e Ford: queda <strong>na</strong>s vendas<<strong>br</strong> />

- Entrada das empresas Volkswagen e Fiat, <strong>com</strong> a produção em massa<<strong>br</strong> />

1931 - I<strong>na</strong>uguração do Complexo <strong>de</strong> Rouge em Detroit – fá<strong>br</strong>ica Ford<<strong>br</strong> />

1939 - Empresas ainda não investem e agrupam em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição<<strong>br</strong> />

1941 - Início do funcio<strong>na</strong>mento CSN no Brasil<<strong>br</strong> />

1945 - Início das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> processos <strong>na</strong>s indústrias no mundo<<strong>br</strong> />

1946 - Anos adormecidos da Logística<<strong>br</strong> />

- Conflito dos objetivos <strong>de</strong> Marketing, Fi<strong>na</strong>nças e Produção <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

empresas<<strong>br</strong> />

1950 - Eiji Toyoda e Taichi Ohno da Toyota passam 3 meses <strong>na</strong> Ford, em<<strong>br</strong> />

Detroit<<strong>br</strong> />

- Início da prática dos conceitos <strong>de</strong> <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

1954 -Salvação da produção em massa, <strong>com</strong> o <strong>com</strong>plexo <strong>de</strong> Rouge, nos EUA<<strong>br</strong> />

- Paul Converse e Peter Drucker pregam conceitos <strong>de</strong> administração:<<strong>br</strong> />

distribuição área promissora <strong>na</strong> empresa<<strong>br</strong> />

1955 - Esgotamento do sistema Ford: problemas <strong>com</strong> sindicatos, Europa<<strong>br</strong> />

produzindo carros direcio<strong>na</strong>dos aos <strong>de</strong>sejos dos usuários<<strong>br</strong> />

1956 - Estudo do frete aéreo e conceito do custo total em logística<<strong>br</strong> />

1960 - Empresas automobilísticas america<strong>na</strong>s <strong>com</strong>eçavam a per<strong>de</strong>r mercado<<strong>br</strong> />

por<<strong>br</strong> />

falta <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> nos produtos<<strong>br</strong> />

- Decolagem da teoria e prática logística<<strong>br</strong> />

- Inovação nos mo<strong>de</strong>los europeus, <strong>com</strong> a colocação <strong>de</strong> acabamentos<<strong>br</strong> />

1966 - Introdução do Sistema <strong>de</strong> Informação Job Shop Scheduling<<strong>br</strong> />

1968 - Toyota trabalha <strong>com</strong> sistema flexível <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

1970 - EUA: perda da li<strong>de</strong>rança do mercado automobilístico mundial: crise do<<strong>br</strong> />

petróleo<<strong>br</strong> />

-Implantação dos conceitos <strong>de</strong> <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> produção: redução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tempo e set up <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

- Importação <strong>de</strong> matéria-prima <strong>de</strong> país para país<<strong>br</strong> />

- Aparecimento e implantação dos conceitos <strong>de</strong> MRP I e II


19<<strong>br</strong> />

1980 - Difusão para o mundo do sistema flexível <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

- Popularização dos conceitos, práticas e empresas japonesas<<strong>br</strong> />

- Início da utilização do EDI e código <strong>de</strong> barras<<strong>br</strong> />

1990 - Revolução da logística: Sistema <strong>de</strong> informação e globalização<<strong>br</strong> />

- Criado conceito <strong>de</strong> Supply Chain<<strong>br</strong> />

1995 - Quarta fase da logística: empresa virtual, empresa sem fumaça e<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong><<strong>br</strong> />

Figura 1 – Alguns Acontecimentos Importantes <strong>na</strong> História da Industrialização no Brasil<<strong>br</strong> />

e no Mundo<<strong>br</strong> />

2.2 Das Mudanças Organizacio<strong>na</strong>is ao Atendimento das Necessida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

dos Clientes<<strong>br</strong> />

2.2.1 A Revalorização da Manufatura<<strong>br</strong> />

Des<strong>de</strong> o início do século XX até mais ou menos 1970, a indústria america<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

enfatizou a produção em massa. Inicialmente o foco era o produto. O processo<<strong>br</strong> />

produtivo era em função das características básicas <strong>de</strong> <strong>com</strong>posição do produto fi<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

(BERTUZZO, 2002, p.4). A manufatura america<strong>na</strong> <strong>de</strong>fendia os mercados <strong>de</strong> massa, os<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>signs <strong>de</strong> produtos padrão e a produção dos volumes elevados.<<strong>br</strong> />

Durante anos a produção foi consi<strong>de</strong>rada um mal necessário. Des<strong>de</strong> o pósguerra,<<strong>br</strong> />

era rotulada <strong>com</strong>o a principal causa dos problemas da empresa.<<strong>br</strong> />

Com a queda <strong>de</strong> barreiras alfan<strong>de</strong>gárias protecionistas, o aparecimento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

concorrentes capacitados, a inserção <strong>de</strong> processos tecnologicamente novos, houve<<strong>br</strong> />

uma revalorização da área <strong>de</strong> manufatura e o entendimento <strong>de</strong> seu papel estratégico<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> empresa.<<strong>br</strong> />

A partir da década <strong>de</strong> 70, a incontestável li<strong>de</strong>rança industrial america<strong>na</strong> passou a<<strong>br</strong> />

ser <strong>de</strong>safiada pelo Japão. “Advoga-se que este fato está estreitamente ligado ao<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>clínio da forma <strong>de</strong> organização do trabalho domi<strong>na</strong>nte <strong>na</strong>s empresas oci<strong>de</strong>ntais”<<strong>br</strong> />

(WOOD JR, 2000, p.97). O estilo <strong>de</strong> produção pregado por Taylor, que incentivava um<<strong>br</strong> />

aumento <strong>br</strong>utal da produtivida<strong>de</strong>, foi o que marcou a expansão industrial america<strong>na</strong>, e<<strong>br</strong> />

foi a chave <strong>de</strong> seu sucesso durante muito tempo. Ford veio con<strong>com</strong>itantemente <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

sua produção em linha, reduzindo ciclos <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>dicando máqui<strong>na</strong>s a uma


20<<strong>br</strong> />

única operação, mas engessando o movimento da produção: era uma produção<<strong>br</strong> />

inflexível, conforme salienta Wood Jr (2000, p.101).<<strong>br</strong> />

O mercado automobilístico, principalmente, foi domi<strong>na</strong>do muito tempo por países<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o EUA e Inglaterra, mas, a partir do fi<strong>na</strong>l da década <strong>de</strong> 70 e início dos anos 80,<<strong>br</strong> />

passou a ser domi<strong>na</strong>do pelo Japão. Isto <strong>de</strong>vido somente ao fato <strong>de</strong> que este país, em<<strong>br</strong> />

estratégia pós-guerra, valorizou sua área <strong>de</strong> manufatura.<<strong>br</strong> />

A produção em massa, iniciada por Henry Ford, no início do século XX, culminou<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> uma total integralização das ativida<strong>de</strong>s, por volta <strong>de</strong> 1927, quando ele i<strong>na</strong>ugurou<<strong>br</strong> />

seu maior <strong>com</strong>plexo industrial em Detroit, EUA. Ford fi<strong>na</strong>nciava todos os seus projetos<<strong>br</strong> />

e estava convencido <strong>de</strong> que teria <strong>de</strong> executar todas as tarefas, para promover a<<strong>br</strong> />

montagem e venda <strong>de</strong> seus produtos por todo o mundo. Mas, ele não tinha idéia,<<strong>br</strong> />

conhecimento e pessoal para promover a sinergia <strong>de</strong> todas as suas indústrias, nem<<strong>br</strong> />

sabia <strong>com</strong>o organizar um empreendimento tão global (WOMACK, JONES, ROSS,<<strong>br</strong> />

1992, p.27).<<strong>br</strong> />

Alfred Sloan, o presi<strong>de</strong>nte do conglomerado General Motors por 35 anos, que<<strong>br</strong> />

suce<strong>de</strong>u a William Durant, foi quem aprimorou os conceitos organizacio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

gerenciamento global, juntamente <strong>com</strong> os conceitos pregados por Henry Ford <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

fá<strong>br</strong>icas Ford, porém, <strong>na</strong> GM. Nessa altura dos acontecimento, a filosofia da produção<<strong>br</strong> />

em massa já estava difundida por todo o mundo. Todas as empresas já a praticavam.<<strong>br</strong> />

A Ford Motor Company vendia, <strong>com</strong> muito sucesso, em todo o mundo, um<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>lo só <strong>de</strong> veículo. Para a GM isso não adiantava. Sloan, então, tentou elaborar um<<strong>br</strong> />

“leque” maior (para a época) <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los. A indústria automobilística já vivia o<<strong>br</strong> />

problema <strong>de</strong> preços, e Sloan queria que seus produtos servissem para “todos os<<strong>br</strong> />

bolsos e propósitos” (WOMACK, JONES, ROSS, 1992, p.28).<<strong>br</strong> />

Ford não possuía esse problema <strong>de</strong> so<strong>br</strong>eposição <strong>de</strong> produção, mas possuía<<strong>br</strong> />

problemas organizacio<strong>na</strong>is. Sloan reorganizou a GM. Com estruturas <strong>de</strong> cargos e<<strong>br</strong> />

salários e atendimento ao mercado, marcou a indústria automobilística, assim <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

Ford havia feito anos antes. A essas duas gran<strong>de</strong>s empresas uniu-se a Chrysler,<<strong>br</strong> />

formando o trio <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s indústrias mundiais no setor, The Big Three, <strong>com</strong>o eram<<strong>br</strong> />

conhecidas: gran<strong>de</strong>s salários, alta tecnologia e um excelente gerenciamento das<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s. O apogeu da indústria automobilística nos EUA e no mundo se <strong>de</strong>u por<<strong>br</strong> />

volta <strong>de</strong> 1955, quando o país atingiu o patamar <strong>de</strong> 7 milhões <strong>de</strong> carros vendidos em<<strong>br</strong> />

um ano. Ford, GM e Chrysler foram responsáveis por 95% <strong>de</strong>sses veículos. Mas neste<<strong>br</strong> />

mesmo ano, o sistema, assim <strong>com</strong>o essas três gran<strong>de</strong>s empresas que conheceram o<<strong>br</strong> />

apogeu, <strong>com</strong>eçariam a enfrentar a <strong>de</strong>cadência.


21<<strong>br</strong> />

Eiji Toyoda e Taiichi Ohno, engenheiros japoneses, ao visitarem o Complexo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Rouge, em Detroit, por volta <strong>de</strong> 1950, verificaram que a produção em massa instituída<<strong>br</strong> />

por Ford, jamais funcio<strong>na</strong>ria no Japão. Após a 2ª Guerra, a Toyota resolveu ingressar<<strong>br</strong> />

fortemente no mercado automobilístico, <strong>com</strong> carros e caminhões, mas encontrou<<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong>s problemas <strong>com</strong>o um mercado doméstico limitado e mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a que não<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ria ser tratada <strong>com</strong>o no mercado americano, que estava sempre sujeito às<<strong>br</strong> />

flutuações. O emprego no Japão tinha que ser mais estável. Além disso, a economia<<strong>br</strong> />

do país <strong>de</strong>vastada pela guerra não tinha condições <strong>de</strong> <strong>com</strong>prar a tecnologia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção do mundo oci<strong>de</strong>ntal, que estava repleto <strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> veículos<<strong>br</strong> />

motorizados.<<strong>br</strong> />

O governo japonês colaborou <strong>de</strong> forma ávida ao projeto Toyota. Impediu a<<strong>br</strong> />

entrada <strong>de</strong> capital e tecnologia estrangeira no país, <strong>com</strong> a esperança <strong>de</strong> fortalecer as<<strong>br</strong> />

indústrias locais.<<strong>br</strong> />

Mais <strong>de</strong> 60 anos haviam se passado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando Ford produziu seu primeiro<<strong>br</strong> />

veículo do mo<strong>de</strong>lo T. No entanto, em todo o mundo todas as carrocerias dos veículos<<strong>br</strong> />

motorizados ainda eram produzidas <strong>de</strong>sta forma (WOMACK, JONES, ROSS, 1992,<<strong>br</strong> />

p.42).<<strong>br</strong> />

Ohno, que visitara Detroit repetidamente após a guerra, consi<strong>de</strong>rou todo este<<strong>br</strong> />

sistema cheio <strong>de</strong> muda, palavra japonesa que significa “<strong>de</strong>sperdício”, englobando<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sperdícios <strong>de</strong> esforços, materiais e tempo. Ohno julgava a maioria dos<<strong>br</strong> />

trabalhadores que montavam o carro, passíveis <strong>de</strong> agregar valor ao veículo, inclusive<<strong>br</strong> />

resolver problemas graves <strong>com</strong>o os <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Com isto reduziria-se o número <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

trabalhadores especialistas, que em <strong>na</strong>da contribuíam <strong>na</strong> valorização do produto.<<strong>br</strong> />

De volta a Toyota, Ohno instituiu equipes <strong>de</strong> trabalho para executar várias<<strong>br</strong> />

tarefas <strong>na</strong> montagem do veículo. Atribuiu a estas equipes a responsabilida<strong>de</strong> pela<<strong>br</strong> />

limpeza da área, pequenos reparos e manutenção, inspeção <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Estava<<strong>br</strong> />

instituído o Kaizen, palavra também <strong>de</strong> origem japonesa que significa “melhoria<<strong>br</strong> />

contínua”. Todos eram responsáveis por sugerir melhorias e melhorar repetidamente.<<strong>br</strong> />

Com essas melhorias e a produção em peque<strong>na</strong>s equipes <strong>de</strong> trabalho, a manufatura<<strong>br</strong> />

tornou-se flexível às mudanças <strong>de</strong> mercado: poucas pessoas, manuseando pouca<<strong>br</strong> />

matéria-prima e produtos, num processo rápido, qualitativamente correto e curto.<<strong>br</strong> />

Estava aí implantada a tão famosa produção enxuta.<<strong>br</strong> />

A indústria japonesa ganhou mercado em segmentos já domi<strong>na</strong>dos por outros<<strong>br</strong> />

países, domínio este conseguido pelos baixos preços <strong>de</strong> seus produtos <strong>de</strong>vido a sua<<strong>br</strong> />

excelência <strong>de</strong> manufatura. O Oci<strong>de</strong>nte acreditava que os <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> Fi<strong>na</strong>nças<<strong>br</strong> />

e Marketing eram mais importantes, pois até aquela época não conheciam planos


22<<strong>br</strong> />

estratégicos <strong>de</strong> longo prazo. O fato é que, <strong>de</strong>vido à aceleração das mudanças no<<strong>br</strong> />

ambiente, o <strong>com</strong>portamento rígido da administração científica <strong>de</strong>ixava a organização<<strong>br</strong> />

em uma condição frágil perante a realida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Empresas japonesas <strong>com</strong>eçavam então a oferecer produtos <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

qualida<strong>de</strong> superior, confiabilida<strong>de</strong> e durabilida<strong>de</strong> a um custo menor do que os<<strong>br</strong> />

fa<strong>br</strong>icantes americanos podiam oferecer.<<strong>br</strong> />

Corrêa e Gianesi (1995, p.17) dizem que “já não bastava que as empresas<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is conseguissem superiorida<strong>de</strong> <strong>com</strong>petitiva em relação a seus concorrentes<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Era necessário superar em escala mundial”. Os concorrentes da empresa<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l exportadora ou não, eram tanto empresas lí<strong>de</strong>res tradicio<strong>na</strong>is (<strong>com</strong>o as<<strong>br</strong> />

america<strong>na</strong>s e européias, que a partir dos anos 90 <strong>com</strong>eçaram a lutar para recuperar<<strong>br</strong> />

seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong>), <strong>com</strong>o empresas japonesas, e as empresas das <strong>na</strong>ções<<strong>br</strong> />

em <strong>de</strong>senvolvimento (México, Tailândia, Malásia e Hong Kong), que representavam<<strong>br</strong> />

novos fatores <strong>de</strong> crescente importância no processo <strong>com</strong>petitivo mundial.<<strong>br</strong> />

Quando as empresas america<strong>na</strong>s <strong>com</strong>eçaram a per<strong>de</strong>r fatias <strong>de</strong> mercado para<<strong>br</strong> />

empresas japonesas e muitas outras indústrias, elas <strong>com</strong>eçaram a enviar seus<<strong>br</strong> />

gerentes e executivos para visitarem empresas japonesas e a observar as práticas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

manufatura. Controle estatístico do processo, just in time (ou atendimento <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

quantida<strong>de</strong> certa, no momento certo), kanban (chamada <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> <strong>de</strong> peças por<<strong>br</strong> />

cartão), CCQ (Círculos <strong>de</strong> Controle da Qualida<strong>de</strong>), empregados flexíveis, produção<<strong>br</strong> />

flexível, produção <strong>de</strong> alta tecnologia, redução <strong>de</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong>, eram algumas das<<strong>br</strong> />

práticas japonesas, adotadas pelos Estados Unidos durante a década <strong>de</strong> 1980, <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

tentativa <strong>de</strong> “colocar-se em dia” <strong>com</strong> os novos padrões manufatureiros, que<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçavam a esboçar o perfil das empresas que seriam então chamadas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

“empresas <strong>de</strong> classe mundial”, <strong>na</strong> virada do ano 2000 (GAITHER; FRAIZER, 2001,<<strong>br</strong> />

p.24).<<strong>br</strong> />

As empresas que li<strong>de</strong>raram tradicio<strong>na</strong>lmente um segmento <strong>de</strong> mercado<<strong>br</strong> />

per<strong>de</strong>ram lugar às empresas japonesas, principalmente <strong>de</strong>vido à:<<strong>br</strong> />

• falta <strong>de</strong> medidas estratégicas sustentadas, embasadas em relatórios<<strong>br</strong> />

superficiais e avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho num curto prazo;<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong>sinteresse por questões tecnológicas, resultado da própria formação<<strong>br</strong> />

profissio<strong>na</strong>l dos executivos tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões;<<strong>br</strong> />

• especialização, falta <strong>de</strong> integração, falta <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação e<<strong>br</strong> />

segmentação organizacio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>vido ao estabelecimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los tradicio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

administração, co m base em Taylor e Ford;<<strong>br</strong> />

• diversificação das ativida<strong>de</strong>s empresariais e perda <strong>de</strong> foco;


23<<strong>br</strong> />

• inércia e falta <strong>de</strong> atualização estrutural (máqui<strong>na</strong>s, equipamentos e<<strong>br</strong> />

pessoas, e infra-estrutural (sistemas gerenciais).<<strong>br</strong> />

No Brasil, os acontecimentos suce<strong>de</strong>ram-se da mesma forma, mas<<strong>br</strong> />

cronologicamente 20 anos à frente.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 2 <strong>de</strong>monstra, <strong>de</strong> outra maneira, os motivos que levaram 5 empresas<<strong>br</strong> />

tradicio<strong>na</strong>is a per<strong>de</strong>rem lugar no mercado.<<strong>br</strong> />

Miopia das medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<<strong>br</strong> />

Negligência <strong>com</strong> consi<strong>de</strong>rações tecnológicas<<strong>br</strong> />

Falta <strong>de</strong> integração entre funções inter<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

Falta <strong>de</strong> foco<<strong>br</strong> />

Resistência à mudança<<strong>br</strong> />

Favorecem<<strong>br</strong> />

OBSOLESCÊNCIA<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Práticas gerenciais e<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> tecnologias<<strong>br</strong> />

O que<<strong>br</strong> />

causa<<strong>br</strong> />

Degradação do po<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

COMPETITIVIDADE<<strong>br</strong> />

Fonte – Corrêa e Gianesi, 1995<<strong>br</strong> />

Figura 2 – Perda <strong>de</strong> Posição no Mercado por Empresas Tradicio<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

As indústrias japonesas tinham ainda uma particularida<strong>de</strong> que as fazia eficazes<<strong>br</strong> />

perante as empresas tradicio<strong>na</strong>is: mantinham em altos postos <strong>de</strong> chefia, executivos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> alto conhecimento técnico. O único país europeu que se igualou aos japoneses


24<<strong>br</strong> />

neste tipo <strong>de</strong> conduta foi a Alemanha Oci<strong>de</strong>ntal, que durante muitos anos, até os dias<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> hoje, mantém suas empresas robustas e lí<strong>de</strong>res em algum mercado.<<strong>br</strong> />

A conscientização do papel importante da manufatura ocorreu no fi<strong>na</strong>l dos anos<<strong>br</strong> />

60, num crescente até a meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 90, juntamente <strong>com</strong> os conceitos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Qualida<strong>de</strong> e Qualida<strong>de</strong> Total.<<strong>br</strong> />

Quase <strong>com</strong>o uma correção dos pontos falhos do passado, praticados<<strong>br</strong> />

principalmente por empresas america<strong>na</strong>s, foram elaborados seis pontos que<<strong>br</strong> />

garantiram a importância da área <strong>de</strong> manufatura para as empresas:<<strong>br</strong> />

• Manufatura <strong>com</strong>o vantagem <strong>com</strong>petitiva sustentada pelo atingimento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

excelência em suas práticas.<<strong>br</strong> />

• Eficiência em tudo, não somente em custos.<<strong>br</strong> />

• Manufatura <strong>com</strong>o arma, para fortalecimento e <strong>de</strong>finição do foco da<<strong>br</strong> />

empresa.<<strong>br</strong> />

• Integração <strong>de</strong> manufatura <strong>com</strong> outros setores, promovendo que<strong>br</strong>a <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

barreiras organizacio<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

• Manufatura reativa, auxiliando a empresa <strong>na</strong> solução <strong>de</strong> problemas e no<<strong>br</strong> />

atingir dos objetivos <strong>de</strong> atendimento ao cliente.<<strong>br</strong> />

• Envolvimento da manufatura nos objetivos estratégicos da empresa<<strong>br</strong> />

(CORRÊA; GIANESI, 1995, p.24).<<strong>br</strong> />

Na continuida<strong>de</strong> da revalorização da área <strong>de</strong> produção, apareceram novas<<strong>br</strong> />

técnicas <strong>de</strong> manufatura, conforme <strong>de</strong>monstra a Tabela 1, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> reduzir a<<strong>br</strong> />

zero os tempos <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong> e produzir produtos diferenciados da mesma maneira que<<strong>br</strong> />

se produz em massa.<<strong>br</strong> />

Novas tecnologias mudaram o modo <strong>de</strong> gerir, colaborando <strong>com</strong> o tempo projetoa-produção,<<strong>br</strong> />

pedido-a-<strong>entrega</strong>. Sistemas flexíveis <strong>de</strong> manufatura, entre outros<<strong>br</strong> />

sistemas, passaram a ser temas correntes e conceitos que vieram a <strong>de</strong>safiar outros<<strong>br</strong> />

conceitos intocáveis há algum tempo (CORRÊA; GIANESI, 1995, p.25).<<strong>br</strong> />

A escolha <strong>de</strong> tecnologia a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> processo passou a ser, mais do que<<strong>br</strong> />

nunca, uma <strong>de</strong>cisão estratégica crítica.


25<<strong>br</strong> />

Tabela 1<<strong>br</strong> />

Termo<<strong>br</strong> />

Projeto Auxiliado por<<strong>br</strong> />

Computador (CAD)<<strong>br</strong> />

Manufatura Auxiliada por<<strong>br</strong> />

Computador (CAM)<<strong>br</strong> />

Sistemas Flexíveis <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Manufatura (FMS)<<strong>br</strong> />

Sistemas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Armaze<strong>na</strong>mento e<<strong>br</strong> />

Recuperação<<strong>br</strong> />

Automatizados (ASRS)<<strong>br</strong> />

Sistemas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

I<strong>de</strong>ntificação Automático<<strong>br</strong> />

(AIS)<<strong>br</strong> />

Definição e Descrição<<strong>br</strong> />

Software e hardware especializados para permitir que engenheiros<<strong>br</strong> />

projetem produtos diretamente em termi<strong>na</strong>is <strong>de</strong> <strong>com</strong>putador. Po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

estar vinculados a sistemas <strong>de</strong> <strong>com</strong>putador maiores, a fim <strong>de</strong> que os<<strong>br</strong> />

projetos possam ser <strong>com</strong>unicados a outros. Empresas <strong>com</strong>o a General<<strong>br</strong> />

Eletric, Texas Instruments, Exxon, Eastman Kodak, Xerox, General<<strong>br</strong> />

Motors, Boeing, DuPont e Caterpillar têm esses sistemas.<<strong>br</strong> />

Sistemas <strong>de</strong> <strong>com</strong>putador especializados, que convertem as<<strong>br</strong> />

informações CAD em instruções para a maqui<strong>na</strong>ria <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

automatizada. A CAM não está tão bem <strong>de</strong>senvolvida <strong>com</strong>o o CAD. O<<strong>br</strong> />

hardware, <strong>com</strong>o, por exemplo os microprocessadores, que são o<<strong>br</strong> />

cére<strong>br</strong>o da maqui<strong>na</strong>ria automatizada, está disponível, mas o software<<strong>br</strong> />

necessário para converter os projetos em instruções <strong>de</strong> manufatura<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pletas não está tão amplamente disponível.<<strong>br</strong> />

Grupos <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong>s automatizadas que são controladas por<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>putadores. Esses grupos produzem uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

mesma maqui<strong>na</strong>ria. Os <strong>com</strong>putadores dão as instruções, os robôs<<strong>br</strong> />

manipulam as peças e materiais, e as configurações <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong> são<<strong>br</strong> />

modificadas automaticamente para produzir diferentes produtos. A<<strong>br</strong> />

instalação <strong>de</strong> medidores <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> General Eletric <strong>de</strong> New<<strong>br</strong> />

Hampshire produz 2 mil diferentes medidores no mesmo equipamento<<strong>br</strong> />

flexível,e é um exemplo <strong>de</strong>ssa abordagem.<<strong>br</strong> />

Armazéns controlados por <strong>com</strong>putador, que incluem substituição e<<strong>br</strong> />

remoção automática <strong>de</strong> peças, quando necessário <strong>na</strong> produção ou<<strong>br</strong> />

embarque e transporte automático <strong>de</strong> peças para <strong>de</strong>ntro e para fora do<<strong>br</strong> />

armazém.<<strong>br</strong> />

Códigos <strong>de</strong> barras, freqüências <strong>de</strong> rádio ou caracteres óticos, que são<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senhados para representar dados, são lidos por scanners que<<strong>br</strong> />

transmitem dados para os <strong>com</strong>putadores. Um exemplo <strong>de</strong>sses<<strong>br</strong> />

sistemas po<strong>de</strong> ser visto em muitas caixas <strong>de</strong> supermercados. Os<<strong>br</strong> />

códigos <strong>de</strong> barras constantes nos itens são passados pelo scanner, e<<strong>br</strong> />

o preço, a <strong>de</strong>scrição do item, o número <strong>de</strong> estoque e outros dados são<<strong>br</strong> />

lidos e armaze<strong>na</strong>dos num <strong>com</strong>putador, para <strong>de</strong>pois serem<<strong>br</strong> />

processados.<<strong>br</strong> />

Fonte – Gaither e Fraizer, 2001<<strong>br</strong> />

Cada escolha <strong>de</strong> processo trazia consigo implicações estratégicas para a<<strong>br</strong> />

organização, no que tangia à resposta e às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mercado: agilida<strong>de</strong>,


26<<strong>br</strong> />

volume, varieda<strong>de</strong>, características <strong>de</strong> produção, investimentos, custos, controle e<<strong>br</strong> />

estilo gerencial mais apropriado (CORRÊA; GIANESI, 1995, p.26).<<strong>br</strong> />

O principal objetivo da manufatura foi então <strong>de</strong>finido: colaborar <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

planejamento, <strong>de</strong>senvolvimento e atingimento <strong>de</strong> uma vantagem <strong>com</strong>petitiva<<strong>br</strong> />

sustentada.<<strong>br</strong> />

2.2.2 O Desafio <strong>de</strong> Produzir <strong>com</strong> Qualida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Qual o peso da qualida<strong>de</strong> <strong>na</strong>s mudanças organizacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>sses últimos anos?<<strong>br</strong> />

A qualida<strong>de</strong> e seu gerenciamento estão seriamente envolvidos no quadro das<<strong>br</strong> />

mudanças organizacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>s<strong>de</strong> antes até hoje. A qualida<strong>de</strong> não engloba somente a<<strong>br</strong> />

inspeção física do produto fi<strong>na</strong>l, mas permeia uma série <strong>de</strong> elementos <strong>com</strong>o:<<strong>br</strong> />

educação e trabalho dos empregados, recursos, fornecedores e um mercado<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>petidor forte, segundo Wood Jr (2000, p.151). Apesar das limitadas características<<strong>br</strong> />

tecnicistas, a prática da qualida<strong>de</strong>, <strong>com</strong> o advento do aparecimento da indústria<<strong>br</strong> />

japonesa no mercado, <strong>com</strong>eçou a assimilar alguns elementos <strong>com</strong>portamentais e<<strong>br</strong> />

conceitos gerenciais. Isto veio ao encontro da transformação da indústria, num<<strong>br</strong> />

ambiente mais humanista, pois quem fazia qualida<strong>de</strong> eram os empregados, e a<<strong>br</strong> />

empresa precisava <strong>de</strong> empregados motivados, trei<strong>na</strong>dos, <strong>com</strong> conhecimento técnico<<strong>br</strong> />

da função, integrados <strong>com</strong> seus colegas e <strong>com</strong> os macro-objetivos da empresa.<<strong>br</strong> />

Somente empregados participantes <strong>de</strong> um processo produtivo flexível eram os<<strong>br</strong> />

empregados que po<strong>de</strong>riam trabalhar nessas condições. Envolvimento e <strong>de</strong>legação não<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>bi<strong>na</strong>vam <strong>com</strong> a rigi<strong>de</strong>z da produção Fordista.<<strong>br</strong> />

A indústria <strong>com</strong>eçou a investir em qualida<strong>de</strong> nos anos 20, justamente para<<strong>br</strong> />

impedir que produtos <strong>de</strong>feituosos chegassem às mãos dos consumidores. Com o<<strong>br</strong> />

advento da produção em massa, para aten<strong>de</strong>r aos mercados que se encontravam em<<strong>br</strong> />

crescimento, foram sendo introduzidas técnicas <strong>de</strong> controle estatístico <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

mas ainda sem uma visão diferenciada do produto-cliente. Fatores <strong>com</strong>o padronização<<strong>br</strong> />

do produto, distribuição e satisfação do consumidor pelo produto foram totalmente<<strong>br</strong> />

ignorados por muitas décadas (BERTUZZO 2002, p.5). Após a Segunda Guerra<<strong>br</strong> />

Mundial, <strong>com</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento da indústria aeronáutica, <strong>com</strong>eçou a ser adotado o<<strong>br</strong> />

controle <strong>de</strong> processos, englobando, então, toda a produção e, conseqüentemente,<<strong>br</strong> />

melhorando as ferramentas estatísticas já disponíveis. Qualida<strong>de</strong>, <strong>na</strong>quela época<<strong>br</strong> />

significava segurança sem <strong>de</strong>feitos.<<strong>br</strong> />

A partir da década <strong>de</strong> 60, o ambiente <strong>de</strong> negócios <strong>com</strong>eça a mudar. Algumas das<<strong>br</strong> />

empresas america<strong>na</strong>s se tor<strong>na</strong>ram altamente vulneráveis à <strong>com</strong>petição global <strong>de</strong>vido


27<<strong>br</strong> />

à qualida<strong>de</strong> inferior perante às empresas mundiais. O mercado nos países<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvidos <strong>com</strong>eça a mudar, e estava ficando saturado <strong>de</strong> consumidores que<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>mandavam produtos diferenciados. Os japoneses assumiram o mercado <strong>de</strong>vido à<<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong> diferenciação <strong>de</strong> seus produtos. A qualida<strong>de</strong> do produto estava aliada à<<strong>br</strong> />

satisfação do cliente. Enquanto isso, os americanos ainda <strong>de</strong>tinham o foco no produto<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o qualida<strong>de</strong>, sendo a inspeção realizada, <strong>na</strong> fase fi<strong>na</strong>l do ciclo produtivo.<<strong>br</strong> />

O conceito <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> significou várias coisas diferentes <strong>na</strong>s últimas décadas.<<strong>br</strong> />

Passou a se chamar “Qualida<strong>de</strong> Total”, pois ele resumiu, em sua essência, condições<<strong>br</strong> />

para que a empresa so<strong>br</strong>evivesse e se <strong>de</strong>senvolvesse, num ambiente <strong>com</strong>petitivo e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

rápidas mudanças.<<strong>br</strong> />

2.2.3 A Função da Logística <strong>na</strong> Empresa<<strong>br</strong> />

O conceito <strong>de</strong> manufatura, ao longo dos anos, tem evoluído <strong>de</strong> manufatura em<<strong>br</strong> />

massa, para manufatura perso<strong>na</strong>lizada ou customizada, ou seja, manufatura <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

acordo <strong>com</strong> as necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos dos clientes. O mercado está cada vez mais<<strong>br</strong> />

fragmentado, mas a concorrência está se globalizando. A tecnologia da informação<<strong>br</strong> />

acelera o ritmo das <strong>de</strong>cisões, enquanto mudanças tecnológicas encurtam o ciclo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

vida do produto. Clientes, por sua vez, exigem níveis cada vez mais elevados <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

atendimento e qualida<strong>de</strong>. Tudo isso somado <strong>com</strong> rearranjos organizacio<strong>na</strong>is, re<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

parcerias <strong>com</strong> fornecedores e ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> <strong>com</strong>ercialização <strong>com</strong> clientes (DAY, 1990,<<strong>br</strong> />

p.187).<<strong>br</strong> />

Segundo Gopal & Cahill (1992, p.90), as mudanças ambientais trouxeram às<<strong>br</strong> />

empresas um processo <strong>de</strong> melhoria continua, on<strong>de</strong>: velocida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

resposta são os maiores diferenciais; foco <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos orientado ao<<strong>br</strong> />

consumidor, para obter excelência nos serviços; <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

mudança são vitais, dado o ambiente <strong>com</strong>petitivo e a dinâmica <strong>de</strong> mercado.<<strong>br</strong> />

Portanto, <strong>com</strong> o cenário exposto, conclui-se que, para uma empresa ser bem<<strong>br</strong> />

sucedida, <strong>na</strong> atualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ser guiada pelo mercado. Ela <strong>de</strong>ve ter estruturas ágeis,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> cada vez menos barreiras funcio<strong>na</strong>is, principalmente quanto ao fluxo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

informações, tanto <strong>de</strong>ntro da própria empresa quanto entre empresas que formam<<strong>br</strong> />

uma corrente, uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecimento e atendimento.<<strong>br</strong> />

A palavra chave fica sendo integração.


28<<strong>br</strong> />

O termo Logística é um termo <strong>de</strong> origem militar francesa, que significa a arte do<<strong>br</strong> />

transporte e o alojamento <strong>de</strong> tropas, bem <strong>com</strong>o o fornecimento e a estocagem <strong>de</strong> bens<<strong>br</strong> />

para as tropas militares, da forma mais eficiente possível (MAGEE et. al., 1985, p54).<<strong>br</strong> />

Mencio<strong>na</strong>do por Gopal &Cahill (1992, p.23), enquanto o Marketing cria a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda, a Logística a satisfaz.<<strong>br</strong> />

Ainda, para Magee, Copacino e Rosenfield (1985, p.12), o gerenciamento da<<strong>br</strong> />

logística busca maximizar o valor econômico dos produtos ou materiais, por estarem à<<strong>br</strong> />

disposição aon<strong>de</strong> eles são necessários, <strong>na</strong> hora em que são necessários, e a um<<strong>br</strong> />

custo razoável. As ativida<strong>de</strong>s produtivas não são as únicas que adicio<strong>na</strong>m valor ao<<strong>br</strong> />

produto. Há também o valor <strong>de</strong> lugar.<<strong>br</strong> />

Os elementos que <strong>com</strong>põem o sistema logístico, segundo Magee, Copacino e<<strong>br</strong> />

Rosenfield (1985, p.34), são os seguintes:<<strong>br</strong> />

. Estoques <strong>de</strong> Produtos: são consi<strong>de</strong>rados <strong>com</strong>o um buffer, ou pulmão, uma<<strong>br</strong> />

espécie <strong>de</strong> amortecedor contra variações <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, entre as várias operações dos<<strong>br</strong> />

sistemas, da forma mais econômica e efetiva.<<strong>br</strong> />

. Controle e aquisição <strong>de</strong> matéria-prima e peça-<strong>com</strong>ponente: não basta<<strong>br</strong> />

simplesmente terem-se os estoques. Os estoques <strong>de</strong> matéria-prima e peças<strong>com</strong>ponentes<<strong>br</strong> />

são essenciais para darem suporte à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manufatura.<<strong>br</strong> />

. Meios <strong>de</strong> Transporte e Entrega Local: incluem movimentos do fornecedor para<<strong>br</strong> />

a fá<strong>br</strong>ica, <strong>de</strong>sta para os armazéns e <strong>de</strong>sses para o consumidor fi<strong>na</strong>l. Deve ser feito<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> baixo custo, velocida<strong>de</strong> e confiabilida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

. Manufatura e Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conversão: os <strong>com</strong>ponentes do sistema logístico<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vem ter a capacida<strong>de</strong>, para não somente produzir para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

médias, mas para aten<strong>de</strong>r às flutuações da <strong>de</strong>manda. A fá<strong>br</strong>ica passa a ser parte<<strong>br</strong> />

importante do sistema logístico, pois todas as partes do sistema <strong>de</strong>vem ter localização<<strong>br</strong> />

e tamanho a<strong>de</strong>quado.<<strong>br</strong> />

. Armazém: <strong>na</strong> fá<strong>br</strong>ica, num <strong>de</strong>pósito regio<strong>na</strong>l, num <strong>de</strong>pósito local, num<<strong>br</strong> />

distribuidor, até num armazém próximo ao cliente, num centro varejista.<<strong>br</strong> />

. Comunicação e Controle: qualquer sistema logístico é gerenciado por um<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plexo subsistema <strong>de</strong> controle e <strong>com</strong>unicação. Este subsistema processa or<strong>de</strong>ns<<strong>br</strong> />

do <strong>com</strong>prador ou usuário, para o fornecedor, bem <strong>com</strong>o instruções <strong>de</strong> movimentação<<strong>br</strong> />

ou embarque <strong>de</strong> materiais, e mantém o registro do status <strong>de</strong> todos os materiais<<strong>br</strong> />

envolvidos.<<strong>br</strong> />

. Pessoas: o sistema inclui e afeta pessoas que ven<strong>de</strong>m, tomam <strong>de</strong>cisões<<strong>br</strong> />

políticas e operacio<strong>na</strong>is, e que movem os materiais <strong>de</strong> lugar a lugar. O projetista e o<<strong>br</strong> />

gerente <strong>de</strong>vem reconhecer as necessida<strong>de</strong>s das pessoas, as funções que elas po<strong>de</strong>m


29<<strong>br</strong> />

realizar melhor do que qualquer equipamento; assim, <strong>com</strong>o as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

trei<strong>na</strong>mento, que po<strong>de</strong>m melhorar sua performance, ou seja, seu <strong>de</strong>senvolvimento e<<strong>br</strong> />

os seus resultados.<<strong>br</strong> />

. Tempo: é um elemento crítico em logística. Ele é necessário para <strong>com</strong>pletar as<<strong>br</strong> />

operações <strong>de</strong> manufatura e transporte, e, também, para processar registros, transmitir<<strong>br</strong> />

informações e tomar <strong>de</strong>cisões.<<strong>br</strong> />

O conceito <strong>de</strong> logística, <strong>com</strong>o escreve Christopher (1998, p.2), é o processo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armaze<strong>na</strong>gem <strong>de</strong> materiais,<<strong>br</strong> />

peças, produtos acabados e informações, pela organização, <strong>de</strong> maneira a maximizar a<<strong>br</strong> />

lucrativida<strong>de</strong> presente e futura , por meio do atendimento dos pedidos dos clientes.<<strong>br</strong> />

Diversos autores atribuem diferentes origens à palavra logística. Alguns afirmam<<strong>br</strong> />

que ela vem do verbo francês loger (a<strong>com</strong>odar, alojar). Outros dizem que ela <strong>de</strong>riva da<<strong>br</strong> />

palavra grega logos (razão).<<strong>br</strong> />

Conforme Wood Jr (2000, p.196), uma das <strong>de</strong>finições mais divulgadas é a do<<strong>br</strong> />

Conselho <strong>de</strong> Gestão Logística ou Council of Logistics Ma<strong>na</strong>gement, entida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l oficialmente reconhecida <strong>com</strong>o representante e centralizadora das<<strong>br</strong> />

informações e normas técnicas <strong>na</strong> área, sediada <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Londres, Inglaterra:<<strong>br</strong> />

“... processo <strong>de</strong> planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e a<<strong>br</strong> />

armaze<strong>na</strong>gem <strong>de</strong> matérias-primas, estoques, durante a produção e produtos acabados, e as<<strong>br</strong> />

informações relativas a estas ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> origem até o ponto <strong>de</strong> consumo, <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

propósito <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r aos requisitos do cliente”.<<strong>br</strong> />

A evolução dos conceitos <strong>de</strong> logística, ao longo do tempo, estivera ligada ao<<strong>br</strong> />

escopo da logística <strong>na</strong>quele momento. A logística centrou seus esforços, <strong>na</strong>s quatro<<strong>br</strong> />

fases que a constituíram, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua di<strong>na</strong>mização.<<strong>br</strong> />

Conforme Wood Jr., que <strong>de</strong>finiu: estas quatro fases, elas seriam:<<strong>br</strong> />

• Fase zero: a chamada administração <strong>de</strong> materiais cuidava somente da gestão<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>com</strong>pras e <strong>de</strong> estoques e da movimentação <strong>de</strong> materiais.<<strong>br</strong> />

• Primeira fase: a administração <strong>de</strong> materiais se alia à distribuição física,<<strong>br</strong> />

buscando uma otimização do sistema <strong>de</strong> transporte.<<strong>br</strong> />

• Segunda fase: a logística já aparece <strong>com</strong>o logística integrada: há uma visão<<strong>br</strong> />

sistêmica da empresa, <strong>de</strong>vido ao aparecimento dos sistemas <strong>de</strong> informações.<<strong>br</strong> />

• Terceira fase: a gestão da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos ou Supply Chain<<strong>br</strong> />

Ma<strong>na</strong>gement inclui fornecedores e ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> distribuição, <strong>na</strong> visão sistêmica da<<strong>br</strong> />

empresa, ainda contando <strong>com</strong> melhoradas tecnologias <strong>de</strong> informação.


30<<strong>br</strong> />

• Quarta fase e mais atual: juntamente <strong>com</strong> o Supply Chain Ma<strong>na</strong>gement,<<strong>br</strong> />

aparece o ECR, ou Efficient Consumer Response, ou um sistema <strong>com</strong> base em<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>putador que programa a reposição automática dos estoques dos clientes.<<strong>br</strong> />

Também, nesta fase, as empresas utilizam amplamente a prática das alianças<<strong>br</strong> />

estratégicas (WOOD Jr., 2000, p.87).<<strong>br</strong> />

Toda empresa que produz bens ou serviços tem um único objetivo: lucro. E o<<strong>br</strong> />

lucro provém dos consumidores que constituem seu mercado. Apesar do<<strong>br</strong> />

aparecimento tardio das práticas <strong>de</strong> serviços e do atendimento às expectativas do<<strong>br</strong> />

cliente, sempre o que somente importou para as empresas foi levar suas mercadorias<<strong>br</strong> />

ao seu mercado consumidor. Tanto empresas <strong>com</strong>o o <strong>com</strong>ércio varejista, sempre se<<strong>br</strong> />

preocuparam <strong>com</strong> esta dinâmica, fazendo surgir modos <strong>de</strong> distribuição diferenciados e<<strong>br</strong> />

cada vez mais adaptados a fa<strong>br</strong>icantes e mercados. A preocupação não estava mais<<strong>br</strong> />

em produzir, mas em aproximar os produtos dos seus consumidores.<<strong>br</strong> />

A logística sempre esteve ligada às guerras. Ao longo da história do homem,<<strong>br</strong> />

guerras têm sido ganhas e perdidas <strong>de</strong>vido ao po<strong>de</strong>r da capacida<strong>de</strong> logística dos<<strong>br</strong> />

exércitos e <strong>de</strong> seus <strong>com</strong>andantes. A falta <strong>de</strong> planejamento <strong>na</strong> administração <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

suprimentos vitais <strong>com</strong>o <strong>com</strong>ida, remédios, roupas, assim <strong>com</strong>o a movimentação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

todo o pessoal, tem afetado o curso das operações e tem <strong>de</strong>finido o <strong>de</strong>stino das<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>ções. Na segunda Guerra Mundial, presenciou-se, assim <strong>com</strong>o <strong>na</strong> guerra do Golfo,<<strong>br</strong> />

a falta <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong>ssas operações, o que o<strong>br</strong>igou alguns países a movimentar<<strong>br</strong> />

milhões <strong>de</strong> equipamentos, recursos, materiais, pessoas, em pouquíssimo tempo, para<<strong>br</strong> />

não pôr a per<strong>de</strong>r todos os planos <strong>de</strong> luta.<<strong>br</strong> />

A ativida<strong>de</strong> logística militar, <strong>na</strong> Segunda Guerra Mundial, foi o início <strong>de</strong> muitos<<strong>br</strong> />

conceitos logísticos utilizados atualmente. Segundo Ballou (1993, p.29), por volta <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

1945, algumas empresas já haviam colocado transporte e armaze<strong>na</strong>gem <strong>de</strong> produtos<<strong>br</strong> />

acabados sob um único gerente, o que significava um si<strong>na</strong>l para a visão integralizada<<strong>br</strong> />

das operações. As indústrias alimentícias foram pioneiras.<<strong>br</strong> />

O conceito <strong>de</strong> logística, então, está ligado diretamente às operações militares. Ao<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>cidir avançar as tropas, seguindo uma estratégia, os generais precisavam ter a<<strong>br</strong> />

certeza <strong>de</strong> que os recursos estariam disponíveis <strong>na</strong> hora e <strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> certa. Após<<strong>br</strong> />

a Guerra, a indústria precisava preencher lacu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas existentes no<<strong>br</strong> />

mercado consumidor, aproveitando a capacida<strong>de</strong> ociosa dos processos da produção<<strong>br</strong> />

em série. O marketing dos produtos foi concentrado <strong>na</strong> família padrão da época - pai<<strong>br</strong> />

trabalhando fora, mãe do<strong>na</strong> <strong>de</strong> casa e filhos em ida<strong>de</strong> escolar (NOVAES, 2001, p.41).<<strong>br</strong> />

Ainda, segundo Novaes, <strong>com</strong>o não havia gran<strong>de</strong> evolução nos sistemas <strong>de</strong>


31<<strong>br</strong> />

informação, as vendas autorizavam automaticamente a substituição do produto<<strong>br</strong> />

vendido por um outro fa<strong>br</strong>icado. Estoque era o elemento-chave no balanceamento da<<strong>br</strong> />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimento (NOVAES, 2001, p.42).<<strong>br</strong> />

Até 1950 não existia uma filosofia domi<strong>na</strong>nte que integrasse as ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

logísticas. O transporte, por exemplo, era encontrado sob responsabilida<strong>de</strong> da<<strong>br</strong> />

produção, o estoque <strong>de</strong> marketing, pedido por vendas. A empresa era um misto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

conflitos <strong>de</strong> objetivos e responsabilida<strong>de</strong>s (BALLOU, 1993, p.28). Os <strong>de</strong>s<strong>com</strong>passos<<strong>br</strong> />

entre produção e <strong>de</strong>manda, o que forçava a manutenção <strong>de</strong> estoques intermediários,<<strong>br</strong> />

faziam <strong>com</strong> que a empresa atuasse <strong>de</strong> forma reativa e não proativa (NOVAES, 2001,<<strong>br</strong> />

p.32).<<strong>br</strong> />

O rearranjo e o agrupamento <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s foi o início dos aperfeiçoamentos<<strong>br</strong> />

gerenciais das ativida<strong>de</strong>s logísticas. Para as indústrias america<strong>na</strong>s, que ainda<<strong>br</strong> />

estavam em ascensão, nesta época, o clima era ven<strong>de</strong>r e produzir; os lucros eram<<strong>br</strong> />

altos e a ineficiência <strong>na</strong> distribuição <strong>de</strong> produtos podia ser tolerada.<<strong>br</strong> />

A fase, após 1950, até a década <strong>de</strong> 60, representa a <strong>de</strong>colagem para a teoria e<<strong>br</strong> />

prática da logística. Em 1956, um estudo so<strong>br</strong>e o papel do transporte aéreo <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

distribuição física <strong>de</strong>senvolveu o chamado “custo total”, que seria a somatória <strong>de</strong> todos<<strong>br</strong> />

os custos envolvidos no suprimento do cliente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os custos <strong>de</strong> matéria-prima,<<strong>br</strong> />

transporte até o custo <strong>de</strong> inventário. O alto custo do transporte aéreo não o<<strong>br</strong> />

inviabilizava, pois agiria diretamente no custo do inventário imobilizado: estoque.<<strong>br</strong> />

Conforme explica Ballou (1993, p.30), a <strong>de</strong>finição do custo total é um princípio<<strong>br</strong> />

importante para a logística empresarial.<<strong>br</strong> />

Esse fato marcou o início <strong>de</strong> uma segunda fase da logística, quando, então,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçou uma diferenciação dos produtos, uma <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> maior das empresas.<<strong>br</strong> />

Quatro condições-chave encorajaram o <strong>de</strong>senvolvimento da prática logística<<strong>br</strong> />

empresarial:<<strong>br</strong> />

. as alterações nos padrões e <strong>na</strong>s atitu<strong>de</strong>s da <strong>de</strong>manda dos consumidores: migrações<<strong>br</strong> />

populacio<strong>na</strong>is, <strong>de</strong>manda por uma maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercadorias, mais centros <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

distribuição, <strong>com</strong> conseqüente aumento do inventário imobilizado;<<strong>br</strong> />

. a <strong>com</strong>preensão dos custos logísticos: a alta liqui<strong>de</strong>z america<strong>na</strong> foi seguida pela<<strong>br</strong> />

recessão global, que forçou a redução dos custos, que não era bem aceita pelas áreas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> produção e marketing; a primeira, que já havia sido muito bem reduzida pela onda<<strong>br</strong> />

dos engenheiros <strong>de</strong> produção, e a segunda, que não conseguia a<strong>de</strong>quação aos<<strong>br</strong> />

conceitos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>. A logística era a “última fronteira para redução <strong>de</strong> custos<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>s empresas america<strong>na</strong>s” (STEWART,1985 apud BALLOU, 1993, p.31) . Como as<<strong>br</strong> />

empresas não conheciam a <strong>com</strong>posição <strong>de</strong> seus custos logísticos, havia uma


32<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sconfiança <strong>de</strong> que a somatória <strong>de</strong>les era substancial. Em meados dos anos 50,<<strong>br</strong> />

perceberam que era mesmo, e que variava <strong>de</strong> empresa para empresa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<<strong>br</strong> />

valor agregado do produto;<<strong>br</strong> />

. avanços dos sistemas <strong>de</strong> informação: a <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> das operações logísticas,<<strong>br</strong> />

forçada pelo incremento <strong>de</strong> novas estratégias <strong>de</strong> atendimento e redução <strong>de</strong> custo, fez<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> que vários estudos matemáticos fossem feitos e, conseqüentemente, sistemas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

controle e planejamento fossem <strong>de</strong>senvolvidos, já que esta etapa coincidia <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

popularização dos <strong>com</strong>putadores entre empresas;<<strong>br</strong> />

. a experiência militar: o conceito logística advém da área militar. O exemplo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

utilização das práticas, do planejamento, dos erros e acertos, foi vivenciado pelas<<strong>br</strong> />

forças armadas <strong>de</strong> vários países, principalmente dos americanos, mesmo antes que<<strong>br</strong> />

as empresas em geral <strong>de</strong>monstrassem interesse.<<strong>br</strong> />

Para além dos anos 70, a <strong>com</strong>petição mundial <strong>com</strong>eçou a crescer. A <strong>de</strong>manda<<strong>br</strong> />

por bens manufaturados fez <strong>com</strong> que matérias-primas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>saparecessem do mercado, enquanto que os EUA investiam fortemente para vencer<<strong>br</strong> />

a Guerra do Vietnã. Outro evento fundamental foi a crise do petróleo, que em 1973,<<strong>br</strong> />

elevou os custos para quatro vezes mais o valor inicial, fazendo <strong>com</strong> que o estímulo à<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda fosse transformado em controle <strong>de</strong> custos qualida<strong>de</strong> e produtivida<strong>de</strong>. Os<<strong>br</strong> />

custos logísticos foram os mais afetados, já que a alta do petróleo elevou os custos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

transporte, assim <strong>com</strong>o a inflação elevou os custos <strong>de</strong> manutenção dos estoques.<<strong>br</strong> />

Também a migração exagerada das populações para centros urbanos dificultou<<strong>br</strong> />

o tráfego, fazendo <strong>com</strong> que empresas <strong>de</strong> transporte criassem rotas e meios<<strong>br</strong> />

alter<strong>na</strong>tivos <strong>de</strong> levar as mercadorias aos consumidores. Com o uso intensivo da<<strong>br</strong> />

multimodalida<strong>de</strong>, fez <strong>com</strong> que variações <strong>de</strong> transporte <strong>com</strong>o <strong>na</strong>vio, trem, avião,<<strong>br</strong> />

saíssem da ociosida<strong>de</strong>. Naquele momento, as empresas perceberam que podiam<<strong>br</strong> />

efetuar uma racio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> seus processos. Esta racio<strong>na</strong>lização só foi possível <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

a otimização e o planejamento. Na época, apareceram os conceitos; a previsão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda e os sistemas <strong>de</strong> programação chamados MRP e MRP II (Material<<strong>br</strong> />

Requirements Planing, ou Planejamento das Necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Materiais).<<strong>br</strong> />

Tornou-se então necessário para as empresas repensarem as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

distribuição física e se aproximarem das outras áreas da empresa. O alto grau <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

interesse por essas ativida<strong>de</strong>s levou à logística integrada: a integração <strong>de</strong> <strong>com</strong>pras,<<strong>br</strong> />

administração <strong>de</strong> materiais, vendas e distribuição física. A FIGURA 3 <strong>de</strong>monstra esta<<strong>br</strong> />

integração.<<strong>br</strong> />

Numa terceira fase, a logística estaria se integrando <strong>com</strong> a produção, em uma<<strong>br</strong> />

relação muito estreita <strong>na</strong> prática <strong>de</strong> novos procedimentos operacio<strong>na</strong>is.


33<<strong>br</strong> />

Fonte – Ballou, 1993<<strong>br</strong> />

Figura 3 – Integração das Diversas Áreas, para Formar a Logística Empresarial<<strong>br</strong> />

Nessa fase houve, então, uma mudança da filosofia, que passou do estímulo da<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda para uma melhor gestão <strong>de</strong> suprimentos (CHING, 2001, p.24). As funções<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> logística passaram a ser áreas <strong>de</strong> interesse, à medida que as empresas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçavam a importar-se <strong>com</strong> importações. Também, a partir da década <strong>de</strong> 70, as<<strong>br</strong> />

empresas <strong>com</strong>eçaram a se interessar pela <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> produção, <strong>com</strong> redução do<<strong>br</strong> />

tempo <strong>de</strong> preparação das máqui<strong>na</strong>s, para produção e troca <strong>de</strong> ferramentas (set up).<<strong>br</strong> />

Isto permitiu uma agilida<strong>de</strong> maior da manufatura, <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> uma maior varieda<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> produtos, <strong>com</strong> conseqüente di<strong>na</strong>mismo da logística no transporte, <strong>na</strong> distribuição,<<strong>br</strong> />

<strong>entrega</strong> e satisfação das mais variadas necessida<strong>de</strong>s dos clientes.<<strong>br</strong> />

Embora o foco ainda fosse as operações <strong>de</strong> manufatura e <strong>com</strong>erciais, os novos<<strong>br</strong> />

conceitos logísticos vinham para revolucio<strong>na</strong>r os princípios <strong>de</strong> mercado das empresas<<strong>br</strong> />

da época (CHING, 2001, p.25).<<strong>br</strong> />

Na década <strong>de</strong> 80, <strong>com</strong>o nos diz Novaes (2001, p.46), a logística <strong>com</strong>eçou a<<strong>br</strong> />

praticar uma integração mais flexível <strong>com</strong> as outras áreas da empresa, <strong>com</strong> o advento<<strong>br</strong> />

da <strong>com</strong>unicação eletrônica entre empresas, o EDI (Eletronic Data Interchange), o<<strong>br</strong> />

código <strong>de</strong> barras, <strong>com</strong> uma preocupação maior <strong>com</strong> troca <strong>de</strong> dados, que tinha o<<strong>br</strong> />

objetivo <strong>de</strong> agilizar as informações para uma rápida reposição dos estoques. Também,<<strong>br</strong> />

nesta fase, as empresas <strong>com</strong>eçaram a praticar o estoque zero.<<strong>br</strong> />

Na década <strong>de</strong> 90, <strong>com</strong> o advento da tecnologia da informação e a globalização,<<strong>br</strong> />

os países per<strong>de</strong>ram as fronteiras geográficas e legais, resultando em um mundo


34<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ercial globalizado, formado por conglomerados <strong>de</strong> domínio econômico (GAITHER;<<strong>br</strong> />

FRAIZER, 2001, p.25).<<strong>br</strong> />

Des<strong>de</strong> o advento da revalorização da manufatura, o objetivo era tor<strong>na</strong>r a<<strong>br</strong> />

empresa mais ágil, <strong>com</strong> respostas mais rápidas ao mercado, sempre produzindo <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

qualida<strong>de</strong>. Esta agilida<strong>de</strong> foi estendida à logística, pois o ganho maior estava em levar<<strong>br</strong> />

este produto mais rápido ao cliente.<<strong>br</strong> />

Em acordo <strong>com</strong> a estratégia <strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização, e para fazer frente ao<<strong>br</strong> />

contexto concorrencial interno, muitas empresas implementaram drásticas mudanças<<strong>br</strong> />

organizacio<strong>na</strong>is. Essas mudanças incluíam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>lização da empresa,<<strong>br</strong> />

criação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s estratégicas <strong>de</strong> negócios, até a integração das ativida<strong>de</strong>s técnicas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>erciais. A criação <strong>de</strong> funções logísticas, em cada uma das unida<strong>de</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is ou<<strong>br</strong> />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, estabeleceu um elo entre as ativida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Estava implantado um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão em ca<strong>de</strong>ia. Estava criada a<<strong>br</strong> />

Supply Chain. A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos, ou Supply Chain, representa uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

organizações, por meio <strong>de</strong> ligações nos sois sentidos, unindo diferentes processos e<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s, que produzem valor <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> produtos e serviços (CHRISTOPHER,<<strong>br</strong> />

1997, p.13). É uma integração flexível, que a<strong>br</strong>ange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> fornecedores, passa pela<<strong>br</strong> />

manufatura e pelo varejo, indo até o consumidor fi<strong>na</strong>l (NOVAES, 2001, p.46).<<strong>br</strong> />

Esta última fase da evolução encara a logística <strong>de</strong> forma estratégica. As<<strong>br</strong> />

empresas participam <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia, <strong>com</strong> o único objetivo em otimiza-la, <strong>com</strong> novas<<strong>br</strong> />

soluções, usando a logística para ganhar <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Contrariando Charles Darwin, em “Origens das Espécies”, em organização, no<<strong>br</strong> />

estágio atual, a so<strong>br</strong>evivência não é unicamente do mais forte, mas o mais forte tem<<strong>br</strong> />

que se unir aos mais fracos para que todos possam so<strong>br</strong>eviver (DARVIN, apud<<strong>br</strong> />

CHRISTOPHER, 1997, p.13).<<strong>br</strong> />

A logística tem mais do que uma importância pontual, em empresas individuais<<strong>br</strong> />

ou segmentos <strong>de</strong> empresas, tem sim um papel fundamental no <strong>de</strong>senvolvimento da<<strong>br</strong> />

economia mundial, mais do que isso, po<strong>de</strong> ditar as possibilida<strong>de</strong>s ou não <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> toda uma <strong>na</strong>ção.<<strong>br</strong> />

O <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um país, no <strong>com</strong>ércio exterior, está diretamente ligado ao seu<<strong>br</strong> />

sistema logístico, <strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservação das características dos produtos,<<strong>br</strong> />

durante o transporte e a armaze<strong>na</strong>gem, o tempo <strong>de</strong> transporte e, principalmente, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

relação a seus custos. Ainda, segundo Novaes (201, p.63), 10,1 % dos preços fi<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

dos produtos europeus, em 1992, eram resultados dos custos logísticos. Em 1987<<strong>br</strong> />

eram 14,3%. No Brasil, não existem estudos semelhantes, mas calcula-se que seja<<strong>br</strong> />

muito superior ao europeu, principalmente <strong>de</strong>vido ao alto custo dos estoques e à alta


35<<strong>br</strong> />

concentração <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> mercadorias, em rodovias que se apresentam em<<strong>br</strong> />

péssimo estado <strong>de</strong> conservação.<<strong>br</strong> />

Uma das maiores dificulda<strong>de</strong>s em se elaborar um sistema logístico são: estradas<<strong>br</strong> />

em péssimas condições <strong>de</strong> uso, causam que<strong>br</strong>as <strong>de</strong> caminhões, aumentam o<<strong>br</strong> />

consumo <strong>de</strong> <strong>com</strong>bustível e, por conseqüência, encarecem o frete; alto custo e lentidão<<strong>br</strong> />

no sistema portuário; malha ferroviária peque<strong>na</strong> e sucateada, etc.<<strong>br</strong> />

Essas melhorias cabem ao Estado <strong>br</strong>asileiro, mas à empresa, também, cabem<<strong>br</strong> />

esforços diretos <strong>na</strong> otimização do uso da frota e do armazém, <strong>na</strong> mecanização e<<strong>br</strong> />

automação dos sistemas <strong>de</strong> embalagem, <strong>na</strong> paletização, containerização e<<strong>br</strong> />

movimentação <strong>de</strong> cargas, bem <strong>com</strong>o melhores métodos <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda,<<strong>br</strong> />

controle <strong>de</strong> estoques mais precisos, tráfegos e sistemas <strong>de</strong> manufatura e logísticos<<strong>br</strong> />

mais flexíveis.<<strong>br</strong> />

Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos refere-se à maneira pela qual os materiais fluem pelas<<strong>br</strong> />

diferentes organizações, iniciando <strong>com</strong> as matérias-primas e encerrando <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />

produtos acabados entregues ao consumidor fi<strong>na</strong>l. Ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Suprimento po<strong>de</strong>m<<strong>br</strong> />

formar re<strong>de</strong>s <strong>com</strong>plexas, que envolvem muitas empresas e materiais. Uma matériaprima<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> ser usada em muitos produtos acabados diferentes, produzidos por várias<<strong>br</strong> />

empresas, e um produto acabado geralmente é feito <strong>de</strong> muitas matérias-primas<<strong>br</strong> />

diferentes, oferecidas por diversos fornecedores. Para a maioria das empresas,<<strong>br</strong> />

administração da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos refere-se a todas as funções administrativas<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>das <strong>com</strong> o fluxo <strong>de</strong> materiais dos fornecedores diretos da empresa, até seus<<strong>br</strong> />

clientes diretos, inclusive seus <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> <strong>com</strong>pras, armaze<strong>na</strong>gem, inspeção,<<strong>br</strong> />

produção, manuseio <strong>de</strong> materiais, expedição e <strong>de</strong> distribuição.<<strong>br</strong> />

Conforme nos diz Christopher (1997, p.14), o gerenciamento da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Suprimentos difere largamente dos controles clássicos <strong>de</strong> materiais e fa<strong>br</strong>icação,<<strong>br</strong> />

porque fornece à empresa diversas maneiras <strong>de</strong> ver materiais e distribuição, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uma visão global, passando por oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lucrativida<strong>de</strong> e ganhos, até a<<strong>br</strong> />

transformação em ferramenta estratégica. A gestão <strong>de</strong> suprimentos <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter um<<strong>br</strong> />

enfoque operacio<strong>na</strong>l, para ter um enfoque estratégico (WOOD JR, 2000, p.187).<<strong>br</strong> />

O gerenciamento logístico está preocupado <strong>com</strong> a otimização dos fluxos <strong>de</strong>ntro<<strong>br</strong> />

da organização, enquanto que o gerenciamento da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos reconhece<<strong>br</strong> />

que a integração inter<strong>na</strong> não é suficiente.<<strong>br</strong> />

Os quatro estágios <strong>de</strong> evolução da logística, <strong>de</strong>scritos acima por Novaes, estão<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>monstrados <strong>na</strong> FIGURA 4.


36<<strong>br</strong> />

Fonte – CRHISTOPHER, 1997<<strong>br</strong> />

Figura 4 – Evolução da Logística<<strong>br</strong> />

2.2.4 A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos e a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor<<strong>br</strong> />

A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor <strong>de</strong> uma indústria é um sistema <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<<strong>br</strong> />

que apresentam elos. Esses elos existem, quando o modo <strong>com</strong>o uma ativida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

realizada afeta o custo e a eficiência das outras ativida<strong>de</strong>s (PORTER&MILLAR, 1985,<<strong>br</strong> />

p.67).<<strong>br</strong> />

Assim sendo, por exemplo, uma empresa que, ao confeccio<strong>na</strong>r produtos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

maior grau <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e menores custos, terá uma maior aceitação <strong>de</strong> seus<<strong>br</strong> />

produtos por parte dos clientes, aumentando a <strong>de</strong>manda por produtos/serviços <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

todos os elementos pertencentes a sua ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos (valores), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seus varejistas até a <strong>de</strong> seus fornecedores.


37<<strong>br</strong> />

A logística, <strong>com</strong>o prática vital para a empresa, está ligada diretamente a todas as<<strong>br</strong> />

mudanças que ocorreram <strong>na</strong>s organizações, ao longo dos últimos anos.<<strong>br</strong> />

Segundo Wood Jr (2001, p.188), a criação e difusão, <strong>com</strong> conceitos <strong>de</strong> Supply<<strong>br</strong> />

Chain, estão ligadas a uma série <strong>de</strong> eventos no cenário econômico.<<strong>br</strong> />

Essas mudanças ambientais estão <strong>de</strong>scritas, conforme Tabela 2:<<strong>br</strong> />

Tabela 2 – Mudanças Ambientais<<strong>br</strong> />

Da década <strong>de</strong> 70... ...para a década <strong>de</strong> 90<<strong>br</strong> />

• Mercados domésticos protegidos • Mercados abertos<<strong>br</strong> />

• Mercados fi<strong>na</strong>nceiros<<strong>br</strong> />

regulamentados<<strong>br</strong> />

• Mercados fi<strong>na</strong>nceiros<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sregulamentados<<strong>br</strong> />

• Taxa <strong>de</strong> câmbio estável • Taxa <strong>de</strong> câmbio flutuante<<strong>br</strong> />

• Baixo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego • Relações <strong>de</strong> trabalho flexíveis<<strong>br</strong> />

• Dois pólos econômicos (EUA e<<strong>br</strong> />

Europa)<<strong>br</strong> />

• Blocos econômicos: UE, Nafta,<<strong>br</strong> />

Ásia<<strong>br</strong> />

• Crescimento das economias<<strong>br</strong> />

industrializadas<<strong>br</strong> />

• Indústrias transferidas para<<strong>br</strong> />

lugares on<strong>de</strong> a mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a é<<strong>br</strong> />

mais barata<<strong>br</strong> />

• Estruturas organizacio<strong>na</strong>is • Estruturas enxutas e flexíveis<<strong>br</strong> />

pesadas<<strong>br</strong> />

• Organizações burocráticas • Pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<<strong>br</strong> />

organizacio<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

Fonte – Wood Jr., 2001<<strong>br</strong> />

Essas mudanças <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aram fatores que atingiram, em sua totalida<strong>de</strong>, o<<strong>br</strong> />

cenário econômico. Os fatores são os seguintes:<<strong>br</strong> />

Tabela 3 – Fatores que Afetam os Negócios Globais <strong>de</strong> Hoje<<strong>br</strong> />

Fatores que afetam as condições dos negócios globais <strong>de</strong> hoje<<strong>br</strong> />

1. Realida<strong>de</strong> da <strong>com</strong>petição global<<strong>br</strong> />

2. Desafios da qualida<strong>de</strong>, serviço ao cliente e custos<<strong>br</strong> />

3. Tecnologia avançada da produção<<strong>br</strong> />

4. Crescimento contínuo do setor <strong>de</strong> serviços<<strong>br</strong> />

5. Escassez <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

6. Questões <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Fonte – Fraizer e Gaither, 2001<<strong>br</strong> />

O aumento da <strong>com</strong>petição global é o resultado da formação <strong>de</strong> uma al<strong>de</strong>ia global<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> negócios; as empresas se tor<strong>na</strong>ram empresas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, pois se espalharam<<strong>br</strong> />

pelo globo, <strong>com</strong>ercializando seus produtos, e estes acordos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is forçam a<<strong>br</strong> />

criação <strong>de</strong> alianças estratégicas (joint venture), todos explorando oportunida<strong>de</strong>s


38<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>erciais globais. Ainda há o chamado <strong>com</strong>partilhamento <strong>de</strong> produção, que<<strong>br</strong> />

segmenta a fonte dos recursos: uma empresa <strong>com</strong>pra matéria-prima <strong>de</strong> um país,<<strong>br</strong> />

produz em outro e <strong>com</strong>ercializa em um terceiro (GAITHER; FRAIZER, 2001, p.28).<<strong>br</strong> />

A maioria das organizações era organizações <strong>com</strong>o entida<strong>de</strong>s distintas. Mas isto<<strong>br</strong> />

não está mais acontecendo. As organizações, agora, estão se tor<strong>na</strong>ndo cada vez mais<<strong>br</strong> />

joint ventures, re<strong>de</strong>s organizacio<strong>na</strong>is que têm o objetivo <strong>de</strong> reduzir riscos do negócio,<<strong>br</strong> />

organizando as ativida<strong>de</strong>s por meio da cooperação.<<strong>br</strong> />

Existem três tipos <strong>de</strong> organizações atuais:<<strong>br</strong> />

. organizações <strong>com</strong> estrutura modular: são organizações que mantém as<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor (do seu core business ou o seu foco <strong>de</strong> negócio),<<strong>br</strong> />

terceirizando outras ativida<strong>de</strong>s;<<strong>br</strong> />

. organizações <strong>com</strong> estrutura virtual: clientes, fornecedores e concorrentes ligados<<strong>br</strong> />

temporariamente, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> maximizar <strong>com</strong>petências;<<strong>br</strong> />

. organizações <strong>de</strong> livres barreiras: on<strong>de</strong> não há rigi<strong>de</strong>z <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição das<<strong>br</strong> />

funções(DESS et alii, 1995, apud WOOD JR, 2001, p.191).<<strong>br</strong> />

A elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>ssas barreiras, ainda conforme Wood Jr, po<strong>de</strong>m ser classificadas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> várias maneiras:<<strong>br</strong> />

. elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> barreiras verticais: redução <strong>de</strong> níveis hierárquicos;<<strong>br</strong> />

. elimi<strong>na</strong>ção das barreiras horizontais: enfraquecimento da <strong>de</strong>partamentalização;<<strong>br</strong> />

. elimi<strong>na</strong>ção das barreiras exter<strong>na</strong>s: parcerias <strong>com</strong> clientes, fornecedores e<<strong>br</strong> />

terceiros;<<strong>br</strong> />

. elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> barreiras geográficas: alianças estratégicas e conquista <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

novos mercados (ASKENAS et alii, 1995, apud WOOD JR, 2001, p.190).<<strong>br</strong> />

O conceito da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor foi <strong>de</strong>senvolvido por Michel Porter, sendo ele um<<strong>br</strong> />

dos pilares do mo<strong>de</strong>rno gerenciamento da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos (PORTER, 1989,<<strong>br</strong> />

apud NOVAES, 2000, p.184). O preço pago pelo consumidor, por um produto<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prado em uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da loja, co<strong>br</strong>e uma série <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza<<strong>br</strong> />

diversa, que participa <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação, transportes, até os serviços<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plementares.<<strong>br</strong> />

Segundo Porter, valor é o montante que os <strong>com</strong>pradores estão dispostos a pagar<<strong>br</strong> />

por aquilo que uma empresa, indivíduo, lhes fornece (PORTER, 1989, apud NOVAES,<<strong>br</strong> />

2000, p.184). O valor do produto não é o custo fi<strong>na</strong>l, mas a receita total, ou seja, o<<strong>br</strong> />

preço do produto mais o número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s que a empresa po<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r (NOVAES,<<strong>br</strong> />

2000, p.185). A meta <strong>de</strong> uma empresa, então, seria minimizar cada vez mais os custos<<strong>br</strong> />

globais da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos, maximizando o valor <strong>de</strong> seus produtos. O valor <strong>de</strong>


39<<strong>br</strong> />

um produto é <strong>com</strong>posto pela margem e pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valor (NOVAES, 2000,<<strong>br</strong> />

p.185). As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valor são formadas pelos processos físicos e co-operacio<strong>na</strong>is,<<strong>br</strong> />

que dão ao produto um certo valor <strong>de</strong> mercado. A margem é a subtração entre custos<<strong>br</strong> />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valor e o valor do produto.<<strong>br</strong> />

O quadro abaixo <strong>de</strong>monstra <strong>com</strong>o é formada a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor.<<strong>br</strong> />

Fonte – Novaes, 2000<<strong>br</strong> />

Figura 5 – Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor (Porter 1989)<<strong>br</strong> />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> valor, segundo Porter, po<strong>de</strong>m ser divididas em ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

primárias e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio (PORTER 1989, apud, NOVAES, 2000, p.185).<<strong>br</strong> />

As ativida<strong>de</strong>s primárias são: logística <strong>de</strong> suprimento ou logística <strong>de</strong> entrada ou<<strong>br</strong> />

inbound logistics, operações, logística <strong>de</strong> saída ou distribuição física ou outbound<<strong>br</strong> />

logistics, marketing, vendas e assistência técnica. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio resumem-se<<strong>br</strong> />

em: infraestrutura da empresa <strong>com</strong>o administração, planejamento, gerências, fi<strong>na</strong>nças,<<strong>br</strong> />

engenharia e tecnologia.<<strong>br</strong> />

Ainda, segundo Porter:<<strong>br</strong> />

...”A ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valores <strong>de</strong><strong>com</strong>põe a empresa <strong>na</strong>s suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relevância estratégica para<<strong>br</strong> />

que se possa <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r o <strong>com</strong>portamento dos custos e as fontes existentes e potenciais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

diferenciação. Uma empresa ganha vantagem <strong>com</strong>petitiva executando estas ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

estrategicamente importantes <strong>de</strong> uma forma mais barata ou melhor que a concorrência” (PORTER<<strong>br</strong> />

1989, apud WOOD JR, p.194).


40<<strong>br</strong> />

As Ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Valor <strong>de</strong> várias empresas <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>m-se para formar a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Valores, que inclui fornecedores <strong>de</strong> matéria-prima e insumos, fa<strong>br</strong>icantes, transporte,<<strong>br</strong> />

atacadistas, varejistas.<<strong>br</strong> />

A implicação da adoção da perspectiva da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valores e da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Valores faz <strong>com</strong> que se torne importante adotar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão que propiciem uma<<strong>br</strong> />

visão do todo, e que forneça ferramentas úteis para o crescimento e a <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Esta é a função da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos. Mas a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valores também serve<<strong>br</strong> />

para que a<strong>na</strong>lisemos ineficiências do sistema. Quando uma empresa ou suas<<strong>br</strong> />

operações é olhada <strong>com</strong>o um todo, tem-se maior visão <strong>de</strong> <strong>com</strong>o a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Suprimentos e a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valores estão trabalhando. Se em algum ponto a ca<strong>de</strong>ia<<strong>br</strong> />

não funcio<strong>na</strong>r, o cliente será pe<strong>na</strong>lizado pela ineficiência sistêmica.<<strong>br</strong> />

Mas, <strong>com</strong>o enten<strong>de</strong>r a integração <strong>de</strong>ssas duas ca<strong>de</strong>ias? Para melhorar a<<strong>br</strong> />

integração entre esses dois elos, Christopher (1997, p.224) sugere três pontos<<strong>br</strong> />

importantes:<<strong>br</strong> />

. reduzir tempo <strong>de</strong> processos: reduzir estoques intermediários que elevam os custos e<<strong>br</strong> />

escon<strong>de</strong>m problemas operacio<strong>na</strong>is. Devem-se aumentar a eficácia e eficiência<<strong>br</strong> />

operacio<strong>na</strong>l;<<strong>br</strong> />

. melhorar visibilida<strong>de</strong> da ca<strong>de</strong>ia: divulgar mais e melhor as informações;<<strong>br</strong> />

. gerenciar a logística <strong>com</strong>o um sistema: gerenciar as ativida<strong>de</strong>s logísticas <strong>com</strong>o uma<<strong>br</strong> />

ca<strong>de</strong>ia.<<strong>br</strong> />

Então, <strong>com</strong>o as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> logística estão <strong>de</strong>ntro da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valores,<<strong>br</strong> />

acabam sendo ativida<strong>de</strong>s estratégicas para a empresa.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 6 <strong>de</strong>monstra as ativida<strong>de</strong>s essenciais da Logística, nos vários níveis<<strong>br</strong> />

da empresa, e, quando da prática <strong>de</strong>stas, a qual questão estas ativida<strong>de</strong>s vem auxiliar<<strong>br</strong> />

e respon<strong>de</strong>r.


41<<strong>br</strong> />

Fonte – Wood Jr., 2000<<strong>br</strong> />

Figura 6 – Ativida<strong>de</strong>s Essenciais da Logística<<strong>br</strong> />

A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos ou Logística Integrada objetiva uma melhor<<strong>br</strong> />

performance <strong>de</strong>ntro das empresas e coloca em prática alguns aspectos:<<strong>br</strong> />

. a adoção <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> global sourcing (fornecedores em qualquer lugar do mundo),<<strong>br</strong> />

que é a busca <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> matérias-primas e insumos em qualquer parte do mundo;<<strong>br</strong> />

. parcerias <strong>com</strong> fornecedores;<<strong>br</strong> />

. sincronização da produção;<<strong>br</strong> />

. redução <strong>de</strong> estoques em toda a ca<strong>de</strong>ia;<<strong>br</strong> />

. revisão do sistema <strong>de</strong> distribuição;<<strong>br</strong> />

. parcerias <strong>com</strong> distribuidores;<<strong>br</strong> />

. melhoria do sistema <strong>de</strong> informação;<<strong>br</strong> />

. gestão da <strong>de</strong>manda (WOOD JR, 2000, p.202/203).<<strong>br</strong> />

A idéia é que, aumentando-se a cooperação entre os mem<strong>br</strong>os da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores,<<strong>br</strong> />

sejam reduzidos os riscos individuais e ocorra uma melhora <strong>na</strong> eficiência do processo<<strong>br</strong> />

logístico.<<strong>br</strong> />

Por fim, os objetivos permanentes da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos são:<<strong>br</strong> />

. oferecer resposta rápida ao consumidor;


42<<strong>br</strong> />

. <strong>de</strong>senvolver menor instabilida<strong>de</strong> do processo;<<strong>br</strong> />

. reduzir os estoques ;<<strong>br</strong> />

. <strong>de</strong>senvolver eficiência no transporte;<<strong>br</strong> />

. garantir qualida<strong>de</strong>;<<strong>br</strong> />

. promover a rastreabilida<strong>de</strong> do produto, por todo o seu ciclo <strong>de</strong> vida.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 7 mostra o novo conceito empresarial, que consi<strong>de</strong>ra a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Suprimentos <strong>com</strong>o parte integrante da estratégia da empresa e <strong>de</strong> sua Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Valores.<<strong>br</strong> />

Fonte – Wood Jr., 2000<<strong>br</strong> />

Figura 7 – Estrutura do Novo Contexto Empresarial


43<<strong>br</strong> />

2.2.5 A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor, a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valor e a Constelação <strong>de</strong> Valor<<strong>br</strong> />

O objetivo da estratégia é obter mais retornos para o capital dos acionistas.<<strong>br</strong> />

Planejar uma estratégia é criar valor para o cliente, impulsio<strong>na</strong>r os custos e maximizar<<strong>br</strong> />

o lucro. A maneira convencio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> gerenciar um plano estratégico não está mais<<strong>br</strong> />

funcio<strong>na</strong>ndo no contexto atual. Antes, bastava uma empresa criar uma estratégia,<<strong>br</strong> />

construir as instalações, ser capaz <strong>de</strong> sustentá-las e manter a posição estratégica por<<strong>br</strong> />

cinco anos. O ritmo acelerado da transferência <strong>de</strong> tecnologia, a velocida<strong>de</strong> das<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>unicações e a rapi<strong>de</strong>z dos fluxos <strong>de</strong> capital inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is estão forçando as<<strong>br</strong> />

empresas a evoluir constantemente em posição estratégica, criando valor ao produto e<<strong>br</strong> />

opções para o mercado, que também representem valor.<<strong>br</strong> />

Antigamente, a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor era linear. Hoje ela é tridimensio<strong>na</strong>l, <strong>com</strong>o uma<<strong>br</strong> />

teia. Assim, as empresas estão se transformando <strong>de</strong> mecanismos autocontidos a<<strong>br</strong> />

ecossistemas inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, <strong>na</strong>s quais a responsabilida<strong>de</strong> pela criação <strong>de</strong> valor e<<strong>br</strong> />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captá-lo passa a ser <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os participantes<<strong>br</strong> />

(DEMOS, CHUNG, BECK, 2002, v.32, p.50).<<strong>br</strong> />

Numa economia <strong>de</strong> constelação <strong>de</strong> valor, é preciso formar empresas estendidas,<<strong>br</strong> />

porque a concorrência <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser entre empresas individuais. A batalha pelo<<strong>br</strong> />

mercado <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> empresa para empresa, e passou a ser entre alianças<<strong>br</strong> />

múltiplas <strong>de</strong> empresas e seus fornecedores.<<strong>br</strong> />

O fato é que, mesmo as empresas que tenham esta visão, precisarão trabalhar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> muito conhecimento estratégico, pois terão o <strong>de</strong>safio constante <strong>de</strong> saber qual<<strong>br</strong> />

será seu próximo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> lucro. É o preço do mundo mutante.<<strong>br</strong> />

2.3 As Montadoras e o Relacio<strong>na</strong>mento <strong>com</strong> os Fornecedores<<strong>br</strong> />

2.3.1 Histórico<<strong>br</strong> />

A base para o estudo do relacio<strong>na</strong>mento entre clientes e fornecedores foi<<strong>br</strong> />

construída em dois momentos historicamente importantes e distintos, por gran<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

indústrias manufatureiras <strong>de</strong>tentoras <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> conhecimento, <strong>com</strong> tecnologia e<<strong>br</strong> />

evolução própria, no mundo: num primeiro momento, a produção em massa criada por<<strong>br</strong> />

Henry Ford, <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 20, e num segundo momento, a produção enxuta<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvida pela Toyota, a partir <strong>de</strong> 1950.<<strong>br</strong> />

Para traçar qualquer entendimento so<strong>br</strong>e este assunto, faz-se necessário<<strong>br</strong> />

relem<strong>br</strong>ar os principais pontos <strong>de</strong>sses acontecimentos.


44<<strong>br</strong> />

Henry Ford, <strong>com</strong> seu mo<strong>de</strong>lo T, em 1908, alcançou o que estabeleceu as bases<<strong>br</strong> />

para a total mudança em toda a indústria automobilística: um carro que qualquer um<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ria dirigir e consertar, sem precisar <strong>de</strong> motorista particular ou mecânico.<<strong>br</strong> />

A chave da produção em massa não residia somente <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> montagem, em<<strong>br</strong> />

movimento contínuo. Pelo contrário, residia <strong>na</strong> <strong>com</strong>pleta e consistente<<strong>br</strong> />

intercambiabilida<strong>de</strong> das peças e da facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajustá-las entre si.<<strong>br</strong> />

Para conseguir a intercambiabilida<strong>de</strong>, Ford insistiu que o mesmo sistema <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

medidas fosse usado para todas as peças, ao longo <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação.<<strong>br</strong> />

Um só operador montava o veículo inteiro e produzia e ajustava as peças uma a uma.<<strong>br</strong> />

Cada operário tinha que obter as peças necessárias, <strong>de</strong>pois ajustá-las, para que elas<<strong>br</strong> />

se adaptassem, e então aparafusá-las em seus lugares.<<strong>br</strong> />

Conforme Womack, Jones e Ross (1992, p.15), o primeiro passo <strong>de</strong> Ford foi<<strong>br</strong> />

tor<strong>na</strong>r este processo mais eficiente, e consistiu em levar as peças a cada estação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

trabalho, permitindo aos montadores ficarem no local <strong>de</strong> trabalho o dia todo. O<<strong>br</strong> />

montador executaria uma só tarefa o dia todo. Em 1913, às vésperas da introdução da<<strong>br</strong> />

linha <strong>de</strong> montagem móvel, o ciclo <strong>de</strong> tarefa médio do montador da Ford havia caído <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

514 para 2,3 minutos.<<strong>br</strong> />

Henry Ford não passava <strong>de</strong> um mero montador (WOMACK, JONES, ROSS,<<strong>br</strong> />

1992, p.21), Ele adquiria motores dos irmãos Dodge, e adicio<strong>na</strong>va uma série <strong>de</strong> outras<<strong>br</strong> />

peças <strong>com</strong>pradas para montar o veículo <strong>com</strong>pleto. Em 1915 já havia incorporado<<strong>br</strong> />

todas essas funções <strong>na</strong> sua empresa, e se aproximava da <strong>com</strong>pleta integração<<strong>br</strong> />

vertical: produzir o automóvel <strong>com</strong>pleto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as matérias-primas básicas. A razão<<strong>br</strong> />

para se fazer tudo inter<strong>na</strong>mente era porque já havia incorporado a técnica da<<strong>br</strong> />

produção em massa, frente aos seus fornecedores, e isto fazia <strong>com</strong> que as peças<<strong>br</strong> />

fossem feitas <strong>com</strong> tolerâncias bem menores e um prazo <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> muito mais curto.<<strong>br</strong> />

Ter <strong>de</strong> <strong>com</strong>prar <strong>de</strong> fornecedores e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do mercado, pensava ele, traria<<strong>br</strong> />

inúmeras dificulda<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Alfred Chandler, professor da Harvard Business School, cunhou o termo “mão<<strong>br</strong> />

visível”, em 1977, em seu livro <strong>de</strong> mesmo nome. Isto, <strong>de</strong> encontro <strong>com</strong> Adam Smith,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> sua “mão invisível”, que dizia que o livre mercado produziria ele próprio o melhor<<strong>br</strong> />

resultado para a socieda<strong>de</strong>. Alfred Chandler somente tentou argumentar <strong>com</strong> uma<<strong>br</strong> />

socieda<strong>de</strong> que acreditava que a verticalização po<strong>de</strong>ria interferir <strong>na</strong>s forças do livre<<strong>br</strong> />

mercado. Chandler ainda rebateu, dizendo que a “mão visível” era vital, se as<<strong>br</strong> />

corporações quisessem trabalhar <strong>com</strong> o mínimo <strong>de</strong> previsibilida<strong>de</strong> possível. Então


45<<strong>br</strong> />

Ford <strong>de</strong>cidiu substituir a “mão invisível” do livre mercado, pela “mão visível” da<<strong>br</strong> />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção organizacio<strong>na</strong>l (WOMACK, JONES, ROSS, 1992, p.22).<<strong>br</strong> />

Chandler usou este termo somente para <strong>de</strong>notar a obtenção das necessárias<<strong>br</strong> />

matérias-primas, serviços, etc., <strong>de</strong> divisões operacio<strong>na</strong>is inter<strong>na</strong>s, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das por<<strong>br</strong> />

executivos seniores, <strong>de</strong>ntro da própria corporação. A “mão invisível”, em<<strong>br</strong> />

contraposição, pretendia en<strong>com</strong>endar peças e serviços <strong>de</strong> firmas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, sem<<strong>br</strong> />

qualquer relação fi<strong>na</strong>nceira, ou outra, <strong>com</strong> o <strong>com</strong>prador. As transações seriam<<strong>br</strong> />

baseadas no preço, prazo <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> e <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong>, sem qualquer expectativa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>mento, em longo prazo ou contínuo, entre <strong>com</strong>prador e ven<strong>de</strong>dor.<<strong>br</strong> />

Ford pretendia produzir seus carros num só lugar e ven<strong>de</strong>r em qualquer parte do<<strong>br</strong> />

mundo. Mas, as dificulda<strong>de</strong>s existentes <strong>na</strong> época, <strong>com</strong>o garantia da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

transporte dos veículos sem qualquer dano e as políticas gover<strong>na</strong>mentais<<strong>br</strong> />

alfan<strong>de</strong>gárias, o impediam <strong>de</strong> isto fazer. As peças todas eram basicamente produzidas<<strong>br</strong> />

em Detroit, on<strong>de</strong> se localizava seu <strong>com</strong>plexo industrial, mas montadas em várias<<strong>br</strong> />

localida<strong>de</strong>s. Em 1926, Ford montava seus veículos em mais <strong>de</strong> 36 cida<strong>de</strong>s norteamerica<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

diferentes e em outras 19 <strong>na</strong>ções (WOMACK, JONES, ROSS, 1992,<<strong>br</strong> />

p.22).<<strong>br</strong> />

Ford chegou ao extremo <strong>de</strong> sua verticalização, em 1927 foi i<strong>na</strong>ugurado o<<strong>br</strong> />

Complexo <strong>de</strong> Rouge, quando todas as matérias-primas entravam por um portão e os<<strong>br</strong> />

produtos acabados: carros, saíam por outro. Ele chegou a agregar matérias-primas e<<strong>br</strong> />

transporte à “mão visível”: uma plantação <strong>de</strong> borracha totalmente própria no Brasil,<<strong>br</strong> />

mi<strong>na</strong>s <strong>de</strong> ferro em Minnesota, <strong>na</strong>vios próprios para transportar minério <strong>de</strong> ferro e<<strong>br</strong> />

carvão pelos Gran<strong>de</strong>s Lagos até Rouge, e uma ferrovia interligando instalações da<<strong>br</strong> />

Ford até as regiões <strong>de</strong> Detroit, (WOMACK, JONES, ROSS, 1992, p.27) essas três<<strong>br</strong> />

últimas localizadas nos EUA.<<strong>br</strong> />

Ford ainda tentou produzir tudo em massa: alimentos, transporte aéreo. Ele<<strong>br</strong> />

acreditava que, produzindo tudo em massa e <strong>de</strong> forma organizada, ele po<strong>de</strong>ria reduzir<<strong>br</strong> />

substancialmente os custos dos produtos.<<strong>br</strong> />

A intenção inicial da produção em massa era integrar todo o processo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção numa estrutura <strong>de</strong> <strong>com</strong>ando imensa e burocrática, <strong>com</strong> as or<strong>de</strong>ns ema<strong>na</strong>ndo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> cima para baixo. Para a Toyota, este fator era menos importante. A maior<<strong>br</strong> />

preocupação da indústria japonesa era encontrar uma forma <strong>de</strong> <strong>com</strong>o fornecedores e<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong> po<strong>de</strong>riam trabalhar juntos, no objetivo <strong>de</strong> reduzir custo, melhorar a<<strong>br</strong> />

qualida<strong>de</strong>, qualquer que fosse o relacio<strong>na</strong>mento legal e formal entre ambos.<<strong>br</strong> />

Na produção em massa imperavam os relacio<strong>na</strong>mentos legais,<<strong>br</strong> />

fornecedor/<strong>montadora</strong>, tipo a curto prazo. Para Ford, GM e Chrysler, as mais <strong>de</strong> 10 mil


46<<strong>br</strong> />

peças dos veículos eram projetadas pelos seus engenheiros que, posteriormente,<<strong>br</strong> />

encaminhavam o Projeto para o Departamento <strong>de</strong> Compras, e este para os<<strong>br</strong> />

fornecedores cotarem o melhor (menor) preço, a maior qualida<strong>de</strong> e o melhor prazo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>entrega</strong>. Para as peças <strong>com</strong> tecnologia muito particular e especial, fornecedores<<strong>br</strong> />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes alteravam o Projeto dos engenheiros das <strong>montadora</strong>s, adaptando-os às<<strong>br</strong> />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> montagens dos veículos. Neste caso, também, o fator domi<strong>na</strong>nte <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>cisão era o preço. A <strong>montadora</strong> não se importava <strong>com</strong> o fornecedor e não fazia a<<strong>br</strong> />

mínima questão se, ao mudar a fonte <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da peça,<<strong>br</strong> />

aquele antigo fornecedor sofresse uma que<strong>br</strong>a ou uma falência. Era a filosofia “cada<<strong>br</strong> />

um por si” (WOMACK, JONES, ROSS, 1992, p.50). Os fornecedores não podiam<<strong>br</strong> />

opi<strong>na</strong>r, pois tinham poucos <strong>de</strong>talhes do Projeto. Além disso, a <strong>montadora</strong> da produção<<strong>br</strong> />

em massa impedia a <strong>com</strong>unicação horizontal, pois colocava os fornecedores uns<<strong>br</strong> />

contra os outros, <strong>na</strong> obtenção <strong>de</strong> menor preço, e impedia que, inter<strong>na</strong>mente,<<strong>br</strong> />

encontrassem oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria. Este fator era extensivo à qualida<strong>de</strong>. A<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong> pouco conhecia <strong>de</strong> seu fornecedor, e nem se problemas internos seus<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>riam interferir no sistema produtivo.<<strong>br</strong> />

Na meta<strong>de</strong> dos anos 80, no crepúsculo da produção em massa, muitas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>panhias, inclusive a General Motors e a Chrysler experimentaram reduzir a fração<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> peças fornecidas inter<strong>na</strong>mente. Isto <strong>de</strong>vido às empresas fornecedoras já possuírem<<strong>br</strong> />

custos mais baixos, pois já haviam implementado os conceitos do sistema japonês. A<<strong>br</strong> />

chave para um sistema <strong>de</strong> suprimento da <strong>montadora</strong> estava <strong>na</strong> maneira que ela se<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>va <strong>com</strong> seus fornecedores (WOMACK, JONES, ROSS, 1992, p.134).<<strong>br</strong> />

O Departamento <strong>de</strong> Compras <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> produção em massa<<strong>br</strong> />

permanecia todo o tempo preocupado em controlar os preços dos vários fornecedores,<<strong>br</strong> />

cujas operações pouco conhecia. Quando então encontrava outros fornecedores para<<strong>br</strong> />

a mesma peça, que co<strong>br</strong>avam um preço menor, repassava os volumes para<<strong>br</strong> />

faturamento, não se importando se o fornecedor inicial arcou <strong>com</strong> investimentos altos<<strong>br</strong> />

ou custos <strong>de</strong> ajuste <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos origi<strong>na</strong>is. Fornecedores e <strong>montadora</strong>s já haviam se<<strong>br</strong> />

acostumado <strong>com</strong> esta roti<strong>na</strong>. Fornecedores entendiam que era <strong>de</strong>vido que se<<strong>br</strong> />

escon<strong>de</strong>ssem informações das <strong>montadora</strong>s, pois, a cada conhecimento repassado,<<strong>br</strong> />

fragilizava-se o elo que o unia à <strong>montadora</strong>, ou estabelecia-se a parceria, até então,<<strong>br</strong> />

unilateral. Ainda havia um outro fator além <strong>de</strong> negociação, preço, prazo <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> e<<strong>br</strong> />

qualida<strong>de</strong> que o fornecedor teria que enfrentar. Existia a oscilação do volume <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção, que interferia diretamente no pedido do fornecedor.<<strong>br</strong> />

Os principais pontos que influenciaram no relacio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong>s/fornecedores, <strong>na</strong>quela época, são colocados abaixo:


47<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rações Importantes no Relacio<strong>na</strong>mento Montadoras/Fornecedores da<<strong>br</strong> />

Produção em Massa<<strong>br</strong> />

• O Desenho do veículo era <strong>de</strong>finido milimetricamente pelos engenheiros <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produto.<<strong>br</strong> />

• O pedido <strong>de</strong> cotação era colocado para vários fornecedores, <strong>com</strong> base no<<strong>br</strong> />

volume anual, no padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, “n” peças por mil, e no cronograma <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>.<<strong>br</strong> />

• Importante: preço, qualida<strong>de</strong>, confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> e vigência <strong>de</strong> contrato<<strong>br</strong> />

eram os quatro elementos-chave, para a o estudo do contrato <strong>com</strong>ercial.<<strong>br</strong> />

• A <strong>montadora</strong> tinha um elemento-chave: custo.<<strong>br</strong> />

• Oferecer um custo baixo pelo produto era vital para ganhar a concorrência.<<strong>br</strong> />

• Contratos <strong>com</strong> as <strong>montadora</strong>s podiam durar anos, consi<strong>de</strong>rando ainda o<<strong>br</strong> />

mercado <strong>de</strong> reposição.<<strong>br</strong> />

• Fornecedores se sentiam tentados a oferecer um preço abaixo do custo, pois,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> freqüência, pediam reajustes logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> iniciado o fornecimento em série.<<strong>br</strong> />

• Reajustes anuais eram concedidos sem análise prévia e <strong>de</strong>talhada.<<strong>br</strong> />

• Peças que necessitavam <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s investimentos para serem fa<strong>br</strong>icadas,<<strong>br</strong> />

dificilmente tinham mudança da fonte e do fornecimento.<<strong>br</strong> />

• Fornecedores escondiam informações da <strong>montadora</strong>, para escon<strong>de</strong>r seus<<strong>br</strong> />

lucros.<<strong>br</strong> />

• Havia o problema <strong>de</strong> manufaturabilida<strong>de</strong>: <strong>com</strong>o as peças eram feitas por vários<<strong>br</strong> />

fornecedores que não conversam, nem entre si, nem <strong>com</strong> a <strong>montadora</strong>, o ajuste<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>stas variações só era feito por ocasião da produção em série do veículo.<<strong>br</strong> />

• O mesmo acontecia <strong>com</strong> a qualida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

• O número <strong>de</strong> fornecedores escolhidos para um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do projeto podia<<strong>br</strong> />

chegar a 2,5 mil.<<strong>br</strong> />

• A responsabilida<strong>de</strong> por <strong>de</strong>tectar e corrigir todos estes problemas era sempre do<<strong>br</strong> />

fornecedor.<<strong>br</strong> />

• O relacio<strong>na</strong>mento <strong>montadora</strong>-fornecedor, no sistema <strong>de</strong> produção em massa,<<strong>br</strong> />

era o repasse total das ineficiências e do custo para as mãos do fornecedor.<<strong>br</strong> />

A Toyota, <strong>com</strong> o sistema <strong>de</strong> produção enxuta, para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> carros<<strong>br</strong> />

dos anos 50, <strong>com</strong>eçou a estabelecer um novo tipo <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento entre a<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong> e seus fornecedores. Inicialmente criou um grupo <strong>de</strong> fornecedores mais<<strong>br</strong> />

importantes chamado <strong>de</strong> “primeiro nível <strong>de</strong> fornecedores”. Estes participavam do


48<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento do novo produto, <strong>com</strong> os engenheiros responsáveis, opi<strong>na</strong>vam so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

os projetos, sua qualida<strong>de</strong>, e trocavam informações so<strong>br</strong>e a melhoria <strong>de</strong> seus<<strong>br</strong> />

processos. A estes projetos, também, eram emprestados técnicos, engenheiros e<<strong>br</strong> />

outros profissio<strong>na</strong>is, para alguma missão estratégica conjunta. A cada fornecedor <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

primeiro nível ficava a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar um segundo nível <strong>de</strong> fornecedores a<<strong>br</strong> />

ele vinculados. Este segundo nível tinha a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icar peças<<strong>br</strong> />

individuais: um fornecedor do primeiro nível era responsável por produzir baterias.<<strong>br</strong> />

Seus fornecedores <strong>de</strong> segundo nível fa<strong>br</strong>icariam as peças para a bateria (WOMACK,<<strong>br</strong> />

JONES, ROSS, 1992, p.51).<<strong>br</strong> />

Na empresa enxuta, a intenção não era a verticalização <strong>de</strong> seus fornecedores,<<strong>br</strong> />

mas a promoção do trabalho conjunto e <strong>de</strong> um objetivo único, que po<strong>de</strong>ria até, no<<strong>br</strong> />

futuro, causar alguma dissolução e individualização dos fornecedores. Quando isto<<strong>br</strong> />

acontecesse, a política já estaria arraigada.<<strong>br</strong> />

No máximo, 300 fornecedores eram escolhidos para cada etapa do Projeto.<<strong>br</strong> />

Estes já eram fornecedores cadastrados, porque historicamente já forneciam para a<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong>.<<strong>br</strong> />

Depois <strong>de</strong> assumida a nova sistemática <strong>com</strong>ercial, a Toyota passou a trabalhar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> um conceito novo <strong>de</strong> fluxo: o just in time (<strong>entrega</strong> da matéria-prima <strong>na</strong> quantida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

e momento do seu uso pelo cliente), que lá se chamava kanban, filosofia que<<strong>br</strong> />

continuava em acordo <strong>com</strong> os princípios ditados por Ohno e Toyoda, quando da<<strong>br</strong> />

primeira proposta <strong>de</strong> modificação e valorização do sistema produtivo enxuto.<<strong>br</strong> />

Mas, o que fazia este sistema funcio<strong>na</strong>r? O sistema só funcio<strong>na</strong>va pela<<strong>br</strong> />

existência <strong>de</strong> uma estrutura racio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> custos, preços e lucros. Tal<<strong>br</strong> />

estrutura fazia <strong>com</strong> que ambas as partes quisessem trabalhar conjuntamente, para<<strong>br</strong> />

benefício mútuo, em vez <strong>de</strong> suspeitarem uma da outra (WOMACK, JONES, ROSS,<<strong>br</strong> />

1992, p.142). Todos os relacio<strong>na</strong>mentos <strong>montadora</strong>-fornecedor, nos mol<strong>de</strong>s da<<strong>br</strong> />

produção enxuta, eram administrados por um contrato básico, que era uma simples<<strong>br</strong> />

expressão <strong>de</strong> <strong>com</strong>promisso, para que ambos pu<strong>de</strong>ssem trabalhar a longo prazo. Este<<strong>br</strong> />

contrato servia <strong>de</strong> base para um relacio<strong>na</strong>mento cooperativo. Estes tipos <strong>de</strong> contratos<<strong>br</strong> />

acontecem no Japão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1960.<<strong>br</strong> />

O conceito básico <strong>de</strong> suprimento proposto pela Toyota, por ora chamado<<strong>br</strong> />

suprimento enxuto, consistia em primeiramente estabelecer-se um preço-meta, ou<<strong>br</strong> />

seja, a <strong>montadora</strong> e seus fornecedores estimavam o preço máximo <strong>de</strong> venda do<<strong>br</strong> />

veículo ou caminhão, para <strong>de</strong>pois vir retroce<strong>de</strong>ndo, imagi<strong>na</strong>ndo <strong>com</strong>o o veículo<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ria ser produzido para aquele preço. Como mencio<strong>na</strong> Womack, Jones e Ross,


49<<strong>br</strong> />

(1992, p.143), tratava-se do “preço mercado menos”, ao invés do “preço fornecedor<<strong>br</strong> />

mais”.<<strong>br</strong> />

Para atingir o preço meta, a <strong>montadora</strong> utilizava técnicas <strong>com</strong>o a engenharia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

valor e a análise <strong>de</strong> valor, para reduções adicio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> custos. Outro conceito é o<<strong>br</strong> />

kaizen, ou seja, o melhoramento contínuo, on<strong>de</strong> cada operador era dono do processo:<<strong>br</strong> />

ele opi<strong>na</strong>va so<strong>br</strong>e prováveis ganhos que o processo po<strong>de</strong>ria ter, <strong>com</strong> mudanças que<<strong>br</strong> />

só po<strong>de</strong>riam ser percebidas por quem realmente participava da produção. Com isto,<<strong>br</strong> />

peque<strong>na</strong>s melhorias somadas iam se transformando em valores significativos, ao<<strong>br</strong> />

longo dos meses e anos. Ainda, esta melhoria contínua era estimulada enormemente<<strong>br</strong> />

pela curva do aprendizado. Com isto, os produtos produzidos pelos fornecedores<<strong>br</strong> />

“enxutos” tinham seu preço cada vez menor.<<strong>br</strong> />

Outra prática da produção enxuta é a presença <strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ntes do fornecedor <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong>, que auxiliam no a<strong>com</strong>panhamento <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

resolvendo-os <strong>com</strong> antecedência ou a tempo <strong>de</strong> não prejudicar a produção.<<strong>br</strong> />

As mudanças no mix <strong>de</strong> produção também ocorriam e eram a<strong>com</strong>panhadas pela<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong>, pelos fornecedores e seus resi<strong>de</strong>ntes.<<strong>br</strong> />

Para que a Toyota fizesse seu sistema just in time funcio<strong>na</strong>r, era primordial que<<strong>br</strong> />

os volumes produzidos se mantivessem os mais estáveis possíveis. É essencial a<<strong>br</strong> />

uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção, ou <strong>com</strong>o se diz em japonês, heijunka. Assegurar os<<strong>br</strong> />

volumes <strong>de</strong> produção é assegurar faturamento constante para os fornecedores.<<strong>br</strong> />

A produção enxuta precisa passar sempre gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seus afazeres para<<strong>br</strong> />

seus fornecedores, mas tentam, <strong>de</strong> alguma forma, minimizar estes custos, pois<<strong>br</strong> />

acreditam que a eficiência <strong>de</strong> um é conseqüentemente a eficiência dos dois.<<strong>br</strong> />

2.3.2 Os Relacio<strong>na</strong>mentos <strong>de</strong> Parceria<<strong>br</strong> />

Devido às mudanças ambientais apresentadas nos itens anteriores, o<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>mento <strong>montadora</strong> / fornecedor caminhava cada vez mais para uma relação<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> parceria, ao invés da tradicio<strong>na</strong>l relação <strong>de</strong> <strong>com</strong>petidores.<<strong>br</strong> />

Segundo Leavy (1994, p.35), o perfil principal da perspectiva tradicio<strong>na</strong>l do<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>mento <strong>com</strong>prador/fornecedor po<strong>de</strong> ser resumida conforme abaixo:<<strong>br</strong> />

• Compradores e fornecedores <strong>com</strong>o <strong>com</strong>petidores.<<strong>br</strong> />

• Jogo <strong>de</strong> “per<strong>de</strong>-ganha” para ambas as partes.<<strong>br</strong> />

• Foco principal <strong>na</strong> visão da margem <strong>de</strong> lucro


50<<strong>br</strong> />

A Tabela 4 <strong>de</strong>monstra <strong>de</strong> forma esquemática o relacio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prador/fornecedor <strong>com</strong>o <strong>com</strong>petidores e não <strong>com</strong>o parceiros.<<strong>br</strong> />

Tabela 4 – Comprador e Fornecedor no Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Competidores<<strong>br</strong> />

COMPRADOR<<strong>br</strong> />

FORNECEDOR<<strong>br</strong> />

ESTRATÉGIA<<strong>br</strong> />

• Reduzir o po<strong>de</strong>r do<<strong>br</strong> />

fornecedor.<<strong>br</strong> />

• Alargar a base <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fornecedores.<<strong>br</strong> />

• Reduzir custos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

troca <strong>de</strong> fornecedor<<strong>br</strong> />

(evitar fornecedor<<strong>br</strong> />

único).<<strong>br</strong> />

• Ameaçar fazer a<<strong>br</strong> />

integração para trás.<<strong>br</strong> />

• Reduzir o po<strong>de</strong>r do<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prador.<<strong>br</strong> />

• Alargar a base <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

consumidores.<<strong>br</strong> />

• Aumentar o custo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

mudanças (ser o único<<strong>br</strong> />

fornecedor<<strong>br</strong> />

capacitado).<<strong>br</strong> />

• Ameaçar fazer a<<strong>br</strong> />

integração para frente.<<strong>br</strong> />

VANTAGEM<<strong>br</strong> />

• Po<strong>de</strong> mais facilmente<<strong>br</strong> />

levar o negócio para o<<strong>br</strong> />

mais eficiente e<<strong>br</strong> />

tecnologicamente<<strong>br</strong> />

avançado dos<<strong>br</strong> />

fornecedores, em<<strong>br</strong> />

qualquer estágio do<<strong>br</strong> />

ciclo <strong>de</strong> vida da peça.<<strong>br</strong> />

• Po<strong>de</strong> so<strong>br</strong>eviver a<<strong>br</strong> />

erros estratégicos e a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>clínios <strong>com</strong>petitivos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> qualquer <strong>com</strong>prador<<strong>br</strong> />

individual.<<strong>br</strong> />

• Manter a indústria<<strong>br</strong> />

fornecedora fraca e<<strong>br</strong> />

fragmentada po<strong>de</strong>ria<<strong>br</strong> />

RELEVÂNCIA<<strong>br</strong> />

inibir<<strong>br</strong> />

o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento da<<strong>br</strong> />

própria indústria<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pradora.<<strong>br</strong> />

Fonte – Leavy, 1994<<strong>br</strong> />

• O fornecedor está sob<<strong>br</strong> />

contínua <strong>com</strong>petição<<strong>br</strong> />

e pressão <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

margens <strong>de</strong> lucro e<<strong>br</strong> />

tem pouco espaço ou<<strong>br</strong> />

incentivo para realizar<<strong>br</strong> />

investimentos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

longo prazo ou<<strong>br</strong> />

planejamentos


51<<strong>br</strong> />

Ainda, segundo Leavy (1994, p.36), o principal perfil da perspectiva (uma política<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento e atendimento às necessida<strong>de</strong>s do cliente, sem <strong>de</strong>sperdício) just in<<strong>br</strong> />

time, po<strong>de</strong> também ser resumido <strong>com</strong>o:<<strong>br</strong> />

• Compradores e Fornecedores <strong>com</strong>o parceiros.<<strong>br</strong> />

• Jogo <strong>de</strong> “ganha-ganha” para ambas as partes.<<strong>br</strong> />

• Foco principal está <strong>na</strong> criação da margem <strong>de</strong> lucro – a ênfase está <strong>na</strong> parceria<<strong>br</strong> />

e divisão igualitária das re<strong>com</strong>pensas.<<strong>br</strong> />

A Tabela 5 <strong>de</strong>monstra o relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> parceria cliente/fornecedor.<<strong>br</strong> />

Tabela 5 – Comprador e Fornecedor <strong>na</strong> Perspectiva <strong>de</strong> Parceria<<strong>br</strong> />

ESTRATÉGIA<<strong>br</strong> />

VANTAGEM<<strong>br</strong> />

RELEVÂNCIA<<strong>br</strong> />

Fonte – Leavy, 1994<<strong>br</strong> />

COMPRADOR<<strong>br</strong> />

FORNECEDOR<<strong>br</strong> />

• Trabalhar juntos para • Trabalhar juntos para<<strong>br</strong> />

maximizar as maximizar as<<strong>br</strong> />

economias da economias <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cooperação.<<strong>br</strong> />

cooperação.<<strong>br</strong> />

• Convidar o fornecedor • Trabalhar juntos para<<strong>br</strong> />

a fazer parte da melhorar<<strong>br</strong> />

a<<strong>br</strong> />

estratégia <strong>com</strong>petitiva <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />

do <strong>com</strong>prador.<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prador.<<strong>br</strong> />

• Economia <strong>de</strong> • Economia da<<strong>br</strong> />

cooperação.<<strong>br</strong> />

cooperação.<<strong>br</strong> />

• Redução <strong>de</strong> estoques. • Redução <strong>de</strong> Estoques.<<strong>br</strong> />

• Qualida<strong>de</strong> melhorada a • Suporte técnico no<<strong>br</strong> />

menor custo.<<strong>br</strong> />

produto e no processo.<<strong>br</strong> />

• Melhor controle e • Demanda estável.<<strong>br</strong> />

planejamento.<<strong>br</strong> />

• Proteção contra as<<strong>br</strong> />

• Fornecimento estável.<<strong>br</strong> />

forças <strong>com</strong>petitivas.<<strong>br</strong> />

• Muitos benefícios da<<strong>br</strong> />

integração vertical <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

poucos riscos<<strong>br</strong> />

• A principal relevância para <strong>com</strong>prador e fornecedor é a<<strong>br</strong> />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambos crescerem e <strong>de</strong>senvolverem-se<<strong>br</strong> />

juntos.<<strong>br</strong> />

• Os perigos <strong>de</strong> se associar a empresas erradas e os<<strong>br</strong> />

custos da <strong>de</strong>sassociação. As fortu<strong>na</strong>s dos <strong>com</strong>pradores<<strong>br</strong> />

e fornecedores estão amarradas à atrativida<strong>de</strong> e à<<strong>br</strong> />

posição <strong>com</strong>petitiva da indústria <strong>com</strong>pradora.


52<<strong>br</strong> />

O relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> parceria é conhecido também <strong>com</strong>o VAP (Value Adding<<strong>br</strong> />

Partnership), ou, ainda, <strong>com</strong>o Comakership.<<strong>br</strong> />

“O VAP é um conjunto <strong>de</strong> <strong>com</strong>panhias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que trabalham juntas para<<strong>br</strong> />

gerenciar o fluxo <strong>de</strong> bens e serviços ao longo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos” (JOHNSTON<<strong>br</strong> />

& LAWRENCE, 1988, p.46).<<strong>br</strong> />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>com</strong>petição utilizado <strong>na</strong> produção em massa, em que<<strong>br</strong> />

freqüentemente se busca o enfraquecimento do <strong>com</strong>prador ou do fornecedor para<<strong>br</strong> />

garantir maiores margens <strong>de</strong> lucro, po<strong>de</strong> trazer vantagens imediatas. Mas, à médio e<<strong>br</strong> />

longo prazos <strong>de</strong>teriorará a capacida<strong>de</strong> produtiva da outra empresa, em todos os<<strong>br</strong> />

setores (produção, P&D, projeto do produto e processo, marketing, vendas, etc.), por<<strong>br</strong> />

falta <strong>de</strong> recursos. E a troca constante <strong>de</strong> fornecedores, o que po<strong>de</strong>ria parecer uma<<strong>br</strong> />

solução, provoca, <strong>na</strong> realida<strong>de</strong>, interrupções e reinícios que atrapalham<<strong>br</strong> />

profundamente o processo <strong>de</strong> aprendizagem (learning) das empresas.<<strong>br</strong> />

Com o VAP, as empresas po<strong>de</strong>m obter mais ganhos <strong>de</strong> escala, e, ao mesmo<<strong>br</strong> />

tempo, aumentar sua <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> e criativida<strong>de</strong>, e ainda reduzir seus custos, por meio<<strong>br</strong> />

da utilização <strong>de</strong> forma mais intensa e eficiente das <strong>com</strong>petências <strong>de</strong> cada um dos<<strong>br</strong> />

elementos que <strong>com</strong>põem a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos.<<strong>br</strong> />

“Conclui-se que é necessário estar <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ia certa <strong>com</strong> parceiros a<strong>de</strong>quados e<<strong>br</strong> />

altamente <strong>com</strong>petitivos” (MERLI, 1994,p.38).<<strong>br</strong> />

Segundo Merli (1994, p.98), o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> referência para os cumprimentos<<strong>br</strong> />

(relativos aos fornecedores, operacio<strong>na</strong>lmente ou estrategicamente) é o seguinte:<<strong>br</strong> />

• Verticalização do negócio mediante a criação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s logísticas permanentes<<strong>br</strong> />

que integram clientes e fornecedores.<<strong>br</strong> />

• Parceria no negócio, <strong>com</strong> estratégias conjuntas.<<strong>br</strong> />

• Poucos fornecedores <strong>de</strong> confiança a serem integrados no próprio negócio, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

uma conseqüente drástica redução dos custos e dos problemas ligados à<<strong>br</strong> />

administração <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> parque <strong>de</strong> fornecedores. A situação i<strong>de</strong>al seria a <strong>de</strong> ter<<strong>br</strong> />

ape<strong>na</strong>s um único fornecedor para cada peça/<strong>com</strong>ponente e dois ou três fornecedores<<strong>br</strong> />

para cada classe <strong>de</strong> materiais ou família <strong>de</strong> produtos, para que, caso seja necessário<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sclassificar algum fornecedor, esses produtos possam ser feitos pelos outros<<strong>br</strong> />

fornecedores da mesma família <strong>de</strong> produtos.<<strong>br</strong> />

Merli (1994, p.102) fornece ainda aspectos da lógica <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />

fornecedores integrados, aspectos qualitativos e o perfil do papel do <strong>com</strong>prador, a<<strong>br</strong> />

saber:<<strong>br</strong> />

• Relacio<strong>na</strong>mento em longo prazo.


53<<strong>br</strong> />

• Empresas abertas (integradas operacio<strong>na</strong>lmente, mas também <strong>na</strong>s ações <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento/ industrialização dos <strong>com</strong>ponentes/ tecnologias chave).<<strong>br</strong> />

• Confiança total recíproca enquanto parceiro no mesmo negócio.<<strong>br</strong> />

• Utilização normal <strong>de</strong> pedidos em aberto, <strong>com</strong> fornecimento sincronizado, ou do<<strong>br</strong> />

uso do sistema Kanban.<<strong>br</strong> />

• Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação <strong>com</strong>um, utilizada seja para procedimentos operacio<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

(<strong>entrega</strong>s, faturamento) seja para funções administrativas (programação,<<strong>br</strong> />

administração <strong>de</strong> mudanças, etc).<<strong>br</strong> />

• Vasta utilização <strong>de</strong> programas conjuntos <strong>de</strong> aperfeiçoamento.<<strong>br</strong> />

2.3.3 O Suprimento <strong>na</strong> Produção Enxuta<<strong>br</strong> />

Após o advento da produção enxuta, percebeu-se que a chave para um sistema<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> suprimento <strong>de</strong> peças <strong>com</strong>petitivo estava <strong>na</strong> maneira <strong>com</strong>o a <strong>montadora</strong> trabalhava<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> seus fornecedores. Se o fornecedor era interno ou externo à <strong>com</strong>panhia, pouca<<strong>br</strong> />

diferença fazia.<<strong>br</strong> />

Enquanto, <strong>na</strong> produção em massa, os quatro elementos-chave do<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>mento <strong>montadora</strong>/fornecedor eram: preço (em primeiro lugar), qualida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

confiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> e vigência <strong>de</strong> contrato, o <strong>de</strong>senvolvimento da peça era<<strong>br</strong> />

unilateral, as informações não eram <strong>com</strong>partilhadas, tor<strong>na</strong>va-se muito difícil qualquer<<strong>br</strong> />

atitu<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> promover o benefício mútuo. Fornecedores e <strong>montadora</strong>,<<strong>br</strong> />

acostumados à obscurida<strong>de</strong> e privacida<strong>de</strong>, trabalhavam <strong>com</strong> problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

acertos constantes <strong>de</strong> preços, problemas <strong>de</strong> manufaturabilida<strong>de</strong>. O relacio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

tor<strong>na</strong>va-se conflituoso ao longo <strong>de</strong> toda a vida do veículo. Ainda podiam ocorrer<<strong>br</strong> />

problemas <strong>de</strong> flutuação <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, o que viera a agravar mais ainda o tumultuado<<strong>br</strong> />

contato.<<strong>br</strong> />

O sistema <strong>de</strong> suprimentos típico da produção em massa podia conseguir achatar<<strong>br</strong> />

os lucros dos fornecedores, mas <strong>com</strong>o ninguém se <strong>com</strong>unicasse <strong>com</strong> ninguém, era<<strong>br</strong> />

fato que todos iriam continuar convivendo eter<strong>na</strong>mente <strong>com</strong> os mesmos problemas.<<strong>br</strong> />

Para as empresas que pregam o suprimento da produção enxuta, hoje,<<strong>br</strong> />

inicialmente são <strong>de</strong>senvolvidos fornecedores em um número reduzido, mas suficiente,<<strong>br</strong> />

não para concorrência entre eles, mas para formar uma equipe coesa. São escolhidos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> base no relacio<strong>na</strong>mento pensado e num histórico <strong>de</strong> bom <strong>de</strong>sempenho<<strong>br</strong> />

(WOMACK, JONES, ROSS, 1992 p.141).<<strong>br</strong> />

A <strong>na</strong>tureza do Sistema <strong>de</strong> Suprimentos po<strong>de</strong> fazer <strong>com</strong> que a <strong>montadora</strong> pouco<<strong>br</strong> />

conheça so<strong>br</strong>e certas peças. Isto po<strong>de</strong> caber ao fornecedor, que <strong>com</strong> engenheiros


54<<strong>br</strong> />

resi<strong>de</strong>ntes nos clientes, <strong>com</strong>ece a <strong>de</strong>senvolver a matéria-prima <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início. Quando<<strong>br</strong> />

a matéria-prima guarda tecnologia específica ou algum dado vital para o processo do<<strong>br</strong> />

carro, então ser <strong>de</strong>senvolvido não é <strong>de</strong>legado ao fornecedor.<<strong>br</strong> />

O contrato entre fornecedor/<strong>montadora</strong> é ape<strong>na</strong>s pró-forma, pois é um contrato<<strong>br</strong> />

básico. É um <strong>com</strong>promisso <strong>de</strong> trabalho a longo prazo, que estabelece regras<<strong>br</strong> />

fundamentais, mas que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> outros tipos <strong>de</strong> benefício mútuo.<<strong>br</strong> />

Verda<strong>de</strong>ira é a idéia que a produção enxuta iniciou-se <strong>com</strong> Toyoda e Ohno, <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Toyota Motor Company, por volta dos anos 50 (WOMACK, JONES, ROSS, 1992,<<strong>br</strong> />

p.95).<<strong>br</strong> />

A essência da produção enxuta foi extraída da palavra japonesa muda, que<<strong>br</strong> />

significa <strong>de</strong>sperdício, <strong>de</strong>finida <strong>com</strong>o algo que não gera valor para o cliente (WOMACK,<<strong>br</strong> />

JONES, ROSS, p.175).<<strong>br</strong> />

Os cinco princípios da produção enxuta são:<<strong>br</strong> />

. Especifique Valor: o valor <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>finido pelo cliente fi<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />

. I<strong>de</strong>ntifique a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor: a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimento Total, da matéria-prima à<<strong>br</strong> />

<strong>entrega</strong> e ao uso pelo cliente fi<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>ve ser entendida para a empresa i<strong>de</strong>ntificar on<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

as ativida<strong>de</strong>s realmente não criam valor ao cliente. Ao se a<strong>na</strong>lisar a ca<strong>de</strong>ia <strong>com</strong>pleta<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> valor, três tipos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificadas: as que criam valor para os<<strong>br</strong> />

clientes, as que não criam valor, mas não po<strong>de</strong>m ser elimi<strong>na</strong>das em função da<<strong>br</strong> />

tecnologia atual ou das restrições <strong>de</strong> processo, e as que não criam valor e po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

elimi<strong>na</strong>das.<<strong>br</strong> />

. Crie fluxo: a essência da produção enxuta é que o fluxo contínuo e harmônico <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

trabalho não tenha interrupção. Se houver <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s no fluxo <strong>de</strong> trabalho,<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m ocorrer erros que retardam a resposta à <strong>de</strong>manda dos clientes, e exige<<strong>br</strong> />

gerenciamento <strong>de</strong>snecessário das operações.<<strong>br</strong> />

. Puxe, não empurre: os sistemas tradicio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> produção fa<strong>br</strong>icam <strong>na</strong> esperança <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ven<strong>de</strong>rem seus produtos. Isso cria muda (<strong>de</strong>sperdício). O <strong>de</strong>safio da produção enxuta<<strong>br</strong> />

é fazer que a programação seja <strong>com</strong>andada por “puxar” o fluxo, ao invés <strong>de</strong> empurrálo.<<strong>br</strong> />

Essencialmente sistemas <strong>de</strong> “puxar” são sistemas <strong>de</strong> reposição.<<strong>br</strong> />

Os sistemas <strong>de</strong> “puxar” exigem a mudança <strong>na</strong> cultura operacio<strong>na</strong>l, pois<<strong>br</strong> />

significam que o trabalho em andamento seja reduzido e não há geração <strong>de</strong> qualquer<<strong>br</strong> />

estoque em processo.<<strong>br</strong> />

. Lute por perfeição: à medida que os parceiros aplicarem a filosofia da produção<<strong>br</strong> />

enxuta, mais problemas serão resolvidos, e uma cultura <strong>de</strong> melhoria contínua se<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolve.


55<<strong>br</strong> />

Ainda, conforme Womack, Jones e Ross (1992, p.175), as seis fontes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

muda são:<<strong>br</strong> />

• excesso <strong>de</strong> produção, antecipando-se à <strong>de</strong>manda;<<strong>br</strong> />

• espera pela etapa seguinte do processo;<<strong>br</strong> />

• transporte <strong>de</strong>snecessário <strong>de</strong> materiais;<<strong>br</strong> />

• processamento excessivo <strong>de</strong> peças por má tecnologia ou do <strong>de</strong>senho do<<strong>br</strong> />

processo;<<strong>br</strong> />

• movimentação <strong>de</strong>snecessária dos empregados;<<strong>br</strong> />

• produção <strong>de</strong>feituosa.<<strong>br</strong> />

Para que se cumpra a “transparência” do contrato <strong>com</strong>ercial proposto pela<<strong>br</strong> />

produção enxuta, para o enfoque enxuto funcio<strong>na</strong>r, o fornecedor precisa <strong>com</strong>partilhar<<strong>br</strong> />

uma parte substancial <strong>de</strong> suas informações inter<strong>na</strong>s so<strong>br</strong>e custos e técnicas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção. Montadora e fornecedor repassam cada <strong>de</strong>talhe do processo <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

da matéria-prima, para encontrar um equilí<strong>br</strong>io entre custos e qualida<strong>de</strong>. Em troca, a<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong> precisa respeitar a necessida<strong>de</strong> do fornecedor <strong>de</strong> lucrar razoavelmente.<<strong>br</strong> />

Acordos entre <strong>montadora</strong> e fornecedores, para partilharem lucros, incentivam os<<strong>br</strong> />

fornecedores a melhorarem seus processos, pois estes recebem garantia <strong>de</strong> que os<<strong>br</strong> />

lucros provenientes <strong>de</strong> suas inovações serão <strong>de</strong> todos.<<strong>br</strong> />

Outro fator da produção enxuta, <strong>na</strong> divisão das melhorias, é que o fornecedor se<<strong>br</strong> />

sente motivado a repassar para seus clientes os ganhos dos cursos <strong>de</strong> aprendizado.<<strong>br</strong> />

Ao concordar em dividir os lucros das ativida<strong>de</strong>s conjuntas e <strong>de</strong>ixar para os<<strong>br</strong> />

fornecedores os lucros oriundos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s próprias, a <strong>montadora</strong> renuncia ao<<strong>br</strong> />

monopólio so<strong>br</strong>e os benefícios das idéias dos fornecedores. Com isto, a <strong>montadora</strong><<strong>br</strong> />

beneficia-se da crescente propensão <strong>de</strong> seus fornecedores, em introduzirem<<strong>br</strong> />

inovações e sugestões redutoras <strong>de</strong> custos, e trabalharem cooperativamente.<<strong>br</strong> />

O sistema substitui o círculo vicioso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança por um círculo virtuoso <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cooperação (WOMACK, JONES, ROSS, 1992 p.145).<<strong>br</strong> />

Todos esses conceitos exprimem um único objetivo <strong>de</strong> integração e<<strong>br</strong> />

permeabilida<strong>de</strong>. Isto leva a crer que o objetivo conjunto <strong>montadora</strong>s/fornecedores <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

conquista gradativa e crescente do mercado é possível e po<strong>de</strong> dar bons resultados.<<strong>br</strong> />

No Japão, <strong>de</strong>vido principalmente à cultura local, isto vem acontecendo há 30 anos. No<<strong>br</strong> />

mundo Oci<strong>de</strong>ntal, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>morar um pouco. Mas não é mais uma utopia.<<strong>br</strong> />

Ainda, para o sistema <strong>de</strong> suprimento <strong>de</strong> a produção enxuta funcio<strong>na</strong>r, existem<<strong>br</strong> />

alguns <strong>com</strong>ponentes importantes que vem ao encontro da essência do conceito.


56<<strong>br</strong> />

2.3.4 Componentes Importantes para a Prática da Produção Enxuta<<strong>br</strong> />

A produção enxuta criou e i<strong>de</strong>ntificou, conforme Womack, Jones e Ross (1992,<<strong>br</strong> />

p.145), quatro <strong>com</strong>ponentes que <strong>com</strong>plementam sua prática:<<strong>br</strong> />

• a maneira <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>r just in time (a quantida<strong>de</strong> exata <strong>na</strong> hora exata <strong>de</strong> sua<<strong>br</strong> />

utilização)<<strong>br</strong> />

• a uniformida<strong>de</strong> da produção<<strong>br</strong> />

• a criação <strong>de</strong> plataformas<<strong>br</strong> />

• a produção por famílias<<strong>br</strong> />

• A Maneira <strong>de</strong> se Entregar, conhecida <strong>com</strong>o Just in time, foi uma inovação<<strong>br</strong> />

li<strong>de</strong>rada pela Toyota, <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 50, e adotada pelas empresas oci<strong>de</strong>ntais no início<<strong>br</strong> />

da década <strong>de</strong> 80. Foi imagi<strong>na</strong>da por Taiichi Ohno <strong>com</strong>o um método, para<<strong>br</strong> />

origi<strong>na</strong>lmente facilitar o fluxo seqüencial.<<strong>br</strong> />

Consiste em <strong>entrega</strong>r os <strong>com</strong>ponentes diretamente para a linha <strong>de</strong> montagem,<<strong>br</strong> />

muitas vezes <strong>de</strong> hora em hora, várias vezes ao dia, se necessário. Em geral,<<strong>br</strong> />

fornecedores são avisados pela <strong>montadora</strong> em tempo real, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um lead time<<strong>br</strong> />

(tempo) coerente, para <strong>entrega</strong>r peças caras, que exigem gran<strong>de</strong>s investimentos em<<strong>br</strong> />

estoques. Para que o just in time funcione, duas ferramentas são necessárias: um<<strong>br</strong> />

a<strong>com</strong>panhamento muito próximo do consumo real da produção e uma manutenção<<strong>br</strong> />

eficiente e rápida dos meios <strong>de</strong> produção (por exemplo, troca <strong>de</strong> ferramentas).<<strong>br</strong> />

É importante que os fornecedores só entreguem as peças às <strong>montadora</strong>s “em<<strong>br</strong> />

tempo” <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r ao cronograma da produção, <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong> exata<<strong>br</strong> />

indicada.<<strong>br</strong> />

• A Uniformida<strong>de</strong> da Produção:<<strong>br</strong> />

Também conhecido <strong>com</strong>o heijunka, é o esforço da <strong>montadora</strong> em manter o<<strong>br</strong> />

volume total produzido o mais constante possível. Apesar da produção enxuta<<strong>br</strong> />

caracterizar-se por ter uma <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> em aten<strong>de</strong>r as mudanças do mix <strong>de</strong> produção,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vido ao baixo estoque em processo, e principalmente por produzir em pequenos<<strong>br</strong> />

lotes, mesmo assim, o esforço em uniformizar a produção diminui os <strong>de</strong>sperdícios e<<strong>br</strong> />

está <strong>de</strong>ntro da filosofia <strong>de</strong> melhoria contínua (kaizen).<<strong>br</strong> />

Além disso, há a garantia para os fornecedores <strong>de</strong> se manterem os volumes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

negócios. Além disto, o fornecedor não precisa manter estoques <strong>de</strong>snecessários


57<<strong>br</strong> />

supondo que possam ocorrer pedidos inesperados. No Japão, fornecedores são<<strong>br</strong> />

informados <strong>com</strong> antecedência pela <strong>montadora</strong> so<strong>br</strong>e mudanças <strong>de</strong> volumes.<<strong>br</strong> />

• A Criação <strong>de</strong> Plataformas:<<strong>br</strong> />

Para facilitar o <strong>de</strong>senvolvimento do veículo, a melhoria e incremento <strong>de</strong>ssas<<strong>br</strong> />

peças e matérias-primas, criou-se, <strong>na</strong> produção enxuta, o conceito <strong>de</strong> “mo<strong>de</strong>lo básico”,<<strong>br</strong> />

ou “plataforma”, no jargão automobilístico. Plataforma é um conjunto <strong>de</strong> peças que<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> ser aproveitado <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los anteriores, e <strong>com</strong>partilhados <strong>com</strong> outros mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

um ou mais produtos. São peças que não necessitam ser adaptadas, ou criadas<<strong>br</strong> />

quando da existência <strong>de</strong> um novo projeto. São peças <strong>com</strong>uns a um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> veículo<<strong>br</strong> />

e po<strong>de</strong>m ser utilizadas em outro veículo <strong>com</strong>pleto, ou em parte <strong>de</strong>le.<<strong>br</strong> />

Este conceito facilita os projetos <strong>de</strong> engenharia, a produção dos fornecedores e a<<strong>br</strong> />

montagem do veículo.<<strong>br</strong> />

• A Produção por Famílias:<<strong>br</strong> />

É o tipo <strong>de</strong> produção que engloba e agrupa todas as etapas em um lugar só,<<strong>br</strong> />

num fluxo contínuo seqüencial do <strong>com</strong>eço ao fim.<<strong>br</strong> />

As famílias <strong>de</strong> produtos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong> várias formas: mesmo material,<<strong>br</strong> />

mesmo processo, mesma função no conjunto principal ou item-pai. Neste caso aqui, o<<strong>br</strong> />

veículo.<<strong>br</strong> />

Também esta prática agrupa pessoas e informações em um local, só evitando<<strong>br</strong> />

ruídos <strong>na</strong>s <strong>com</strong>unicações, para solução <strong>de</strong> problemas.<<strong>br</strong> />

O motivo para a apresentação <strong>de</strong>sses quatro conceitos é <strong>de</strong>monstrar que a<<strong>br</strong> />

produção enxuta i<strong>de</strong>alizou e i<strong>de</strong>aliza até hoje, no mundo oriental e oci<strong>de</strong>ntal, práticas<<strong>br</strong> />

racio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> trabalho, procurando os melhores caminhos para qualida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

custo.<<strong>br</strong> />

Tudo isso só é conseguido <strong>com</strong> a colaboração ativa <strong>de</strong> fornecedores imbuídos<<strong>br</strong> />

do mesmo objetivo.<<strong>br</strong> />

Talvez não se fale mais em produção enxuta, lean manufacturing, assim <strong>com</strong>o e<<strong>br</strong> />

da maneira que se falava no auge da <strong>de</strong>scoberta pelo mundo oci<strong>de</strong>ntal do sistema<<strong>br</strong> />

japonês, mas o foco dos conceitos iniciados nos anos 50 vem caminhando e se<<strong>br</strong> />

reciclando até a adaptação para os dias <strong>de</strong> hoje.


58<<strong>br</strong> />

2.4 O Consórcio Modular e as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Negócio<<strong>br</strong> />

A quarta fase da logística a<strong>br</strong>iu caminho não só para uma melhoria da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

suprimentos, <strong>com</strong>o também para a integração <strong>de</strong> todos os seus <strong>com</strong>ponentes. Não<<strong>br</strong> />

suporta que tecnicamente foram criados, <strong>de</strong>senvolvidos, extintos ou alterados<<strong>br</strong> />

procedimentos, métodos, formas <strong>de</strong> trabalho. Importa que neste momento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

integração, estava se formando um novo tipo <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento cliente/fornecedor.<<strong>br</strong> />

Era o que havia <strong>de</strong> mais atual e avançado neste sentido.<<strong>br</strong> />

As novas relações operacio<strong>na</strong>is e <strong>com</strong>erciais <strong>com</strong>eçaram a aparecer ainda <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong>s <strong>montadora</strong>s mundiais, pois estas <strong>de</strong>tinham não só um alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o também terreno fértil para novas idéias e tecnologias.<<strong>br</strong> />

Gran<strong>de</strong>s <strong>montadora</strong>s inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>senvolveram pelo mundo não só um novo<<strong>br</strong> />

tipo <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento, <strong>com</strong>o re<strong>de</strong>senharam a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos, colocando o<<strong>br</strong> />

fornecedor <strong>com</strong>o co-autor <strong>de</strong> todas as etapas do processo <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação dos veículos,<<strong>br</strong> />

procurando tor<strong>na</strong>r o negócio cada vez mais rentável para todos.<<strong>br</strong> />

No Brasil, um exemplo inédito e audacioso mudou <strong>de</strong>finitivamente o ritmo do<<strong>br</strong> />

setor <strong>de</strong> autopeças <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />

Nos últimos tempos, a Volkswagen tem criado, principalmente no Brasil, formas<<strong>br</strong> />

inovadoras <strong>de</strong> organização para conquista <strong>de</strong> mercado, mas já <strong>com</strong> a visão das<<strong>br</strong> />

mudanças mundiais.<<strong>br</strong> />

A Volkswagen é uma organização do setor automobilístico, que historicamente<<strong>br</strong> />

li<strong>de</strong>ra o mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> veículos, mas que nos últimos anos vem sofrendo a ação<<strong>br</strong> />

cada vez mais acirrada da concorrência, <strong>com</strong> reflexos <strong>na</strong> perda <strong>de</strong> seu market share.<<strong>br</strong> />

Há alguns poucos anos, a Volkswagen i<strong>de</strong>alizou, construiu e implantou novas fá<strong>br</strong>icas<<strong>br</strong> />

e novos conceitos, em setores outrora estáticos, <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>indo um valor significativo <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sempenhadas por estes setores, tor<strong>na</strong>ndo estas inovações o motivo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

crescimento mercadológico e marcos <strong>na</strong> história da indústria mundial. Dois exemplos<<strong>br</strong> />

seriam a fá<strong>br</strong>ica <strong>de</strong> motores, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Carlos-SP, e a fá<strong>br</strong>ica <strong>de</strong> caminhões e<<strong>br</strong> />

ônibus, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>-RJ.<<strong>br</strong> />

Para <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r a história <strong>de</strong>ssas duas inovações, é preciso <strong>de</strong>linear as<<strong>br</strong> />

principais mudanças por que passa o setor automobilístico no mundo: globalização,<<strong>br</strong> />

crescente exigência do consumidor, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evolução permanente, mudanças<<strong>br</strong> />

radicais <strong>na</strong> engenharia do produto e revolução nos processos produtivos. Isto tudo<<strong>br</strong> />

a<strong>com</strong>panhado <strong>de</strong> fusões e aquisições <strong>com</strong>erciais, formando um mercado cada vez<<strong>br</strong> />

mais diverso.


59<<strong>br</strong> />

Na área industrial, o setor automobilístico é o exemplo das conseqüências da<<strong>br</strong> />

globalização. Segundo Vassalo (1990, p.52), há uma forte tendência <strong>de</strong> um ciclo<<strong>br</strong> />

acelerado no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos, <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> e perso<strong>na</strong>lização.<<strong>br</strong> />

Ainda, segundo Vassalo (1990, p.67), a perso<strong>na</strong>lização dos produtos traz consigo uma<<strong>br</strong> />

redundância: o setor automobilístico é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> série, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<<strong>br</strong> />

padronização, ao passo que a perso<strong>na</strong>lização vai a direção oposta. Então, a solução<<strong>br</strong> />

encontrada foi a <strong>de</strong> padronizar o que o cliente não vê: plataformas, <strong>com</strong>ponentes, etc.<<strong>br</strong> />

Para padronizar o que o cliente não vê, <strong>de</strong>senvolveu-se o conceito <strong>de</strong> plataforma, que<<strong>br</strong> />

é um conjunto básico <strong>de</strong> chassis e suspensão, <strong>com</strong> várias opções <strong>de</strong> motor e<<strong>br</strong> />

transmissão, so<strong>br</strong>e o qual se constrói o automóvel.<<strong>br</strong> />

A Volkswagen foi pioneira no uso <strong>de</strong> plataformas. Criar plataformas é caro, mas<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pensa porque reduz o ciclo e o custo do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> todos os produtos<<strong>br</strong> />

que <strong>de</strong>la <strong>de</strong>rivam. O uso <strong>de</strong> plataformas também o<strong>br</strong>iga a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> produtos<<strong>br</strong> />

globais. Mo<strong>de</strong>los iguais são construídos em todas as fá<strong>br</strong>icas, em todos os países. No<<strong>br</strong> />

conceito anterior, cada fá<strong>br</strong>ica produzia um mo<strong>de</strong>lo diferente.<<strong>br</strong> />

Hoje, os mesmos mo<strong>de</strong>los são produzidos e vendidos no mundo todo.<<strong>br</strong> />

A globalização exige também padronização <strong>de</strong> <strong>com</strong>ponentes, o que elimi<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

custos tanto <strong>na</strong> engenharia <strong>de</strong> produto quanto no processo produtivo. Ela é mais<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>um em partes mecânicas (motor, câmbio, suspensão, etc.), mas aparece também<<strong>br</strong> />

em portas, maçanetas, instrumentos, etc.<<strong>br</strong> />

A globalização muda também a logística <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> distribuição, <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

fá<strong>br</strong>icas cada vez mais “especializadas”, produzindo poucos mo<strong>de</strong>los. Mesmo <strong>com</strong> alto<<strong>br</strong> />

custo <strong>de</strong> transporte, o ganho <strong>de</strong> escala obtido <strong>na</strong> produção é tão significativo que a<<strong>br</strong> />

“especialização” tor<strong>na</strong>-se uma alter<strong>na</strong>tiva <strong>com</strong>pensadora: mo<strong>de</strong>los que são vendidos<<strong>br</strong> />

aqui, não são produzidos aqui, pois não teriam escala suficiente para justificar o<<strong>br</strong> />

investimento. Ainda a logística <strong>de</strong> distribuição não se restringe aos veículos montados,<<strong>br</strong> />

ela também exige suprimento globalizado. Peças e <strong>com</strong>ponentes po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

produzidos em uma única fá<strong>br</strong>ica e ser enviado para outra, montado em outras<<strong>br</strong> />

espalhadas pelo mundo. Os projetos <strong>de</strong> engenharia também são globalizados.<<strong>br</strong> />

A Volkswagen opera no Brasil há quase meio século. Numa <strong>de</strong>cisão que<<strong>br</strong> />

surpreen<strong>de</strong>u o mercado da época, a Volkswagen e a Ford se uniram no Brasil e <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Argenti<strong>na</strong> e criaram a Autolati<strong>na</strong>, visando <strong>com</strong>partilhar custos e potencializar os pontos<<strong>br</strong> />

fortes <strong>de</strong> cada empresa, formando assim um gigante teoricamente imbatível no<<strong>br</strong> />

mercado latino-americano. Com a Autolati<strong>na</strong>, as duas empresas passaram a ter<<strong>br</strong> />

operações conjuntas em diversos níveis, inclusive produtos <strong>com</strong>partilhados: a<<strong>br</strong> />

Volkswagen produzia os Ford Versailles e Royale (<strong>de</strong>rivados do VW Santa<strong>na</strong>), e a


60<<strong>br</strong> />

Ford produzia o Volkswagen Logus (<strong>de</strong>rivado do Ford Escort). Mas a fusão nunca<<strong>br</strong> />

chegou a ocorrer, principalmente por conta das arraigadas diferenças culturais. As<<strong>br</strong> />

empresas continuavam a existir sob o mesmo teto, mas agindo <strong>de</strong> forma diferente. Um<<strong>br</strong> />

exemplo é que, durante a fusão das empresas, as re<strong>de</strong>s reven<strong>de</strong>doras continuaram<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pletamente indiferentes: a ASSOBRAV (Associação Brasileira dos Reven<strong>de</strong>dores<<strong>br</strong> />

Volkswagen) e a ABRADIF (Associação Brasileira <strong>de</strong> Distribuidores Ford).<<strong>br</strong> />

Com o início dos anos 90, a Volkswagen havia perdido mercado <strong>de</strong>vido à<<strong>br</strong> />

ascensão das vendas do Uno 1000. Havia a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se remo<strong>de</strong>lar o Gol. A<<strong>br</strong> />

Ford, pelo seu lado, não concordava, pois pretendia remo<strong>de</strong>lar o seu Escort. Na<<strong>br</strong> />

realida<strong>de</strong>, ambas as marcas estavam cada vez mais per<strong>de</strong>ndo mercado <strong>de</strong>vido às<<strong>br</strong> />

marcas entrantes: a abertura <strong>de</strong> mercado às marcas estrangeiras.<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> separar as empresas, dissolvendo a Autolati<strong>na</strong>, ocorreu em 1994, e<<strong>br</strong> />

se efetivou em março <strong>de</strong> 1995, ocasião em que os sistemas <strong>de</strong> informação passaram<<strong>br</strong> />

a ser específicos a cada uma das empresas. A dissolução foi a mais pacífica possível.<<strong>br</strong> />

Empregados da Volkswagen e da Ford pu<strong>de</strong>ram escolher se ficariam <strong>na</strong> Ford ou <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Volkswagen, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> sua origem.<<strong>br</strong> />

Os produtos hí<strong>br</strong>idos <strong>com</strong>o o VW Logus, por exemplo, permaneceram por mais<<strong>br</strong> />

um ano no mercado, até que ambas as empresas pu<strong>de</strong>ssem trabalhar <strong>com</strong> seus<<strong>br</strong> />

próprios recursos, sem que, no entanto, isto afetasse mais ainda suas posições no<<strong>br</strong> />

mercado.<<strong>br</strong> />

A separação da Autolati<strong>na</strong>, em 1995, <strong>de</strong>ixou a Volkswagen sem nenhuma planta<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>dicada à produção <strong>de</strong> caminhões.<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>cisão da construção <strong>de</strong> uma nova fá<strong>br</strong>ica surgiu após o momento que a<<strong>br</strong> />

diretoria da empresa verificou que as condições do mercado <strong>br</strong>asileiro <strong>de</strong> automóveis<<strong>br</strong> />

estavam extremamente favoráveis. Seria <strong>de</strong>svantajoso, para a Volkswagen, utilizar a<<strong>br</strong> />

fá<strong>br</strong>ica <strong>de</strong> Taubaté, <strong>com</strong> sua capacida<strong>de</strong> máxima <strong>na</strong> produção do “best-seller” Gol, e a<<strong>br</strong> />

fá<strong>br</strong>ica da Anchieta, apesar <strong>de</strong> parte obsoleta e muito <strong>com</strong>plexa, já possuía a<<strong>br</strong> />

capacida<strong>de</strong> instalada para os outros mo<strong>de</strong>los.<<strong>br</strong> />

A tão sonhada planta inovadora <strong>de</strong> López <strong>de</strong> Arriortua, então vice-presi<strong>de</strong>nte da<<strong>br</strong> />

Volkswagen mundial, que reuniria revolucionários conceitos <strong>de</strong> produção, estava por<<strong>br</strong> />

se concretizar, e isto se iniciou <strong>com</strong> a formação <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> “benchmarkig e<<strong>br</strong> />

produção enxuta”, recolhendo informações no mundo todo so<strong>br</strong>e o <strong>de</strong>sempenho das<<strong>br</strong> />

mais variadas <strong>montadora</strong>s em seus diferentes aspectos. A cida<strong>de</strong> escolhida no Brasil<<strong>br</strong> />

foi a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, no RJ. Lá, seria implantado um revolucionário sistema <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção chamado consórcio modular (FERRO, 1994, p.372). A partir <strong>de</strong>ste novo<<strong>br</strong> />

conceito, o papel dos fornecedores seria radicalmente diferente. A <strong>com</strong>eçar pelo


61<<strong>br</strong> />

investimento: dos US$ 300 milhões investidos, um terço foi <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> direta<<strong>br</strong> />

dos fornecedores. Pretendia-se criar um tipo diferente <strong>de</strong> relação operacio<strong>na</strong>l e<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ercial <strong>com</strong> os fornecedores. Normalmente, a responsabilida<strong>de</strong> dos fornecedores<<strong>br</strong> />

encerra-se quando a peça chega no almoxarifado do cliente, ou seja, <strong>na</strong> <strong>entrega</strong> do<<strong>br</strong> />

pedido: significava que as peças estavam <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as exigências e o<<strong>br</strong> />

pagamento estaria garantido. A partir <strong>de</strong> agora, o fornecedor seria responsável direto<<strong>br</strong> />

pelos resultados das operações <strong>de</strong> montagem. Todos <strong>de</strong>veriam cumprir o mesmo<<strong>br</strong> />

papel: <strong>montadora</strong> e fornecedores. Com isto, houve um re<strong>de</strong>senho da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

suprimentos. Fornecedores que já vinham envolvidos no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<<strong>br</strong> />

para automóveis e caminhões, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Autolati<strong>na</strong>, se acostumariam facilmente a esta<<strong>br</strong> />

nova prática. Estava sendo praticada a organização sem fronteiras, assunto tão<<strong>br</strong> />

presente <strong>na</strong> literatura administrativa contemporânea.<<strong>br</strong> />

Ao se a<strong>de</strong>ntrar <strong>na</strong> fá<strong>br</strong>ica <strong>de</strong> caminhões Volkswagen, em Resen<strong>de</strong>-RJ, po<strong>de</strong>-se<<strong>br</strong> />

perceber a disposição dos fornecedores ao longo da linha <strong>de</strong> produção, <strong>com</strong> suas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pendências físicas, chamadas módulos. Cada um <strong>de</strong>les está preparado para<<strong>br</strong> />

abastecer e montar, <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção, a peça <strong>de</strong> seu fornecimento, no caminhão<<strong>br</strong> />

ou ônibus que por ali chegar. Fornecedores mundiais <strong>com</strong>o Iochpe-Maxion, Cummins,<<strong>br</strong> />

VDO, Power Train, po<strong>de</strong>m ser vistos trabalhando lado a lado <strong>com</strong> o mesmo objetivo.<<strong>br</strong> />

Des<strong>de</strong> a colocação do chassi <strong>na</strong> linha, até a última fase <strong>de</strong> montagem dos<<strong>br</strong> />

acabamentos e cabines, os fornecedores estão preocupados <strong>com</strong> a qualida<strong>de</strong> da peça<<strong>br</strong> />

e do veículo. Além disso, <strong>com</strong>o o pagamento da peça ao fornecedor só é feito<<strong>br</strong> />

mediante o “OK” do veículo, ou seja, sua liberação <strong>na</strong> inspeção fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />

esta, é feita pela própria Volkswagen. Isto ten<strong>de</strong> a gerar uma maior integração e<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>promisso entre todos os participantes do consórcio.<<strong>br</strong> />

Ao permitir que os fornecedores assumissem a responsabilida<strong>de</strong> da montagem<<strong>br</strong> />

dos veículos, a Volkswagen estava não só repassando aos profundos conhecedores<<strong>br</strong> />

das peças, muitas vezes peças <strong>de</strong> um elevado grau <strong>de</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> tecnológica, a<<strong>br</strong> />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> montá-las no veículo, mas também fazê-las funcio<strong>na</strong>r da melhor<<strong>br</strong> />

forma possível, <strong>de</strong>tectando erros, diferenças e, principalmente, corrigindo-as e<<strong>br</strong> />

melhorando-as, num processo contínuo, sempre quando possível.<<strong>br</strong> />

A planta <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> incorpora uma tendência cada vez mais presente <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

<strong>montadora</strong>s <strong>de</strong> todo o mundo. O esforço da Toyota, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 50, quando da<<strong>br</strong> />

colocação <strong>de</strong> seus fornecedores próximos fisicamente da fá<strong>br</strong>ica, foi o primeiro passo<<strong>br</strong> />

nesta mudança <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento. Des<strong>de</strong> aquela época, a Toyota já praticava os<<strong>br</strong> />

conceitos que hoje são utilizados <strong>na</strong> fá<strong>br</strong>ica <strong>de</strong> caminhões volkswagen: o sistema JIT<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> sincronização <strong>de</strong> produção, redução <strong>de</strong> estoques, melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, para o


62<<strong>br</strong> />

fornecimento <strong>de</strong> conjuntos e subconjuntos montados previamente e até termi<strong>na</strong>dos<<strong>br</strong> />

próximos à linha <strong>de</strong> produção (FERRO, 1994, p.378). Ainda, segundo Ferro (1994,<<strong>br</strong> />

p.379), <strong>montadora</strong>s <strong>com</strong>o a Fiat em Melfi, <strong>na</strong> Itália, Ford, em Valência, <strong>na</strong> Espanha,<<strong>br</strong> />

Re<strong>na</strong>ult, em Córdoba, têm construído parques industriais on<strong>de</strong> reúnem seus<<strong>br</strong> />

fornecedores, numa iniciativa <strong>de</strong> transformar suas linhas <strong>de</strong> produção e suas<<strong>br</strong> />

logísticas, as mais eficientes do mundo. Pelo menos no que tange a fornecimento.<<strong>br</strong> />

A tendência à integração dos sistemas <strong>de</strong> modularização, por parte dos<<strong>br</strong> />

fornecedores <strong>de</strong> primeira camada, é parte do sistema enxuto <strong>de</strong> fornecimento, <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

redução <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> fornecimento e da <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> das peças. O fornecimento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

subconjuntos facilita a montagem fi<strong>na</strong>l do veículo, reduzindo esforço <strong>de</strong> montagem,<<strong>br</strong> />

diminuindo os custos, principalmente por evitar problemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, uma vez que<<strong>br</strong> />

a peça já vem do fornecedor previamente testada.<<strong>br</strong> />

Além disso, as <strong>montadora</strong>s, em mais uma atitu<strong>de</strong> inovadora, estão a<strong>na</strong>lisando as<<strong>br</strong> />

vantagens e <strong>de</strong>svantagens em transformar o módulo interno <strong>de</strong> seus fornecedores em<<strong>br</strong> />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio, ou seja, criar a oportunida<strong>de</strong> para que aquele espaço interno<<strong>br</strong> />

possa ser o local <strong>de</strong> “disparo” <strong>de</strong> peças, não só para aquela planta, mas para outras<<strong>br</strong> />

da mesma <strong>montadora</strong>, no intuito <strong>de</strong> aumentar os benefícios repassados para os<<strong>br</strong> />

fornecedores, que algumas vezes se vêem o<strong>br</strong>igados a arcar <strong>com</strong> maiores custos do<<strong>br</strong> />

que lucros, em um primeiro momento.<<strong>br</strong> />

2.5 Flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Entrega e a Logística <strong>de</strong> Resposta Rápida<<strong>br</strong> />

Não só o tempo representa custos, mas também prazos extensos implicam em<<strong>br</strong> />

pe<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> ao serviço ao cliente. Custo possui uma relação direta <strong>com</strong> o <strong>com</strong>primento<<strong>br</strong> />

do fluxo logístico e o estoque que fica retido nele, pois, em cada dia <strong>de</strong> retenção do<<strong>br</strong> />

produto, ocorrem <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> estoques. Custo também possui<<strong>br</strong> />

relação <strong>com</strong> prazos, porque quanto mais lentas forem as respostas às necessida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

dos clientes, perante a economia globalizada e ao ambiente inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>petitivo, maiores serão as chances <strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência e <strong>de</strong>terioração.<<strong>br</strong> />

Os mercados estão cada vez mais sensíveis ao tempo (CHRISTOPHER, 1997,<<strong>br</strong> />

p.132). Compradores buscam fornecedores que ofereçam menores prazos e que<<strong>br</strong> />

atendam aos requisitos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do produto. Nos mercados <strong>de</strong> consumo, clientes<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m por marcas que estiverem mais próximas e disponíveis <strong>na</strong>quele momento.<<strong>br</strong> />

Importante para o cliente, hoje, é o custo do tempo: custo incorrido entre<<strong>br</strong> />

enquanto ele espera pela <strong>entrega</strong>, ou enquanto procura alter<strong>na</strong>tiva.


63<<strong>br</strong> />

O mercado mundial vem sofrendo <strong>com</strong> a pressão do tempo. Acontecimentos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o os abaixo <strong>de</strong>scritos expressam esta pressão:<<strong>br</strong> />

1. Redução dos ciclos <strong>de</strong> vida dos produtos:<<strong>br</strong> />

O ciclo <strong>de</strong> vida do produto é constituído <strong>de</strong> fases conforme <strong>de</strong>monstra a FIGURA<<strong>br</strong> />

8, então, este conceito sugere que, para muitos produtos, existe um tempo préestabelecido<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> vida. O encurtamento do tempo <strong>de</strong> vida tem sido uma das<<strong>br</strong> />

características <strong>de</strong> nossa época. Produtos que entram tardiamente no mercado, ou<<strong>br</strong> />

insistem em permanecer nele <strong>de</strong>pois do lançamento <strong>de</strong> outro tecnologicamente mais<<strong>br</strong> />

avançado, po<strong>de</strong>m sofrer graves prejuízos.<<strong>br</strong> />

Fonte – Christopher, 1997<<strong>br</strong> />

Figura 8 – O ciclo <strong>de</strong> Vida do Produto<<strong>br</strong> />

Fonte – Christopher, 1997<<strong>br</strong> />

Figura 9 – Entrada Tardia no Mercado e Obsoletos


64<<strong>br</strong> />

Os produtos que não obe<strong>de</strong>ceram ao prazo requerido pelo mercado ten<strong>de</strong>m a<<strong>br</strong> />

tor<strong>na</strong>r obsoletos logo após seu lançamento, conforme <strong>de</strong>monstra a FIGURA 9.<<strong>br</strong> />

2. Esforço dos Clientes em Manter Menos Estoques:<<strong>br</strong> />

Um dos fenômenos mais pronunciados dos últimos anos tem sido a tendência<<strong>br</strong> />

quase universal das <strong>com</strong>panhias em reduzirem seus estoques. Sejam os estoques <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

matérias-primas, <strong>de</strong> processo, <strong>de</strong> <strong>com</strong>ponentes ou <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> produtos acabados;<<strong>br</strong> />

a pressão tem sido para a liberação do capital neles aplicado e, conseqüentemente,<<strong>br</strong> />

reduzir seus custos <strong>de</strong> manutenção. As <strong>com</strong>panhias que reduziram seus estoques<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ste modo também reconheceram as vantagens que obtiveram em termos <strong>de</strong> maior<<strong>br</strong> />

<strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> resposta aos clientes.<<strong>br</strong> />

Consi<strong>de</strong>rando-se que as exigências dos clientes são sempre satisfeitas, quando<<strong>br</strong> />

o fornecedor mantém próximo <strong>de</strong>le o estoque, estamos simplesmente repassando os<<strong>br</strong> />

custos para outra parte da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos. Sempre, para o fornecedor, os<<strong>br</strong> />

custos serão mais altos, e esse <strong>de</strong>ve empreen<strong>de</strong>r ações que substituam o estoque por<<strong>br</strong> />

uma resposta a mais rápida possível (CHRISTOPHER, 1997, p.136).<<strong>br</strong> />

3. Mercados voláteis que impe<strong>de</strong>m previsões confiáveis:<<strong>br</strong> />

Um problema constante que aflige a maioria das organizações é a incerteza das<<strong>br</strong> />

previsões. Devido à volatilida<strong>de</strong> dos mercados mundiais, quase sempre as previsões<<strong>br</strong> />

estão erradas. O primeiro ponto, que leva ao erro das previsões, é a dilatação dos<<strong>br</strong> />

prazos. O fator é cíclico, pois a dilatação dos prazos é <strong>de</strong>vido à volatilida<strong>de</strong>. A<<strong>br</strong> />

volatilida<strong>de</strong> advém da incerteza da <strong>de</strong>manda provocada por promoções, variações <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

preços, resultados das políticas <strong>de</strong> alterações <strong>de</strong> pedidos, etc.<<strong>br</strong> />

Mas o que seria verda<strong>de</strong>iramente prazo? Conforme a FIGURA 10, e sob o ponto<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> vista do cliente, só existe um prazo: o tempo discorrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>entrega</strong> do pedido<<strong>br</strong> />

até a <strong>entrega</strong> do produto (CHRISTOPHER, 1997, p.138).<<strong>br</strong> />

O cliente<<strong>br</strong> />

Entrada do<<strong>br</strong> />

Processamento<<strong>br</strong> />

Execução<<strong>br</strong> />

Transporte<<strong>br</strong> />

Pedido<<strong>br</strong> />

coloca o<<strong>br</strong> />

pedido<<strong>br</strong> />

do pedido<<strong>br</strong> />

do pedido<<strong>br</strong> />

recebido<<strong>br</strong> />

pedido<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

5<<strong>br</strong> />

Fonte – Christopher, 1997<<strong>br</strong> />

Figura 10 – O Ciclo do Pedido<<strong>br</strong> />

Cada um <strong>de</strong>sses passos consome tempo. Devido aos gargalos, processos<<strong>br</strong> />

ineficientes e flutuações no volume <strong>de</strong> pedidos manuseados, haverá sempre uma<<strong>br</strong> />

variabilida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável do tempo consumido para a realização <strong>de</strong>ssas várias<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s.


65<<strong>br</strong> />

Mas está ótica é muito parcial. Quando se observa pelo lado do fornecedor,<<strong>br</strong> />

ainda, conforme Christopher (1997, p.138), prazo é o tempo total em que o capital <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

giro fica <strong>com</strong>prometido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a aquisição dos materiais até o pagamento pelo cliente.<<strong>br</strong> />

A partir do momento em que é tomada a <strong>de</strong>cisão da aquisição dos materiais e<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ponentes, passando pelos processos <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação e montagem, até a distribuição<<strong>br</strong> />

fi<strong>na</strong>l e apoio pós-venda, há consumo <strong>de</strong> tempo, conforme <strong>de</strong>monstra a FIGURA 11.<<strong>br</strong> />

Ele é representado pelos dias <strong>de</strong> estoque no fluxo, seja <strong>com</strong>o matérias-primas,<<strong>br</strong> />

semimanufaturados, materiais em trânsito, ou mesmo, tempo gasto no processamento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> pedidos e outras ativida<strong>de</strong>s administrativas.<<strong>br</strong> />

Fonte – Christopher, 1997<<strong>br</strong> />

Figura 11 – Prazos Acumulados Des<strong>de</strong> a Colocação do Pedido até Dinheiro em Caixa<<strong>br</strong> />

Segundo Christopher (1997, p.143), o fluxo logístico total é o processo pelo qual<<strong>br</strong> />

os tempos <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação e <strong>de</strong> aquisição são conectados às necessida<strong>de</strong>s do mercado,<<strong>br</strong> />

ou seja, quão rápido o fornecedor tenta respon<strong>de</strong>r ao cliente, após a confirmação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seu pedido. Este é o conteúdo principal da estratégia logística, que cada empresa<<strong>br</strong> />

preten<strong>de</strong> praticar <strong>com</strong>o a única ferramenta que causa diferencial <strong>com</strong>petitivo,<<strong>br</strong> />

atualmente.<<strong>br</strong> />

Os objetivos do gerenciamento do fluxo logístico são:<<strong>br</strong> />

. menores custos<<strong>br</strong> />

. alta qualida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

. maior varieda<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

. mais <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong>


66<<strong>br</strong> />

. tempos <strong>de</strong> resposta menores<<strong>br</strong> />

Ao gerenciar-se uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos, verifica-se que existem ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

que agregam valor, outras que agregam custos. As ativida<strong>de</strong>s que adicio<strong>na</strong>m valor são<<strong>br</strong> />

aquelas que tor<strong>na</strong>m o produto mais vendável. Por outro lado, as ativida<strong>de</strong>s que<<strong>br</strong> />

agregam custo são aquelas que po<strong>de</strong>m ser elimi<strong>na</strong>das sem qualquer <strong>de</strong>terioração da<<strong>br</strong> />

utilização do produto pelo cliente. O <strong>de</strong>safio logístico está em <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ir meios em<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>r bem os tempos das ativida<strong>de</strong>s que agregam valor e o tempo das ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

que agregam custos.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 12 mostra a relação Valor e Custo Adicio<strong>na</strong>do, <strong>com</strong> algumas <strong>de</strong> suas<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

Figura 12 –Valor Adicio<strong>na</strong>do Versus Custo Adicio<strong>na</strong>do<<strong>br</strong> />

A solução que se tem verificado nos últimos anos é que se <strong>de</strong>vem remover os<<strong>br</strong> />

bloqueios e as interrupções que ocorrem e que acarretam acúmulo <strong>de</strong> estoques.<<strong>br</strong> />

Busque oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>com</strong>primir a ca<strong>de</strong>ia, sugere Christopher (1997, p.144),<<strong>br</strong> />

e esta oportunida<strong>de</strong> está <strong>na</strong> visualização da <strong>de</strong>manda. Muitas vezes os dados so<strong>br</strong>e a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda permanecem ocultados, porque o ponto <strong>de</strong> entrada do pedido está muito<<strong>br</strong> />

distante do ponto <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> <strong>de</strong>le.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 13 <strong>de</strong>monstra que o encurtamento da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos<<strong>br</strong> />

aumenta o valor adicio<strong>na</strong>do, diminuindo o custo.


67<<strong>br</strong> />

Fonte – Christopher, 1997<<strong>br</strong> />

Figura 13 – Comprimindo a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos<<strong>br</strong> />

Tempo é dinheiro, diz o ditado. Para as empresas atuais, tempo não é só<<strong>br</strong> />

dinheiro, tempo é valor (CORREA; GIANESI, 1993, p.46). Competitivida<strong>de</strong> <strong>com</strong> base<<strong>br</strong> />

no tempo já é uma realida<strong>de</strong> no mercado. Conseguir reduzir tempos <strong>de</strong> <strong>entrega</strong><<strong>br</strong> />

significa <strong>com</strong>andar preços mais altos e garantir para si os mais cobiçados clientes do<<strong>br</strong> />

mercado. As vantagens que os tempos <strong>de</strong> resposta mais curtos trazem para os<<strong>br</strong> />

clientes são claras: eles passam a necessitar planejar suas <strong>com</strong>pras <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

antecedência menor e po<strong>de</strong>m postergar suas <strong>de</strong>cisões até a data mais próxima da<<strong>br</strong> />

data que eles necessitam receber os bens adquiridos. O cliente também po<strong>de</strong> reduzir<<strong>br</strong> />

o tempo <strong>de</strong> seus próprios ciclos produtivos totais, em conseqüência da redução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seus tempos <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> suprimentos.<<strong>br</strong> />

O ciclo total produtivo do fornecedor, <strong>na</strong> maioria das vezes, não é semelhante ao<<strong>br</strong> />

do cliente, ou seja, o ciclo do pedido imposto pelo cliente é menor que o tempo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aquisição da matéria-prima pelo fornecedor, até o dinheiro em caixa. Isto <strong>de</strong>vido aos<<strong>br</strong> />

tempos <strong>de</strong> ressuprimento impostos a este fornecedor, pelo próprio mercado. Então, o<<strong>br</strong> />

fornecedor necessita <strong>de</strong> um tempo, anterior à colocação do pedido do cliente, para<<strong>br</strong> />

especulação dos volumes pedidos por este cliente. Estes são os estudos <strong>de</strong> previsão.<<strong>br</strong> />

Quanto mais se reduzirem estas ativida<strong>de</strong>s especulativas, ou seja, aproximarmos da<<strong>br</strong> />

data da <strong>entrega</strong> do pedido, a data da efetivação <strong>de</strong>le, menos prejuízo terá o<<strong>br</strong> />

fornecedor, mais ágil e flexível ele será. A FIGURA 14 faz o esquema <strong>de</strong>ste fato.


68<<strong>br</strong> />

Fonte – Corrêa; Gianesi, 1993<<strong>br</strong> />

Figura 14 – Ciclos no Processo Produtivo<<strong>br</strong> />

Durante os últimos 30 anos, surgiram muitas idéias e conceitos novos so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

gerenciamento <strong>de</strong> empresas. Talvez um dos princípios mais importantes adotados e<<strong>br</strong> />

praticados amplamente seja o just in time ou JIT, muito mais uma filosofia do que uma<<strong>br</strong> />

técnica. Ele se baseia <strong>na</strong> idéia que, sempre que possível nenhuma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

acontecer num sistema, enquanto não houver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la.<<strong>br</strong> />

Dessa forma, nenhum produto <strong>de</strong>ve ser feito, nenhum <strong>com</strong>ponente <strong>de</strong>ve ser<<strong>br</strong> />

pedido, enquanto não houver necessida<strong>de</strong> (CHRISTOPHER, 1997, p.161).<<strong>br</strong> />

Essencialmente o JIT (ou Just in time) adota o conceito <strong>de</strong> puxar a produção, on<strong>de</strong> a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda, no fi<strong>na</strong>l do ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> suprimentos, puxa os produtos em direção ao mercado,<<strong>br</strong> />

e o fluxo <strong>de</strong> <strong>com</strong>ponentes pertinentes a estes produtos também é <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do pela<<strong>br</strong> />

mesma <strong>de</strong>manda. O JIT (ou Just in time) contrasta <strong>com</strong> o sistema tradicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

“empurrar”, on<strong>de</strong> os produtos são fa<strong>br</strong>icados ou montados em lotes, antecipando a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda, e são posicio<strong>na</strong>dos <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos <strong>com</strong>o reguladores entre as<<strong>br</strong> />

várias ativida<strong>de</strong>s (CHRISTOPHER, 1997, p.161).<<strong>br</strong> />

A FIGURA 15 ilustra graficamente a <strong>de</strong>manda do “empurrar” e do “puxar”.


69<<strong>br</strong> />

Fonte – Christopher, 1997<<strong>br</strong> />

Figura 15 – Puxar Versus Empurrar <strong>na</strong> Ca<strong>de</strong>ia Logística<<strong>br</strong> />

Da mesma forma que a velha sabedoria mandava maximizar as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

lote <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação, o mesmo acontecia <strong>com</strong> o resto da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos. O que<<strong>br</strong> />

forçava clientes a programar e receber suas matérias-primas pelo sistema tradicio<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

era o receio em, ao otimizar cargas, lotes e estoques, pe<strong>na</strong>lizar programações firmes,<<strong>br</strong> />

preços, cronogramas <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>, alterar rotas e consolidação <strong>de</strong> cargas. Tudo isto<<strong>br</strong> />

contraria a abordagem da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos JIT (ou Just in time). Ela requer<<strong>br</strong> />

<strong>entrega</strong> ao cliente <strong>de</strong> peque<strong>na</strong>s quantida<strong>de</strong>s, no momento exato <strong>de</strong> sua utilização,<<strong>br</strong> />

assim <strong>com</strong>o se processaria uma manufatura <strong>de</strong>ste tipo. A Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos JIT<<strong>br</strong> />

vem a alterar a meta da <strong>com</strong>panhia, conforme <strong>de</strong>monstra a Tabela 6.


70<<strong>br</strong> />

Tabela 6 – O Efeito JIT <strong>na</strong> Cultura da Companhia<<strong>br</strong> />

O efeito do JIT <strong>na</strong> cultura da <strong>com</strong>panhia<<strong>br</strong> />

Questão Sabedoria tradicio<strong>na</strong>l Pensamento estratégico<<strong>br</strong> />

do JIT<<strong>br</strong> />

Qualida<strong>de</strong> vs. custo Menor custo <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

“qualida<strong>de</strong> aceitável”<<strong>br</strong> />

Qualida<strong>de</strong> superior,<<strong>br</strong> />

consistente “zero <strong>de</strong>feito”<<strong>br</strong> />

Estoques<<strong>br</strong> />

Gran<strong>de</strong>s estoque<<strong>br</strong> />

- Descontos por<<strong>br</strong> />

quantida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Estoques pequenos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

“fluxo contínuo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>entrega</strong>s” confiáveis<<strong>br</strong> />

- Economias <strong>de</strong> escala <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

fa<strong>br</strong>icação<<strong>br</strong> />

- Proteção pelo estoque<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> segurança<<strong>br</strong> />

Flexibilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Prazos “mínimos” longos,<<strong>br</strong> />

mínima <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong><<strong>br</strong> />

Prazos curtos; orientado<<strong>br</strong> />

para o serviço ao cliente,<<strong>br</strong> />

muita <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong><<strong>br</strong> />

Transporte<<strong>br</strong> />

Menor custo oferecido<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> “níveis <strong>de</strong> serviço<<strong>br</strong> />

Níveis <strong>de</strong> serviço<<strong>br</strong> />

totalmente confiáveis<<strong>br</strong> />

aceitáveis”<<strong>br</strong> />

Fornecedor/transportador Negociações duras <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

“adversários”<<strong>br</strong> />

Associações <strong>de</strong> risco<<strong>br</strong> />

“parcerias”<<strong>br</strong> />

Número <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Muitos, evita fonte única – Poucos; relacio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

fornecedores/transportadores nenhuma alavancagem aberto <strong>de</strong> longo prazo<<strong>br</strong> />

nem <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pendência<<strong>br</strong> />

Comunicações <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />

fornecedores/transportadores<<strong>br</strong> />

Mínima; muitos segredos;<<strong>br</strong> />

controladas rigidamente<<strong>br</strong> />

Aberta; <strong>com</strong>partilhamento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> informações; soluções<<strong>br</strong> />

conjuntas dos problemas;<<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>mentos múltiplos<<strong>br</strong> />

Geral<<strong>br</strong> />

O negócio é impulsio<strong>na</strong>do O negócio é impulsio<strong>na</strong>do<<strong>br</strong> />

pelo custo<<strong>br</strong> />

pelo serviço ao cliente<<strong>br</strong> />

Fonte – Christopher, 1997<<strong>br</strong> />

O fortalecimento da logística JIT <strong>de</strong>u-se <strong>com</strong> certa rapi<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>vido ao<<strong>br</strong> />

aparecimento <strong>de</strong> logística <strong>de</strong> resposta rápida, ou RR (Christopher, 1997, p.174). A<<strong>br</strong> />

idéia básica da logística <strong>de</strong> resposta rápida é que, para aproveitarem-se as vantagens


71<<strong>br</strong> />

da <strong>com</strong>petição baseada no tempo, é necessário <strong>de</strong>senvolver sistemas que sejam<<strong>br</strong> />

rápidos e responsivos.<<strong>br</strong> />

O que tornou a logística <strong>de</strong> resposta rápida uma ferramenta possível foram os<<strong>br</strong> />

sistemas <strong>de</strong> informação e todo aparato elétrico-eletrônico, que fazem caminhar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

forma muito mais rápida e precisa, as informações so<strong>br</strong>e a <strong>de</strong>manda. Outra<<strong>br</strong> />

característica da logística <strong>de</strong> resposta rápida (RR), é que os prazos totais são<<strong>br</strong> />

reduzidos, o que leva a aceleração do tempo <strong>de</strong> processamento no sistema. Isto po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

resultar em estoques menores e tempos menores <strong>de</strong> resposta.<<strong>br</strong> />

A logística <strong>de</strong> resposta rápida fez às empresas a função estratégica que a<<strong>br</strong> />

logística possui <strong>na</strong> empresa (NOVAES, 2001, p.48). A logística <strong>de</strong> resposta rápida,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> reduzir custos, <strong>com</strong>eçou a buscar soluções novas, usando-as para<<strong>br</strong> />

ganhar <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong> e para induzir a novos negócios. Os agentes da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

suprimento passaram a trabalhar mais próximos, trocando informações, antes<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>radas confi<strong>de</strong>nciais, formando parcerias.<<strong>br</strong> />

2.6 A Filosofia do Postponement<<strong>br</strong> />

2.6.1 O Foco da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos<<strong>br</strong> />

Atualmente as práticas adotadas <strong>na</strong> Gestão da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos, ou<<strong>br</strong> />

Supply Chain Ma<strong>na</strong>gement, visam obter um conjunto <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s que <strong>com</strong>põem a<<strong>br</strong> />

ca<strong>de</strong>ia produtiva, operando <strong>de</strong> forma conjunta e integrada. Para uma gestão eficaz,<<strong>br</strong> />

cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve se preocupar <strong>com</strong> a <strong>com</strong>petitivida<strong>de</strong> do produto perante o<<strong>br</strong> />

consumidor fi<strong>na</strong>l e <strong>com</strong> o <strong>de</strong>sempenho da ca<strong>de</strong>ia <strong>com</strong>o um todo. Por isso que, para a<<strong>br</strong> />

SCM aparece a importância também da ca<strong>de</strong>ia produtiva: há o estreitamento das<<strong>br</strong> />

relações e a criação conjunta <strong>de</strong> <strong>com</strong>petências distintas para cada uma das unida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

De um modo geral, a Gestão da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos tem <strong>com</strong>o foco principal<<strong>br</strong> />

satisfazer o cliente, tor<strong>na</strong>r os serviços mais rápidos, melhorar os índices <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sempenho e aumentar as vantagens <strong>com</strong>petitivas (CRASPER&GRAY, 1995, p.388).<<strong>br</strong> />

Para se concretizar <strong>com</strong>o real vantagem <strong>com</strong>petitiva para uma organização, a<<strong>br</strong> />

SCM pressupõe (conforme Tabela 6), que nela haja mudanças <strong>de</strong> cunho cultural,<<strong>br</strong> />

estrutural e administrativo. Para que isto aconteça, alguns pontos precisam ser<<strong>br</strong> />

praticados <strong>na</strong> empresa. Segundo Pires (1998, p.5), os pontos e princípios mais<<strong>br</strong> />

freqüentes são:


72<<strong>br</strong> />

. Gestão Integrada da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos: significa que o planejamento da<<strong>br</strong> />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>ve ser feito <strong>de</strong> forma holística, ou seja, consi<strong>de</strong>rando a ca<strong>de</strong>ia <strong>com</strong>o um todo<<strong>br</strong> />

e não <strong>com</strong>o partes em separado.<<strong>br</strong> />

. Reestruturação e Consolidação do Número <strong>de</strong> Fornecedores e Clientes: Na<<strong>br</strong> />

maioria das vezes, reduzir o número <strong>de</strong> fornecedores e clientes, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

aprofundar as relações <strong>de</strong> parceria, para <strong>de</strong>senvolver um relacio<strong>na</strong>mento colaborativo<<strong>br</strong> />

e <strong>com</strong> resultado sinérgico.<<strong>br</strong> />

. Divisão <strong>de</strong> Informações e Integração <strong>de</strong> Infra-estrutura <strong>com</strong> Clientes e<<strong>br</strong> />

Fornecedores: <strong>na</strong> troca <strong>de</strong> informações há ganhos conjuntos, <strong>com</strong>o redução <strong>de</strong> níveis<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> estoques, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>s just in time, troca eletrônica <strong>de</strong> dados (EDI,<<strong>br</strong> />

ECR, etc.), representantes dos fornecedores <strong>na</strong> planta (in plant representatives).<<strong>br</strong> />

. Desenvolvimento conjunto <strong>de</strong> Produtos: O envolvimento <strong>de</strong> fornecedores,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do <strong>de</strong>senvolvimento dos produtos (ESI – Early Supplier Involvement),<<strong>br</strong> />

tem proporcio<strong>na</strong>do a redução <strong>de</strong> tempo e custos para ambos.<<strong>br</strong> />

. Consi<strong>de</strong>rações Logísticas <strong>na</strong> Fase <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Produtos:<<strong>br</strong> />

Representa a concepção <strong>de</strong> produtos que facilitem o <strong>de</strong>sempenho da logística da<<strong>br</strong> />

ca<strong>de</strong>ia produtiva, geralmente também à escolha <strong>de</strong> um operador logístico eficiente,<<strong>br</strong> />

para administrar a mesma.<<strong>br</strong> />

. Outsourcing <strong>na</strong> Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos: Consiste em uma prática, on<strong>de</strong> parte<<strong>br</strong> />

do conjunto <strong>de</strong> produtos e serviços utilizados em uma empresa é realizada por uma<<strong>br</strong> />

empresa exter<strong>na</strong>, num relacio<strong>na</strong>mento colaborativo e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<<strong>br</strong> />

Além <strong>de</strong>ssas, outras duas práticas são normalmente adotadas:<<strong>br</strong> />

. A Segmentação <strong>com</strong> Base nos Diferentes Serviços Prestados: Conforme<<strong>br</strong> />

An<strong>de</strong>rson et. al. (1997), a segmentação <strong>de</strong> clientes, em função principalmente <strong>de</strong> suas<<strong>br</strong> />

necessida<strong>de</strong>s específicas, possibilita à empresa <strong>de</strong>senvolver um portfólio <strong>de</strong> serviços<<strong>br</strong> />

customizados.<<strong>br</strong> />

. Postponement (ou Postergação): esta técnica consiste em criar centros <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

diferenciação <strong>de</strong> produtos ao longo da ca<strong>de</strong>ia, on<strong>de</strong> um <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do produto semiacabado<<strong>br</strong> />

é guardado, até que chegue um pedido <strong>com</strong> certas especificações. Aí, então,<<strong>br</strong> />

o produto semi-acabado é estocado até que chegue <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> o pedido do<<strong>br</strong> />

cliente (ANDERSON et.al., 1997).<<strong>br</strong> />

2.6.2 O Risco <strong>de</strong> Manter Estoques<<strong>br</strong> />

Manter estoques, ao longo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos, é um risco inerente ao tipo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> processo escolhido. Conforme Wanke (2002, p.1), este risco <strong>de</strong>corre cada vez mais


73<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vido a ciclos <strong>de</strong> vida mais curtos do produto, proliferação <strong>de</strong> número <strong>de</strong> itens<<strong>br</strong> />

diferentes fornecidos, implicando <strong>na</strong> pulverização da <strong>de</strong>manda origi<strong>na</strong>l agregada, em<<strong>br</strong> />

razão da introdução <strong>de</strong> novos produtos <strong>de</strong> mais difícil previsão e da segmentação<<strong>br</strong> />

crescente <strong>de</strong> mercados, resultando <strong>na</strong> abertura <strong>de</strong> novos centros <strong>de</strong> distribuição, para<<strong>br</strong> />

garantia <strong>de</strong> um melhor nível <strong>de</strong> serviço.<<strong>br</strong> />

Todos esses fatores concorrem para que haja erro <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> se manter ou<<strong>br</strong> />

não estoques <strong>na</strong> matriz, ou em locais intermediários até o cliente.<<strong>br</strong> />

Normalmente, o risco associado à manutenção <strong>de</strong> estoques é mensurado pela<<strong>br</strong> />

variabilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>manda. Os reflexos <strong>de</strong> uma maior variabilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>manda são<<strong>br</strong> />

percebidos imediatamente nos níveis <strong>de</strong> estoque <strong>de</strong> segurança, parcela dos estoques<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da à garantia dos níveis <strong>de</strong>sejados <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto, sob<<strong>br</strong> />

condições <strong>de</strong> incerteza da <strong>de</strong>manda e do lead time <strong>de</strong> ressuprimento.<<strong>br</strong> />

O acesso à informação em tempo real ajuda a diminuir a variação imposta pela<<strong>br</strong> />

variação da <strong>de</strong>manda. Mas, conforme Wanke (1997), ainda existem outras três<<strong>br</strong> />

maneiras em se alcançar a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> pela fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> da informação:<<strong>br</strong> />

. agregando a <strong>de</strong>manda por meio <strong>de</strong> diversas localizações, implicando num<<strong>br</strong> />

maior grau <strong>de</strong> centralização dos estoques. Ao centralizar os estoques, retarda-se <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

certa maneira sua movimentação para o <strong>de</strong>stino fi<strong>na</strong>l, dando origem às políticas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

postergação.<<strong>br</strong> />

. agregando a <strong>de</strong>manda <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produtos, implicando numa maior proporção<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> produtos semi-acabados em estoque. Manter maior parcela <strong>de</strong>stes tipos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produtos implica em retardar a diferenciação fi<strong>na</strong>l dos produtos, por meio <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

operações simples <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> valor <strong>com</strong>o montagem, embalagem, pintura,<<strong>br</strong> />

colocação <strong>de</strong> acessórios, etc.<<strong>br</strong> />

. <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ndo as duas práticas anteriores.<<strong>br</strong> />

Ainda, conforme Wanke (1997), qualquer estudo <strong>de</strong> postergação <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

o<strong>br</strong>igatoriamente levar em conta a <strong>com</strong>paração entre os custos <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>lização do<<strong>br</strong> />

produto acabado, <strong>com</strong>o, por exemplo, instalações, pessoal, materiais e processos,<<strong>br</strong> />

contra a diminuição dos estoques <strong>de</strong> segurança. Quando esta prática estiver aliada ao<<strong>br</strong> />

consórcio modular, o fornecedor po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>sfrutar da utilização <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>ntro do<<strong>br</strong> />

espaço do cliente e da condição <strong>de</strong> single sourcing (ou fornecimento único), em troca<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> arcar <strong>com</strong> todos os custos dos estoques. Isto po<strong>de</strong> significar uma boa troca<<strong>br</strong> />

principalmente <strong>na</strong> atualida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> uma boa parceria po<strong>de</strong> significar um contrato<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ercial duradouro.


74<<strong>br</strong> />

2.6.3 Postponement<<strong>br</strong> />

O conceito <strong>de</strong> <strong>postponement</strong> ou postergação foi iniciado por Al<strong>de</strong>rson, em 1950,<<strong>br</strong> />

que observou que os produtos ten<strong>de</strong>m a se diferenciar à medida que chegam ao ponto<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> venda ao consumidor. Assim, quando se move o “ponto <strong>de</strong> diferenciação”do<<strong>br</strong> />

produto para mais próximo do fi<strong>na</strong>l da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento e <strong>de</strong> produção, po<strong>de</strong>m-se<<strong>br</strong> />

explorar os benefícios da customização, ou seja, da perso<strong>na</strong>lização, sem que haja<<strong>br</strong> />

aumento significativo <strong>na</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> da produção.<<strong>br</strong> />

Postponement é uma prática usada no Gerenciamento da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Suprimentos, <strong>com</strong> os objetivos <strong>de</strong> promover a customização dos produtos, sem que<<strong>br</strong> />

haja perdas dos benefícios advindos da economia <strong>de</strong> escala (sem que isto cause um<<strong>br</strong> />

aumento nos preços). Esta prática consiste também em uma forma eficaz <strong>de</strong> lidar <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

as variações <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda e <strong>de</strong> possibilitar as <strong>entrega</strong>s mais rápidas e confiáveis. Lee<<strong>br</strong> />

e Tang (1997, p.24) afirmam que a remo<strong>de</strong>lagem do produto e do processo, a fim <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

retardar o ponto <strong>de</strong> diferenciação do produto, aumentam a <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> do processo,<<strong>br</strong> />

para lidar <strong>com</strong> as variações <strong>de</strong> mercado.<<strong>br</strong> />

O conceito <strong>de</strong> <strong>postponement</strong>, ou postergação consiste em atrasar as ativida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> processamento e montagem dos produtos, até que seja recebida uma or<strong>de</strong>m do<<strong>br</strong> />

cliente. Po<strong>de</strong>-se também retardar o transporte e efetuar mudanças no esquema <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

distribuição, mantendo os produtos nos <strong>de</strong>pósitos, até que haja or<strong>de</strong>m para enviá-los<<strong>br</strong> />

para o cliente, ou para <strong>de</strong>pósitos regio<strong>na</strong>is. As ativida<strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>is são separadas em<<strong>br</strong> />

termos <strong>de</strong> tempo e <strong>de</strong> localização das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fa<strong>br</strong>icação, que fa<strong>br</strong>icam produtos<<strong>br</strong> />

genéricos e os produzem em larga escala. Isto ajuda a diminuir a dificulda<strong>de</strong> <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

previsão da <strong>de</strong>manda, pois agrega a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> vários produtos em ape<strong>na</strong>s um<<strong>br</strong> />

padronizado, produzindo uma variação menor neste último, que, <strong>na</strong> soma das<<strong>br</strong> />

variações dos <strong>de</strong>mais. Este conceito <strong>de</strong> postergação é um dos mais difundidos <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Gestão da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos, também conforme Wanke (1997, p.78), pois a<<strong>br</strong> />

informação agregada da <strong>de</strong>manda po<strong>de</strong> ser sempre mais precisa que a <strong>de</strong>sagregada.<<strong>br</strong> />

Isto beneficia a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, quando da necessida<strong>de</strong> da área <strong>de</strong> manufatura<<strong>br</strong> />

em iniciar uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

Dessa forma, o <strong>postponement</strong> possibilita a exploração das vantagens da<<strong>br</strong> />

economia <strong>de</strong> escala, sem que haja perda da customização.<<strong>br</strong> />

O resultado do <strong>postponement</strong> é que as operações <strong>de</strong> transporte, fa<strong>br</strong>icação e<<strong>br</strong> />

diferenciação do produto são retardadas, sendo realizadas ape<strong>na</strong>s quando<<strong>br</strong> />

necessárias. Este sistema <strong>de</strong> operação se opõe ao “sistema <strong>de</strong> produção empurrada”,<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> toda a produção era efetuada antes que os pedidos fossem feitos, e os produtos


75<<strong>br</strong> />

eram então estocados. O <strong>postponement</strong> é um sistema <strong>de</strong> produção puxada, on<strong>de</strong> as<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas pelos pedidos dos clientes e, <strong>com</strong> isso, é possível<<strong>br</strong> />

proporcio<strong>na</strong>r uma customização e uma diminuição <strong>de</strong> custos, <strong>de</strong>vido à redução dos<<strong>br</strong> />

transportes e <strong>de</strong> estoques.<<strong>br</strong> />

Para Van Hoek (1997, p.45) existem três tipos básicos <strong>de</strong> postergação, ou<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>: o <strong>de</strong> forma, o <strong>de</strong> tempo e o <strong>de</strong> localização.<<strong>br</strong> />

• o <strong>de</strong> forma: visa atrasar ao máximo a diferenciação dos produtos. Também é<<strong>br</strong> />

conhecido <strong>com</strong>o postergação <strong>de</strong> manufatura.<<strong>br</strong> />

• o <strong>de</strong> tempo: significa atrasar a movimentação e a transformação dos materiais<<strong>br</strong> />

até que o cliente faça o pedido.<<strong>br</strong> />

• o <strong>de</strong> localização: consiste em posicio<strong>na</strong>r os estoques <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> forma a atrasar a expedição até o momento <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> ao cliente.<<strong>br</strong> />

A produção por <strong>postponement</strong> engloba os três tipos citados. Os processos fi<strong>na</strong>is<<strong>br</strong> />

e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção são atrasados, até que o pedido seja recebido,<<strong>br</strong> />

(<strong>postponement</strong> <strong>de</strong> tempo) e são enviados para centrais <strong>de</strong> distribuição (<strong>postponement</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> localização), para que, <strong>de</strong>pois, quando houver a entrada do pedido pelo cliente,<<strong>br</strong> />

sejam incluídas as especificações relativas a cada região (<strong>postponement</strong> <strong>de</strong> forma).<<strong>br</strong> />

Este trabalho possibilita alguns benefícios importantes <strong>com</strong>o:<<strong>br</strong> />

• customização em massa;<<strong>br</strong> />

• baixas <strong>de</strong>spesas;<<strong>br</strong> />

• diminuição dos custos <strong>de</strong> transporte;<<strong>br</strong> />

• diminuição dos custos <strong>de</strong> estoque;<<strong>br</strong> />

• menores ciclos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produto;<<strong>br</strong> />

• redução dos estoques obsoletos;<<strong>br</strong> />

• agilida<strong>de</strong> para respon<strong>de</strong>r ao <strong>de</strong>sejo do consumidor.<<strong>br</strong> />

O <strong>postponement</strong> ou postergação <strong>de</strong> manufatura, ou produção, possui um ponto<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> diferenciação <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do COPD, ou Customer Or<strong>de</strong>r Decoupling Point, que é o<<strong>br</strong> />

ponto <strong>de</strong> diferenciação do produto. Até ele, a produção po<strong>de</strong> ser empurrada, mas, a<<strong>br</strong> />

partir <strong>de</strong>le, a produção é puxada, segundo Olhager (1994) apud Van Hoek (1997, p53).<<strong>br</strong> />

Algumas condições são verificadas para a implementação do sistema <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção por <strong>postponement</strong>:<<strong>br</strong> />

• capacida<strong>de</strong> da separação do processo em dois estágios;<<strong>br</strong> />

• capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modularizar, ou seja , <strong>de</strong><strong>com</strong>por o produto em módulos<<strong>br</strong> />

genéricos, ou materiais base, que se <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>m para formar um produto fi<strong>na</strong>l.


76<<strong>br</strong> />

• tempos envolvidos <strong>na</strong> montagem da diferenciação do produto fi<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />

• Uma gran<strong>de</strong> imprevisibilida<strong>de</strong> da variação da <strong>de</strong>manda favorece o emprego do<<strong>br</strong> />

sistema <strong>postponement</strong> ou postergação;<<strong>br</strong> />

• Uma gran<strong>de</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>is <strong>de</strong> produção;<<strong>br</strong> />

• Quanto mais fácil a modularização do produto, mais favorável para o<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>;<<strong>br</strong> />

• Um gran<strong>de</strong> volume e uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> favorecem o <strong>postponement</strong>;<<strong>br</strong> />

• Um mercado turbulento;<<strong>br</strong> />

• Uma gran<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança nos produtos e <strong>na</strong>s tecnologias<<strong>br</strong> />

envolvidas no processo;<<strong>br</strong> />

• Quando a resposta da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos é lenta, <strong>de</strong>vido a longos lead<<strong>br</strong> />

times, seqüenciamento <strong>de</strong> produção inflexível;<<strong>br</strong> />

• Quando o custo <strong>de</strong> uma venda perdida é alto.<<strong>br</strong> />

Se a maioria <strong>de</strong>sses fatores se fizer presente no processo <strong>de</strong> produção,<<strong>br</strong> />

distribuição, <strong>entrega</strong> e manufatura, aconselha-se o estudo e a prática do<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>, se não houver incremento nos custos. A customização, a<<strong>br</strong> />

perso<strong>na</strong>lização é em massa, sem aumento dos custos envolvidos.


3 O CASO DO FORNECIMENTO DE CHICOTES PARA A MONTADORA<<strong>br</strong> />

3.1 O Histórico <strong>de</strong> Vendas dos Veículos<<strong>br</strong> />

Historicamente os veículos mais vendidos no mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l são os veículos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> maior funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, conforto e, principalmente, <strong>de</strong> menor custo. Todo consumidor<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>asileiro <strong>de</strong>seja um veículo, e ao adquirir um, sua intenção é aliar ao máximo estes<<strong>br</strong> />

três fatores.<<strong>br</strong> />

A Montadora em questão, objeto <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong>sta Dissertação, possui vários<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> veículos, divididos em duas plataformas: uma que possui o mo<strong>de</strong>lo lí<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> vendas, há 16 anos consecutivos; mo<strong>de</strong>lo que ainda guarda o <strong>de</strong>sign do carro da<<strong>br</strong> />

entrada da marca no mercado. Este somente <strong>na</strong> versão 2 portas. Este mesmo mo<strong>de</strong>lo<<strong>br</strong> />

possui um veículo mais atual, modificado, re<strong>de</strong>senhado (<strong>com</strong> versões 2 e 4 portas), e<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>le <strong>de</strong>riva a outra plataforma, chamada <strong>de</strong> station wagon, ou o já conhecido utilitário<<strong>br</strong> />

ou “ perua”. Todas as versões po<strong>de</strong>m ser encontradas <strong>na</strong>s opções álcool e gasoli<strong>na</strong>,<<strong>br</strong> />

embora nem sempre haja mercado ativo para elas. Principalmente, quando acontece o<<strong>br</strong> />

reaquecimento no caso do carro a álcool, a Montadora se organiza para correspon<strong>de</strong>r<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a <strong>de</strong>manda sazo<strong>na</strong>l. Os veículos <strong>com</strong> maior número <strong>de</strong> acabamentos também<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m ser encontrados em motorizações diferentes, além da 1,0 8v e 16v, (lê-se<<strong>br</strong> />

motor 1.000, 8 válvulas e 16 válvulas) mais <strong>com</strong>uns. Há ainda as motorizações 1,6,<<strong>br</strong> />

1,8 e 2,0.<<strong>br</strong> />

O mercado <strong>de</strong> exportação vem sendo a cada ano um mercado <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

dissemi<strong>na</strong>ção dos veículos <strong>de</strong>ssa marca. No ano passado foram vendidas 63 mil<<strong>br</strong> />

unida<strong>de</strong>s do mo<strong>de</strong>lo principal da marca, que é hoje, o veículo mais exportado pelo<<strong>br</strong> />

Brasil. Os mercados para esses veículos são México (é o terceiro carro mais vendido<<strong>br</strong> />

lá), América do Norte, América Central, Caribe, África, Ásia e, agora, Chi<strong>na</strong> e Rússia.<<strong>br</strong> />

Para todos esses países, os veículos são sofisticados, <strong>com</strong> muitos acabamentos e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

motorização alta: 1,8 e 2,0.<<strong>br</strong> />

Inter<strong>na</strong>mente, o mercado consumidor do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> entrada da marca é o maior<<strong>br</strong> />

e o mais fiel. Heterogêneo, o mercado é formado por diversos tipos <strong>de</strong> órgãos<<strong>br</strong> />

gover<strong>na</strong>mentais, empresas públicas e privadas, profissio<strong>na</strong>is liberais e pessoas físicas<<strong>br</strong> />

e famílias, das mais diferentes constituições. É um veículo muito bem aceito no<<strong>br</strong> />

mercado, porque, acima <strong>de</strong> tudo, é <strong>de</strong> uma marca confiável. O histórico <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

reclamações dos clientes, o retorno dos veículos para as 600 concessionárias<<strong>br</strong> />

espalhadas no país, aci<strong>de</strong>ntes graves causados por erro em projetos são sempre


78<<strong>br</strong> />

muito baixos. Os veículos quase nunca necessitam <strong>de</strong> manutenção, e o mercado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

reposição é relativamente barato.<<strong>br</strong> />

Os veículos são, então, classificados por mo<strong>de</strong>lo ou plataforma, versão 2 portas<<strong>br</strong> />

e 4 portas; álcool ou gasoli<strong>na</strong>; motorização e mercado, mas <strong>com</strong> diversos<<strong>br</strong> />

acabamentos, a<strong>br</strong>indo um leque <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 200 <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ções <strong>de</strong> opcio<strong>na</strong>is, sem levar<<strong>br</strong> />

em conta a campanha da concepção do veículo, <strong>na</strong> concessionária, feita pelo cliente,<<strong>br</strong> />

numa iniciativa <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da “ Faça seu Carro”.<<strong>br</strong> />

As motorizações existentes hoje <strong>na</strong> Montadora escolhida, para a pesquisa <strong>de</strong>ste<<strong>br</strong> />

trabalho são:<<strong>br</strong> />

Tabela 7 – Motorização dos Veículos da Montadora<<strong>br</strong> />

Versões <strong>de</strong> Motorização dos Veículos Passeio<<strong>br</strong> />

Descrição Mercado tipo <strong>de</strong> motorização Combustível<<strong>br</strong> />

Motor Alta Economia Nacio<strong>na</strong>l 1,0 8 válvulas álcool/gasoli<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

1,0 16 válvulas<<strong>br</strong> />

1,0 Turbo<<strong>br</strong> />

Motor Alta Performance <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l/exportação 1,6 álcool/gasoli<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

1,8<<strong>br</strong> />

2,0<<strong>br</strong> />

Motor Alta Performance Exportação 1,8 Gasoli<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Os volumes produzidos e vendidos para o mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

colocam a Montadora em questão, <strong>com</strong>o a segunda maior Montadora em vendas no<<strong>br</strong> />

país. A Unida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté produz o veículo da entrada da marca, versão<<strong>br</strong> />

popular, 2 portas, motorização 1,0 8v, e é responsável por 6% <strong>de</strong> vendas do mercado<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. É neste veículo que esta dissertação concentra seu trabalho.<<strong>br</strong> />

Este veículo, <strong>com</strong> o motor <strong>de</strong> Alta Economia, é responsável, então, por 45% da<<strong>br</strong> />

produção da Montadora, conforme <strong>de</strong>monstra a FIGURA 16.


79<<strong>br</strong> />

Percentual <strong>de</strong> Produção Motor AE<<strong>br</strong> />

Percentual<<strong>br</strong> />

45<<strong>br</strong> />

40<<strong>br</strong> />

35<<strong>br</strong> />

30<<strong>br</strong> />

25<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

15<<strong>br</strong> />

10<<strong>br</strong> />

5<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

1,0 8V 1,0 16V 1,0 Turbo<<strong>br</strong> />

Tipos <strong>de</strong> Motor Alta Economia<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 16 – Percentual Médio <strong>de</strong> Volume <strong>de</strong> Produção Diária do Veículo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Motorização Alta Economia<<strong>br</strong> />

Percentual Médio <strong>de</strong> Volume <strong>de</strong> Mercado<<strong>br</strong> />

Percentual<<strong>br</strong> />

80<<strong>br</strong> />

70<<strong>br</strong> />

60<<strong>br</strong> />

50<<strong>br</strong> />

40<<strong>br</strong> />

30<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

10<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

exportação<<strong>br</strong> />

Motor Alta Economia<<strong>br</strong> />

Motor Alta<<strong>br</strong> />

Performance<<strong>br</strong> />

Mercado<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 17 – Percentual Médio Anual do Volume <strong>de</strong> Mercado (vendas)<<strong>br</strong> />

O Gráfico representado <strong>na</strong> FIGURA 16 <strong>de</strong>monstra o volume médio <strong>de</strong> produção,<<strong>br</strong> />

em percentual, do veículo <strong>com</strong> a motorização chamada alta economia, ou seja, o<<strong>br</strong> />

percentual <strong>de</strong> produção do veículo popular 2P (duas portas), da unida<strong>de</strong> da Montadora<<strong>br</strong> />

que fa<strong>br</strong>ica veículos.<<strong>br</strong> />

O gráfico da FIGURA 17 <strong>de</strong>monstra o percentual do mesmo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> veículo,<<strong>br</strong> />

mas agora <strong>de</strong>ntro do volume <strong>de</strong> vendas, ao longo <strong>de</strong> 1 ano (2002).


80<<strong>br</strong> />

Produção Diária Veículo 1,0 8V<<strong>br</strong> />

1000<<strong>br</strong> />

800<<strong>br</strong> />

881<<strong>br</strong> />

1,0 8V<<strong>br</strong> />

Valores<<strong>br</strong> />

600<<strong>br</strong> />

400<<strong>br</strong> />

396<<strong>br</strong> />

total<<strong>br</strong> />

200<<strong>br</strong> />

45% 100%<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

volume<<strong>br</strong> />

percentual<<strong>br</strong> />

Comparação Volume/Percentual<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 18 – Produção Diária Veículo 1,0 8v<<strong>br</strong> />

3.2 O Veículo e sua Composição<<strong>br</strong> />

Um veículo popular, produzido pela Montadora em questão, é constituído por<<strong>br</strong> />

aproximadamente 3.000 itens diferentes.<<strong>br</strong> />

Esses itens variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> chapas metálicas, <strong>com</strong>ponentes químicos, tintas,<<strong>br</strong> />

massas, até peças <strong>com</strong>o as <strong>de</strong> acabamento, faróis, bancos, tapetes, direção, motores,<<strong>br</strong> />

passando por parafusos, presilhas, porcas e arruelas.<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>finição dos itens que serão utilizados <strong>na</strong> montagem <strong>de</strong> um veículo obe<strong>de</strong>ce<<strong>br</strong> />

à maneira <strong>com</strong>o ele é montado, ou seja, a <strong>de</strong>finição da fonte <strong>de</strong> fornecimento<<strong>br</strong> />

a<strong>com</strong>panha a especificação da peça.<<strong>br</strong> />

A matéria-prima do veículo po<strong>de</strong> ser produzida inter<strong>na</strong>mente <strong>na</strong> Montadora,<<strong>br</strong> />

numa verticalização, ou <strong>com</strong>prada <strong>de</strong> fornecedores externos (fonte <strong>de</strong> fornecimento<<strong>br</strong> />

conhecida <strong>com</strong>o out sourcing). Ou ainda, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da capacida<strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nceira e<<strong>br</strong> />

técnica da <strong>montadora</strong> e fornecedores, o volume po<strong>de</strong> ser dividido; parte é <strong>com</strong>prada e<<strong>br</strong> />

parte é manufaturada.<<strong>br</strong> />

É o caso das molas helicoidais, por exemplo, responsáveis pela sustentação e<<strong>br</strong> />

estabilida<strong>de</strong> da carroçaria no eixo do veículo. Se ela é produzida inter<strong>na</strong>mente, o que<<strong>br</strong> />

se adquire dos fornecedores são as barras <strong>de</strong> ferro e canudos plásticos <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

protetores e anti-ruídos. Se a mola helicoidal é <strong>com</strong>prada pronta, então se adquire<<strong>br</strong> />

somente a mola. O canudo plástico já está incluído no produto. Também há o caso<<strong>br</strong> />

dos conjuntos ou famílias. Outra matéria-prima do veículo seria o motor. Se produzido<<strong>br</strong> />

inter<strong>na</strong>mente, a estrutura para a <strong>com</strong>pra seria <strong>de</strong> uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças peque<strong>na</strong>s e<<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong>s, <strong>com</strong>plexas e <strong>de</strong> alto custo, para a montagem inter<strong>na</strong>. Po<strong>de</strong>-se chegar até um


81<<strong>br</strong> />

número <strong>de</strong> 50 <strong>com</strong>ponentes diferentes para a montagem <strong>de</strong> um motor, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<<strong>br</strong> />

motor e do processo produtivo. Mas, este mesmo conjunto motor passa a ser um só,<<strong>br</strong> />

quando ele é <strong>com</strong>prado <strong>de</strong> um fornecedor externo. A <strong>de</strong>finição do tipo <strong>de</strong> fornecimento<<strong>br</strong> />

inter<strong>na</strong>mente chamado <strong>de</strong> make (do inglês “produzir”) ou buy (do inglês “<strong>com</strong>prar”)<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> principalmente do custo, mas também da qualida<strong>de</strong> e da <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tecnológica.<<strong>br</strong> />

As etapas produtivas da Montadora são:<<strong>br</strong> />

. Estamparia: on<strong>de</strong> aparecem as chapas metálicas e plásticas, 44 produzidas<<strong>br</strong> />

inter<strong>na</strong>mente, chapas que, após receberem o formato, serão “armadas” para<<strong>br</strong> />

adquirirem o formato do veículo. Algumas <strong>de</strong>ssas peças estampadas são <strong>com</strong>pradas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> fornecedores internos, ou produzidas em outras unida<strong>de</strong>s da Montadora<<strong>br</strong> />

espalhadas pelo país.<<strong>br</strong> />

Armação: local on<strong>de</strong> as peças estampadas <strong>na</strong> etapa anterior são soldadas e<<strong>br</strong> />

montadas no mo<strong>de</strong>lo do veículo.<<strong>br</strong> />

Pintura: on<strong>de</strong> as peças estampadas montadas, que agora se tor<strong>na</strong>m uma peça<<strong>br</strong> />

única (já é o carro propriamente dito), chamada então <strong>de</strong> carroçaria, recebem<<strong>br</strong> />

tratamento químico, vedação e pintura <strong>de</strong>finitiva. É, a partir <strong>de</strong>ste momento, que as<<strong>br</strong> />

carroçarias recebem um número <strong>de</strong> produção, número chave ou key number, ou ainda<<strong>br</strong> />

“Nseqprog” (número <strong>de</strong> seqüência <strong>de</strong> programa). É, neste momento, também, que a<<strong>br</strong> />

Logística <strong>de</strong> Fá<strong>br</strong>ica, por meio <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> Programação <strong>de</strong> Veículos, i<strong>de</strong>ntifica<<strong>br</strong> />

aquele “Nseqprog”, <strong>com</strong> um nome e mo<strong>de</strong>lo, além <strong>de</strong> seus acabamentos. Neste<<strong>br</strong> />

momento também o veículo já tem um “dono”.<<strong>br</strong> />

Montagem Fi<strong>na</strong>l: É nesta fase que o veículo já montado e pintado <strong>com</strong>eça a<<strong>br</strong> />

receber não mais a forma, mas a característica. São as peças <strong>de</strong> “acabamento”:<<strong>br</strong> />

bancos, assoalho, painel, velocímetro, direção, vidros, fechaduras, <strong>com</strong>andos, pneus,<<strong>br</strong> />

calotas, contos <strong>de</strong> segurança, chicote elétrico, etc.<<strong>br</strong> />

É nesta fase <strong>de</strong> montagem que vamos concentrar este estudo.<<strong>br</strong> />

A Tabela 8 traz um pequeno exemplo das peças diferentes que <strong>com</strong>põem o<<strong>br</strong> />

veículo nesta fase da montagem fi<strong>na</strong>l.


82<<strong>br</strong> />

Tabela 8 – Peças Utilizadas <strong>na</strong> Montagem Fi<strong>na</strong>l do Veículo<<strong>br</strong> />

Quando da liberação dos itens pela Engenharia da Montadora, estes itens<<strong>br</strong> />

recebem uma notação em forma <strong>de</strong> código, no padrão, conforme norma <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e<<strong>br</strong> />

conforme norma inter<strong>na</strong> da própria Montadora. Esta codificação obe<strong>de</strong>ce ao conceito<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> plataforma, primeiramente, e família, posteriormente; ou seja, todas as peças <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uma mesma plataforma recebem uma similarida<strong>de</strong> no código. Uma plataforma po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

conter vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> veículos e várias versões: duas e quatro portas; popular,<<strong>br</strong> />

utilitário ou perua. Dentro <strong>de</strong>sta plataforma as peças ainda são classificadas por<<strong>br</strong> />

famílias, que também serão agrupadas <strong>com</strong> códigos ainda mais parecidos. Isto<<strong>br</strong> />

favorece o controle visual e o agrupamento sistêmico.


83<<strong>br</strong> />

3.3 Os Sistemas Atuais <strong>de</strong> Programação <strong>de</strong> Matéria-Prima<<strong>br</strong> />

3.3.1 A Composição dos Volumes Programados aos Fornecedores<<strong>br</strong> />

Após a especificação do uso das peças pela Engenharia da Montadora, e após<<strong>br</strong> />

os testes iniciais para aprovação da montagem no veículo: execução <strong>de</strong> carros<<strong>br</strong> />

protótipos, estes funcio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a matéria-prima está pronta para<<strong>br</strong> />

atendimento pelos fornecedores e uso normal em linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

Após o advento da Tecnologia da Informação, a dissemi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> dados e a<<strong>br</strong> />

unificação das fontes para emissão <strong>de</strong> relatórios que auxiliassem a tomada <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>cisão, ficou muito mais evi<strong>de</strong>nte. Atualmente, <strong>na</strong> Montadora, após anos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico em todos os níveis, disponibiliza as<<strong>br</strong> />

informações da engenharia que cria, <strong>de</strong>senvolve e melhora o produto, para todas as<<strong>br</strong> />

áreas da empresa. A <strong>de</strong>finição do uso da matéria-prima é ape<strong>na</strong>s uma primeira etapa,<<strong>br</strong> />

seguida da tramitação <strong>de</strong> todas as informações necessárias, por diversos sistemas<<strong>br</strong> />

internos <strong>de</strong> informação, que viabilizem uma boa programação para o fornecedor e um<<strong>br</strong> />

bom atendimento para a Montadora. Na época da produção em massa, Ford, quando<<strong>br</strong> />

não verticalizava, simplesmente procedia <strong>com</strong>o o processo tradicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>com</strong>pra <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

matéria-prima. Importantes para este processo estavam os Departamentos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Engenharia e <strong>de</strong> Compras da Montadora. Atualmente, após o aparecimento dos<<strong>br</strong> />

conceitos da produção enxuta, Engenharia, Compras, Manufatura, <strong>com</strong> a engenharia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> processo e Logística, são Departamentos que participam <strong>de</strong> um bom atendimento<<strong>br</strong> />

ao cliente. Então, as informações da especificação <strong>de</strong> uso caminham por toda a<<strong>br</strong> />

estrutura sistêmica da empresa, até chegar ao planejamento da logística, <strong>de</strong>ntro da<<strong>br</strong> />

logística <strong>de</strong> fá<strong>br</strong>ica e da operativa.<<strong>br</strong> />

A configuração <strong>de</strong> uso do veículo obe<strong>de</strong>ce à tradicio<strong>na</strong>l estrutura chamada<<strong>br</strong> />

“árvore <strong>de</strong> uso”, conforme <strong>de</strong>monstra a FIGURA 19. Esta estrutura divi<strong>de</strong> o produto<<strong>br</strong> />

principal, neste caso o veículo, em vários níveis, e obe<strong>de</strong>ce às etapas <strong>de</strong> montagem<<strong>br</strong> />

das peças. Os níveis vão do primeiro e maior, que é o próprio carro, até o menor, que<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> chegar a ser uma porca ou arruela. As peças explodidas uma a uma po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

divididas em peças gran<strong>de</strong>s, <strong>com</strong>o conjuntos (motor, painel, pneu), ou o próprio<<strong>br</strong> />

conjunto <strong>de</strong>smem<strong>br</strong>ado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> qual fonte e modo <strong>de</strong> fornecimento a<<strong>br</strong> />

Montadora resolveu especificar.<<strong>br</strong> />

O primeiro item da “árvore”, o veículo, é chamado “item pai”, e é um item <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, apesar <strong>de</strong> que quem <strong>de</strong>fine seu volume <strong>de</strong> vendas, é o


84<<strong>br</strong> />

Departamento <strong>de</strong> Marketing da Montadora. Todos os <strong>de</strong>mais itens abaixo <strong>de</strong>le, são<<strong>br</strong> />

itens <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, pois “<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m” do volume do “item pai”, conforme a<<strong>br</strong> />

FIGURA 20.<<strong>br</strong> />

Figura 19 – Esquema <strong>de</strong> uma “Árvore <strong>de</strong> Uso”<<strong>br</strong> />

Na história das <strong>montadora</strong>s no Brasil e no mundo, já se montaram diversos tipos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> produtos e matérias-primas, <strong>de</strong> várias maneiras, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as mais simples até as mais<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plexas. Na verticalização total imposta por Ford às suas fá<strong>br</strong>icas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> 20, quando então da produção em massa, a <strong>montadora</strong> produzia todas as suas<<strong>br</strong> />

peças, obe<strong>de</strong>cendo às várias etapas dos processos. Todas as peças que constituíam<<strong>br</strong> />

o veículo eram fa<strong>br</strong>icadas <strong>de</strong>ntro da Montadora. A estrutura <strong>de</strong> uso dos produtos era<<strong>br</strong> />

gigantesca, e <strong>de</strong> difícil administração. A <strong>de</strong>pendência gerada pelo nível da estrutura do<<strong>br</strong> />

produto acarretava uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cálculos, e qualquer erro, por menor que fosse,<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ria ser fatal.<<strong>br</strong> />

A Montadora em questão programa seus fornecedores para <strong>entrega</strong> <strong>de</strong> matériaprima,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> base no volume dos “itens-pai”, que no caso são os veículos. Estes<<strong>br</strong> />

veículos geram um “programa-pai” <strong>de</strong> produção, ou <strong>com</strong>o é conhecido em sistemas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

programação <strong>de</strong> produção, “Master Production Schedule”(MPS), ou Programa Mestre<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Produção. O MPS <strong>na</strong>da mais é do que a apresentação <strong>de</strong> todos os volumes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

todos os veículos produzidos pela Montadora, <strong>na</strong>s <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ções <strong>de</strong> motorização e


85<<strong>br</strong> />

acabamentos, <strong>de</strong>finidas pelo Departamento <strong>de</strong> Marketing da empresa, vendidos ou<<strong>br</strong> />

projetados num horizonte pré-<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da política <strong>de</strong> programação<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> matéria-prima e da política <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> vendas.<<strong>br</strong> />

O MPS gera uma série <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s, para todas as matérias-primas que<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>põem o veículo, sejam elas <strong>com</strong>pradas ou manufaturadas pela Montadora. Toda<<strong>br</strong> />

esta programação <strong>de</strong> matérias-primas obe<strong>de</strong>ce à “arvore <strong>de</strong> uso” <strong>de</strong> cada item “pai”,<<strong>br</strong> />

multiplicando o volume do item-pai pela quantida<strong>de</strong> da matéria-prima consumida,<<strong>br</strong> />

somando-se a todos os volumes daquela mesma matéria-prima, se ela for encontrada<<strong>br</strong> />

em outro veículo. Com isso, existem relatórios gerenciais que exprimem a<<strong>br</strong> />

necessida<strong>de</strong> expressa <strong>de</strong> cada material, <strong>na</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida em que aquele<<strong>br</strong> />

material é <strong>com</strong>prado, preferencialmente <strong>na</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida em que o material é<<strong>br</strong> />

consumido. Este relatório gerencial também é elaborado <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a política <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cada empresa.<<strong>br</strong> />

Figura 20 – Esquema da “Árvore <strong>de</strong> Uso” <strong>de</strong> um Produto, <strong>com</strong> o Volume Colocado<<strong>br</strong> />

Para a Montadora em questão, este relatório gerencial, on<strong>de</strong> estão os volumes<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> cada matéria-prima a ser consumida, não é um relatório <strong>com</strong>um. É uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pra <strong>de</strong> cada matéria-prima diferente, e esta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>com</strong>pra é recalculada no<<strong>br</strong> />

sistema a cada emissão do MPS. O MPS é processado e atualizado <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a


86<<strong>br</strong> />

dinâmica <strong>de</strong> mercado. Outrora, em épocas <strong>de</strong> previsões menos voláteis, este MPS era<<strong>br</strong> />

processado <strong>com</strong> uma certa margem <strong>de</strong> segurança e em espaços maiores <strong>de</strong> tempo.<<strong>br</strong> />

Esta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>com</strong>pra é chamada <strong>de</strong> release, ou shipping release, ou ainda do<<strong>br</strong> />

inglês, autorização <strong>de</strong> remessa, e busca mostrar a cada fornecedor as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cada matéria-prima que será consumida <strong>na</strong> produção dos veículos. Estes releases são<<strong>br</strong> />

enviados eletronicamente a cada fornecedor respectivo. Para o envio das matériasprimas,<<strong>br</strong> />

os fornecedores obe<strong>de</strong>cem às informações constantes nos releases.<<strong>br</strong> />

Essas informações são pré-<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>das pela <strong>montadora</strong> e seus fornecedores e<<strong>br</strong> />

estão <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> sua Política <strong>de</strong> Programação <strong>de</strong> Matérias-primas. Esta política<<strong>br</strong> />

movimenta, administra, gera, consi<strong>de</strong>ra dados e volumes que são importantes para a<<strong>br</strong> />

Montadora.<<strong>br</strong> />

3.3.2 Release – Documento <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Entrega<<strong>br</strong> />

As matérias-primas da <strong>montadora</strong> po<strong>de</strong>m ser manufaturadas, <strong>de</strong>ntro da própria<<strong>br</strong> />

Montadora ou em outra unida<strong>de</strong>, ou <strong>com</strong>prada <strong>de</strong> fornecedores externos. Seja qual for<<strong>br</strong> />

a origem (source, em inglês), as informações para seus fornecedores serão sempre a<<strong>br</strong> />

mesma: um documento gerado inter<strong>na</strong>mente, <strong>de</strong>rivado do MPS, chamado Release ou<<strong>br</strong> />

Autorização <strong>de</strong> Entrega.<<strong>br</strong> />

As or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>com</strong>pra das matérias-primas obe<strong>de</strong>cem a um horizonte <strong>de</strong> tempo<<strong>br</strong> />

expresso em sema<strong>na</strong>s. No momento em que a peça <strong>na</strong>sce, os volumes para ela<<strong>br</strong> />

colocados <strong>de</strong>verão aparecer <strong>na</strong>s or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>com</strong>pra, <strong>com</strong> pelo menos 24 sema<strong>na</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

antecedência do início do uso da peça, <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção do veículo. Nem sempre<<strong>br</strong> />

este prazo é respeitado. Às vezes, <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> da entrada <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

modificações consi<strong>de</strong>ráveis perante a concorrência, as peças são programadas num<<strong>br</strong> />

prazo muito curto.<<strong>br</strong> />

O horizonte <strong>de</strong> programação é formado por oito sema<strong>na</strong>s firmes, sendo quatro<<strong>br</strong> />

do mês em vigência e mais quatro do mês seguinte. Os volumes ali colocados <strong>de</strong>verão<<strong>br</strong> />

ser consumidos pela Montadora, pois muitas vezes po<strong>de</strong>m representar veículos já<<strong>br</strong> />

vendidos. Há ainda <strong>de</strong>zesseis sema<strong>na</strong>s, fechadas em meses, que representam<<strong>br</strong> />

volumes projetados e previsão <strong>de</strong> vendas, o Forecast da Montadora. Neste período é<<strong>br</strong> />

bem mais provável que os volumes se alterem, mas não diferem da <strong>de</strong>manda histórica<<strong>br</strong> />

já conhecida pela Montadora e seus fornecedores, conforme visto nos gráficos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda, principalmente no que se refere ao mercado doméstico (<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l).


87<<strong>br</strong> />

Como o processamento do MPS ocorre toda sema<strong>na</strong>, o objetivo é <strong>de</strong> atualizar os<<strong>br</strong> />

dados <strong>de</strong> vendas e do mercado, principalmente para o período firme atual e para os<<strong>br</strong> />

períodos que passam a ser firmes.<<strong>br</strong> />

A Tabela 9 mostra, a título <strong>de</strong> exemplo, parte do lay out do documento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Autorização <strong>de</strong> Entrega, on<strong>de</strong> são mostradas as linhas <strong>de</strong> autorização <strong>de</strong> remessa <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uma matéria-prima qualquer, em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> peças, <strong>de</strong> um Release que foi emitido <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

primeira sema<strong>na</strong> do mês <strong>de</strong> setem<strong>br</strong>o. As quantida<strong>de</strong>s da terceira linha são<<strong>br</strong> />

acumulativas. Na primeira linha encontram-se as datas em que o fornecedor <strong>de</strong>ve<<strong>br</strong> />

enviar os volumes expressos <strong>na</strong> segunda linha. Estes últimos números exprimem a<<strong>br</strong> />

quantida<strong>de</strong> da matéria-prima em questão, que será utilizada no veículo.


88<<strong>br</strong> />

Tabela 9 – Exemplo dos Volumes Programados nos Releases<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora


89<<strong>br</strong> />

Muitas são as maneiras <strong>de</strong> se interpretar os volumes colocados <strong>na</strong>s Autorizações<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Entrega. A mais <strong>com</strong>um é a média diária <strong>de</strong> consumo, por on<strong>de</strong> também é medido<<strong>br</strong> />

o inventário da fá<strong>br</strong>ica. A média diária <strong>de</strong> consumo da matéria-prima expressa no<<strong>br</strong> />

“Release” é o volume total a ser consumido, dividido pelos dias úteis daquele mês. O<<strong>br</strong> />

mesmo po<strong>de</strong> ser feito nos meses seguintes.<<strong>br</strong> />

Os volumes expressos nos Releases não são exatos. São acrescidos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

volumes <strong>de</strong> segurança, estoques <strong>de</strong> segurança ou “float”, <strong>na</strong> terminologia da<<strong>br</strong> />

Montadora. Estes estoques, por conceitos, servem para amortizar as variações <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>manda e todas as outras variáveis que inci<strong>de</strong>m <strong>na</strong> programação das peças, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<<strong>br</strong> />

momento em que elas saem das mãos do fornecedor, uma vez que as variações<<strong>br</strong> />

inerentes do processo produtivo do fornecedor já estão resguardadas no horizonte <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

programação. Este “Float” é <strong>com</strong>posto por quatro elementos e é medido em dias. São<<strong>br</strong> />

eles:<<strong>br</strong> />

. Dias <strong>de</strong> Trânsito: tempo <strong>de</strong> transporte do fornecedor até a Montadora.<<strong>br</strong> />

. Dias <strong>de</strong> Sistema: tempo que a matéria-prima permanece vinculada ao veículo,<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção, sem, no entanto, ter sido consumida efetivamente. É também<<strong>br</strong> />

chamado <strong>de</strong> estoque circulante.<<strong>br</strong> />

. Pré-disponibilida<strong>de</strong>: tempo <strong>de</strong> recebimento, conferência, estocagem,<<strong>br</strong> />

abastecimento <strong>de</strong> linha e outras variáveis operacio<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

. Inspeção: Tempo <strong>de</strong> inspeção inter<strong>na</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>na</strong> <strong>montadora</strong>.<<strong>br</strong> />

A <strong>com</strong>posição <strong>de</strong>ste estoque <strong>de</strong> segurança leva em conta a distância entre a<<strong>br</strong> />

Montadora e seus fornecedores, o ponto <strong>de</strong> montagem da matéria-prima no veículo, e<<strong>br</strong> />

todas as variáveis qualitativas e quantitativas. Leva-se em conta, também, o custo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

manutenção do estoque e a dimensão da peça, obe<strong>de</strong>cendo-se, também, a<<strong>br</strong> />

Classificação A,B ou C.<<strong>br</strong> />

Com isso, o Release <strong>com</strong>pleta o volume <strong>de</strong> informações a serem passadas ao<<strong>br</strong> />

fornecedor e adquire um lay out mais <strong>com</strong>pleto, conforme a FIGURA 21.


90<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 21 – Lay Out do Release da Montadora<<strong>br</strong> />

As Autorizações <strong>de</strong> Entrega a<strong>com</strong>panham a emissão sema<strong>na</strong>l do Master<<strong>br</strong> />

Production Schedule e são remetidas aos fornecedores via EDI - Eletronic Data<<strong>br</strong> />

Interchange, ou por Transmissão Eletrônica <strong>de</strong> Dados. A partir daí, a emissão anterior<<strong>br</strong> />

é substituída por esta.


91<<strong>br</strong> />

No início <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> programação por “Release”, todas as peças e<<strong>br</strong> />

todos os fornecedores eram programados da mesma maneira. A Montadora, forçada<<strong>br</strong> />

pelas constantes mudanças <strong>de</strong> mercado, pelas alterações constantes nos produtos e<<strong>br</strong> />

pela forte concorrência, <strong>com</strong>eçou a adotar práticas diferenciadas para diferentes<<strong>br</strong> />

fornecedores e tipos <strong>de</strong> peças. Adotou novas práticas <strong>de</strong> programação e planejamento<<strong>br</strong> />

logístico e aproximou seus fornecedores <strong>de</strong> sua linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

3.3.3 O Planejamento da Logística <strong>de</strong> Entrada<<strong>br</strong> />

O conceito <strong>de</strong> logística e a conscientização <strong>de</strong> que a garantia da continuida<strong>de</strong> da<<strong>br</strong> />

produção não está vinculada à manutenção <strong>de</strong> estoques fez <strong>com</strong> que a Montadora, a<<strong>br</strong> />

exemplo <strong>de</strong> outras <strong>montadora</strong>s mundiais, colocasse em prática os conceitos da<<strong>br</strong> />

produção enxuta e iniciasse o planejamento <strong>de</strong> sua logística <strong>de</strong> entrada e saída. As<<strong>br</strong> />

operações logísticas <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser operações superficiais e passaram a ser<<strong>br</strong> />

operações que agregam valor ao produto do fornecedor para a Montadora e <strong>de</strong>sta<<strong>br</strong> />

para os clientes fi<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

A análise, o estudo e o planejamento das <strong>entrega</strong>s passaram a ser parte<<strong>br</strong> />

integrante dos requisitos <strong>de</strong> fornecimento, e, após os dados <strong>de</strong> <strong>com</strong>pras, o fornecedor<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>veria negociar <strong>com</strong> a área <strong>de</strong> logística da empresa, <strong>com</strong>o seriam feitas as <strong>entrega</strong>s<<strong>br</strong> />

para o i<strong>de</strong>al abastecimento da linha <strong>de</strong> produção, sem interrupções, <strong>com</strong> estoque e<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> garantia da qualida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Para a Montadora, atualmente, os acertos logísticos envolvem:<<strong>br</strong> />

• tipo <strong>de</strong> embalagem: rack, pallet, caixa plástica. Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>com</strong>o a peça será<<strong>br</strong> />

armaze<strong>na</strong>da <strong>de</strong>ntro da Montadora.<<strong>br</strong> />

• quantida<strong>de</strong> por embalagem: estas informações são importantes porque<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das condições <strong>de</strong> locação e abastecimento <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

• i<strong>de</strong>ntificação da peça: envolve etiquetas diferenciadas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação;<<strong>br</strong> />

informações diferenciadas constantes em cada etiqueta. Estas informações e padrão<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> etiquetas estão diretamente ligados ao veículo a ser produzido, <strong>na</strong> sua fase <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

implantação, para facilitar sua movimentação <strong>de</strong>ntro da fá<strong>br</strong>ica, que <strong>de</strong>ve ser a mais<<strong>br</strong> />

visual possível.<<strong>br</strong> />

• local <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>: em que portão, ou Gate o material <strong>de</strong>verá a<strong>de</strong>ntrar <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

fá<strong>br</strong>ica.<<strong>br</strong> />

Este fator está ligado diretamente ao ponto <strong>de</strong> uso da peça, <strong>na</strong> linha <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção.


92<<strong>br</strong> />

• modo <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>: em qual tipo <strong>de</strong> caminhão, por exemplo: Si<strong>de</strong>r ou<<strong>br</strong> />

tradicio<strong>na</strong>l,ou ainda, pelo sistema <strong>de</strong> janela <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>s ou pelo sistema Milk Run,<<strong>br</strong> />

quando se consi<strong>de</strong>rar transporte rodoviário. Esta informação irá facilitar ou dificultar a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scarga dos materiais <strong>na</strong> Box <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarregamento e está diretamente ligada à<<strong>br</strong> />

performance <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> linha<<strong>br</strong> />

• modal <strong>de</strong> transporte: aéreo ou rodoviário. Estas informações influenciam no<<strong>br</strong> />

custo do transporte, assim <strong>com</strong>o <strong>na</strong> performance <strong>de</strong> atendimento do fornecedor.<<strong>br</strong> />

• freqüência <strong>de</strong> remessa: é a freqüência <strong>com</strong> que as peças são enviadas pelos<<strong>br</strong> />

fornecedores. Este tópico está diretamente ligado a:<<strong>br</strong> />

- custo da peça<<strong>br</strong> />

- dimensão da peça<<strong>br</strong> />

- volume consumido<<strong>br</strong> />

- ponto <strong>de</strong> uso no veículo<<strong>br</strong> />

- importância <strong>na</strong> <strong>com</strong>posição do carro<<strong>br</strong> />

- distância do fornecedor<<strong>br</strong> />

Peças caras e volumosas, que aumentam o valor do inventário da Montadora,<<strong>br</strong> />

são peças que têm a tendência <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>s mais freqüentes, assim <strong>com</strong>o peças que<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prometem a continuida<strong>de</strong> da produção ou que o fornecedor se situa muito longe<<strong>br</strong> />

do cliente.<<strong>br</strong> />

Na década <strong>de</strong> 90, <strong>de</strong>vido à globalização e ao incremento dos modos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

transporte, assim <strong>com</strong>o a visão estratégica <strong>com</strong> a logística, as distâncias <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

existir e os fornecedores se aproximaram <strong>de</strong> seus mercados. Com a Montadora não foi<<strong>br</strong> />

diferente. Todos os seus fornecedores <strong>com</strong>eçaram a se movimentar, formando<<strong>br</strong> />

parques industriais em unida<strong>de</strong>s fa<strong>br</strong>is <strong>de</strong> negócio (Business Unit).<<strong>br</strong> />

Então, mesmo as peças que o<strong>br</strong>igavam a Montadora a ter altos estoques em<<strong>br</strong> />

suas <strong>de</strong>pendências po<strong>de</strong>m ter seus estoques reduzidos, pois serão recebidas <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

fá<strong>br</strong>ica do cliente, à mediada que sua produção necessitar.<<strong>br</strong> />

As freqüências <strong>de</strong> remessa obe<strong>de</strong>cem à especificação <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> conforme for<<strong>br</strong> />

acordado entre Montadora e fornecedores.<<strong>br</strong> />

A Tabela 10 nos mostra quais e quantos são os códigos das freqüências <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

remessa utilizados para <strong>de</strong>monstrar, no release, a freqüência <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> da matériaprima<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> Montadora.<<strong>br</strong> />

A freqüência <strong>de</strong> remessa é indicada no campo 14 da autorização <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>, ou<<strong>br</strong> />

release, conforme FIGURA 21.


93<<strong>br</strong> />

Tabela 10 – Freqüência <strong>de</strong> Remessa das Matérias-Primas<<strong>br</strong> />

FREQÜÊNCIA<<strong>br</strong> />

De remessa<<strong>br</strong> />

Descrição tipo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

FREQÜÊNCIA <strong>de</strong> remessa<<strong>br</strong> />

CLASSE<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> inventário<<strong>br</strong> />

Classificação<<strong>br</strong> />

Freqüência<<strong>br</strong> />

10 KANBAN / JIT A especial<<strong>br</strong> />

11 DIÁRIA A tradicio<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

20 SEMANAL QUALQUER DIA A “<<strong>br</strong> />

21 SEMANAL 1º DIA A “<<strong>br</strong> />

22 SEMANAL 2º DIA A “<<strong>br</strong> />

23 SEMANAL 3º DIA B “<<strong>br</strong> />

24 SEMANAL 4º DIA B “<<strong>br</strong> />

25 SEMANAL 5º DIA B “<<strong>br</strong> />

26 SEMANAL 1º / 3º / 5° DIA B “<<strong>br</strong> />

27 SEMANAL 1º / 3º DIA C “<<strong>br</strong> />

28 SEMANAL 2º / 4º DIA C “<<strong>br</strong> />

29 SEMANAL 3º / 5º DIA D “<<strong>br</strong> />

31 QUINZENAL 1ª / 3ª SEMANA D “<<strong>br</strong> />

32 QUINZENAL 2ª / 4ª SEMANA E “<<strong>br</strong> />

41 MENSAL 1ª SEMANA E “<<strong>br</strong> />

42 MENSAL 2ª SEMANA E “<<strong>br</strong> />

43 MENSAL 3ª SEMANA E “<<strong>br</strong> />

44 MENSAL 4ª SEMANA E “<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Atualmente as freqüências <strong>de</strong> remessa <strong>de</strong> matérias-primas praticadas pela<<strong>br</strong> />

Montadora e seus fornecedores obe<strong>de</strong>cem dois mo<strong>de</strong>los distintos: o mo<strong>de</strong>lo<<strong>br</strong> />

tradicio<strong>na</strong>l e o mo<strong>de</strong>lo chamado especial. O tradicio<strong>na</strong>l engloba as freqüências<<strong>br</strong> />

sema<strong>na</strong>is, mensais, quinze<strong>na</strong>is, conforme explica a Tabela 10. As freqüências<<strong>br</strong> />

especiais são classificadas em: Janela <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>s, Kanban, Just inTime e Milk Run.<<strong>br</strong> />

1. Freqüências <strong>de</strong> Remessa Tradicio<strong>na</strong>is: A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>com</strong>pra é repassada a<<strong>br</strong> />

cada fornecedor e este envia a quantida<strong>de</strong> total ou parcial programada para as<<strong>br</strong> />

sema<strong>na</strong>s. Dentro das sema<strong>na</strong>s mencio<strong>na</strong>das no “Release”, o fornecedor <strong>entrega</strong>rá as<<strong>br</strong> />

peças <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a freqüência (uma, duas, três vezes por sema<strong>na</strong> ou uma vez por<<strong>br</strong> />

mês). Nesta modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>entrega</strong>, a carga não é otimizada e, em geral, os custos<<strong>br</strong> />

dos transportes correm por conta do fornecedor. Neste caso, o fornecedor tem livre


94<<strong>br</strong> />

iniciativa em <strong>entrega</strong>r o material. A <strong>entrega</strong> ou não dos volumes programados<<strong>br</strong> />

interferirá diretamente em sua performance <strong>de</strong> atendimento.<<strong>br</strong> />

2. Janela <strong>de</strong> Entregas: Devido a picos <strong>de</strong> remessas <strong>de</strong> matérias-primas por parte<<strong>br</strong> />

dos fornecedores que ocasio<strong>na</strong>vam sérias <strong>com</strong>plicações <strong>na</strong>s operações <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

recebimento, principalmente dificultando a entrada <strong>de</strong> notas fiscais, estabeleceu-se um<<strong>br</strong> />

local <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> e <strong>de</strong>scarregamento, <strong>com</strong> horário fixo, para a entrada <strong>de</strong> peças <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Montadora. Este procedimento ficou conhecido <strong>com</strong>o Janela <strong>de</strong> Entregas. A<<strong>br</strong> />

Montadora disponibilizou as portarias, para entrada das notas fiscais, os boxes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scarregamento 24 horas por dia, sete dias por sema<strong>na</strong>, procurando obe<strong>de</strong>cer à<<strong>br</strong> />

notação das freqüências <strong>de</strong> remessa tradicio<strong>na</strong>is das peças. Porém, neste caso, o<<strong>br</strong> />

fornecedor não virá somente trazer uma quantida<strong>de</strong> da matéria-prima “x”, no dia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do, mas no dia e hora <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos, <strong>na</strong> portaria pré-acordada.<<strong>br</strong> />

Essa medida otimizou a utilização <strong>de</strong> locais, pessoas, sistemas informatizados,<<strong>br</strong> />

equipamentos, enfim, todos os recursos disponíveis para as operações pertinentes,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ntro da Montadora. Foi possível a programação <strong>de</strong> manutenção preventiva,<<strong>br</strong> />

trei<strong>na</strong>mentos, implantação <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> melhoria, pois todo o recebimento podia ser<<strong>br</strong> />

programado, e o que é melhor, concentrar recursos <strong>na</strong>quilo que realmente requereria<<strong>br</strong> />

ações diferenciais. O “Release”, neste caso, serve para a <strong>com</strong>pra <strong>de</strong> matéria-prima por<<strong>br</strong> />

parte do fornecedor e para produção <strong>de</strong> suas peças. A <strong>entrega</strong> é programada<<strong>br</strong> />

conforme acordo do sistema <strong>de</strong> Janelas <strong>de</strong> Entrega.<<strong>br</strong> />

A Tabela 11 traz os tipos <strong>de</strong> peças que são entregues <strong>na</strong> Montadora, pelo<<strong>br</strong> />

sistema Janelas <strong>de</strong> Entrega.


95<<strong>br</strong> />

Tabela 11 – Peças e Fornecedores no Sistema Janela <strong>de</strong> Entregas <strong>na</strong> Montadora<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora


96<<strong>br</strong> />

3. Kanban: obe<strong>de</strong>cendo ao conceito <strong>de</strong> chamada <strong>de</strong> peças por cartões, a<<strong>br</strong> />

Montadora <strong>de</strong>finiu que peças caras, volumosas, <strong>com</strong> valor <strong>de</strong> inventário alto e <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

constante risco <strong>de</strong> parada <strong>de</strong> linha, <strong>de</strong>vido a variações constantes entre os volumes<<strong>br</strong> />

dos “Releases” e o mix <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>veriam ser “peças kanban”. Ou seja, as<<strong>br</strong> />

autorizações <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> ou “Releases” seriam passados ao fornecedor <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

autorizações <strong>de</strong> <strong>com</strong>pra <strong>de</strong> sua matéria-prima e produção, mas não autorização <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

remessa. As remessas seriam então orientadas pelo sistema kanban, quando do<<strong>br</strong> />

esvaziamento das embalagens e do envio dos cartões para o fornecedor, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

chamada da reposição por embalagens cheias, das embalagens vazias.<<strong>br</strong> />

O fornecedor <strong>de</strong> peças kanban tem box <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga exclusivo, não há fila <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

espera, pois a entrada é rápida e o próprio motorista está trei<strong>na</strong>do para <strong>de</strong>scarregar o<<strong>br</strong> />

caminhão. As peças que obe<strong>de</strong>cem à chamada por cartão Kanban estão<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>monstradas <strong>na</strong> Tabela 12.<<strong>br</strong> />

Tabela 12 – Peças e Fornecedores Kanban <strong>na</strong> Montadora<<strong>br</strong> />

KANBAN – 42 FORNECEDORES<<strong>br</strong> />

Peças<<strong>br</strong> />

Escapamento<<strong>br</strong> />

Ar-condicio<strong>na</strong>do<<strong>br</strong> />

Motor <strong>de</strong> Partida<<strong>br</strong> />

Motor do Limpador<<strong>br</strong> />

Radiador<<strong>br</strong> />

Painel<<strong>br</strong> />

Limpador <strong>de</strong> Pára Brisas<<strong>br</strong> />

Bateria<<strong>br</strong> />

Pneus<<strong>br</strong> />

Volante<<strong>br</strong> />

Farol<<strong>br</strong> />

Lanter<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora


97<<strong>br</strong> />

4. Just in Time: O Just in Time ou JIT é um Kanban seqüenciado, ou seja, as<<strong>br</strong> />

peças são chamadas para a <strong>entrega</strong> conforme uso <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção. Os<<strong>br</strong> />

fornecedores escolhidos não po<strong>de</strong>m estar localizados há mais <strong>de</strong> 20 Km da<<strong>br</strong> />

Montadora. Assim que o veículo especificado passa por um ponto da linha <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção, on<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>finida a leitura para a confirmação do consumo daquela peça, o<<strong>br</strong> />

fornecedor é avisado por uma linha <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação <strong>de</strong>dicada, <strong>com</strong>o um fax, telefone,<<strong>br</strong> />

e-mail, ou qualquer outro modo <strong>de</strong>gradado, caso estes não estejam disponíveis (rádio,<<strong>br</strong> />

por exemplo). A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> pré-montagem do veículo (OPRE), já que as peças JITs são<<strong>br</strong> />

peças da montagem fi<strong>na</strong>l, geralmente, é enviada por fax, e o tempo em que o<<strong>br</strong> />

fornecedor <strong>de</strong>verá carregar seu caminhão, tirar Nota Fiscal e transportar a peça, é o<<strong>br</strong> />

tempo calculado entre o ponto <strong>de</strong> aviso e o ponto <strong>de</strong> uso, <strong>com</strong> uma peque<strong>na</strong> margem<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> segurança. Os caminhões não <strong>de</strong>vem otimizar a carga e têm entrada livre <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Montadora, pois assim <strong>com</strong>o no sistema kanban, as peças são pré-faturadas por um<<strong>br</strong> />

sistema específico entre a Montadora e os fornecedores. Peças JIT são peças caras,<<strong>br</strong> />

volumosas, <strong>com</strong> um valor <strong>de</strong> inventário ainda maior que peças kanban.<<strong>br</strong> />

Peças JIT para a Montadora são: Bancos, Pára-choque, Aerofólio, Quadro<<strong>br</strong> />

Auxiliar e Pé-<strong>de</strong>-Mola, Tanque <strong>de</strong> Combustível, Revestimento <strong>de</strong> Portas e Pneus.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 22 mostra, em valor percentual, os fornecedores que aten<strong>de</strong>m à<<strong>br</strong> />

Montadora e aos seus sistemas <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> respectivos.<<strong>br</strong> />

53%<<strong>br</strong> />

12% 1%<<strong>br</strong> />

34%<<strong>br</strong> />

Tradicio<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

Janela<<strong>br</strong> />

Kanban<<strong>br</strong> />

Jit<<strong>br</strong> />

Figura 22 – Percentual por Tipo <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Entrega <strong>de</strong> Peças dos Fornecedores<<strong>br</strong> />

da Montadora


98<<strong>br</strong> />

A FIGURA 23 <strong>de</strong>monstra <strong>com</strong>o funcio<strong>na</strong> o fluxo das operações <strong>de</strong>ntro da Montadora.<<strong>br</strong> />

Figura 23 – Fluxo Operacio<strong>na</strong>l da Logística <strong>de</strong> Fá<strong>br</strong>ica - Montadora


99<<strong>br</strong> />

Os conceitos e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritas anteriormente são efetuados <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Planejamento da Produção (3), quando a matéria-prima é liberada pela engenharia,<<strong>br</strong> />

para produção. Acertos <strong>com</strong> o Planejamento da Logística (6) <strong>com</strong>eçam a ser feitos<<strong>br</strong> />

neste momento. O controle do atendimento da programação pelo fornecedor é feito <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

área <strong>de</strong> Disposição <strong>de</strong> Materiais (5), quando, então, o modus operandi logístico já vai<<strong>br</strong> />

estar <strong>de</strong>finido <strong>com</strong> a área 6.<<strong>br</strong> />

Fi<strong>na</strong>lmente a Logística Operacio<strong>na</strong>l (7) faz a movimentação e o recebimento dos<<strong>br</strong> />

materiais.<<strong>br</strong> />

3.3.4 A Linha <strong>de</strong> Produção e os Pontos <strong>de</strong> Informação<<strong>br</strong> />

Ao longo da linha <strong>de</strong> produção, a tecnologia da informação criou pontos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

leitura do status do veículo, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> divulgar e i<strong>de</strong>ntificar os carros em todas<<strong>br</strong> />

as etapas: armação, funilaria, pintura, pré-montagem e montagem fi<strong>na</strong>l. As<<strong>br</strong> />

informações que são divulgadas vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o processamento do MPS (Master<<strong>br</strong> />

Production Schedule ou Programa Mestre <strong>de</strong> Produção) até o faturamento para a<<strong>br</strong> />

concessionária, dando um retrato fiel so<strong>br</strong>e a produção <strong>de</strong> veículos, uso <strong>de</strong> matériasprimas,<<strong>br</strong> />

favorecendo dados operacio<strong>na</strong>is e gerenciais. Estas informações servem<<strong>br</strong> />

também para guiar os fornecedores, para que estes programem suas <strong>entrega</strong>s<<strong>br</strong> />

especiais: eles sabem exatamente quando e qual peça sua <strong>de</strong>verá ser colocada no<<strong>br</strong> />

carro. Com os tempos e as <strong>de</strong>finições calculados, eles po<strong>de</strong>m faturar a peça, carregar<<strong>br</strong> />

o caminhão até a <strong>entrega</strong> no ponto <strong>de</strong> uso, <strong>de</strong>ntro da Montadora, ou avisá-la, caso<<strong>br</strong> />

alguma coisa tenha acontecido errado.<<strong>br</strong> />

Atualmente, essas informações são largamente utilizadas, por meio do sistema<<strong>br</strong> />

Data Browser, principalmente por resi<strong>de</strong>ntes dos fornecedores, <strong>de</strong>ntro da Montadora.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 24 mostra a <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção dos pontos <strong>de</strong> leitura dos veículos, <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

linha <strong>de</strong> produção, consi<strong>de</strong>rados pontos <strong>de</strong> informação, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> horas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção e carros entre cada um <strong>de</strong>les e a que área da Montadora cada um pertence.


100<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 24 – Linha <strong>de</strong> Produção e os Pontos <strong>de</strong> Informação


101<<strong>br</strong> />

3.3.5 A Variação da Demanda X Programação dos Fornecedores<<strong>br</strong> />

Todos os volumes <strong>de</strong> veículos programados pela Montadora são volumes<<strong>br</strong> />

previstos, conforme um estudo mercadológico ou conforme uma <strong>de</strong>manda histórica, ou<<strong>br</strong> />

ainda, conforme a <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>stes dois fatores.<<strong>br</strong> />

Para que se cumpram as metas, os objetivos, o Orçamento anual ou Budget (em<<strong>br</strong> />

inglês), a empresa reúne-se mensalmente para a<strong>com</strong>panhar sua performance <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção e vendas, sempre conferindo o passado e planejando o futuro. Este futuro<<strong>br</strong> />

está vinculado a investimentos e às conquistas mundiais, <strong>com</strong>o a manutenção da<<strong>br</strong> />

marca no mercado ou a manutenção <strong>de</strong> posição no ranking <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>manda da Montadora também <strong>de</strong>fine a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> seus fornecedores, que<<strong>br</strong> />

em geral aten<strong>de</strong>m outras Montadoras. Ora eles estão sendo afetados pelo mercado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uma, ora pelo mercado <strong>de</strong> outra.<<strong>br</strong> />

O Programa Master <strong>de</strong> Produção, ou MPS, prevê, ao longo do ano, volumes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção <strong>com</strong> base nos volumes <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> todos os veículos, em suas mais<<strong>br</strong> />

variadas versões. Quando se aproxima o mês <strong>de</strong> produção, os acabamentos,<<strong>br</strong> />

previamente <strong>de</strong>finidos, são conhecidos pela fá<strong>br</strong>ica, e os “Releases” que programam<<strong>br</strong> />

os fornecedores informam-nos, <strong>de</strong>ntro do período firme, respeitando o tempo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fa<strong>br</strong>icação, para <strong>entrega</strong> da matéria-prima necessária.<<strong>br</strong> />

Com isso, forma-se um fluxo contínuo <strong>de</strong> informação e materiais, nos dois<<strong>br</strong> />

sentidos, que é a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos da Montadora, que só termi<strong>na</strong> quando da<<strong>br</strong> />

<strong>entrega</strong> dos veículos aos consumidores fi<strong>na</strong>is.<<strong>br</strong> />

As alterações nos volumes programados, quando são <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> modificações<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> engenharia, ou lançamento <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los, <strong>de</strong>vem ser programadas <strong>com</strong> pelo<<strong>br</strong> />

menos seis meses <strong>de</strong> antecedência. Mas, existem volumes que não advém <strong>de</strong>sses<<strong>br</strong> />

fatores. São alterações <strong>de</strong> mercado, <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong> vendas, que são incrementados<<strong>br</strong> />

ou suspensos, mas que não alteram o volume fi<strong>na</strong>l, a não ser em casos extremos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

queda ou gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mercado. É o que se <strong>de</strong>fine inter<strong>na</strong>mente <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Montadora <strong>com</strong>o canibalização, ou seja, um veículo tem seu volume aumentado em<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>trimento do volume <strong>de</strong> outro. Nesses casos, os fornecedores são avisados ainda<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ntro do mês, o que causa gran<strong>de</strong> mal-estar <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> <strong>com</strong>pras e logística,<<strong>br</strong> />

dificultando a operacio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e a negociação para ambos os lados. Estas alterações<<strong>br</strong> />

no Programa <strong>de</strong> Produção, ou <strong>com</strong>o é vulgarmente chamada, alteração no mix <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção, causam aumento no inventário da Montadora, riscos <strong>de</strong> interrupção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção e fornecimento, incremento nos custos da Montadora e do fornecedor,


102<<strong>br</strong> />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> expedição do material, distribuição e recebimento. São estas<<strong>br</strong> />

modificações que precisam ser administradas, pois afetam não um item, mas um<<strong>br</strong> />

conjunto <strong>de</strong> peças que ora so<strong>br</strong>am, ora faltam. As conseqüências <strong>de</strong>sta instabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

da <strong>de</strong>manda são os fatores mais difíceis <strong>de</strong> se controlar.<<strong>br</strong> />

Em geral, os volumes que mais se alteram são os volumes dos veículos<<strong>br</strong> />

chamados “exóticos”, ou seja, carros <strong>com</strong> acabamentos sofisticados <strong>com</strong>o ar<<strong>br</strong> />

condicio<strong>na</strong>do, alarme, direção hidráulica, air bag duplo. Os carros “exóticos” são<<strong>br</strong> />

carros <strong>de</strong> alta motorização, e pertencem a uma faixa estreita do MPS. Os veículos<<strong>br</strong> />

mais simples, ditos “populares”, não sofrem variação quanto ao mo<strong>de</strong>lo, mas, <strong>de</strong>ntro<<strong>br</strong> />

do volume do carro, sofrem variação <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> o acabamento. Como são todos<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> motorização 1,0, as variações ocorrem nos acabamentos: <strong>com</strong> ou sem ar<<strong>br</strong> />

condicio<strong>na</strong>do; <strong>com</strong> ou sem alarme; <strong>com</strong> ou sem <strong>de</strong>sembaçador traseiro, mas todos os<<strong>br</strong> />

carros do mesmo mo<strong>de</strong>lo e versão. Quando os acabamentos se alteram, algumas<<strong>br</strong> />

peças muito particulares são alteradas também: são peças <strong>de</strong> <strong>com</strong>andos elétricoeletrônicos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o os chicotes elétricos. Toda matéria-prima que possui uma função<<strong>br</strong> />

específica no veículo, e esta função está ligada diretamente ao acabamento, é<<strong>br</strong> />

pe<strong>na</strong>lizada <strong>na</strong>s alterações do mix <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 25 mostra as variações totais ocorridas no MPS da Montadora em<<strong>br</strong> />

questão, durante o ano <strong>de</strong> 2002. Observam-se as variações no mix <strong>de</strong> produção e o<<strong>br</strong> />

que essas alterações causaram <strong>na</strong> programação e no estoque das matérias-primas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

uso específico. O mo<strong>de</strong>lo popular 1,0 8V teve 2844 carros que não foram montados no<<strong>br</strong> />

ano <strong>de</strong> 2002, o Popular 2P Mo<strong>de</strong>lo 2, 1670, e assim por diante.<<strong>br</strong> />

Então, conclui-se que há realmente uma variação não prevista, mas<<strong>br</strong> />

administrável do programa <strong>de</strong> produção da Montadora, o que <strong>de</strong>monstra haver a<<strong>br</strong> />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>com</strong>panhamento às peças que são afetadas por essas variações.<<strong>br</strong> />

Para a <strong>montadora</strong>, existem peças simples <strong>de</strong> se administrar, mas existem outras<<strong>br</strong> />

extremamente <strong>com</strong>plexas. No “rol” <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, os custos operacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

manutenção dos estoques são os mais altos. Todo o trabalho envolvido em se ter um<<strong>br</strong> />

material que não será consumido pela Montadora é um trabalho inútil e <strong>de</strong>snecessário.


103<<strong>br</strong> />

A<strong>com</strong>panhamento Produzido x Programado - 2002<<strong>br</strong> />

120000<<strong>br</strong> />

100000<<strong>br</strong> />

80000<<strong>br</strong> />

60000<<strong>br</strong> />

40000<<strong>br</strong> />

20000<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

Popular 2P<<strong>br</strong> />

Mo<strong>de</strong>lo 2<<strong>br</strong> />

1670 2844 2092 1266<<strong>br</strong> />

Popular<<strong>br</strong> />

Mo<strong>de</strong>lo 1<<strong>br</strong> />

1.0 8v<<strong>br</strong> />

Mo<strong>de</strong>lo 2<<strong>br</strong> />

4P<<strong>br</strong> />

Station<<strong>br</strong> />

Wagon<<strong>br</strong> />

Programado<<strong>br</strong> />

Produzido<<strong>br</strong> />

Diferença<<strong>br</strong> />

Mo<strong>de</strong>lo 1 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Entrada da marca no mercado<<strong>br</strong> />

Mo<strong>de</strong>lo 2 - Mo<strong>de</strong>lo 1 re<strong>de</strong>senhado<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 25 – Variação entre Programado e Produzido – Mo<strong>de</strong>los Montadora<<strong>br</strong> />

janeiro a <strong>de</strong>zem<strong>br</strong>o/2002<<strong>br</strong> />

3.3.6 A Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Customização da Matéria-Prima<<strong>br</strong> />

Está cada vez mais evi<strong>de</strong>nte que, quanto mais perto da <strong>de</strong>manda do cliente<<strong>br</strong> />

estiver o fornecedor, mais corretos serão os volumes produzidos por ele. Com a<<strong>br</strong> />

prática <strong>de</strong> se colocar o fornecedor próximo ao cliente, <strong>com</strong> a possibilida<strong>de</strong> da troca <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

informações mais constantes e em “tempo real”, fica mais fácil aten<strong>de</strong>r àquilo que o<<strong>br</strong> />

cliente <strong>de</strong>seja. Tanto o grupo <strong>de</strong> clientes, quanto o grupo <strong>de</strong> fornecedores trabalham<<strong>br</strong> />

em níveis. Quanto mais próximos eles estiverem, mais fácil e certa será a<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>unicação. Esta proximida<strong>de</strong>, mesmo <strong>com</strong> o incremento <strong>de</strong> sistemas<<strong>br</strong> />

informatizados, precisa ser física. Embora não existam mais fronteiras nem distâncias,<<strong>br</strong> />

o fornecedor <strong>de</strong> alguma forma precisa interagir <strong>com</strong> seus clientes, nem que seja por<<strong>br</strong> />

um representante ou parceiro <strong>de</strong> negócios. Parece que a única dúvida que resi<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

neste relacio<strong>na</strong>mento, em alguns ramos <strong>de</strong> negócios, ainda é a transparência <strong>na</strong> troca<<strong>br</strong> />

das informações.<<strong>br</strong> />

Quando os fornecedores <strong>de</strong> matéria-prima da Montadora se preparam para<<strong>br</strong> />

aten<strong>de</strong>r aos Releases das matérias-primas, leva-se em conta o tempo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ressuprimento, preparação e transporte, assim <strong>com</strong>o o tempo <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong>ntro<<strong>br</strong> />

da fá<strong>br</strong>ica do cliente: lead times <strong>de</strong> produção e das logísticas <strong>de</strong> entrada (inbound) e


104<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> saída (outbound). Toda uma ca<strong>de</strong>ia, <strong>com</strong> cadência e tempo <strong>de</strong> aviso é<<strong>br</strong> />

movimentada para que os prazos estimados estejam corretamente medidos. Quando<<strong>br</strong> />

da alteração do mix <strong>de</strong> produção, todo um planejamento concate<strong>na</strong>do é que<strong>br</strong>ado, às<<strong>br</strong> />

vezes interrompido, para que seja re<strong>com</strong>eçado no objetivo <strong>de</strong> não prejudicar a ca<strong>de</strong>ia,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> um ponto para frente. São os chamados “reprogramas”. Volumes maiores ou<<strong>br</strong> />

menores que os previamente acordados, muitas vezes já <strong>de</strong>ntro do horizonte das 8<<strong>br</strong> />

sema<strong>na</strong>s firmes, são colocados num espaço muito curto, por extrema necessida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

que são respeitados pelos fornecedores, pois a Montadora sabe o que é mandatório<<strong>br</strong> />

para o mercado.<<strong>br</strong> />

Destaca-se aí um problema: <strong>com</strong>o aproximar o ponto <strong>de</strong> uso do ponto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção da matéria-prima? Como diminuir os volumes restantes das matérias-primas<<strong>br</strong> />

daqueles veículos que não foram produzidos <strong>na</strong>quele mês? Como impedir a<<strong>br</strong> />

paralisação da produção <strong>de</strong> veículos, pela falta daquela matéria-prima reprogramada<<strong>br</strong> />

fora do “lead time” da ca<strong>de</strong>ia? Qual a maneira em se termi<strong>na</strong>r a montagem fi<strong>na</strong>l da<<strong>br</strong> />

matéria-prima, após a confirmação do pedido pelo cliente?<<strong>br</strong> />

A resposta é: peças <strong>com</strong> ciclo <strong>de</strong> vida curto, alto risco <strong>de</strong> obsolescência, que<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prometem a continuida<strong>de</strong> da linha <strong>de</strong> produção, pois são vitais para o<<strong>br</strong> />

funcio<strong>na</strong>mento do veículo, <strong>com</strong> alto valor agregado, <strong>de</strong> alto custo, <strong>com</strong> sofisticação<<strong>br</strong> />

tecnológica, pe<strong>de</strong>m a postergação do ponto <strong>de</strong> diferenciação. Estes tipos <strong>de</strong> peças<<strong>br</strong> />

pe<strong>de</strong>m a implantação da filosofia do <strong>postponement</strong>, <strong>com</strong> a criação <strong>de</strong> uma peça básica<<strong>br</strong> />

que será diferenciada após a certeza <strong>de</strong> sua utilização <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção do cliente.<<strong>br</strong> />

3.4 O Chicote Elétrico<<strong>br</strong> />

O chicote elétrico é uma peça-conjunto e é constituído por um emaranhado <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fios, conectores e termi<strong>na</strong>is, e se esten<strong>de</strong> por todo o veículo, conectando-se ao longo<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> todo o seu interior. Sua função é <strong>de</strong> conduzir as informações elétricas e eletrônicas<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> um lado ao outro do veículo, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> acio<strong>na</strong>r suas mais diversas funções<<strong>br</strong> />

ligadas ao impulso elétrico e <strong>com</strong>ando eletrônico, <strong>com</strong>o, por exemplo, faróis, limpador<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> vidro dianteiro e traseiro, alarmes, travamento <strong>de</strong> portas, air bag, injeção eletrônica,<<strong>br</strong> />

acio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> motor, etc.<<strong>br</strong> />

O chicote elétrico é um <strong>com</strong>ponente do veículo, <strong>com</strong>posto principalmente por fios<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> co<strong>br</strong>e recobertos por PVC ou silicone, que, <strong>com</strong> termi<strong>na</strong>is metálicos em uma ou<<strong>br</strong> />

duas extremida<strong>de</strong>s, unem-se e conectam-se a uma peça plástica <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da<<strong>br</strong> />

conector, ou capa ou ainda trava. Estas peças “engatam-se” <strong>na</strong>s partes do veículo e


105<<strong>br</strong> />

possuem a função <strong>de</strong> conduzir informações elétricas <strong>de</strong> <strong>com</strong>ando que farão estas<<strong>br</strong> />

partes funcio<strong>na</strong>r.<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 27 – Perspectiva <strong>de</strong> um Chicote Elétrico do Painel <strong>de</strong> Instrumentos6


106<<strong>br</strong> />

Des<strong>de</strong> 1926, o chicote elétrico faz parte do veículo <strong>com</strong>o um <strong>com</strong>ponente muito<<strong>br</strong> />

importante. Inicialmente suas funções eram restringidas somente ao acio<strong>na</strong>mento das<<strong>br</strong> />

lanter<strong>na</strong>s e faróis, luz <strong>de</strong> freio, limpador <strong>de</strong> vidros dianteiro, ignição e ilumi<strong>na</strong>ção<<strong>br</strong> />

inter<strong>na</strong> do veículo. Com o aumento da <strong>de</strong>manda dos veículos, a procura por inovações<<strong>br</strong> />

e o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico dos projetos, no <strong>de</strong>correr dos anos, novos <strong>com</strong>andos<<strong>br</strong> />

e funções foram adicio<strong>na</strong>das ao veículo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> funções <strong>de</strong> segurança, até conforto,<<strong>br</strong> />

beleza e tecnologia.<<strong>br</strong> />

Então, os chicotes atualmente executam o acio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> várias funções no<<strong>br</strong> />

veículo. Quanto mais sofisticados forem os acabamentos, tanto mais os chicotes serão<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plexos e executarão mais funções.<<strong>br</strong> />

Por ocasião da concepção do chicote elétrico no veículo, sua estrutura era única,<<strong>br</strong> />

e o carro possuía somente um ou no máximo dois chicotes que faziam suas restritas<<strong>br</strong> />

funções. O chicote elétrico é um item <strong>de</strong> segurança do carro, pois envolve <strong>com</strong>andos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> seu funcio<strong>na</strong>mento básico. Além disso, conduz a eletricida<strong>de</strong> que é acio<strong>na</strong>da no<<strong>br</strong> />

painel do veículo, quando da partida do carro, e vai até as extremida<strong>de</strong>s, passando por<<strong>br</strong> />

todo seu interior. Seu material <strong>de</strong> constituição não é inflamável, mas é <strong>com</strong>bustível, o<<strong>br</strong> />

que o tor<strong>na</strong> também um item perigoso. Qualquer pane põe em risco o veículo, seus<<strong>br</strong> />

ocupantes e o entorno, condição que po<strong>de</strong> ser agravada <strong>com</strong> a presença <strong>de</strong> materiais<<strong>br</strong> />

ou outros <strong>de</strong>rivados explosivos.<<strong>br</strong> />

Com isto, no <strong>de</strong>correr dos anos, as empresas o<strong>br</strong>igaram suas engenharias a<<strong>br</strong> />

conceber chicotes elétricos segmentados, dividindo o origi<strong>na</strong>riamente único em vários,<<strong>br</strong> />

melhorando a segurança do veículo e a opção <strong>de</strong> manutenção e conserto, por ocasião<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> qualquer que<strong>br</strong>a ou pane. A busca por melhores custos também foi beneficiada,<<strong>br</strong> />

uma vez que <strong>com</strong>pra, conserto ou troca po<strong>de</strong>ria ser feita somente em parte e não <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

totalida<strong>de</strong> da peça, se esta fosse única.<<strong>br</strong> />

Des<strong>de</strong> 1980, já se concebem projetos dos conjuntos chicotes elétricos,<<strong>br</strong> />

segmentados em partes chamadas famílias. As famílias exercem a mesma função ou<<strong>br</strong> />

possuem uma característica <strong>de</strong> fácil administração. É um agrupamento <strong>de</strong> itens <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

as mesmas características. Po<strong>de</strong>m ser classificados por similarida<strong>de</strong> técnica, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

matéria-prima, localização, origem, etc., obe<strong>de</strong>cendo à concepção <strong>de</strong> plataforma,<<strong>br</strong> />

conceito este originário, também, da filosofia do produção enxuta.<<strong>br</strong> />

Os chicotes elétricos são classificados por famílias, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> suas funções.<<strong>br</strong> />

Estas famílias são agrupadas ainda e, duas outras macro-famílias, que fecham a<<strong>br</strong> />

classificação.<<strong>br</strong> />

As macro-famílias são assim classificadas:


107<<strong>br</strong> />

3.4.1 Família dos Chicotes Principais: são aqueles chicotes elétricos que<<strong>br</strong> />

acio<strong>na</strong>m e transmitem as funções principais no veículo. Sem eles, o veículo não tem<<strong>br</strong> />

condições <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>r ou, por ser um item <strong>de</strong> segurança, <strong>com</strong>promete gravemente a<<strong>br</strong> />

funcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e a segurança do veículo. São <strong>de</strong> quatro tipos: família do chicote<<strong>br</strong> />

traseiro, chicote do painel, chicote do motor ou dianteiro e chicote da injeção<<strong>br</strong> />

eletrônica. A utilização <strong>de</strong>stes chicotes no veículo é <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> por carro.<<strong>br</strong> />

Família do Chicote Traseiro: é localizado <strong>na</strong> parte traseira do veículo, indo do<<strong>br</strong> />

painel, passando pelo porta-malas, indo até a tampa do porta-malas. Sua função é<<strong>br</strong> />

ligar o painel do veículo, ou seja, o painel <strong>de</strong> <strong>com</strong>andos <strong>com</strong> a parte traseira do carro,<<strong>br</strong> />

fazendo funcio<strong>na</strong>r: farol traseiro, lanter<strong>na</strong>s traseiras, <strong>br</strong>eak light ou luz <strong>de</strong> segurança,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sembaçador e limpador traseiro, alarmes e travas traseiras, abertura e ilumi<strong>na</strong>ção<<strong>br</strong> />

do porta-malas.


108<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 27 – Perspectiva do Chicote Traseiro Montado no Veículo


109<<strong>br</strong> />

Família do Chicote do Painel: une o painel ao resto do carro. É importante<<strong>br</strong> />

lem<strong>br</strong>ar que todo o acio<strong>na</strong>mento das funções do carro acontece por este chicote,<<strong>br</strong> />

inclusive o acio<strong>na</strong>mento da injeção eletrônica, que faz funcio<strong>na</strong>r o motor.<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 28 – Perspectiva do Chicote Painel Montado no Veículo


110<<strong>br</strong> />

Família do Chicote do Motor ou Chicote Dianteiro: este é o chicote que trabalha<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> parte frontal do veículo. Sua função é <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> para o funcio<strong>na</strong>mento do<<strong>br</strong> />

motor, <strong>com</strong> algumas conexões frontais, <strong>com</strong>o, por exemplo: buzi<strong>na</strong>, farol simples ou<<strong>br</strong> />

farol duplo negro, radiador, fluido <strong>de</strong> freio, farol <strong>de</strong> nebli<strong>na</strong>.<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 29 – Perspectiva <strong>de</strong> um Chicote do Motor, Montado no Veículo


111<<strong>br</strong> />

Família do Chicote da Injeção, ou Chicote <strong>de</strong> Injeção Eletrônica; é talvez o mais<<strong>br</strong> />

importante, porque é o chicote que acio<strong>na</strong> o funcio<strong>na</strong>mento do carro. Ele contor<strong>na</strong> o<<strong>br</strong> />

motor, unindo-o ao painel e ao chicote dianteiro. Sua função é: levar informações do<<strong>br</strong> />

módulo <strong>de</strong> injeção para o motor do carro, conduzir gasoli<strong>na</strong> ou o álcool para o motor,<<strong>br</strong> />

acio<strong>na</strong>r <strong>com</strong>partimento <strong>de</strong> carvão ativado para carros a gasoli<strong>na</strong>, e injeção eletrônica.<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 30 – Perspectiva do Chicote da Injeção Eletrônica Montado no Veículo<<strong>br</strong> />

3.4.2 Família dos Chicotes Secundários: são aqueles chicotes que<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plementam o funcio<strong>na</strong>mento do veículo ou estão ligados a funções <strong>de</strong> incremento,


112<<strong>br</strong> />

acabamento ou beleza. Necessariamente não são especificados em todos os veículos,<<strong>br</strong> />

e o veículo efetua suas funções básicas sem eles. São chicotes que i<strong>de</strong>ntificam os<<strong>br</strong> />

acabamentos: <strong>com</strong>o chicote do air bag, tampa traseira, chicote das portas.<<strong>br</strong> />

Família do Chicote das Portas: Alto-falante, vidros elétricos, travas elétricas,<<strong>br</strong> />

alarmes e acio<strong>na</strong>mentos automáticos são <strong>com</strong>andados por este chicote, que é fixado<<strong>br</strong> />

em uma, duas, três e até <strong>na</strong>s quatro portas. É um dos únicos chicotes em que, quando<<strong>br</strong> />

presente, po<strong>de</strong> ter seu uso em mais <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> por veículo. Mas, nem sempre,<<strong>br</strong> />

todos os carros o utilizam. Carros que não têm acio<strong>na</strong>mentos <strong>de</strong> vidros, portas e<<strong>br</strong> />

travas por eletricida<strong>de</strong>, ou seja, são acio<strong>na</strong>dos mecanicamente, não utilizam esta<<strong>br</strong> />

peça.<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 31 – Perspectiva do Chicote das Portas Montado <strong>na</strong> Porta<<strong>br</strong> />

Família do Chicote da Tampa Traseira: este chicote se une ao chicote traseiro,<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>s funções <strong>de</strong> <strong>br</strong>eak light, limpador e <strong>de</strong>sembaçador traseiro e no acio<strong>na</strong>mento da<<strong>br</strong> />

tampa traseira (tampa do porta-malas).


113<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 32 – Perspectiva <strong>de</strong> um Chicote da Tampa Traseira Montado no Veículo<<strong>br</strong> />

Cada família possui vários tipos diferentes <strong>de</strong> chicotes, cada um <strong>com</strong> um número<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> funções <strong>de</strong> acabamentos diferentes. Por exemplo, um chicote da família do chicote<<strong>br</strong> />

traseiro, sem qualquer acabamento no carro, será <strong>de</strong> um tipo. Se carro tiver a luz <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

segurança, ele usará o chicote da mesma família (já que ele é o<strong>br</strong>igatório para o carro<<strong>br</strong> />

funcio<strong>na</strong>r), mas será outro chicote, <strong>com</strong> a chamada ramificação para fazer funcio<strong>na</strong>r a<<strong>br</strong> />

luz <strong>de</strong> segurança. Como os chicotes são classificados por códigos, <strong>com</strong>o todas as


114<<strong>br</strong> />

peças do veículo, o primeiro chicote traseiro terá um código. O segundo terá outro<<strong>br</strong> />

código, pois será um outro chicote.<<strong>br</strong> />

Sendo assim, cada família possui um número <strong>de</strong> chicotes liberados: os que<<strong>br</strong> />

exercem a função básica ou principal no carro, e aqueles que, <strong>com</strong> mais ramificações,<<strong>br</strong> />

atuam no funcio<strong>na</strong>mento dos acabamentos específicos/acio<strong>na</strong>mentos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plementares. A Tabela 13 traz um resumo das principais funções do chicote<<strong>br</strong> />

elétrico nos veículos, <strong>com</strong>o também as funções <strong>com</strong>plementares.<<strong>br</strong> />

Tabela 13 – Funções <strong>de</strong> Acio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> Cada Família <strong>de</strong> Chicote no Veículo<<strong>br</strong> />

Funções <strong>de</strong> Acio<strong>na</strong>mento dos Chicotes Principais<<strong>br</strong> />

Notação Família Função Principal Acio<strong>na</strong>mentos Complementares<<strong>br</strong> />

11 Traseiro<<strong>br</strong> />

Conectar a parte traseira do veículo ao<<strong>br</strong> />

corpo principal do chicote do painel<<strong>br</strong> />

Lanter<strong>na</strong> traseira<<strong>br</strong> />

Luz <strong>de</strong> ré<<strong>br</strong> />

Ilumi<strong>na</strong>ção Com Bagagem<<strong>br</strong> />

Alto falante traseiro<<strong>br</strong> />

Ilumi<strong>na</strong>ção do teto<<strong>br</strong> />

Luz <strong>de</strong> cortesia<<strong>br</strong> />

Ilumi<strong>na</strong>ção da placa<<strong>br</strong> />

Luz <strong>de</strong> freio<<strong>br</strong> />

51 Painel<<strong>br</strong> />

Conecta as funções do painel <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

instrumentos aos chicotes do motor e<<strong>br</strong> />

traseiro, além <strong>de</strong> alguns chicotes<<strong>br</strong> />

Ilumi<strong>na</strong>ção porta luvas<<strong>br</strong> />

Interruptor luz freio<<strong>br</strong> />

secundários (ex.: vidro elétrico, travas, Interruptor acelerador<<strong>br</strong> />

auto falante dianteiro, etc.). Também é<<strong>br</strong> />

nele que se po<strong>de</strong> encontrar a caixa <strong>de</strong> Interruptor em<strong>br</strong>eagem<<strong>br</strong> />

fusíveis, <strong>com</strong> relés <strong>de</strong> acio<strong>na</strong>mento (ex.: Ar condicio<strong>na</strong>do<<strong>br</strong> />

pisca, farol, ar condicio<strong>na</strong>do, etc.) e<<strong>br</strong> />

fusíveis.<<strong>br</strong> />

Ventilação/ar quente<<strong>br</strong> />

Rádio / CD<<strong>br</strong> />

Air bag<<strong>br</strong> />

73 Dianteiro/<<strong>br</strong> />

Responsável por interligar as funções do<<strong>br</strong> />

Faróis / Pisca<<strong>br</strong> />

motor ao resto do veículo. Geralmente,<<strong>br</strong> />

Motor está conectado ao chicote do painel e a Lanter<strong>na</strong>s dianteiras<<strong>br</strong> />

outros secundários. Interliga, por Eletroventilador<<strong>br</strong> />

exemplo, alter<strong>na</strong>dor à bateria, ou ainda,<<strong>br</strong> />

eletroventilador ao sensor <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Farol <strong>de</strong> nebli<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

temperatura, bomba d'água, etc. Lanter<strong>na</strong> luz direcio<strong>na</strong>l<<strong>br</strong> />

Buzi<strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Motor do ar condicio<strong>na</strong>do<<strong>br</strong> />

131 Injeção<<strong>br</strong> />

Interligar o módulo <strong>de</strong> injeção aos<<strong>br</strong> />

diferentes sensores, válvulas e<<strong>br</strong> />

Sensor Lambada<<strong>br</strong> />

Eletrônica acio<strong>na</strong>dores, mandando si<strong>na</strong>is elétricos Ignição<<strong>br</strong> />

às diferentes partes do veículo, por meio Sensor <strong>de</strong> Temperatura<<strong>br</strong> />

dos chicotes do painel traseiro, etc.<<strong>br</strong> />

Válvulas injetoras<<strong>br</strong> />

Sensor <strong>de</strong> Velocida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Sensor <strong>de</strong> Nível <strong>de</strong> Óleo<<strong>br</strong> />

Sensor <strong>de</strong> Combustível<<strong>br</strong> />

Fonte – Adaptada pelo Autor<<strong>br</strong> />

O chicote elétrico é uma união <strong>de</strong> fios <strong>de</strong> co<strong>br</strong>e, recobertos por PVC ou silicone,<<strong>br</strong> />

que cortados em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do tamanho, são prensados <strong>com</strong> termi<strong>na</strong>is metálicos <strong>na</strong>s


115<<strong>br</strong> />

extremida<strong>de</strong>s. Estes termi<strong>na</strong>is em conjunto <strong>de</strong> dois, três, até 20 ou 30, se encaixam<<strong>br</strong> />

em conectores (que vão se conectar) <strong>na</strong>s partes dos carros que emitem, recebem ou<<strong>br</strong> />

trocam informações elétricas e eletrônicas.<<strong>br</strong> />

Fazendo uma a<strong>na</strong>logia, o chicote elétrico é consi<strong>de</strong>rado o sistema nervoso do<<strong>br</strong> />

carro.<<strong>br</strong> />

Mas, além <strong>de</strong>sses três tipos <strong>de</strong> matérias-primas, existem outras, que exercem<<strong>br</strong> />

função <strong>com</strong>plementar e <strong>de</strong> acabamento, conforme <strong>de</strong>monstra a Tabela 14.


Tabela 14 – Função <strong>de</strong> Cada Matéria-Prima no Chicote Elétrico<<strong>br</strong> />

116


117<<strong>br</strong> />

Embora os projetos possam variar, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da <strong>montadora</strong>, tipo do veículo e<<strong>br</strong> />

função dos chicotes, as peças são em 90% dos casos semelhantes, e até os<<strong>br</strong> />

fornecedores dos chicotes e suas matérias-primas, os mesmos.<<strong>br</strong> />

Fonte: Adaptado pelo autor do origi<strong>na</strong>l da Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 33 – Conectores <strong>com</strong> Termi<strong>na</strong>is e Fios<<strong>br</strong> />

A FIGURA 33 traz um exemplo <strong>de</strong> conectores e fios nos chicotes.<<strong>br</strong> />

Como os termi<strong>na</strong>is e os fios conduzem eletricida<strong>de</strong>, conduzem também<<strong>br</strong> />

informações. Depen<strong>de</strong>ndo do lugar em que estas conexões estiverem, serão<<strong>br</strong> />

especificados materiais mais ou menos resistentes à temperatura, intempéries,<<strong>br</strong> />

vi<strong>br</strong>ações, impactos, rupturas, trincas, e até se estas informações po<strong>de</strong>m falhar ou<<strong>br</strong> />

não. As várias funções dos conectores e termi<strong>na</strong>is nos chicotes e no veículo são<<strong>br</strong> />

mostradas <strong>na</strong> Tabela 15.


118<<strong>br</strong> />

Tabela 15 – Função dos Conectores e Termi<strong>na</strong>is pelo Tipo <strong>de</strong> Matéria-Prima<<strong>br</strong> />

Cada chicote elétrico é constituído por uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peças,<<strong>br</strong> />

conforme <strong>de</strong>scrito <strong>na</strong> tabela 16, que tem o objetivo <strong>de</strong> transmitir informações, tendo


119<<strong>br</strong> />

sua quantida<strong>de</strong> aumentada em fios, termi<strong>na</strong>is e conectores a cada incremento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

função. O conjunto formado por um fio cortado, <strong>com</strong> um termi<strong>na</strong>l prensado em uma<<strong>br</strong> />

extremida<strong>de</strong>, ou dois termi<strong>na</strong>is prensados um em cada extremida<strong>de</strong>, seja <strong>de</strong> que tipo<<strong>br</strong> />

for o fio ou o termi<strong>na</strong>l, é chamado <strong>de</strong> circuito. Vários circuitos unidos e conectados em<<strong>br</strong> />

um conector formam o chicote. O conector do chicote é chamado “peça”, o do carro,<<strong>br</strong> />

“contra-peça”. O conjunto dos dois é <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do “macho-fêmea”.<<strong>br</strong> />

Ao todo, os circuitos variam em 120, num chicote <strong>com</strong> poucos acabamentos, até<<strong>br</strong> />

quase 250, em chicotes mais <strong>com</strong>plexos. A FIGURA 34 <strong>de</strong>monstra a evolução do<<strong>br</strong> />

número <strong>de</strong> fios cortados e <strong>de</strong> conexões que foram criadas e <strong>de</strong>senvolvidas para os<<strong>br</strong> />

chicotes, a<strong>com</strong>panhando a evolução e o aumento dos acabamentos e as funções nos<<strong>br</strong> />

veículos.


120<<strong>br</strong> />

Tabela 16 – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peças por Família <strong>de</strong> Chicotes<<strong>br</strong> />

Fonte – TCA


121<<strong>br</strong> />

Número <strong>de</strong> Fios Cortados<<strong>br</strong> />

Figura 34 – Evolução da Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fios por Chicote Elétrico<<strong>br</strong> />

Aos mo<strong>de</strong>los mais vendidos <strong>de</strong> veículos, po<strong>de</strong>mos associar um grupo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

chicotes elétricos. Estes chicotes elétricos também serão os mais consumidos <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

produção do carro e os mais vendidos juntamente <strong>com</strong> os veículos. Consi<strong>de</strong>rando a<<strong>br</strong> />

Tabela 17, on<strong>de</strong> se exemplifica o grupo <strong>de</strong> chicotes utilizados em dois tipos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

veículos diferentes, po<strong>de</strong>mos concluir que os chicotes usados no veículo popular,<<strong>br</strong> />

motor alta economia, são os chicotes mais consumidos. Todo o grupo <strong>de</strong> chicotes<<strong>br</strong> />

principais e secundários que é utilizado neste veículo entra <strong>na</strong> lista <strong>de</strong> maior consumo,<<strong>br</strong> />

assim <strong>com</strong>o toda sua matéria-prima.


Tabela 17 – Exemplo <strong>de</strong> Chicotes Usados em Dois Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Veículos<<strong>br</strong> />

122


4 A PROPOSTA<<strong>br</strong> />

A evolução do relacio<strong>na</strong>mento cliente/fornecedor, ou propriamente, <strong>montadora</strong> e<<strong>br</strong> />

seus fornecedores, aconteceu da seguinte maneira:<<strong>br</strong> />

• Em um primeiro momento, quando ainda da valorização da área <strong>de</strong> manufatura<<strong>br</strong> />

e <strong>com</strong> um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> fornecedores, as operações geravam estoques <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

matéria-prima e produtos acabados, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> escon<strong>de</strong>r as ineficiências das<<strong>br</strong> />

áreas técnicas (engenharia, projeto, por exemplo). Isto causava uma gran<strong>de</strong> eficiência<<strong>br</strong> />

no atendimento às necessida<strong>de</strong>s da produção, mas tor<strong>na</strong>va a empresa mais<<strong>br</strong> />

susceptível às variações <strong>de</strong> mercado. Este tipo <strong>de</strong> procedimento influenciava <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

relação da empresa <strong>com</strong> seus fornecedores. Como a relação era superficial e até<<strong>br</strong> />

temporária, po<strong>de</strong>ndo durar somente um ano, os fornecedores não investiam nem<<strong>br</strong> />

tempo e nem dinheiro para satisfazer as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus clientes.<<strong>br</strong> />

• Em um segundo momento, quando da introdução das práticas Just in Time, os<<strong>br</strong> />

fornecedores, então poucos escolhidos <strong>com</strong> criteriosida<strong>de</strong>, aproximaram-se <strong>de</strong> seus<<strong>br</strong> />

clientes, mais interessados em suas necessida<strong>de</strong>s e em seus problemas, e em <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

participar das soluções.<<strong>br</strong> />

• A partir do momento em que houve a introdução <strong>de</strong> parceiros logísticos, a<<strong>br</strong> />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos <strong>montadora</strong>/fornecedor <strong>com</strong>eçou a esboçar uma eficiência até<<strong>br</strong> />

então pouco praticada. Era a valorização da inbound logistics ou logística <strong>de</strong> entrada.<<strong>br</strong> />

Transportes, distribuição, recebimento, expedição, movimentação <strong>de</strong>senvolveram<<strong>br</strong> />

também bons procedimentos para a outbound logistics ou logística <strong>de</strong> saída. Estava<<strong>br</strong> />

formada a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos eficaz ou bem sucedida, <strong>com</strong> uma movimentação<<strong>br</strong> />

homogênea e linear, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro fornecedor até o último cliente.<<strong>br</strong> />

• Por fim, a incorporação do fornecedor, parte <strong>de</strong> sua estrutura produtiva e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

seus empregados a<strong>de</strong>ntraram ao cliente, criando um relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> parceria e<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prometimento. Des<strong>de</strong> a engenharia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento até a gestão integrada<<strong>br</strong> />

dos estoques <strong>de</strong> matéria-prima, processo e produto acabado têm sido <strong>com</strong>partilhados<<strong>br</strong> />

num risco dividido. Neste caso não há mais a preocupação <strong>com</strong> a logística <strong>de</strong> entrada,<<strong>br</strong> />

que agora está 100% <strong>na</strong>s mãos do fornecedor.<<strong>br</strong> />

Mas, junto <strong>com</strong> um relacio<strong>na</strong>mento mais estreito ainda caminham variações <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

mercado, <strong>de</strong>manda, modificações <strong>de</strong> engenharia, <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> atendimento. Ainda<<strong>br</strong> />

buscava-se estreitar e <strong>com</strong>primir a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos, <strong>com</strong> ações que<<strong>br</strong> />

aumentassem as operações que agregavam valor ao cliente. Ainda, em alguns<<strong>br</strong> />

mercados, <strong>com</strong>o o automobilístico, o ponto <strong>de</strong> entrada dos pedidos estava muito longe


124<<strong>br</strong> />

do ponto <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> <strong>de</strong>le, principalmente porque este mercado era extremamente<<strong>br</strong> />

volátil.<<strong>br</strong> />

Todas as alterações <strong>de</strong> produto e mercado ainda são realizadas para que o<<strong>br</strong> />

veículo se mantenha atraente ao mercado. Isto dificulta e preocupa o abastecimento,<<strong>br</strong> />

mas a Montadora precisa das alterações e da participação do fornecedor neste<<strong>br</strong> />

processo.<<strong>br</strong> />

O chicote elétrico é um produto que sempre sofre alterações. Como ele orienta<<strong>br</strong> />

todas as funções e <strong>com</strong>andos no veículo, sua estrutura é <strong>com</strong>plexa e, para cada<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>ando ou conjunto <strong>de</strong> <strong>com</strong>andos, ele pe<strong>de</strong> uma estrutura diferente.<<strong>br</strong> />

Atualmente a Montadora dispõe <strong>de</strong> uma gama consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> chicotes<<strong>br</strong> />

diferentes, que são administrados por ela. Cada um reúne um conjunto <strong>de</strong> funções,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> cada família a que pertence e <strong>de</strong> cada veículo em que for colocado.<<strong>br</strong> />

Por ser um <strong>com</strong>ponente elétrico-eletrônico, sempre sofre alterações <strong>de</strong> projeto,<<strong>br</strong> />

quando da entrada <strong>de</strong> modificações e melhorias.<<strong>br</strong> />

Pelas condições apresentadas, o chicote elétrico é um <strong>com</strong>ponente do veículo,<<strong>br</strong> />

que pe<strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> do ponto <strong>de</strong> uso e <strong>entrega</strong> rápida no abastecimento da linha <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção, <strong>de</strong>vido a:<<strong>br</strong> />

• ser uma peça que sofre sempre alterações <strong>de</strong> projeto, <strong>com</strong> gran<strong>de</strong> risco <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

obsolescência;<<strong>br</strong> />

• ser uma peça que <strong>com</strong>promete a linha <strong>de</strong> produção, pois o veículo não po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ser montado sem ela;<<strong>br</strong> />

• ser uma peça <strong>de</strong> alto custo;<<strong>br</strong> />

• ser uma peça tecnologicamente volátil;<<strong>br</strong> />

• cada peça é específica para somente um tipo <strong>de</strong> veículo/acabamento, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

dificulda<strong>de</strong> em se encontrar uma similar <strong>de</strong>ntro da própria família.<<strong>br</strong> />

4.1 A Escolha do Chicote Elétrico<<strong>br</strong> />

Existe uma <strong>de</strong>manda histórica dos chicotes elétricos, que correspon<strong>de</strong> aos<<strong>br</strong> />

volumes consumidos nos carros, em diversos mo<strong>de</strong>los, <strong>de</strong> todas as famílias.<<strong>br</strong> />

Observando-se o consumo histórico <strong>de</strong> todas as famílias, verifica-se que o maior<<strong>br</strong> />

volume po<strong>de</strong> estar concentrado em ape<strong>na</strong>s um ou num pequeno grupo <strong>de</strong>les. Na<<strong>br</strong> />

Tabela 18, no caso do chicote painel, <strong>com</strong> notação “51”, o maior volume se concentra<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong>quele chamado “51 GA”: as letras iniciais significam a família (51 para painel); as


125<<strong>br</strong> />

letras fi<strong>na</strong>is, <strong>na</strong> configuração do código, exprimem <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> acabamento (ar<<strong>br</strong> />

condicio<strong>na</strong>do, direção hidráulica, freio ABS, etc.), ou ainda motorização ou mercado<<strong>br</strong> />

(1,0 8v, 2,0 Turbo, México, Venezuela, etc.).<<strong>br</strong> />

A Montadora possui uma série <strong>de</strong> acabamentos liberados para cada veículo. Os<<strong>br</strong> />

acabamentos mais conhecidos são: faróis especiais, air bag, ar condicio<strong>na</strong>do, alarme<<strong>br</strong> />

elétrico, direção hidráulica, calotas especiais, vidros elétricos, travamento elétrico. No<<strong>br</strong> />

total, são mais <strong>de</strong> 500 acabamentos liberados, pois cada um <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> pedir uma<<strong>br</strong> />

peça ou um tratamento diferente. Quando isso ocorre, ele <strong>de</strong>ve ser bem i<strong>de</strong>ntificado,<<strong>br</strong> />

pois sua notação, seu código no sistema informatizado da Montadora, vai programar a<<strong>br</strong> />

matéria-prima correspon<strong>de</strong>nte.<<strong>br</strong> />

Todos os chicotes elétricos utilizados no veículo estão ligados a um acabamento<<strong>br</strong> />

específico. Principalmente porque a maioria <strong>de</strong>les é <strong>com</strong>andada por um acio<strong>na</strong>mento<<strong>br</strong> />

elétrico ou eletrônico. Exceto os casos <strong>de</strong> pintura e acabamentos externos.<<strong>br</strong> />

O projeto <strong>de</strong> um chicote elétrico é acumulativo. Cria-se um tronco base, e vai se<<strong>br</strong> />

agregando nele circuitos e subconjuntos correspon<strong>de</strong>ntes às funções dos<<strong>br</strong> />

acabamentos. A Montadora em questão ainda não implantou em suas<<strong>br</strong> />

Concessionárias a prática do “monte seu veículo”, on<strong>de</strong> o próprio consumidor <strong>de</strong>fine<<strong>br</strong> />

quais acabamentos vai colocar no veículo. Este processo pe<strong>de</strong> um a<strong>com</strong>panhamento<<strong>br</strong> />

extremamente rigoroso do fornecedor, <strong>com</strong> produtos e processos extremamente<<strong>br</strong> />

flexíveis: lem<strong>br</strong>ando que esta já é uma realida<strong>de</strong> em nosso mercado, e que a filosofia<<strong>br</strong> />

do <strong>postponement</strong> vem confirmar esta realida<strong>de</strong>. Quando da produção do chicote<<strong>br</strong> />

elétrico, todo o processo (pessoas, dispositivos <strong>de</strong> montagem, meios, tempo, matériaprima)<<strong>br</strong> />

é preparado para este tipo <strong>de</strong> produção. Com isto, tem-se a possibilida<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />

aproveitamento <strong>de</strong>stes recursos, para a montagem <strong>de</strong> qualquer chicote elétrico, que,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma família, são extremamente parecidos e <strong>de</strong>rivativos. Por<<strong>br</strong> />

exemplo, um chicote elétrico da família da injeção eletrônica <strong>de</strong> um carro popular,<<strong>br</strong> />

possui as funções básicas. Um chicote da mesma família, para um veiculo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

motorização 1,8, mais sofisticado e mais caro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja da mesma plataforma<<strong>br</strong> />

(versão remo<strong>de</strong>lada), vai ter o mesmo tronco base, mais os acabamentos<<strong>br</strong> />

pertencentes àquele veículo: ar condicio<strong>na</strong>do, direção hidráulica, air bag, acelerador<<strong>br</strong> />

eletrônico, alarme, levantador dos vidros, travamento elétrico, <strong>br</strong>eak light, key less, etc.<<strong>br</strong> />

Então, <strong>com</strong>o o chicote elétrico é concebido <strong>com</strong> uma estrutura <strong>de</strong>rivativa,<<strong>br</strong> />

acumulativa, e sofre <strong>com</strong> as variações da <strong>de</strong>manda, ele é uma matéria-prima do carro,<<strong>br</strong> />

que po<strong>de</strong> receber um tratamento diferenciado, para aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s da<<strong>br</strong> />

produção. Ele po<strong>de</strong> ser uma peça para a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> postergação, ou <strong>postponement</strong>.


126<<strong>br</strong> />

De acordo <strong>com</strong> as condições <strong>de</strong>monstradas, uma matéria-prima pe<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong> <strong>de</strong> manufatura, quando:<<strong>br</strong> />

. tem gran<strong>de</strong> imprevisibilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>manda: <strong>de</strong>ntro do próprio mês, ou <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

mês para o outro, há variação dos volumes <strong>de</strong> produção, mesmo que em um<<strong>br</strong> />

percentual baixo;<<strong>br</strong> />

. há gran<strong>de</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>is <strong>de</strong> produção: o chicote elétrico<<strong>br</strong> />

não possui uma produção <strong>com</strong>plicada, mas seu projeto envolve a <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

conhecimento, capital e tecnologia. É um item que <strong>com</strong>promete as funções do veículo;<<strong>br</strong> />

. a matéria prima for <strong>de</strong> fácil modularização;<<strong>br</strong> />

. possui uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> no fi<strong>na</strong>l da ca<strong>de</strong>ia: os diferentes itens liberados,<<strong>br</strong> />

por família, variam <strong>de</strong> 8 itens diferentes para a família da injeção eletrônica; para até<<strong>br</strong> />

52 itens para a família do painel. Isto <strong>de</strong>vido às variações entre as <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ções dos<<strong>br</strong> />

acabamentos.<<strong>br</strong> />

. o mercado se apresentar turbulento, volátil, inconstante;<<strong>br</strong> />

. o ciclo <strong>de</strong> vida mais curto do produto: o chicote elétrico envolve modificações<<strong>br</strong> />

sofisticadas, que fazem o diferencial do veículo frente ao mercado;<<strong>br</strong> />

. há in<strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> em algum ponto da ca<strong>de</strong>ia: a reação dos fornecedores <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

chicotes elétricos, os lead times <strong>de</strong> transporte, po<strong>de</strong>m ser excessivamente longos em<<strong>br</strong> />

alguns casos. Tem-se, então, que diminuir e estreitar a ca<strong>de</strong>ia em algum ponto. Este<<strong>br</strong> />

ponto po<strong>de</strong> ser a montagem fi<strong>na</strong>l;<<strong>br</strong> />

. o custo perdido <strong>de</strong> vendas é alto: o chicote elétrico é um produto job stopper,<<strong>br</strong> />

do inglês <strong>na</strong> tradução literal, “que interrompe o trabalho”. Sem ele o carro não po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

sair da linha <strong>de</strong> produção, ou seja, quando ele não está disponível, o carro não é<<strong>br</strong> />

produzido.<<strong>br</strong> />

Com isto, escolheu-se o chicote elétrico para realizar o estudo <strong>de</strong> <strong>postponement</strong><<strong>br</strong> />

para esta Dissertação.<<strong>br</strong> />

4.2 A Escolha da Família do Chicote do Painel <strong>de</strong> Instrumentos<<strong>br</strong> />

O chicote da Família do Painel <strong>de</strong> Instrumentos é o chicote responsável por<<strong>br</strong> />

todos os <strong>com</strong>andos do veículo. Como a própria <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>ção mostra, é um chicote que,<<strong>br</strong> />

acoplado ao painel do veículo, é responsável por todos os <strong>com</strong>andos que por ali<<strong>br</strong> />

passam. E por ali passam todos os <strong>com</strong>andos.<<strong>br</strong> />

Por ser o chicote elétrico um produto caro, <strong>com</strong>parado <strong>com</strong> os outros itens do<<strong>br</strong> />

veículo, quando da concepção do projeto pela engenharia do produto da Montadora,<<strong>br</strong> />

este não po<strong>de</strong> conceber um chicote único <strong>com</strong>pleto. Ela tem que conceber um chicote


127<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> exatamente o número <strong>de</strong> ramificações que o carro pedir, sem ter ramificações<<strong>br</strong> />

mortas, que não apresentarem qualquer função para o carro. Como os mo<strong>de</strong>los dos<<strong>br</strong> />

veículos, que são muitos, são <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ções conhecidas, para cada <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ção há um<<strong>br</strong> />

chicote diferente. Então, libera-se uma gama <strong>de</strong> <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ções, <strong>com</strong> uma gama <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

chicotes. Com isto, tem-se um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> itens diferentes liberados,<<strong>br</strong> />

principalmente do painel.<<strong>br</strong> />

A FIGURA 35 mostra a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> liberados entre novos, <strong>de</strong> série e<<strong>br</strong> />

obsoletos, durante os anos respectivos. Nota-se que, sempre, a família do painel tem<<strong>br</strong> />

um número maior <strong>de</strong> chicotes liberados.<<strong>br</strong> />

Volume <strong>de</strong> Chicotes Liberados por Famílias/Ano<<strong>br</strong> />

70<<strong>br</strong> />

60<<strong>br</strong> />

Nº <strong>de</strong> Chicotes<<strong>br</strong> />

50<<strong>br</strong> />

40<<strong>br</strong> />

30<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

10<<strong>br</strong> />

2000<<strong>br</strong> />

2001<<strong>br</strong> />

2002<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

traseiro painel dianteiro injeção<<strong>br</strong> />

Famílias/Ano<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 35 – Volume <strong>de</strong> Chicotes Liberados por Famílias/Ano<<strong>br</strong> />

Os chicotes elétricos, <strong>com</strong>o são concebidos <strong>de</strong> maneira modular, e, a cada<<strong>br</strong> />

acabamento é inserida uma nova ramificação, são muito parecidos; os pesos e<<strong>br</strong> />

dimensões são muito próximos, e, por uma questão lógica, as notações dadas pela<<strong>br</strong> />

Montadora são muito parecidas.<<strong>br</strong> />

As famílias dos chicotes principais recebem a seguinte notação, a título <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

exemplo:<<strong>br</strong> />

. “11” para a família do chicote traseiro;<<strong>br</strong> />

. “51” para a família do painel;<<strong>br</strong> />

. “73” para a família do dianteiro ou motor;<<strong>br</strong> />

. “131” para a família da injeção eletrônica.<<strong>br</strong> />

Ainda, a título <strong>de</strong> exemplo, <strong>de</strong> “51” é do chicote painel mais simples, o “51 A” é<<strong>br</strong> />

para o chicote elétrico do carro que possui um acabamento mais sofisticado, por


128<<strong>br</strong> />

exemplo, o <strong>com</strong>ando da luz <strong>de</strong> segurança, o “<strong>br</strong>eak light”. Se incidir mais um<<strong>br</strong> />

acabamento, ele po<strong>de</strong> ser “51 B”, e assim por diante.<<strong>br</strong> />

Com isto, um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> itens liberados em uma linha <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r:<<strong>br</strong> />

. dificulda<strong>de</strong>s em se receber, conferir, locar, abastecer e montar;<<strong>br</strong> />

. dificulda<strong>de</strong>s em se controlar os itens: maior diversida<strong>de</strong>;<<strong>br</strong> />

. maior número <strong>de</strong> embalagens;<<strong>br</strong> />

. dificulda<strong>de</strong>s em se programar os itens;<<strong>br</strong> />

. maior área <strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>mento;<<strong>br</strong> />

. mais recursos disponíveis;<<strong>br</strong> />

. uma maior <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Se há um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> itens do painel liberados, quando da<<strong>br</strong> />

modificação <strong>de</strong> produtos ou melhorias, também a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> itens envolvidos é<<strong>br</strong> />

gran<strong>de</strong>. A FIGURA 36 <strong>de</strong>monstra isto.<<strong>br</strong> />

Volume <strong>de</strong> Chicotes Envolvidos em Modificações<<strong>br</strong> />

Durante o Ano<<strong>br</strong> />

Nº <strong>de</strong> Chicotes<<strong>br</strong> />

80<<strong>br</strong> />

70<<strong>br</strong> />

60<<strong>br</strong> />

50<<strong>br</strong> />

40<<strong>br</strong> />

30<<strong>br</strong> />

20<<strong>br</strong> />

10<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

traseiro painel dianteiro injeção<<strong>br</strong> />

2000<<strong>br</strong> />

2001<<strong>br</strong> />

2002<<strong>br</strong> />

Família/Ano<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 36 – Volume <strong>de</strong> Chicotes Envolvidos em Modificações Durante o Ano<<strong>br</strong> />

Com um número maior <strong>de</strong> itens a serem liberados e outros a serem obsoletados,<<strong>br</strong> />

ocorrem:<<strong>br</strong> />

. as mesmas dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> administração dos materiais e estoques;<<strong>br</strong> />

. volume maior <strong>de</strong> peças a serem obsoletadas;<<strong>br</strong> />

. volume maior <strong>de</strong> itens novos;<<strong>br</strong> />

. dificulda<strong>de</strong>s em se a<strong>com</strong>panhar a curva <strong>de</strong> aceleração dos itens;


129<<strong>br</strong> />

. facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> especificação incorreta pela engenharia, fato que só po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scoberto, muitas vezes <strong>na</strong> hora da montagem (nem todos os mo<strong>de</strong>los são montados<<strong>br</strong> />

<strong>na</strong> fase piloto/protótipo).<<strong>br</strong> />

Com isto, verifica-se que, se o chicote elétrico do painel tem todas as condições<<strong>br</strong> />

necessárias para o <strong>postponement</strong>, e o chicote do painel necessita <strong>de</strong> uma diminuição<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong>, sem afetar custo e diferenciação, esta família é escolhida para a<<strong>br</strong> />

postergação <strong>de</strong> manufatura.<<strong>br</strong> />

4.3 Definição dos Tipos <strong>de</strong> Chicotes: O Básico e seus Derivados<<strong>br</strong> />

Ao se observar os veículos produzidos pela Montadora, verificou-se que o<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>lo 1,0 8V é o mo<strong>de</strong>lo mais produzido e vendido há alguns anos. Ao longo <strong>de</strong>sses<<strong>br</strong> />

anos, a Montadora forneceu ao mercado o seu mo<strong>de</strong>lo mais barato e mais básico,<<strong>br</strong> />

mas <strong>com</strong>eçou a per<strong>de</strong>r espaço para a concorrência que oferecia um mo<strong>de</strong>lo no<<strong>br</strong> />

mesmo padrão, mas <strong>com</strong> mais acabamentos. Ou seja, enquanto que para esta<<strong>br</strong> />

Montadora o veículo 1,0 8V saia <strong>de</strong> fá<strong>br</strong>ica sem qualquer opcio<strong>na</strong>l, o da concorrência<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>eçava a ter <strong>de</strong>sembaçador traseiro, alarme, ar condicio<strong>na</strong>do, travamento. Então, a<<strong>br</strong> />

Montadora <strong>de</strong>senvolveu um carro muito parecido e à altura dos concorrentes. O carro,<<strong>br</strong> />

então, passou a ser o mo<strong>de</strong>lo da entrada da marca no mercado, sem remo<strong>de</strong>lação<<strong>br</strong> />

exter<strong>na</strong>, mas <strong>com</strong> os opcio<strong>na</strong>is que o mercado pedia.<<strong>br</strong> />

Toda a matéria-prima do veículo em questão passou a ser incrementada <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

melhorias, e o chicote elétrico recebeu os acabamentos necessários, também por<<strong>br</strong> />

meio do incremento <strong>de</strong> ramais, que exercessem àquelas funções, no carro.<<strong>br</strong> />

A Tabela 18 <strong>de</strong>monstra a posição <strong>de</strong> produção do veículo 1,0 8V, mas pelo seu<<strong>br</strong> />

chicote do painel <strong>de</strong> instrumentos, que possui aqui a notação “51 GA”. Este chicote, a<<strong>br</strong> />

exemplo do veículo em que é usado, <strong>de</strong>tém 45% do volume <strong>de</strong> produção diário da<<strong>br</strong> />

Montadora. A partir <strong>de</strong> agora, ele a<strong>br</strong>irá espaço para os novos chicotes liberados, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

mais acabamentos, e o seu volume, teoricamente, será dividido entre os chicotes do<<strong>br</strong> />

painel, <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong>le.<<strong>br</strong> />

Verificou-se, então. que dos 50 chicotes do painel liberados para uso, somente<<strong>br</strong> />

25 possuíam uma média <strong>de</strong> uso, e <strong>de</strong>stes 25, um <strong>de</strong>tinha quase 50% do consumo da<<strong>br</strong> />

Montadora. Este chicote, <strong>com</strong> o montante <strong>de</strong> 46% do consumo, dividiria seu volume<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> outros <strong>de</strong> projeto muito semelhante ao <strong>de</strong>le, e menor, ou seja, os 5 novos<<strong>br</strong> />

chicotes liberados eram maiores e incrementados <strong>de</strong> funções.<<strong>br</strong> />

Com isto ficou fácil a visualização <strong>de</strong> um chicote básico e daquilo que faria sua<<strong>br</strong> />

diferenciação. Os conjuntos e subconjuntos que foram acrescidos para a liberação dos


130<<strong>br</strong> />

chicotes novos, já seriam os itens <strong>de</strong> diferenciação. Estava dado o primeiro passo para<<strong>br</strong> />

o <strong>postponement</strong> <strong>de</strong> manufatura.


131<<strong>br</strong> />

Tabela 18 – Média Histórica da Família do Chicote Painel no Primeiro Semestre <strong>de</strong> 2002<<strong>br</strong> />

Chicote Painel do<<strong>br</strong> />

veículo 1,0 8V<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora


132<<strong>br</strong> />

A Tabela 19 mostra as diferenças das funções entre o chicote do painel, “51 GA”,<<strong>br</strong> />

e seus <strong>de</strong>rivados, ou seja, mostra o que foi acrescido <strong>de</strong> circuitos e funções, quando<<strong>br</strong> />

da liberação dos chicotes novos, para incremento dos acabamentos dos veículos 1,0<<strong>br</strong> />

8V.<<strong>br</strong> />

Tabela 19 – Diferentes Funções entre o Chicote Painel Básico e seus Derivados<<strong>br</strong> />

Diferenças nos Acabamentos do Projeto do Chicote "51 GA " e seus<<strong>br</strong> />

Derivados<<strong>br</strong> />

Código Chicote "51 HM" "51 HN"<<strong>br</strong> />

"51 GA" " 51 GA " " 51 GA"<<strong>br</strong> />

+ ar condicio<strong>na</strong>do + <strong>de</strong>sembaçador<<strong>br</strong> />

traseiro<<strong>br</strong> />

" 51 HP" "51 HS" " 51 HT"<<strong>br</strong> />

" 51 GA " "51 GA" " 51 GA "<<strong>br</strong> />

+ ar condicio<strong>na</strong>do + <strong>de</strong>sembaçador traseiro + ar condicio<strong>na</strong>do<<strong>br</strong> />

+ <strong>de</strong>sembaçador traseiro + imobilizador + <strong>de</strong>sembaçador traseiro<<strong>br</strong> />

+ alarme + imobilizador + alarme<<strong>br</strong> />

Como se po<strong>de</strong> verificar <strong>na</strong> Tabela 19, as diferenças entre cada um dos chicotes<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivados são diferenças acrescentadas, ou seja, o “51 GA” realmente teve seu<<strong>br</strong> />

projeto incrementado, para dar origem aos outros itens.<<strong>br</strong> />

Ao longo do ano <strong>de</strong> 2002, a produção do veículo 1,0 8V simples, básico, foi<<strong>br</strong> />

segmentada em partes, dividindo o volume <strong>com</strong> os outros mo<strong>de</strong>los. A FIGURA 37 e<<strong>br</strong> />

39, respectivamente, dos meses <strong>de</strong> julho e setem<strong>br</strong>o/2002, <strong>de</strong>monstram esta divisão.<<strong>br</strong> />

8,53%<<strong>br</strong> />

0,03%<<strong>br</strong> />

13,73%<<strong>br</strong> />

0,08%<<strong>br</strong> />

2,61% 51 GA 75,02%<<strong>br</strong> />

51 HM 0,08%<<strong>br</strong> />

51 HN 13,73%<<strong>br</strong> />

51 HP 0,03%<<strong>br</strong> />

75,02%<<strong>br</strong> />

51 HS 8,53%<<strong>br</strong> />

51 HT 2,61%<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 37 – Percentual <strong>de</strong> Consumo do Chicote Painel Básico e seus Derivados –<<strong>br</strong> />

julho/2002


133<<strong>br</strong> />

24,50%<<strong>br</strong> />

37,50%<<strong>br</strong> />

51 GA 37,50%<<strong>br</strong> />

51 HM 0,97%<<strong>br</strong> />

51 HN 23,34%<<strong>br</strong> />

11,49%<<strong>br</strong> />

0,19%<<strong>br</strong> />

25,34%<<strong>br</strong> />

0,97%<<strong>br</strong> />

51 HP 0,19%<<strong>br</strong> />

51 HS 11,49%<<strong>br</strong> />

51 HT 24,50%<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 38 – Percentual <strong>de</strong> Consumo do Chicote Painel Básico e seus Derivados –<<strong>br</strong> />

setem<strong>br</strong>o/2002<<strong>br</strong> />

Ainda a FIGURA 39 <strong>de</strong>monstra o consumo médio <strong>na</strong>s mesmas circunstâncias.<<strong>br</strong> />

10,93%<<strong>br</strong> />

7,29%<<strong>br</strong> />

0,09%<<strong>br</strong> />

16,57%<<strong>br</strong> />

0,45%<<strong>br</strong> />

64,67%<<strong>br</strong> />

51 GA 64,97%<<strong>br</strong> />

51 HM 0,45%<<strong>br</strong> />

51 HN 16,57%<<strong>br</strong> />

51 HP 0,09%<<strong>br</strong> />

51 HS 7,29%<<strong>br</strong> />

51 HT 10,93%<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 39 – Percentual <strong>de</strong> Consumo Médio do Chicote Painel Básico e seus Derivados<<strong>br</strong> />

As funções acrescidas vinham a melhorar o <strong>de</strong>sempenho do chicote, o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sempenho do carro e torná-lo mais atraente ao mercado. Para transformar o chicote<<strong>br</strong> />

básico em qualquer outro <strong>de</strong>rivado, então, acrescentam-se circuitos e subconjuntos,<<strong>br</strong> />

que façam a função <strong>de</strong>monstrada <strong>na</strong> Tabela 19.<<strong>br</strong> />

Retor<strong>na</strong>ndo ao que foi exposto <strong>na</strong> FIGURA 25, os volumes Programados x<<strong>br</strong> />

Produzidos, dos 4 mo<strong>de</strong>los diferentes da Montadora, a diferença entre estes dois<<strong>br</strong> />

volumes, ou seja, aquilo que não foi produzido no ano <strong>de</strong> 2002, resolveu-se a<strong>na</strong>lisar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> mais <strong>de</strong>talhes, o que seria realmente o volume <strong>de</strong> 2844 carros do mo<strong>de</strong>lo 1,0 8V.<<strong>br</strong> />

Observando-se este volume, <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu-se que somente 8% <strong>de</strong>les dizem respeito<<strong>br</strong> />

ao veículo em que se utiliza o chicote painel “51 GA”, ou seja, 227 chicotes “51 GA”<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser usados no ano, passando <strong>com</strong>o estoque para o ano seguinte. Os<<strong>br</strong> />

restantes do percentual, 92%, pertencem a cada um dos novos chicotes liberados (51<<strong>br</strong> />

HM, HN, HP, HS e HT).


134<<strong>br</strong> />

A FIGURA 40 po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar isto.<<strong>br</strong> />

38,00%<<strong>br</strong> />

8,00% 10,00%<<strong>br</strong> />

0,00%<<strong>br</strong> />

15,00%<<strong>br</strong> />

25,00%<<strong>br</strong> />

51 GA 8%<<strong>br</strong> />

51 HM 10%<<strong>br</strong> />

51 HN 0%<<strong>br</strong> />

51 HP 15%<<strong>br</strong> />

51 HS 25%<<strong>br</strong> />

51 HT 38%<<strong>br</strong> />

Fonte – Montadora<<strong>br</strong> />

Figura 40 – Participação <strong>de</strong> Cada Chicote Painel no Montante não Produzido em<<strong>br</strong> />

2002- veículo 2P 1,0 8V<<strong>br</strong> />

As Tabelas 21 a 25 trazem o que será acrescido em termos <strong>de</strong> matéria-prima do<<strong>br</strong> />

chicote (cabos, termi<strong>na</strong>is, conectores), no chicote básico escolhido, “51 GA”, para que<<strong>br</strong> />

ele seja transformado em qualquer um <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>rivados: “51 HM”, “51 HN”, “51 HP”,<<strong>br</strong> />

“51 HS”, “51 HT”.<<strong>br</strong> />

O resumo dos dados vistos <strong>na</strong> própria Tabela <strong>de</strong>monstra o quanto se adicio<strong>na</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

material e mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a, para que sejam efetuadas essas transformações.<<strong>br</strong> />

Com isto, mais um passo estaria sendo dado. Faltaria, ape<strong>na</strong>s:<<strong>br</strong> />

• <strong>de</strong>finir o ponto em que o fornecedor seria avisado, para que ele efetuasse a<<strong>br</strong> />

diferenciação do chicote elétrico: <strong>de</strong>finir o CODP do processo. Este ponto tem que ser<<strong>br</strong> />

o ponto mais próximo do ponto <strong>de</strong> uso, ou seja, do ponto <strong>de</strong> montagem do chicote<<strong>br</strong> />

elétrico no veículo, on<strong>de</strong> as alterações não sejam mais possíveis (i<strong>de</strong>al), ou sejam, as<<strong>br</strong> />

mínimas possíveis (real).<<strong>br</strong> />

• calcular o tempo <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>lização da<<strong>br</strong> />

diferenciação, até o abastecimento no ponto <strong>de</strong> uso.<<strong>br</strong> />

É certo que o processo produtivo dos chicotes elétricos permite a <strong>de</strong>finição do<<strong>br</strong> />

CODP sem remanufatura, ou seja, não há incremento do tempo <strong>de</strong> produção do<<strong>br</strong> />

chicote, por ter se instalado este sistema <strong>de</strong> postergação. O processo segue <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

ponto para frente, não havendo repetição das ativida<strong>de</strong>s.<<strong>br</strong> />

O fornecedor, a partir <strong>de</strong> então, irá produzir tantos “51 GA”, quantos forem<<strong>br</strong> />

necessários, ou seja, o resultado da soma dos volumes do “51 GA”, e todos os seus<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivados, no mês, e disponibilizar estes chicotes em algum local próximo ao cliente<<strong>br</strong> />

(on<strong>de</strong> ele será diferenciado). Também, o fornecedor <strong>de</strong>verá disponibilizar tantos


135<<strong>br</strong> />

circuitos que representem os acréscimos em cada chicote <strong>de</strong>rivado, em quantida<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

iguais aos volumes <strong>de</strong> cada chicote <strong>de</strong>rivado, durante o mês.<<strong>br</strong> />

A Tabela 20 apresenta um estudo so<strong>br</strong>e esses volumes a serem fornecidos.<<strong>br</strong> />

Tabela 20 – Exemplo dos volumes do chicote básico e ramificações a serem<<strong>br</strong> />

produzidas pelo fornecedor<<strong>br</strong> />

Exemplo dos volumes do chicote básico e ramificações a serem<<strong>br</strong> />

produzidas pelo fornecedor<<strong>br</strong> />

Código chicote Volume a ser Volume <strong>de</strong> chicote<<strong>br</strong> />

consumido no básico, a ser<<strong>br</strong> />

Volume dos circuitos a<<strong>br</strong> />

serem <strong>com</strong>prados do<<strong>br</strong> />

mês <strong>com</strong>prado do fornecedor<<strong>br</strong> />

fornecedor<<strong>br</strong> />

51 GA 160 470 0<<strong>br</strong> />

51 HM 140 0 140<<strong>br</strong> />

51 HN 8 0 8<<strong>br</strong> />

51 HP 12 0 12<<strong>br</strong> />

51 HS 55 0 55<<strong>br</strong> />

51 HT 95 0 95<<strong>br</strong> />

Total 470* 470 310**<<strong>br</strong> />

*46% do volume, para uma média diária <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> 1020 carros (jan/2003)<<strong>br</strong> />

**310 circuitos + 160 chicotes “51 GA” dá o total <strong>de</strong> 470 chicotes.<<strong>br</strong> />

Fonte: Montadora


Tabela 21 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu Derivado (51 HM)<<strong>br</strong> />

136


Tabela 22 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu Derivado (51 HN)<<strong>br</strong> />

137


Tabela 23 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu Derivado (51 HP)<<strong>br</strong> />

138


Tabela 24 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu Derivado (51 HS)<<strong>br</strong> />

139


Tabela 25 – Relação entre Chicote Painel Básico (51 GA) e seu Derivado (51 HT)<<strong>br</strong> />

140


141<<strong>br</strong> />

O <strong>postponement</strong> ou postergação <strong>de</strong> forma, ou manufatura, estaria, então,<<strong>br</strong> />

proposto da seguinte forma:<<strong>br</strong> />

- Colocação do fornecedor em uma área próxima à Montadora (um armazém<<strong>br</strong> />

avançado, por exemplo)<<strong>br</strong> />

- Programação da fá<strong>br</strong>ica do fornecedor, <strong>com</strong> os volumes totais<<strong>br</strong> />

- Produção, pelo fornecedor, do chicote básico no volume total <strong>de</strong>le e seus<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivados. Envio <strong>de</strong>sta produção para o armazém avançado<<strong>br</strong> />

- Produção, pelo fornecedor, das ramificações pertinentes a cada chicote<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivado, <strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> que seria usada pela Montadora, quantida<strong>de</strong> esta<<strong>br</strong> />

do próprio chicote <strong>de</strong>rivado, <strong>com</strong>o se ele fosse fornecido <strong>com</strong>pleto, <strong>com</strong>o é<<strong>br</strong> />

hoje. Envio <strong>de</strong>sta produção para o armazém avançado<<strong>br</strong> />

- Definição do fluxo logístico, para a nova maneira <strong>de</strong> fornecimento,<<strong>br</strong> />

conforme o tópico 5.5, a seguir.<<strong>br</strong> />

4.4 Fluxo Atual da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos: Chicotes Elétricos - Montadora<<strong>br</strong> />

O fluxo atual da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos entre o fornecedor <strong>de</strong> chicotes elétricos<<strong>br</strong> />

e a Montadora em questão acontece da seguinte maneira:<<strong>br</strong> />

• A <strong>montadora</strong> envia “release” tradicio<strong>na</strong>l, <strong>com</strong> volumes firmes e previstos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

horizonte <strong>de</strong> até seis meses e oito sema<strong>na</strong>s firmes.<<strong>br</strong> />

• Fornecedor recebe “release”, produz o chicote <strong>com</strong>pleto e embarca matériaprima<<strong>br</strong> />

para a Montadora, no transporte acordado entre ambas, conforme freqüência <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

remessa. A freqüência <strong>de</strong> remessa dos chicotes elétricos é sema<strong>na</strong>l, segundas,<<strong>br</strong> />

quartas e sextas feiras.<<strong>br</strong> />

• Montadora recebe os materiais, estoca inter<strong>na</strong>mente e vai abastecendo a linha<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> produção, conforme necessida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

• O “release” contempla um estoque <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 1,9 dias, pela média diária<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> cada chicote elétrico. O estoque <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 1,9 dias é <strong>com</strong>posto da seguinte<<strong>br</strong> />

maneira: 1,0 dia <strong>de</strong> sistema, 0,5 dia <strong>de</strong> pré-disponibilida<strong>de</strong> e 0,4 dia <strong>de</strong> reserva<<strong>br</strong> />

operacio<strong>na</strong>l. A matéria-prima chicote entra <strong>na</strong> fá<strong>br</strong>ica do cliente, aproximadamente 38<<strong>br</strong> />

horas antes <strong>de</strong> ser colocada no veículo e 45 horas antes do veículo receber o “OK” <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

montado. Como o chicote elétrico é um item da montagem fi<strong>na</strong>l, ele só é colocado no<<strong>br</strong> />

carro 7 horas antes do ponto que lê o carro pronto. A FIGURA 41 <strong>de</strong>monstra<<strong>br</strong> />

esquematicamente este fluxo.


Figura 41 – Fluxo Atual da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos Fornecedor-Montadora – Matéria-Prima: Chicotes Elétricos<<strong>br</strong> />

142


Figura 42 – Fluxo Atual <strong>de</strong> Materiais e Informação<<strong>br</strong> />

143


144<<strong>br</strong> />

Vantagens:<<strong>br</strong> />

• A única vantagem é a operacio<strong>na</strong>l, on<strong>de</strong> a sistemática tradicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> pedir e<<strong>br</strong> />

manter os estoques é a mais segura, pois acredita-se que, se não houver drásticas<<strong>br</strong> />

modificações no mix <strong>de</strong> produção, não haverá <strong>com</strong>prometimento da linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

Desvantagens:<<strong>br</strong> />

• Existência <strong>de</strong> estoques altos para itens <strong>de</strong> série, quando para itens novos e<<strong>br</strong> />

obsoletos. Como o sistema programa todos os itens <strong>de</strong> maneira similar, não há<<strong>br</strong> />

diferenciação das necessida<strong>de</strong>s. Os custos inerentes a estes fatores também são<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>svantajosos.<<strong>br</strong> />

• Não há garantia do não <strong>de</strong>sabastecimento da linha <strong>de</strong> produção, uma vez que<<strong>br</strong> />

os altos estoques não impe<strong>de</strong>m as alterações no mix <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

• Responsabilida<strong>de</strong> total da Montadora, pois <strong>com</strong>o a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos<<strong>br</strong> />

ainda é a tradicio<strong>na</strong>l, não há envolvimento direto <strong>com</strong> o fornecedor, ou seja, o<<strong>br</strong> />

fornecedor não está envolvido <strong>na</strong> dinâmica da linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

Assim sendo, a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos atual é uma ca<strong>de</strong>ia que não possui a<<strong>br</strong> />

interação fornecedor/Montadora, apesar <strong>de</strong> todas as inovações provocadas pelas<<strong>br</strong> />

mudanças <strong>de</strong> mercado. Ainda é uma ca<strong>de</strong>ia tradicio<strong>na</strong>l que não condiz <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

necessida<strong>de</strong>s da Montadora e a <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> que ela necessita para so<strong>br</strong>eviver no<<strong>br</strong> />

mercado global. Enviar o “release” para o fornecedor e alterar as informações <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção, sem consultá-lo, é uma coisa muito simples. A interação é feita no momento<<strong>br</strong> />

em que a Montadora faz o fornecedor participar, mesmo fisicamente, das variáveis que<<strong>br</strong> />

trabalham no alcance <strong>de</strong> um mesmo objetivo.<<strong>br</strong> />

4.5 Fluxo Proposto para a Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos: Fornecedor Chicotes<<strong>br</strong> />

Elétricos – Montadora<<strong>br</strong> />

Em resumo ao que já foi apresentado:<<strong>br</strong> />

Três fatores que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>m a implantação do <strong>postponement</strong> são, além da<<strong>br</strong> />

possibilida<strong>de</strong> da existência <strong>de</strong> um produto básico, a condição em se adicio<strong>na</strong>r a este<<strong>br</strong> />

básico, <strong>com</strong>ponentes que possam a<strong>br</strong>ir um leque <strong>de</strong> diferenciação no produto fi<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />

Essas duas condições são atendidas <strong>com</strong> o chicote elétrico proposto. Fica então mais<<strong>br</strong> />

um fator: o tempo <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>lização do produto, para que este atenda no momento certo a<<strong>br</strong> />

linha <strong>de</strong> produção do cliente, ou o uso efetivo pelo consumidor fi<strong>na</strong>l. Este terceiro fator,<<strong>br</strong> />

o chicote elétrico também possui, pois há <strong>com</strong>o informar o fornecedor em tempo hábil


145<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> atendimento da linha, para que este termine o chicote e o entregue para colocá-lo<<strong>br</strong> />

no veículo.<<strong>br</strong> />

Para os dois fatores iniciais, as consi<strong>de</strong>rações já foram apresentadas <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

Tabelas 21 a 25. Para a <strong>de</strong>finição do ponto <strong>de</strong> aviso, observam-se os pontos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

informação <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

O ponto “SD” é o ponto da montagem fi<strong>na</strong>l, on<strong>de</strong> é colocado o chicote elétrico no<<strong>br</strong> />

veículo. O ponto imediatamente anterior é o ponto “5 A”. Este ponto situa-se a 3 horas<<strong>br</strong> />

do ponto SD. Como o tempo <strong>de</strong> processo das diferenciações se situa entre 3,28<<strong>br</strong> />

minutos e 15,51 minutos, e o tempo <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong>ste ponto, até o ponto <strong>de</strong> uso é <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

20 minutos, é certo que este ponto po<strong>de</strong> ser o ponto <strong>de</strong> aviso da produção da matériaprima<<strong>br</strong> />

específica para aquele veículo.<<strong>br</strong> />

Após o aviso pelo ponto dito “5 A”, resta se fazer o fluxo proposto para a ca<strong>de</strong>ia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> suprimento.<<strong>br</strong> />

Então, um apanhado geral das ações que se fazem necessárias, para que se<<strong>br</strong> />

estabeleça a nova ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos:<<strong>br</strong> />

• Que o fornecedor saiba que ele passará a controlar não mais<<strong>br</strong> />

seis tipos <strong>de</strong> chicotes diferentes, mas um tipo <strong>de</strong> chicote, o básico; mais quatro<<strong>br</strong> />

ramificações: a ramificação do ar condicio<strong>na</strong>do, do <strong>de</strong>sembaçador traseiro, do alarme<<strong>br</strong> />

e do imobilizador. Serão ao todo cinco itens e não mais seis.<<strong>br</strong> />

• Que o fornecedor se posicione próximo ao cliente,<<strong>br</strong> />

centralizando os estoques agora sob seu po<strong>de</strong>r, para que tenha liberda<strong>de</strong> em<<strong>br</strong> />

promover a diferenciação dos itens, após o aviso da Montadora.<<strong>br</strong> />

• A Montadora <strong>de</strong>ve disponibilizar para o fornecedor as<<strong>br</strong> />

informações <strong>de</strong> alteração da programação da produção, quando ela ocorrer <strong>de</strong>ntro das<<strong>br</strong> />

8 sema<strong>na</strong>s firmes.<<strong>br</strong> />

• A Montadora <strong>de</strong>ve estabelecer uma linha ininterrupta <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>unicação <strong>com</strong> o fornecedor, quando dos avisos para postergação <strong>de</strong> manufatura.<<strong>br</strong> />

Após isto, o fluxo proposto seria:<<strong>br</strong> />

• A Montadora envia o “release” <strong>de</strong> todos os itens envolvidos no <strong>postponement</strong><<strong>br</strong> />

ao fornecedor, normalmente, cada item em separado, firmando-o 8 sema<strong>na</strong>s, <strong>com</strong>o <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

costume.<<strong>br</strong> />

• O estoque <strong>de</strong> segurança do chicote básico se manterá em 1,9 dias, mas agora<<strong>br</strong> />

calculado pela somatória <strong>de</strong> todas as médias diárias dos seis chicotes elétricos<<strong>br</strong> />

envolvidos: “51 GA” + “51 HM” + “ 51 HN” +“ 51 HP” + “ 51 HS” + “ 51 HT”.


146<<strong>br</strong> />

• O fornecedor <strong>de</strong>verá enviar, para a <strong>montadora</strong>, ramificações dos acabamentos<<strong>br</strong> />

utilizados para efetuar a diferenciação entre o básico e seus <strong>de</strong>rivados, <strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

quantida<strong>de</strong>s indicadas nos seus “releases” respectivos. As ramificações também terão<<strong>br</strong> />

estoque <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> 1,9 dias, <strong>com</strong>o fosse um chicote elétrico montado <strong>com</strong>pleto.<<strong>br</strong> />

• Caso o fornecedor se coloque <strong>de</strong>ntro das <strong>de</strong>pendências da Montadora,<<strong>br</strong> />

ele <strong>de</strong>verá disponibilizar recursos (pessoal e máqui<strong>na</strong>s), para promover o término da<<strong>br</strong> />

manufatura do chicote elétrico. Estes meios po<strong>de</strong>rão ser os meios outrora utilizados <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

matriz, quando o chicote elétrico era totalmente produzido lá. A etapa <strong>de</strong> término não<<strong>br</strong> />

significa que o chicote elétrico seja remanufaturado. É uma etapa posterior <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

montagem fi<strong>na</strong>l.<<strong>br</strong> />

• O fornecedor <strong>de</strong>verá ser avisado 3 horas antes da colocação do chicote<<strong>br</strong> />

no veículo, <strong>de</strong>ntre os seis tipos <strong>de</strong> chicotes que estão sob a condição do<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>, qual chicote <strong>de</strong>verá ser encaminhado para a linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

• Feito isto, o fornecedor <strong>de</strong>verá diferenciar o chicote elétrico,<<strong>br</strong> />

termi<strong>na</strong>ndo-o, e encaminhando-o para a linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

• Caso o fornecedor se coloque a uma distância maior, o ponto <strong>de</strong> aviso<<strong>br</strong> />

“5A” po<strong>de</strong> ser alterado para o ponto “PI”. Com isto, o tempo aumenta para 9 horas,<<strong>br</strong> />

mas haverá um bolsão <strong>de</strong> carros entre os pontos PI e SD, o que po<strong>de</strong>rá ressaltar em<<strong>br</strong> />

alterações nos mo<strong>de</strong>los a serem produzidos (nem tudo que passa no Ponto “PI”,<<strong>br</strong> />

passa pelo “SD”), em função do aumento da incerteza do veículo especificamente a<<strong>br</strong> />

ser produzido<<strong>br</strong> />

• O tempo total do processo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o aviso até a <strong>entrega</strong>, vai variar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

23,28 minutos até 35,31 minutos, tempo que ainda está <strong>de</strong>ntro das 3 horas já<<strong>br</strong> />

mencio<strong>na</strong>das.<<strong>br</strong> />

As FIGURAS 43 e 44 <strong>de</strong>monstram <strong>com</strong>o seria este fluxo.


147<<strong>br</strong> />

Figura 43 – Fluxo Proposto da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos Fornecedor – Montadora: Postponement <strong>de</strong> Manufatura <strong>de</strong> Chicotes<<strong>br</strong> />

Elétricos


Figura 44 – Fluxo Proposto<<strong>br</strong> />

148


149<<strong>br</strong> />

Observando-se a Tabela 26, vê-se o montante dos custos envolvidos ainda<<strong>br</strong> />

conforme dados das Tabelas 22 a 26. O custo da mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a é <strong>de</strong> 1,20 EU por<<strong>br</strong> />

minuto.<<strong>br</strong> />

Tabela 26 – Análise Comparativa entre a Entrega Tradicio<strong>na</strong>l e a Entrega por<<strong>br</strong> />

Postponement<<strong>br</strong> />

Figura 45 - Análise Comparativa entre a Entrega Tradicio<strong>na</strong>l e a Entrega por<<strong>br</strong> />

Postponement<<strong>br</strong> />

Os valores, em “unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equivalência”, <strong>de</strong>monstram que haverá sempre uma<<strong>br</strong> />

diferença positiva, ou seja, <strong>de</strong> ganho, quando a produção for efetuada por<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>.<<strong>br</strong> />

Os valores foram informados por um fornecedor <strong>de</strong> chicotes elétricos atual, que<<strong>br</strong> />

justificou o fato pela teoria da curva do aprendizado, on<strong>de</strong> o custo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

item cai quando ele é produzido em larga escala, o que aconteceria <strong>com</strong> o básico<<strong>br</strong> />

“51GA”, neste sistema.


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<<strong>br</strong> />

A presente Dissertação procurou <strong>de</strong>monstrar que a integração das ativida<strong>de</strong>s e<<strong>br</strong> />

dos negócios entre fornecedores e seus clientes po<strong>de</strong> levar a contratos <strong>com</strong>erciais<<strong>br</strong> />

duradouros, transparentes, seguros e <strong>com</strong> mercado mais estável.<<strong>br</strong> />

Ao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um século da existência das <strong>montadora</strong>s <strong>de</strong> veículos, no<<strong>br</strong> />

mundo e no Brasil, mais efetivamente após 1950, foram <strong>de</strong>senvolvidos vários tipos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

relacio<strong>na</strong>mentos, que culmi<strong>na</strong>ram em dois pontos: primeiro a individualização das<<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s, <strong>com</strong> um lucro que embora certo, já vinha dando indícios <strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência.<<strong>br</strong> />

Num segundo ponto, o relacio<strong>na</strong>mento mais livre, porém mais responsável, on<strong>de</strong>, para<<strong>br</strong> />

as partes, a parcela <strong>de</strong> cooperação estava extremamente clara, e os lucros, apesar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

não serem mais tão gran<strong>de</strong>s quanto no passado, pelo menos seriam mais previsíveis<<strong>br</strong> />

e controlados. A oscilação ficaria por conta daquilo que não fosse feito.<<strong>br</strong> />

Esta Dissertação mostrou, também, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um fornecimento<<strong>br</strong> />

diferenciado <strong>de</strong> uma autopeça, ou seja, uma autopeça que já é fornecida e montada<<strong>br</strong> />

em um veículo <strong>de</strong> uma <strong>montadora</strong> específica, e que agora seria fornecida <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

outra forma. O relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> parceria e <strong>de</strong> cooperação, <strong>de</strong>monstrado<<strong>br</strong> />

resumidamente no fim do parágrafo anterior, viabilizaria este fornecimento, pois ele<<strong>br</strong> />

seria embasado numa transparência e <strong>na</strong> realida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

A prática <strong>de</strong> outros conceitos, oriundos <strong>de</strong>ste novo tipo <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento,<<strong>br</strong> />

também cooperou para a viabilização <strong>de</strong>ste fornecimento:<<strong>br</strong> />

. a elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> barreiras exter<strong>na</strong>s, cliente/fornecedor;<<strong>br</strong> />

. a logística <strong>de</strong> resposta rápida;<<strong>br</strong> />

. a formação clara <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor;<<strong>br</strong> />

. a visualização da <strong>de</strong>manda do cliente, encurtando a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos;<<strong>br</strong> />

. o acesso à informação em tempo real, possibilitando ao fornecedor conhecer, o<<strong>br</strong> />

quanto antes, a necessida<strong>de</strong> dos cliente;<<strong>br</strong> />

. o agregar-se à <strong>de</strong>manda, por meio da localização e da linha <strong>de</strong> produtos.<<strong>br</strong> />

Todos esses fatores foram importantes para o projeto <strong>de</strong> postergação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

manufatura, proposto para o chicote elétrico.<<strong>br</strong> />

O <strong>postponement</strong>, ou postergação <strong>de</strong> manufatura, no caso <strong>de</strong>sta dissertação do<<strong>br</strong> />

chicote elétrico para os veículos, só foi possível ser proposta, porque a autopeça, em<<strong>br</strong> />

si, ofereceu condições para tal. Pela própria maneira <strong>com</strong>o é concebido o projeto, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

forma acumulativa, o chicote elétrico favorece a aplicação <strong>de</strong>sta prática. Outros pré-


151<<strong>br</strong> />

requisitos, que indicam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>postponement</strong>, foram atendidos pelo chicote<<strong>br</strong> />

elétrico:<<strong>br</strong> />

. há uma gran<strong>de</strong> imprevisibilida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>manda;<<strong>br</strong> />

. há uma gama variada <strong>de</strong> <strong>com</strong>bi<strong>na</strong>ções no fi<strong>na</strong>l do processo produtivo;<<strong>br</strong> />

. é um produto que aceita modularização;<<strong>br</strong> />

. o mercado <strong>de</strong> veículos é um mercado <strong>com</strong> vendas oscilantes;<<strong>br</strong> />

. uma venda perdida do veículo po<strong>de</strong> significar um prejuízo.<<strong>br</strong> />

Quando foram reunidos os três tipos <strong>de</strong> postergação, no projeto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong> do chicote elétrico, apesar do repasse, num primeiro momento dos<<strong>br</strong> />

estoques para o fornecedor, um horizonte mais previsível para a sua produção<<strong>br</strong> />

significou uma certeza no volume <strong>de</strong> vendas e do não direcio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> recursos<<strong>br</strong> />

para a formação <strong>de</strong> estoques, e o que é pior, estoques que po<strong>de</strong>riam se tor<strong>na</strong>r i<strong>na</strong>tivos<<strong>br</strong> />

e obsoletos.<<strong>br</strong> />

O chicote elétrico oferece, ainda, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> sua concepção <strong>de</strong> Projeto, as<<strong>br</strong> />

condições pedidas para a implantação do <strong>postponement</strong>:<<strong>br</strong> />

. a capacida<strong>de</strong> da separação <strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong> montagem em duas partes,<<strong>br</strong> />

criando-se assim um chicote básico, que também é o item atualmente mais<<strong>br</strong> />

consumido, <strong>na</strong> produção dos veículos da <strong>montadora</strong>;<<strong>br</strong> />

. a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>com</strong>posição do produto, ou seja, a criação <strong>de</strong> chicotes<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivados <strong>com</strong>plementares. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação, ao básico, novo módulo,<<strong>br</strong> />

ou ramificações, ou circuitos, que o transformem em outro diferente, <strong>de</strong> utilização em<<strong>br</strong> />

outro veículo.<<strong>br</strong> />

. o tempo envolvido <strong>na</strong> termi<strong>na</strong>ção do chicote elétrico po<strong>de</strong> ser absorvido entre o<<strong>br</strong> />

momento do aviso do término até a <strong>entrega</strong>, no ponto <strong>de</strong> montagem.<<strong>br</strong> />

A Montadora que serviu <strong>de</strong> base para este trabalho está aberta a qualquer<<strong>br</strong> />

negociação, para viabilizar este processo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ce<strong>de</strong>r área <strong>com</strong> toda a infraestrutura,<<strong>br</strong> />

para que o fornecedor permaneça <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas instalações, até a possibilida<strong>de</strong> do<<strong>br</strong> />

pagamento do ponto <strong>de</strong> uso. A Montadora quer “<strong>com</strong>prar solução”, ou seja, ela quer<<strong>br</strong> />

receber o chicote no momento da montagem, <strong>na</strong> certeza <strong>de</strong> que aquele é realmente o<<strong>br</strong> />

que ela estava precisando.<<strong>br</strong> />

Ao se a<strong>na</strong>lisar o que foi exposto <strong>na</strong> proposta <strong>de</strong>sta Dissertação, tem-se a<<strong>br</strong> />

consi<strong>de</strong>rar que, para o sistema <strong>de</strong> produção por <strong>postponement</strong>, para o chicote elétrico,<<strong>br</strong> />

as <strong>de</strong>svantagens seriam:


152<<strong>br</strong> />

1 Para o Fornecedor:<<strong>br</strong> />

1.1 Arcar <strong>com</strong> todo o estoque <strong>de</strong> segurança que antes era <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

responsabilida<strong>de</strong> da Montadora.<<strong>br</strong> />

1.2 Manter um rigoroso controle do mix <strong>de</strong> produção do cliente, inclusive do<<strong>br</strong> />

Forecast, por um horizonte mais longo.<<strong>br</strong> />

1.3 Manter um rigoroso controle so<strong>br</strong>e o programa da sua matéria-prima x<<strong>br</strong> />

programa <strong>de</strong> produção da Montadora.<<strong>br</strong> />

2 Para a Montadora:<<strong>br</strong> />

Para algumas Montadoras, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>svantajoso trabalhar <strong>com</strong> uma certa<<strong>br</strong> />

transparência <strong>com</strong> seus fornecedores. Neste caso, a Montadora, em questão, possui<<strong>br</strong> />

resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> vários fornecedores em sua planta <strong>de</strong> Taubaté, e já trabalha <strong>com</strong> um<<strong>br</strong> />

certo nível <strong>de</strong> confiança entre ambos.<<strong>br</strong> />

As vantagens seriam:<<strong>br</strong> />

1 Para o Fornecedor:<<strong>br</strong> />

1.1 Ven<strong>de</strong>r tudo o que produzir. O estoque do chicote básico que<<strong>br</strong> />

permanecer sob sua responsabilida<strong>de</strong>, no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> cada mês, será<<strong>br</strong> />

adquirido pela Montadora no mês seguinte. Este veículo nunca <strong>de</strong>ixou<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ser produzido e vendido. Além disso, o custo do chicote básico é<<strong>br</strong> />

bem inferior ao custo dos seus <strong>de</strong>rivados. O valor do inventário será<<strong>br</strong> />

baixo.<<strong>br</strong> />

1.2 Permanecer <strong>com</strong> o custo das ramificações, no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> cada mês, e não<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o chicote especificado, que agrega a mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a do<<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>.<<strong>br</strong> />

1.3 Transferência dos custos <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-o<strong>br</strong>a e recursos, sem incremento<<strong>br</strong> />

no custo fi<strong>na</strong>l do produto.<<strong>br</strong> />

1.4 A não existência <strong>de</strong> remanufatura. O ponto <strong>de</strong> diferenciação é daquele<<strong>br</strong> />

ponto para frente, e não significa <strong>de</strong>smanchar o que já foi feito. O<<strong>br</strong> />

chicote básico vem pronto, para ser termi<strong>na</strong>do.<<strong>br</strong> />

1.5 A certeza da não interrupção do fornecimento do cliente: confiabilida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

e parceria, que po<strong>de</strong>m ser transformadas num single sourcing (fonte<<strong>br</strong> />

única <strong>de</strong> fornecimento).<<strong>br</strong> />

1.6 Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer, <strong>com</strong> a Montadora, um contrato <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio. É <strong>com</strong>um, nos casos <strong>de</strong> <strong>postponement</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

manufatura, que isto ocorra, <strong>de</strong>vido à <strong>flexibilida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> produção e o<<strong>br</strong> />

tempo <strong>de</strong> resposta do fornecedor.


153<<strong>br</strong> />

1.7 Ganho <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> produção do chicote básico, <strong>de</strong>vido à curva do<<strong>br</strong> />

aprendizado e da economia <strong>de</strong> escala. O mesmo acontece <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

ramificações dos chicotes <strong>de</strong>rivados, pois são produzidas por máqui<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

específicas, automaticamente.<<strong>br</strong> />

2 Para a Montadora:<<strong>br</strong> />

2.1 Diminuição do estoque <strong>de</strong> segurança sob sua responsabilida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

2.2 Proximida<strong>de</strong> do fornecedor, sendo mais rápido e fácil conhecer seus<<strong>br</strong> />

problemas e suas <strong>de</strong>ficiências.<<strong>br</strong> />

2.3 Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer um relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>prometimento e parceria, po<strong>de</strong>ndo tor<strong>na</strong>-lo um single sourcing<<strong>br</strong> />

(fonte única <strong>de</strong> fornecimento).<<strong>br</strong> />

2.4 Diminuição no preço fi<strong>na</strong>l do chicote, <strong>de</strong>vido à redução dos custos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção do chicote básico, <strong>de</strong>vido à curva do aprendizado.<<strong>br</strong> />

2.5 Diminuição do risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabastecimento, <strong>de</strong>vido à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

transformar o chicote básico em qualquer outro, sejam quais forem as<<strong>br</strong> />

mudanças do mix <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

2.6 Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repassar este tipo <strong>de</strong> atendimento flexível, para<<strong>br</strong> />

qualquer outra família <strong>de</strong> chicotes.<<strong>br</strong> />

2.7 Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praticar este tipo <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento <strong>com</strong> outros<<strong>br</strong> />

fornecedores que tenham matérias-primas e processos <strong>na</strong>s mesmas<<strong>br</strong> />

condições apresentadas aqui.<<strong>br</strong> />

Os maiores ganhos obtidos seriam os <strong>de</strong> redução imediata dos estoques pela<<strong>br</strong> />

Montadora, e o melhor direcio<strong>na</strong>mento, da produção do fornecedor; e, ainda a certeza<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> que não so<strong>br</strong>ariam chicotes no fi<strong>na</strong>l da linha, que po<strong>de</strong>riam até se tor<strong>na</strong>r obsoletos.<<strong>br</strong> />

Deve ser ainda efetuado, entre Montadora e seu fornecedor <strong>de</strong> chicotes elétricos,<<strong>br</strong> />

um teste, um protótipo do projeto, para que sejam avaliados:<<strong>br</strong> />

• ponto <strong>de</strong> informação da linha <strong>de</strong> produção;<<strong>br</strong> />

• tempo <strong>de</strong> término do chicote elétrico;<<strong>br</strong> />

• ponto <strong>de</strong> confirmação da informação do chicote pedido anteriormente;<<strong>br</strong> />

• tempo <strong>de</strong> abastecimento da linha <strong>de</strong> produção;<<strong>br</strong> />

• ponto <strong>de</strong> leitura do uso do chicote, para pagamento pela Montadora;<<strong>br</strong> />

• a<strong>com</strong>panhamento da <strong>de</strong>manda dos chicotes <strong>de</strong>rivados;<<strong>br</strong> />

• transporte e movimentação dos circuitos e subconjuntos dos <strong>de</strong>rivados;<<strong>br</strong> />

• estoque <strong>de</strong> segurança dos circuitos e subconjuntos dos chicotes <strong>de</strong>rivados;


154<<strong>br</strong> />

• bolsão <strong>de</strong> veículos entre os pontos <strong>de</strong> informação: <strong>com</strong>o ficará o abastecimento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sses carros.<<strong>br</strong> />

A efetivação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>veria ser feita em teste, <strong>de</strong>ntro da própria Montadora,<<strong>br</strong> />

on<strong>de</strong> pequenos ajustes, <strong>com</strong>o o momento <strong>de</strong> disparar o pedido, por exemplo, serão<<strong>br</strong> />

precisamente <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos.<<strong>br</strong> />

A Montadora e seu fornecedor já têm marcado um teste para esta ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>postponement</strong>, para avaliar os pontos levantados, para, assim, <strong>de</strong>finirem ajustes e<<strong>br</strong> />

data para implantação.<<strong>br</strong> />

Outros chicotes elétricos da mesma família do painel, assim <strong>com</strong>o das outras<<strong>br</strong> />

famílias, sofrerão, em <strong>br</strong>eve, o mesmo estudo.


6 CONCLUSÃO<<strong>br</strong> />

O presente trabalho mostrou que a utilização da postergação do fornecimento<<strong>br</strong> />

para a autopeça chicote elétrico é possível e gera ganhos, tanto para a Montadora<<strong>br</strong> />

quanto para seu fornecedor.<<strong>br</strong> />

Os ganhos para a Montadora a<strong>br</strong>angem: reduções do estoque da referida<<strong>br</strong> />

matéria-prima, atendimento perso<strong>na</strong>lizado das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção,<<strong>br</strong> />

proximida<strong>de</strong> do fornecedor, promovendo um relacio<strong>na</strong>mento mais estreito e<<strong>br</strong> />

transparente.<<strong>br</strong> />

Para o fornecedor, apesar <strong>de</strong> inicialmente ter que arcar <strong>com</strong> os estoques que<<strong>br</strong> />

outrora eram da Montadora, terá a certeza <strong>de</strong> que dali para frente sua produção será<<strong>br</strong> />

direcio<strong>na</strong>da, para aten<strong>de</strong>r os itens necessários para a produção do cliente. Esta<<strong>br</strong> />

certeza no atendimento será estendida às áreas <strong>de</strong> <strong>com</strong>pras do fornecedor e a todos<<strong>br</strong> />

os seus fornecedores, trazendo uma mais eficiência para toda a ca<strong>de</strong>ia.<<strong>br</strong> />

Além disso, o relacio<strong>na</strong>mento mais próximo o<strong>br</strong>igará os dois lados a<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolverem, se ainda não tiverem, um trabalho <strong>de</strong> parceria, <strong>com</strong>prometimento e<<strong>br</strong> />

verda<strong>de</strong>, pois o caminho e os ganhos serão traçados em conjunto.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<<strong>br</strong> />

ALDERSON, W. Marketing Efficience and Principle of Postponement. Cost and Profit<<strong>br</strong> />

Outlook. September, 1950.<<strong>br</strong> />

ALDERSON, D.L.; BRITT,F.E & FAVRE, D.J. The Seven Principles of Supply Chain<<strong>br</strong> />

Ma<strong>na</strong>gement. Supply Chain Ma<strong>na</strong>gement Review, Spring, 1997.<<strong>br</strong> />

BALLOU, R. H. Logística Empresarial: Transportes, Administração <strong>de</strong> Materiais e<<strong>br</strong> />

Distribuição Física. São Paulo, Atlas, 1993.<<strong>br</strong> />

BERMAN, M. Tudo o que é Sólido Desmancha no Ar: A Aventura <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

São Paulo, Editora Cia das Letras, 2001.<<strong>br</strong> />

BERTUZZO, G.M.P. Gestão por Processos: Uma Nova Perspectiva <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Hotelaria. Tese <strong>de</strong> Doutoramento, Unicamp, 2002.<<strong>br</strong> />

BERVIAN, P.A.; CERVO, L. Metodologia Científica. 4 a Edição. São Paulo, Editora<<strong>br</strong> />

Makron Books, 1996.<<strong>br</strong> />

CHING, H.Y. Gestão <strong>de</strong> Estoques <strong>na</strong> Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Logística Integrada. 2 a Edição. São<<strong>br</strong> />

Paulo, Editora Atlas, 2001.<<strong>br</strong> />

CHRISTOPHER, M. Logística e Gerenciamento da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos-<<strong>br</strong> />

Estratégias para Redução <strong>de</strong> Custos e Melhoria dos Serviços. São Paulo,Editora<<strong>br</strong> />

Pioneira, 1997.<<strong>br</strong> />

COOPER, J.C. Logístics strategies for global business. Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Jour<strong>na</strong>l of<<strong>br</strong> />

Physical Distribution&Logistics Ma<strong>na</strong>gement. Vol 4, 1993.<<strong>br</strong> />

CORREA, H.L; GIANESI, I.G.N. Just in Time, MRP II e OPT; Um Enfoque Estratégico.<<strong>br</strong> />

São Paulo, Editora Atlas, 1995.<<strong>br</strong> />

CRASPER, S.&GRAY,C. Ma<strong>na</strong>ging the Demand and Supply Chain: Houw to Make the<<strong>br</strong> />

Customer-Supplier Partnership of the Future Work today – a Case Study. 38 th


157<<strong>br</strong> />

Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l conference Proceedings of American Production Inventory Control society<<strong>br</strong> />

– APICS, Orlando – Flórida, 1995.<<strong>br</strong> />

DAY, G.S. Estratégia Voltada Para o Mercado: Market Driven Strategy: Processo Para<<strong>br</strong> />

Criação <strong>de</strong> Valor Dirigidos ao Cliente. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Recor, 1990.<<strong>br</strong> />

ERNEST, r. & KAMRAD, b. evaluation of supply chain structures through<<strong>br</strong> />

modularization and <strong>postponement</strong>. Europeam Jour<strong>na</strong>l of Operatio<strong>na</strong>l Research. Vol<<strong>br</strong> />

124, august 2000.<<strong>br</strong> />

GAITHER, N; FRAIZER, G. Administração da Produção e Operações. 8 a Edição. São<<strong>br</strong> />

Paulo, Editora Pioneira, 2001.<<strong>br</strong> />

GIANESI, I.G.N; CORRÊA, H.L. Administração Estratégica <strong>de</strong> Serviços: Operações<<strong>br</strong> />

para a Satisfação do Cliente. São Paulo, Editora Atlas, 1994.<<strong>br</strong> />

GIL, A.C. Métodos e Técnicas <strong>de</strong> Pesquisa Social. São Paulo, Editora Atlas, 1999.<<strong>br</strong> />

GOOLEY, T.B. Mass Customization of Hewlett-Packard: The Power of Postponement.<<strong>br</strong> />

Harvard Business Review. January/Fe<strong>br</strong>uary, 1997.<<strong>br</strong> />

GOPAL C; CAHILL, G. Logistics in Manufacturing. USA, Business One Irwin, 1992.<<strong>br</strong> />

JOHNSTON, R.; LAWRENCE, P.R. BEYOND VERTICAL INTEGRATION – The Rise<<strong>br</strong> />

of the Value-Adding Partnership. Harvard Business Review. V.66, n.4, 1998.<<strong>br</strong> />

LEAVY, B. Two Strategic Perspectives on the Buyer Supplier Relationship. Production<<strong>br</strong> />

and Inventory Ma<strong>na</strong>gement Jour<strong>na</strong>l, v. 35, n.2, p.47-51, 1994.<<strong>br</strong> />

MAGEE, J.F.; COPACINO, W.C.; ROSENFIELD, D.B.; Mo<strong>de</strong>rn Logístics Ma<strong>na</strong>gement:<<strong>br</strong> />

Integranting Marketing, Manufacturing, and Physical Distribution. New York, Jhon<<strong>br</strong> />

Wiley & Sons, 1985.<<strong>br</strong> />

MELO, H.L.; SANTA EULALIA, L.A . ; BREMER, C.F. Postponement: Uma prática <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

supply Chain Ma<strong>na</strong>gement para possibilitar a customização em massa. Artigos CEL<<strong>br</strong> />

Coppead, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002.


158<<strong>br</strong> />

MERLI G. Comakership: A nova Estratégia para os Suprimentos. São Paulo, Editora<<strong>br</strong> />

Qualitymark, 1994.<<strong>br</strong> />

NOVAES, A.G. Logística e Gerenciamento da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Distribuição; Estratégia,<<strong>br</strong> />

Operação e Avaliação. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Campus,2001.<<strong>br</strong> />

PIRES, S.I. Gestão da Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Suprimentos e o Mo<strong>de</strong>lo do Consórcio Modular.<<strong>br</strong> />

Revista <strong>de</strong> Administração. Vol 33, n.3, julho-setem<strong>br</strong>o 1998.<<strong>br</strong> />

PORTER, M.E.; MILLAR, V.E.; How Information Gives You Competitive Advantage.<<strong>br</strong> />

Harvard Business Review. V.63, n.4., 1985.<<strong>br</strong> />

ROSS, J.L.S(organizador). Geografia do Brasil. 3ª Edição. São Paulo. Eduso. 2000<<strong>br</strong> />

SILVA, P.S.F. Logística integrada: Um Estudo <strong>de</strong> Caso da Indústria <strong>de</strong> Elementos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Fixação. Tese <strong>de</strong> Mestrado, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Carlos, 1997.<<strong>br</strong> />

STAR, M.K. Modular-production: A new concept. Harvard Business Review. 1965.<<strong>br</strong> />

VAN HOEK, R. Posponed manufacturing: a case study in the food suplí Caín. Supplu<<strong>br</strong> />

Chain Ma<strong>na</strong>gement. Vol 2, n.2, 1997.<<strong>br</strong> />

VAN HOEK, R.I. Logistics and virtual integration. Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Jour<strong>na</strong>l of Physical<<strong>br</strong> />

Distribution & Logístics Ma<strong>na</strong>gement. Vol 28, n 7, 1998.<<strong>br</strong> />

VASSALO, C. Revolução? Revista Exame 682, ano 32, n. 4. 24/02/1999, p. 60-64.<<strong>br</strong> />

WANKE, P. Estratégias para Gerenciamento do Risco <strong>de</strong> Manter Estoques. Artigos<<strong>br</strong> />

CEL Coppead, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002.<<strong>br</strong> />

WANKE, P. Posicio<strong>na</strong>mento Logístico e a Definição da Política <strong>de</strong> Atendimento aos<<strong>br</strong> />

Clientes. Artigos CEL Coppead, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2002.<<strong>br</strong> />

WANKE P.; FLEURY, P.F.; FIGUEIREDO, K.F.(Org.). Logística Empresarial: A<<strong>br</strong> />

Perspectiva Brasileira. São Paulo, Editora Atlas, 2000.


159<<strong>br</strong> />

WOMACK, J.P; JONES, D.T; ROSS, D. A Máqui<strong>na</strong> que Mudou o Mundo. 16 a Edição.<<strong>br</strong> />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Campus, 1992.<<strong>br</strong> />

WOMACK, J.P; JONES, D.T. A Mentalida<strong>de</strong> enxuta <strong>na</strong>s Empresas: elimine o<<strong>br</strong> />

Desperdício e Crie Riqueza. 7 a Edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Campus, 1998.<<strong>br</strong> />

WOOD JR (Coord.). Mudança Organizacio<strong>na</strong>l. 2 a Edição. São Paulo, Editora Atlas,<<strong>br</strong> />

2000.


BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

COSTA, I; QUEIROZ, S.R.P. Autopeças no Brasil: Mudanças e Competitivida<strong>de</strong> <strong>na</strong><<strong>br</strong> />

Década <strong>de</strong> Noventa. Revista Brasileira <strong>de</strong> Administração. Julho/Setem<strong>br</strong>o, 2000.<<strong>br</strong> />

DAVIS, M.M; AQUILANO, N.J; CHASE, R.B. Fundamentos da Administração da<<strong>br</strong> />

Produção. 3 a Edição. São Paulo, Editora Bookman, 2001.<<strong>br</strong> />

DEMOS, N; CHUNG,S; BECK, M. O Mo<strong>de</strong>lo da era das Constelações <strong>de</strong> Valor.<<strong>br</strong> />

Revista Ma<strong>na</strong>gement, maio-junho, 2002.<<strong>br</strong> />

KUCHENBECKER, N.F; RASOTO, V.I. Postponement. Tese <strong>de</strong> Doutoramento.<<strong>br</strong> />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catari<strong>na</strong>, Curitiba, 2000.<<strong>br</strong> />

LINDGREN, P.C.C. Implementação DO Sistema <strong>de</strong> Manufatura Enxuta (Lean<<strong>br</strong> />

Manufacturing) <strong>na</strong> Em<strong>br</strong>aer. Monografia <strong>de</strong> MBA. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Taubaté,<<strong>br</strong> />

Departamento ECASE, 2001.<<strong>br</strong> />

PEREIRA JR, P.J.C; GONÇALVES, P.R.S. A Empresa Enxuta: As idéias que fazem<<strong>br</strong> />

das peque<strong>na</strong>s empresas as organizações mais ágeis do mundo. Rio <strong>de</strong> Janeiro,<<strong>br</strong> />

Editora Campus, 1995.<<strong>br</strong> />

TOFFLER, A. A Empresa Flexível. 7 a Edição. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Record, 1997.<<strong>br</strong> />

URDAN, A.T; ZUÑIGA M.K.H. Satisfação <strong>com</strong> Assistência Técnica e Lealda<strong>de</strong> ao<<strong>br</strong> />

Fa<strong>br</strong>icante no Ramo Automobilístico. Revista <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Empresas,<<strong>br</strong> />

Julho/Setem<strong>br</strong>o, 2001.<<strong>br</strong> />

ZOOK C; ALLEN, J. Lucro a partir do Core Business: Estratégias Rentáveis <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Crescimento. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Editora Campus, 2001.


GLOSSÁRIO<<strong>br</strong> />

Análise <strong>de</strong> Valor - Técnica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> cada etapa <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

processo. Tem o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar etapas críticas que, em geral, sofreram<<strong>br</strong> />

trabalho adicio<strong>na</strong>l para reduzir custos.<<strong>br</strong> />

Benchmarking – estudo, análise, <strong>com</strong>paração entre os métodos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

empresas concorrentes, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> aprimorar e melhorar os próprios<<strong>br</strong> />

métodos. É a arte <strong>de</strong> aplicar o que há <strong>de</strong> melhor no concorrente, <strong>de</strong>ntro da própria<<strong>br</strong> />

empresa.<<strong>br</strong> />

Box – Local para <strong>de</strong>scarregamento do caminhão, <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> recebimento<<strong>br</strong> />

da Montadora. Em geral, <strong>com</strong>porta ape<strong>na</strong>s um caminhão por vez.<<strong>br</strong> />

Braimstorming – tradução literal do inglês: “tempesta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> idéias”.<<strong>br</strong> />

Ferramenta da qualida<strong>de</strong> utilizada <strong>com</strong>o auxiliar do Método <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Problemas. Consta <strong>de</strong> reunir pessoas conhecedoras do processo que está sendo<<strong>br</strong> />

a<strong>na</strong>lisado, para que estas, numa avalanche <strong>de</strong> sugestões, reú<strong>na</strong>m e <strong>de</strong>scu<strong>br</strong>am<<strong>br</strong> />

aquelas mais prováveis, <strong>com</strong>o causa do problema que está ocorrendo.<<strong>br</strong> />

Buffer – Do inglês, “pulmão”. Utilizado para exprimir estoques intermediários, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

processo, <strong>na</strong> manufatura. Termo próprio da Montadora.<<strong>br</strong> />

Ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Valor – Conceito <strong>de</strong>finido por Michael Porter, <strong>com</strong>o o conjunto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ativida<strong>de</strong>s realizadas por uma empresa <strong>de</strong> valor, ela aumenta a sua capacida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>petitiva. Po<strong>de</strong> ser dividido em “ativida<strong>de</strong>s primárias”, <strong>com</strong>o logística,<<strong>br</strong> />

fa<strong>br</strong>icação, marketing, vendas, serviços pós-venda; e “ativida<strong>de</strong>s secundárias”,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o infraestrutura da empresa, recursos humanos, tecnologia e <strong>com</strong>pras (Ca<strong>de</strong>ia<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> Valor, value chain).<<strong>br</strong> />

Comakership – relacio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> parceria, também conhecido <strong>com</strong>o VAP. É o<<strong>br</strong> />

conjunto <strong>de</strong> <strong>com</strong>panhias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que trabalham juntas para gerenciar o<<strong>br</strong> />

fluxo <strong>de</strong> bens e serviços, ao longo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos.


162<<strong>br</strong> />

Constelação <strong>de</strong> Valor – Conjunto <strong>de</strong> <strong>com</strong>panhias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, que formam a<<strong>br</strong> />

relação cliente e seus fornecedores, que tem o objetivo <strong>de</strong> executar ativida<strong>de</strong>s que<<strong>br</strong> />

agreguem valor ao produto, cada vez mais atraente para o cliente.<<strong>br</strong> />

Core business – expressão em inglês que <strong>de</strong>sig<strong>na</strong> o foco do negócio da empresa.<<strong>br</strong> />

Por exemplo, para a <strong>montadora</strong>, o seu core business é montar carros, ficando para<<strong>br</strong> />

seus terceiros, ativida<strong>de</strong>s <strong>com</strong>o alimentação, segurança, trei<strong>na</strong>mento,<<strong>br</strong> />

fornecimento, etc. Relativo ao próprio negócio ou especialida<strong>de</strong> no negócio que<<strong>br</strong> />

faz.<<strong>br</strong> />

Core <strong>com</strong>petence – expressão em inglês que <strong>de</strong>sig<strong>na</strong> o foco <strong>de</strong> <strong>com</strong>petência da<<strong>br</strong> />

empresa, ou seja, o que ela sabe fazer <strong>de</strong> melhor. Na maioria das vezes, é seu<<strong>br</strong> />

core business.<<strong>br</strong> />

Custo logístico – É o somatório do custo do transporte, do custo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

armaze<strong>na</strong>gem e do custo <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> estoque.<<strong>br</strong> />

Departamentalização – separar a empresa em <strong>de</strong>partamentos que trabalham e<<strong>br</strong> />

executam suas funções separadamente, transformando-a numa “colcha <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

retalhos”.<<strong>br</strong> />

Design – do inglês, “<strong>de</strong>senho”, configuração, face do produto. Representa a<<strong>br</strong> />

concepção do produto propriamente dito.<<strong>br</strong> />

EDI (Eletronic Data Interchange) – ou traça eletrônica <strong>de</strong> dados. É a remessa<<strong>br</strong> />

eletrônica <strong>de</strong> informações via sistema fornecedores-<strong>montadora</strong>.<<strong>br</strong> />

Engenharia <strong>de</strong> Valor – Ciência que estuda a <strong>com</strong>posição <strong>de</strong>talhada do custo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

um produto.<<strong>br</strong> />

Estoque <strong>de</strong> Segurança – estoque a mais, <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> amortizar variações<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, ajustes, usos alter<strong>na</strong>tivos, lead times, alterações no mix <strong>de</strong> produção,<<strong>br</strong> />

quedas e manutenção <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong>s, etc. Na Montadora <strong>de</strong>sta Dissertação.<<strong>br</strong> />

Heijunka – Criação <strong>de</strong> um “cronograma nivelado”, por meio do seqüenciamento<<strong>br</strong> />

dos pedidos, em um padrão repetitivo e elimi<strong>na</strong>ção das variações cotidia<strong>na</strong>s nos


163<<strong>br</strong> />

pedidos totais, <strong>de</strong> modo a correspon<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> longo prazo. Por exemplo,<<strong>br</strong> />

se o cliente durante uma sema<strong>na</strong> pedir 200 unida<strong>de</strong>s do Produto A, 200 do produto<<strong>br</strong> />

B e 400 do Produto C, em lotes <strong>de</strong> 200, 200 e 400, respectivamente, o cronograma<<strong>br</strong> />

nivelado seqüenciaria seu processamento <strong>na</strong> progressão A, C, B, C, A, C, B, A,<<strong>br</strong> />

C... Da mesma forma, se pedidos dos clientes, totalizando 1.000 produtos por<<strong>br</strong> />

sema<strong>na</strong>, chegasse em lotes <strong>de</strong> 200 produtos no dia um, 400 no dia dois, zero no<<strong>br</strong> />

dia três, 100 no dia quatro e 100 no dia cinco, o cronograma nivelado produziria<<strong>br</strong> />

100 por dia, <strong>na</strong> seqüência A, C, A, B... Algum tipo <strong>de</strong> cronograma nivelado é<<strong>br</strong> />

inevitável em todos os produtos, <strong>de</strong> massa ou enxuto, a não ser que a empresa e<<strong>br</strong> />

todos os seus fornecedores tenham capacida<strong>de</strong> infinita e tempo <strong>de</strong> troca <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

máqui<strong>na</strong> zero. No entanto, <strong>com</strong> o tempo, os a<strong>de</strong>ptos da produção enxuta ten<strong>de</strong>m a<<strong>br</strong> />

criar excesso <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, à medida que liberam recursos, e a trabalhar<<strong>br</strong> />

constantemente <strong>na</strong> redução do tempo <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> máqui<strong>na</strong>, para que a<<strong>br</strong> />

discrepância <strong>de</strong> curto prazo, entre o cronograma heijunka e a <strong>de</strong>manda real, seja<<strong>br</strong> />

uniformemente diminuída, <strong>com</strong> a ajuda das vendas niveladas.<<strong>br</strong> />

High Tech – ou alta Tecnologia. Desig<strong>na</strong>m produtos, procedimentos,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>portamentos, métodos movidos por informações e materiais <strong>de</strong> alta tecnologia,<<strong>br</strong> />

recém criados e lançados no mercado.<<strong>br</strong> />

Família <strong>de</strong> Produtos – Grupos <strong>de</strong> Produtos relacio<strong>na</strong>dos, que po<strong>de</strong>m ser<<strong>br</strong> />

produzidos <strong>de</strong> forma intercambiável, em uma célula <strong>de</strong> produção. O termo muitas<<strong>br</strong> />

vezes é análogo a “plataformas”.<<strong>br</strong> />

Inbound Logistics – ou logística <strong>de</strong> entrada. Abastecimento da fa<strong>br</strong>ica <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

matéria-prima. É todo o processo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a programação da peça para o<<strong>br</strong> />

fornecedor, até o abastecimento da linha <strong>de</strong> produção.<<strong>br</strong> />

Insumos – matéria-prima e recursos disponíveis para algum tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Integração Vertical – Integrar todo o processo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mais baixo nível<<strong>br</strong> />

hierárquico, até o mais alto; <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mais simples e básica operação, até a mais<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>plexa.<<strong>br</strong> />

Intercambiabilida<strong>de</strong> – possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se utilizar uma matéria-prima em lugar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

outra, sem, no entanto, provocar retrabalho, ajustes e acertos.


164<<strong>br</strong> />

Item Pai – Na estrutura <strong>de</strong> uso do produto, é o mais alto nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda<<strong>br</strong> />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Por exemplo, <strong>na</strong> <strong>montadora</strong>, é o veículo.<<strong>br</strong> />

Janela <strong>de</strong> Entrega – sistema <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> <strong>de</strong> matéria-prima, <strong>com</strong> terminologia<<strong>br</strong> />

própria da Montadora em estudo. Significa que o fornecedor <strong>de</strong>ve disponibilizar um<<strong>br</strong> />

caminhão, para <strong>entrega</strong> <strong>de</strong> suas peças, em dia e hora reservados para ele. Não<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>rá <strong>entrega</strong>r em nenhum outro horário ou dia, sem ser negociado. Envolvem,<<strong>br</strong> />

também, local (Box) ativo para <strong>de</strong>scarga.<<strong>br</strong> />

Joint Venture – alianças ou acordos <strong>com</strong>erciais, fusões, etc., <strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

conquistar ou manter mercado.<<strong>br</strong> />

Just in Time – filosofia <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> e abastecimento <strong>de</strong> materiais e informações,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>rivado do sistema Kanban japonês, que utiliza o velho jargão: “<strong>entrega</strong>r a<<strong>br</strong> />

quantida<strong>de</strong> certa, <strong>na</strong> hora certa, no local certo”. Na Montadora em questão, é o<<strong>br</strong> />

sistema <strong>de</strong> recebimento <strong>de</strong> matérias-primas caras, que faltam <strong>com</strong> freqüência, <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

veículo que sempre sofrem variação <strong>de</strong> programa, para fornecedores que se<<strong>br</strong> />

localizam, há no máximo 20 km da fá<strong>br</strong>ica. As peças são entregues pelo<<strong>br</strong> />

fornecedor, <strong>na</strong> linha <strong>de</strong> produção, <strong>na</strong> quantida<strong>de</strong> e <strong>na</strong> hora que o montador<<strong>br</strong> />

precisar <strong>de</strong>las.<<strong>br</strong> />

Kaizen - Melhoria contínua e incremental <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong> criar mais<<strong>br</strong> />

valor <strong>com</strong> menos muda. Chamado também <strong>de</strong> kaizen do ponto e kaizen do<<strong>br</strong> />

sistema.<<strong>br</strong> />

Kanban – Pequeno cartão pendurado em caixas <strong>de</strong> peças que regulam o puxar,<<strong>br</strong> />

no Sistema <strong>de</strong> Produção da Toyota, si<strong>na</strong>lizando a produção e a <strong>entrega</strong> em etapas<<strong>br</strong> />

anteriores.<<strong>br</strong> />

Lead Time – Sistema <strong>de</strong> relacio<strong>na</strong>mento <strong>com</strong> o cliente, que tenta elimi<strong>na</strong>r surtos<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda causados pelo próprio sistema <strong>de</strong> vendas (por exemplo, <strong>de</strong>vido a<<strong>br</strong> />

alvos <strong>de</strong> vendas trimestrais ou mensais), e que luta para criar relacio<strong>na</strong>mentos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

longo prazo, <strong>com</strong> os clientes, para que o sistema <strong>de</strong> produção possa prever as<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>pras futuras.


165<<strong>br</strong> />

Mão Invisível – teoria <strong>de</strong> Adam Smith. A empresa que prega que se cada um<<strong>br</strong> />

perseguir seu próprio interesse individual, o livre mercado produzirá ele próprio o<<strong>br</strong> />

melhor resultado para a socieda<strong>de</strong> <strong>com</strong>o um todo.<<strong>br</strong> />

Mão Visível – teoria <strong>de</strong> Alfred Chandler, Prof. da Harvand Busines School.<<strong>br</strong> />

Empresas dão or<strong>de</strong>ns, on<strong>de</strong> as iniciativas <strong>de</strong> seus acionistas, diretores e gerentes<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>riam interferir diretamente no livre mercado, contrapondo-se a “início<<strong>br</strong> />

invisível”.<<strong>br</strong> />

Chandler argumentou que a “mão visível” era vital para as corporações mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s<<strong>br</strong> />

trabalharem, <strong>com</strong> uma necessária previsibilida<strong>de</strong> em suas operações.<<strong>br</strong> />

Milk Run – termo próprio que <strong>de</strong>sig<strong>na</strong> o sistema <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> matérias-primas,<<strong>br</strong> />

diretamente, junto aos fornecedores. A nomenclatura originou-se da prática<<strong>br</strong> />

america<strong>na</strong> <strong>de</strong> coletar os litros-<strong>de</strong>-leite <strong>de</strong> várias fazendas fornecedoras, para leválos<<strong>br</strong> />

a ponto <strong>de</strong> beneficiamento ou consumo. É uma das maneiras utilizadas pelo<<strong>br</strong> />

cliente, para otimizar o transporte e reduzir custos.<<strong>br</strong> />

Mix <strong>de</strong> Produção – termo próprio da Montadora. Desig<strong>na</strong> o programa mestre <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

produção <strong>de</strong> veículos, que obe<strong>de</strong>ce a volumes e módulos, em uma certa<<strong>br</strong> />

seqüência. Respeita também os fatores tecnológicos e humanos da produção.<<strong>br</strong> />

Modal <strong>de</strong> Transporte – tipo <strong>de</strong> transporte: rodoviário, aéreo, marítimo.<<strong>br</strong> />

Montadoras – empresas, em geral, multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is que recebem peças <strong>de</strong> seus<<strong>br</strong> />

vários fornecedores e, exclusivamente, montam carros. O core business ou core<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>petence é montar carros.<<strong>br</strong> />

Motorização – assim é chamada a capacida<strong>de</strong> do motor do veículo, para<<strong>br</strong> />

classificar um grupo <strong>de</strong> veículos <strong>com</strong> esta característica em particular.<<strong>br</strong> />

Master Production Schedule (MPS) – Programa Mestre <strong>de</strong> Produção ou<<strong>br</strong> />

Programa Master <strong>de</strong> Produção, ou simplesmente Master. É o volume <strong>de</strong> produção<<strong>br</strong> />

do nível mais alto da <strong>de</strong>manda in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. É o programa <strong>de</strong> produção do item<<strong>br</strong> />

pai; no caso da Montadora, é o programa <strong>de</strong> veículos.


166<<strong>br</strong> />

MRP I – Material Requirements Planning ou Planejamento das Necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Materiais.<<strong>br</strong> />

MRPII – Manufacturing Resources Planning ou Planejamento dos Recursos da<<strong>br</strong> />

Manufatura.<<strong>br</strong> />

Projeto e Desenvolvimento (P&D) – <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> uma empresa que cuida<<strong>br</strong> />

única e exclusivamente da criação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos. Po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

também uma área que cria, <strong>de</strong>senvolve, planeja e implanta algum tipo <strong>de</strong> conceito,<<strong>br</strong> />

método ou processo.<<strong>br</strong> />

Palltet – ou estrado, traduzindo-se do inglês. Estrado <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, borracha ou<<strong>br</strong> />

plástico, que serve <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> empilhar outras embalagens, formando uma<<strong>br</strong> />

embalagem única. Organiza, otimiza, facilita transporte e movimentação. Utiliza-se<<strong>br</strong> />

também o termo “palletização”, que significa colocar as caixas e amarrar no pallet.<<strong>br</strong> />

Postponement – termo em inglês que significa “postergação”. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

manufatura e <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> ou distribuição. O <strong>postponement</strong> <strong>de</strong> manufatura é:<<strong>br</strong> />

termi<strong>na</strong>r a montagem fi<strong>na</strong>l do produto somente após a confirmação do pedido pelo<<strong>br</strong> />

cliente. O <strong>postponement</strong> <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> significa <strong>entrega</strong>r o produto somente após a<<strong>br</strong> />

confirmação pelo cliente, ou seja, os estoques passam a ser do fornecedor.<<strong>br</strong> />

Release – em inglês, liberação, autorização, para <strong>montadora</strong>s <strong>de</strong> <strong>entrega</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

matéria-prima pelo fornecedor. Documento impresso, <strong>com</strong> campos que i<strong>de</strong>ntificam<<strong>br</strong> />

a peça, quantida<strong>de</strong> e data para <strong>entrega</strong>.<<strong>br</strong> />

Si<strong>de</strong>r – termo em inglês que <strong>de</strong>sig<strong>na</strong> o tipo <strong>de</strong> caminhão, que tem a carroçaria<<strong>br</strong> />

recoberta <strong>com</strong> lo<strong>na</strong>, <strong>com</strong> aberturas laterais, para facilitar carregamento e<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scarregamento <strong>de</strong> materiais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!