Na Itália, Lula incentiva investimentos no Brasil ... - Comunità italiana
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La gente,<br />
il posto<br />
Claudia Monteiro de Castro<br />
Mercadinho de <strong>Na</strong>tal em Bolza<strong>no</strong><br />
A<br />
Itália, como todo país que valoriza<br />
tradição, ganha um brilho especial<br />
<strong>no</strong> <strong>Na</strong>tal. Os mercadinhos dedicados<br />
ao tema, montados ao ar livre, são atrações<br />
especiais em várias cidades. Um dos mais disputados<br />
é o de Bolza<strong>no</strong>, <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte da Bota, na<br />
região chamada Alto-Adige, perto da fronteira<br />
com a Áustria. As ruas do centro histórico<br />
da cidade ficam todas iluminadas e uma de<br />
suas praças principais, Piazza Walther, abre<br />
espaço para o mercadinho de <strong>Na</strong>tal.<br />
As barraquinhas, feitas de madeira, vendem<br />
de tudo, desde comida até artesanato.<br />
É possível se esquentar do frio tomando vinho<br />
quente (na Itália chamado de vin brulé)<br />
e saborear grandes variedades de docinhos<br />
de <strong>Na</strong>tal, principalmente um bolo típico da<br />
região, o zelten.<br />
Mas comes e bebes não é o principal. Os<br />
visitantes vão para lá à procura das peças de<br />
artesanato: presépio de madeira, objetos em<br />
cerâmica, vidro e outros materiais. É difícil<br />
escolher, tantas são as opções. Porém, se tiver<br />
que escolher só uma peça, uma das coisas<br />
mais preciosas que podem ser encontradas<br />
são as bolas de <strong>Na</strong>tal. Cada uma é uma verdadeira<br />
obra de arte. Feitas de vidro, são minuciosamente<br />
pintadas, com cenas de <strong>Na</strong>tal.<br />
De maneira geral, as mais bonitas são as mais<br />
caras e quem faz questão de decorar toda a<br />
árvore, tem que vir com bolsos recheados.<br />
O mercado de Bolza<strong>no</strong> é sempre cheio de<br />
gente, habitantes e turistas curiosos que já<br />
mergulham na alegria de <strong>Na</strong>tal antes mesmo<br />
de sua chegada. E uma coisa é certa: mesmo<br />
os mais céticos, que “denunciam” o consumismo<br />
das festas de final de a<strong>no</strong>, acabam<br />
entrando <strong>no</strong> clima.<br />
Feliz A<strong>no</strong> Novo<br />
Quem já passou o Reveillon <strong>no</strong> Rio de Janeiro dificilmente fica<br />
impressionado com a passagem do A<strong>no</strong> Novo em outros países.<br />
A <strong>no</strong>ssa festa é grandiosa, uma boa meia hora de fogos<br />
de artifício e um mar de pessoas vestidas de branco. É muita emocão.<br />
Temos até <strong>no</strong>ssa canção nacional de A<strong>no</strong> Novo: Adeus A<strong>no</strong> Velho, Feliz<br />
A<strong>no</strong> <strong>no</strong>vo, que tudo se realize <strong>no</strong> a<strong>no</strong> que vai nascer, muito dinheiro <strong>no</strong><br />
bolso, saúde pra dar e vender… E depois, aquele abraço apertado<br />
nas pessoas queridas.<br />
Deste lado dos trópicos tudo muda<br />
de figura. <strong>Na</strong> Itália, por exemplo, os fogos<br />
de artifício são bem mais modestos.<br />
Dá sempre um gostinho de quero<br />
mais. Algumas cidades até capricham,<br />
mas nada em comparação ao<br />
<strong>Brasil</strong>, e principalmente com o Rio<br />
de Janeiro, neste quesito, imbatível.<br />
Para compensar a falta de fogos<br />
oficiais, os italia<strong>no</strong>s gostam de soltar<br />
seus próprios fogos caseiros, o<br />
que pode ser muito perigoso. Todo<br />
a<strong>no</strong>, os jornais contam diversas histórias<br />
de acidentes deste tipo.<br />
E ainda bem que os italia<strong>no</strong>s, principalmente<br />
os napolita<strong>no</strong>s, romperam com<br />
uma tradição do passado: jogar pela janela<br />
coisas velhas que não se querem mais: roupas, sapatos, o que<br />
for. Tinha gente que jogava até máquina de lavar, não se preocupando<br />
muito com quem estivesse passando na rua, sob a janela. Já pensou?<br />
Outra coisa que não ajuda o a<strong>no</strong> <strong>no</strong>vo europeu é o frio. Assim,<br />
enquanto <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, muita gente gosta de saracotear até tarde, caminhando<br />
pelas ruas e em certos casos, até aguardar o nascer do sol, na<br />
Europa tem que ser muito corajoso para isso. Com o frio<br />
de uns 5 graus de Roma, ninguém tem<br />
muita animação para curtir o a<strong>no</strong> <strong>no</strong>vo<br />
depois da meia <strong>no</strong>ite. No máximo,<br />
dá para dar umas voltinhas pela<br />
cidade. Ou ainda, refugiar-se <strong>no</strong>s<br />
shows organizados pela prefeitura.<br />
Pelo me<strong>no</strong>s, aquecidos pelo calor<br />
huma<strong>no</strong> da multidão, as coisas<br />
melhoram um pouquinho.<br />
E uma dica para quem for passar<br />
o Reveillon na Itália. <strong>Na</strong>da de roupa<br />
branca. A cor da roupa é livre, não<br />
existe uma tradição. Só tem uma<br />
única coisa imporante: usar uma<br />
calcinha ou cueca vermelha. Portanto,<br />
se quiser garantir a boa sorte, não<br />
esqueça de colocar o indumento na mala.<br />
Buon an<strong>no</strong>!<br />
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C o m u n i t à I t a l i a n a / De z e m b r o 2008