Na Itália, Lula incentiva investimentos no Brasil ... - Comunità italiana

fórmula 1
Sinal
amarelo
Fórmula-1 entra em temporada de testes de carros e especulações sobre
o futuro dos pilotos. Mais brasileiros devem entrar para a elite do
automobilismo em 2009. Um deles é o sobrinho de Ayrton Senna
Rivais diversas vezes em
vários esportes, Brasil e
Itália estiveram unidos
na torcida como nunca
em 2008. Desde os tempos de
Ayrton Senna, que morreu em
1994, os brasileiros não tinham
um piloto em condições de ganhar
o título de Fórmula-1. Este
ano teve. Felipe Massa, na Ferrari,
perdeu o campeonato para o
inglês Lewis Hamilton (McLaren)
somente na última volta da última
corrida da temporada.
Se não ganhou o título individual,
Massa foi decisivo para
que a escuderia italiana conquistasse
pela oitava vez, nos últimos
dez anos, o campeonato de
construtores e certamente será
um dos favoritos para brigar pelo
primeiro lugar em 2009 no Mundial
de pilotos. Agora, o “circo”
da F-1 começa sua temporada de
testes nos carros e troca-troca
de pilotos entre as escuderias. O
retorno às pistas será no dia 29
de março, na Austrália. A etapa
italiana será em 13 de setembro.
O Grande Prêmio Brasil está previsto
para o dia 18 de outubro.
A corrida final será dia 1º de novembro,
nos Emirados Árabes.
Massa e Kimi Raikkonen foram
confirmados pela Ferrari até
2010. No final da última tempo-
Maurício Ca n n o n e
rada, a escuderia do cavalinho
pediu desculpas por erros cometidos
pela equipe durante 2008.
Admitiram que, se não tivessem
falhado, o brasileiro poderia ter
levado o título.
Durante as festas de fim de
temporada da Ferrari, Massa comentou
que um campeonato decide-se
em 18 corridas e não na
penúltima curva. Um gesto nobre
de quem é partidário da filosofia
que todos ganham ou todos perdem
juntos.
Por sinal, em 2009, a marcha
pode engatar para alguns e retroceder
para outros. Há mudanças
à vista, principalmente para
brasileiros. Rubens Barrichello,
recordista em número de grandes
prêmios disputados (270), deve
ser uma das vítimas. Ele está
em nítido processo de fritura na
Honda. A escuderia fez testes em
novembro com dois compatriotas
seus, tidos como atuais promessas
do automobilismo. Um deles
é Bruno Senna, sobrinho do legendário
Ayrton. O outro é Lucas
Di Grassi. Ambos foram destaques
da GP2, uma espécie de
trampolim para a Fórmula-1.
A Honda quer “sangue novo”
em 2009 e isso deve custar o lugar
de Barrichello. O próprio Felipe
Massa admitiu publicamente já ter
aconselhado Barrichello a ficar na
Fórmula 1 somente se conseguisse
obter “condições favoráveis”.
O atual vice-campeão da categoria
considerou “muito boa” a temporada
do compatriota de acordo
com as circunstâncias, pois o carro
certamente não foi dos melhores.
Barrichello ficou em 14º lugar
no último campeonato.
O inglês Jenson Button defendeu
a permanência de Barrichello
na escuderia. Button disse
que a Honda precisa de pilotos
experientes para encarar 2009,
apesar de também ter admitido
que ser “válido” dar oportunidade
aos jovens. Quanto a Barrichello,
ele já revelou que se não
ficar na Fórmula-1, vai aposentar-se
como piloto.
Felipe Massa
Como tantos milhões, Felipe Massa é um brasileiro
nascido em São Paulo, descendente
de italianos. Diplomata, evitou criticar a Ferrari
apesar de a escuderia ter admitido erros que
lhe custaram o título de campeão da F-1. Agora,
em breve entrevista à Comunità, evitou posar de
favorito da próxima temporada, apesar de ser a
principal aposta de muita gente para 2009. Garantido
na Ferrari até 2010, esse ítalo-brasileiro
saboreia o fato de ser ídolo de brasileiros e italianos,
um raro momento de união entre torcidas
tão tradicionalmente rivais.
Promessas
O paulista Bruno Senna Lalli nasceu
poucos meses antes da estréia
de Ayrton na F-1, em 1984. Por
causa da morte do tio, que causou
grande trauma na família, ficou
cerca de dez anos afastado do automobilismo.
Mas o filho de Viviane,
irmã de Ayrton, não resistiu
à paixão pelos motores e entrou
na pista. Bruno considera a Honda
a melhor opção para começar
na F-1. A escuderia elogiou muito
os testes do sobrinho de Ayrton e
de Lucas Di Grassi, feitos no mês
passado em Barcelona.
Os brasileiros ficaram fora dos
testes da Toro Rosso de novembro.
Nada de Barrichello, Senna
ou Di Grassi. O suíço Sébastien
Buemi e o japonês Takuma Sato
lutam pela vaga do alemão Sebastien
Vettel, de partida para a
Red Bull. Por lá, o escocês David
Coulthard despediu-se da F-1
no fim da temporada passada e
tornou-se consultor da escuderia
pela qual pilotava. O francês Sébastien
Bourdais pode permanecer
na Toro.
Na temporada 2008, Bruno
Senna terminou em segundo lugar
na GP2, atrás apenas do campeão,
o italiano Giorgio Pantano,
que teve breve passagem pela
F-1 em 2004, sem marcar pontos
pela Jordan em toda a temporada.
Em terceiro ficou Lucas
Di Grassi. Alguns dos momentos
de Bruno na GP2 de 2008 fizeram
até lembrar o tio Ayrton, como a
vitória na chuva em Silverstone,
Inglaterra, e o primeiro lugar em
Mônaco, onde o Senna mais famoso
da família era rei.
Massa, Barrichello e Lalli. Sobrenomes
italianos não faltam
entre os brasileiros no mundo do
automobilismo. Di Grassi é outro
deles. Felipe Massa já elogiou publicamente
Bruno Senna. Porém,
apontou Lucas Di Grassi como o
piloto brasileiro atualmente com
mais condições de estrear já no
ano que vem na F-1.
ComunitàItaliana - Em 2009 terá mais condições
de lutar pelo título do que em 2008?
Felipe Massa - É difícil dizer, porque as mudanças
no regulamento em 2009 serão significativas.
Voltam os pneus lisos. Os motores vão ter de durar
três corridas. A aerodinâmica dos carros sofrerá
drástica alteração e haverá um novo sistema
de reaproveitamento da energia. Temos confiança,
uma equipe supercompetitiva, mas precisamos
esperar as primeiras corridas.
CI - Os tifosi da Ferrari são os mais apaixonados
por automobilismo?
FM - São muito apaixonados, assim como os brasileiros.
Vivi duas experiências bastante parecidas
neste fim de temporada. Tanto nas semanas que
antecederam o GP do Brasil quanto nas seguintes,
o carinho do público brasileiro foi impressionante.
Mas os italianos não ficaram atrás. Pude constatar
isso quando fui para Mugello participar das
festividades do Ferrari Day. Os torcedores comemoraram
muito o título de construtores conquistado
pela Ferrari.
CI - Como aprendeu a falar tão bem o italiano?
FM - Corri na Itália em meus dois primeiros anos
na Europa, em 2000 e 2001. No primeiro, morei
com o casal dono da minha equipe na Fórmula
Renault, o que ajudou bastante.
CI - É descendente de italianos?
FM - Sim, toda a família do meu pai é originária da
Itália. Tenho, inclusive, o passaporte italiano.
A Honda escolheu dois
brasileiros vindos do GP2
para testar seus carros de
Formula-1. Lucas Di Grassi
(acima) e Bruno Senna (abaixo),
que carrega a responsabilidade
de ser sobrinho do maior
símbolo desse esporte no Brasil
Lucas Tucci Di Grassi, paulistano
de 24 anos, além de conquistar
o terceiro lugar na GP2
em 2008, foi piloto de testes da
Renault na F-1. A escuderia francesa
o oficializou como seu terceiro
piloto. Isso significa ser o
reserva do espanhol Fernando
Alonso e do brasileiro Nelsinho
Piquet. Estes dois foram confirmados
como titulares da escuderia
para 2009. Di Grassi pode
substituí-los numa eventualidade
ou pilotar por outra escuderia,
como a Honda, por exemplo.
No meio da temporada passada,
chegou a correr boatos que
o filho do tricampeão Nélson Piquet
não seria mantido pela Renault
em 2009. Ele estreou na F-1
em 2008 e alternou bons e maus
momentos. Esperava chegar entre
os dez primeiros este ano e
terminou na 12ª colocação. No
ano que vem, sua expectativa é
ficar entre os seis primeiros.
Entre os italianos, Jarno
Trulli continua na Toyota em
2009. Seu compatriota que pode
disputar a próxima temporada
é Giancarlo Fisichella, piloto da
Force India. Pode, porém, perder
a vaga para o espanhol Pedro de
la Rosa, atual piloto de testes
da McLaren. Esta construtora vai
fornecer motores, tecnologia e
equipamentos, a partir de 2009,
para a Force India, que antes tinha
contrato com a Ferrari. A nova
parceria entre as duas escuderias
pode incluir até intercâmbio
de pilotos.
52 C o m u n i t à I t a l i a n a / De z e m b r o 2008
D e z e m b r o 2008 / Co m u n i t à I t a l i a n a 53