Da Costa e Silva e o sincretismo Mesmo <strong>de</strong>ssas páginas <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iras, mesmo dos poemas inacabados <strong>de</strong> Alhambra, emerge ainda uma vez o telurismo do poeta, que se volta <strong>de</strong> novo para o seu nunca esquecido Piauí, nos versos tumultuários <strong>de</strong> “O Carrossel Fantasma”: Ganhei o dia a meditar na minha vida, porque a sauda<strong>de</strong> me levou à longínqua Amarante que cisma, talvez por mim, <strong>de</strong>bruçada sobre as águas lentas e sonolentas do Parnaíba a olhar para o mar como eu para o mistério... A verda<strong>de</strong> é que, segundo a pertinente observação <strong>de</strong> Alberto da Costa e Silva, o tempo, na obra do poeta, “toma o símbolo do rio. O rio Parnaíba, que é elemento essencial na obra <strong>de</strong> Da Costa e Silva. Rio que atravessa, como o tempo, a paisagem e a vida.” 12 Diante <strong>de</strong> tantos versos que lemos, acompanhando a trajetória do poeta, po<strong>de</strong>mos afirmar, finalizando, que Da Costa e Silva foi, acima <strong>de</strong> tudo, um simbolista. Mas <strong>de</strong> tal forma vivem em sua obra, além das notas específicas do movimento, as reminiscências românticas, o apuro formal dos parnasianos e mesmo os prenúncios inovadores dos mo<strong>de</strong>rnistas, que o mais certo será talvez dizer que, embora tendo no Simbolismo a sua feição mais constante, ele foi, com toda a magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> talento <strong>de</strong> poeta, um perfeito representante da fase que Tasso da Silveira chamou <strong>de</strong> Sincretismo, fase em que muitos nomes surgiram e <strong>de</strong>sapareceram, ficando porém aqueles que, por sua vocação autêntica <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iros poetas, <strong>de</strong>ixaram uma obra perdurável. Como este, que civilmente se assinava Antônio Francisco da Costa e Silva. 12 Silva, Alberto da Costa e. O pardal na janela, ob. cit., p. 97. 147
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