R$ 5,90 - Roteiro BrasÃlia
R$ 5,90 - Roteiro BrasÃlia
R$ 5,90 - Roteiro BrasÃlia
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O Natal e suas metáforas<br />
LUIZ RECENA<br />
garfadasegoles<br />
@alo.com.br<br />
14garfadas&goles<br />
Pão. Vinho. Jesus Cristo e seus doze apóstolos. Não foi o primeiro nem o mais lauto jantar de todos os<br />
tempos. Mas virou referência na civilização da qual fazemos parte. Os dois ingredientes básicos da ceia<br />
vararam os séculos e são presenças marcantes nas nossas mesas – e nas nossas vidas – até hoje. A força<br />
e o significado desse jantar, bem como as metáforas e interpretações que ele desencadeou, ainda pautam,<br />
inquietam estudiosos e leigos na busca de explicações. Esse jantar não ocorreu no final de um ano, mas<br />
é nos finais de ano que mais lembramos dele. E, a partir da celebração do nascimento do Cristo-menino,<br />
organizamos ágapes adultos, os mais variados. Calibres e cardápios dependem dos bolsos. Só há uma<br />
certeza: todos comem e todos bebem. A alegria é justa, ainda que oriunda, às vezes, de religiões não<br />
atendidas com a militância que elas reivindicam. Há, então, outra certeza: o Natal que a cada ano chega<br />
é motivo suficiente para renovar celebrações de amor e amizade. Celebremos!<br />
Uvas natalinas<br />
No tórrido ambiente dos trópicos, as cervejas, geladas<br />
e mais baratas, costumam concentrar as atenções.<br />
Nada contra. No entanto, nunca é demais<br />
lembrar que a ceia do homenageado foi com vinho.<br />
É mister, pois, buscar nos fermentados de uva o caminho<br />
da celebração. O terreno é do meu colega<br />
Alexandre Franco, mas animo-me a chamar a atenção<br />
dos leitores para os espumantes nacionais, em<br />
primeiro lugar. Depois, para os brancos e tintos. E<br />
agora, moda última, os rosés. A produção nacional<br />
melhorou muito e merece compras.<br />
Farta oferta<br />
Além dos nacionais, não devemos esquecer, lógico,<br />
que este ano nos brindaram com inúmeras e saborosas<br />
visitas. Argentinos, chilenos e uruguaios, para<br />
começar com los hermanos, melhoraram oferta, variedade,<br />
qualidade e preço, sobretudo este último,<br />
aproveitando-se de benesses fiscais ainda não estendidas<br />
aos nacionais. Coisas do Brasil. Espanhóis,<br />
franceses, italianos e portugueses também marcaram<br />
presença no ano que termina. Todos estarão<br />
nas boas casas do ramo. E, como o Natal é anúncio<br />
de uma grande novidade, todos certamente estarão<br />
anunciados nas páginas especializadas desta revista.<br />
Os que fazem<br />
Homenagem ainda que tardia. No passado 26 de<br />
outubro, em Bento Gonçalves, Serra Gaúcha, praça<br />
matriz do melhor produto nacional, os fazedores<br />
de vinho reuniram-se para comemorar o Dia do<br />
Enólogo e, ao mesmo tempo, homenagear o melhor<br />
dentre eles neste ano de 2007. O título foi<br />
para Adriano Miolo, que realiza suas alquimias na<br />
empresa que leva o nome da família. A Associação<br />
Brasileira de Enologia, com parcerias, realiza o certame<br />
desde 2004. Parabéns!<br />
Italianos aqui - 1<br />
Quem chega a Brasília merece registro. É o caso das<br />
vinícolas italianas Nino Franco e La Montecchia,<br />
que em visita recente, via Expand, mostraram clássicos<br />
e novidades. A Nino Franco, fundada em 1919,<br />
abriu com o Prosecco Rústico, carro-chefe da empresa.<br />
É mesmo um craque: fresco, frutado, cítrico.<br />
Já recebeu <strong>90</strong> pontos de Robert Parker. Silvia Franco,<br />
a herdeira, apresentou ainda os Prosecco Primo<br />
Franco (em homenagem ao bisavô dela), Rive de<br />
San Floriano Brüt e o novíssimo Faíve Rosé Brüt,<br />
este último elaborado com uvas Merlot (80%) e Cabernet<br />
Franc.<br />
Italianos aqui – 2<br />
O outro visitante foi Giordano Capodilista, da vinícola<br />
La Montecchi, a família que faz vinho há vários<br />
séculos (sim, escrevi séculos). Até um beato se mistura<br />
com a história de condes e outros nobres. O<br />
Ca’ Emo Rosso 2004 e o Forzate Raboso I.G.T.<br />
honraram as tradições. Mas foi o Fior D’Arancio<br />
Passito Colli Euganei DOC o vinho que roubou as<br />
atenções, no final do almoço. Moscato, amarelo forte,<br />
doce sem ser enjoativo. Surpreendente.<br />
E para comer<br />
O Moscato acompanhou a sobremesa de maçã ao<br />
vinho com sorvete de maracujá, que fechou o belo<br />
almoço aberto com salada de magret defumado. No<br />
meio, risoto com flor de abóbora e camarão, além<br />
de um cordeiro grelhado com shitake e misto de<br />
favas. No comando, o jovem chefe Gabriel, pupilo<br />
de Luciano Boseghia, que está na Expand local desde<br />
sua inauguração, no começo do ano.<br />
Novo Gil<br />
Calma, não é o ministro da Cultura lançando novidades<br />
musicais. É o Guimarães, da Azulejaria e do<br />
Baco, com seu novo ponto, o Barcelona, ou Barca,<br />
para os íntimos. O tão-sonhado bar espanhol chega<br />
com muitas novidades. Além da pretensão de criar<br />
uma nova cultura para os militantes da happy hour<br />
brasiliense. Abre neste 20 de novembro, na 206 Sul.