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luzcâmeraação Patrimônio Imaterial do Distrito Federal. Com isso, ganha o reconhecimento público como importante manifestação cultural da capital do país. O título pode garantir também mais verbas para o festival, cujo orçamento é de <strong>R$</strong> 1,6 milhão, 40% bancados pelo Governo do Distrito Federal e o restante por patrocinadores. “Ao ser considerado patrimônio imaterial, o festival ganha, além de uma homenagem, visibilidade e credibilidade”, comemora Fernando Adolfo. Divulgação 40º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro De 21 a 26/11, no Cine Brasília, CCBB, Embracine (CasaPark) e Cinemark (Pier 21) Programação completa: www. roteirobrasilia.com.br Anabasys, de Paloma Rocha e Joel Pizzini, é um filme sobre outro filme, A idade da Terra, de Glauber Rocha Os longas concorrentes Meu mundo em perigo Ficção, cor, 35mm, 92min, DF/SP, 2007 Direção: José Eduardo Belmonte. Com Eucir de Souza, Rosanne Mulholland, Milhem Cortaz, Justine Otondo, Wolney de Assis, Fernanda D´Umbra e Rafael Henrique Miguel. Elias vê seu mundo ameaçado quando sua ex-mulher, uma junkie recuperada, pede a guarda de seu filho. Fito entra em desespero após perder seu pai por causa de Elias. Isis, que se esconde num hotel vagabundo, pode ser a saída para Fito e Elias. Amigos de risco Ficção, cor, 35mm, 88min, PE/2007 Direção: Daniel Bandeira. Com Irandhir Santos, Rodrigo Riszla, Paulo Dias, Lílian Kelen, Junior Black, Renata Roberta, Leta Vasconcelos, Ênio Borba, Fleurange Santos, Madalena Sabóia, Hissa Hazin, Regina Carmem e Raimundo Branco. Após anos em fuga, Joca está de volta à cidade. Para comemorar, nada melhor do que uma noitada com seus últimos bons amigos, Nelsão e Benito. Anabazys Documentário, cor, 35mm, <strong>90</strong>min, RJ/2007 Direção: Joel Pizzini e Paloma Rocha. Entrevistados principais: Glauber Rocha (arquivo), Tarcísio Meira, Norma Bengell, Ana Maria Magalhães, Jece Valadão, Orlando Senna, Gustavo Dahl, Fernando Lemos, Oliveira Bastos, Tetê Catalão e Carlos Castello Branco. Anabazys é um prolongamento de A idade da Terra (1980), filme-testamento de Glauber Rocha, na medida em que recria a memória em torno da gênese e produção do filme. Chega de saudade Ficção, cor, 35mm, 92min, SP/2007 Direção: Laís Bodanzky. Com Leonardo Vilar, Tônia Carrero, Cassia Kiss, Betty Faria, Stepan Nercessian, Maria Flor, Paulo Vilhena, Luis Serra, Marcos Cesana, Conceição Senna, Clarisse Abujamra, Miriam Mehler e Marly Marley. O filme conta, numa única noite, várias histórias vividas pelos freqüentadores de um salão de baile. Com muita música e dança, os acontecimentos fazem o espectador se sentir dentro do baile. Falsa loura Ficção, cor, 35mm, 101min, SP/2007 Direção: Carlos Reichenbach. Com Rosanne Mulholland, Cauã Reymond, Maurício Mattar, Dijin Sganzerla, João Bourbonnais, Léo Áquila, Suzana Alves, Jiddu Pinheiro, Maeve Jinkings e Vanessa Prieto. Simara, operária especializada, de exuberante beleza, que sustenta o pai incendiário, se envolve com dois mitos diferentes da música popular e com cada um deles irá experimentar traumáticas lições de vida. Cleópatra Ficção, cor, 35mm, 116min, RJ/2007 Direção: Júlio Bressane. Com Alessandra Negrini, Miguel Falabella, Bruno Garcia, Josie Antello e Karine Carvalho. O filme tem como tema central o confronto entre os mundos grego e egípcio segundo a visão multifacetada de Cleópatra. O percurso de Cleópatra será revelado, sobretudo, por meio da sua vida privada. 44
Fotos: Divulgação Anárquico e excêntrico Ex-palhaço, ex-manipulador de marionetes, filósofo, roteirista de quadrinhos, o chileno Alejandro Jodorowsky tem pela primeira vez uma mostra de seus filmes no Brasil POR SÉRGIO MORICONI Não se incomode se você nunca ouviu falar nele. Alejandro Jodorowsky se transformou numa lenda entre os aficcionados do cinema experimental pela simples razão de que seus filmes estão, há décadas, absolutamente indisponíveis para o público em todo o mundo. Foi preciso que a Inglaterra lançasse uma coleção com algumas de suas principais obras para que seu nome voltasse a circular no meio cinematográfico. Mas, entre os fãs dos quadrinhos, Jodorowsky é uma referência incontornável. Só para dar alguns exemplos, são dele as histórias O Incal e Os Bórgia, ilustradas, por Guido Manara e Moebius. O Festival Jodorowsky, do dia 28 a 9 de dezembro, no CCBB, não só vai exibir toda sua filmografia como trará o artista em pessoa para participar de debates, conferências e de uma noite de autógrafos (dia 3, às 20h, na Fnac), quando lançará a inédita história em quadrinhos Antes de Incal. No que diz respeito ao cinema, bem, é preciso antes colocar as coisas em perspectiva: nascido numa província litorânea do Chile, depois de experimentar o circo, o teatro de marionetes, a cenografia, e de se transformar ele próprio em ator, Jodorowsky correu o mundo. Primeiro México, depois Estados Unidos, finalmente Europa. Na França, onde mora até hoje, uniu-se a Roland Topor, Arrabal, ao célebre mímico Marcel Maceau – que à época ainda não era célebre – e a Jerôme Savary para dar vida a um movimento pós-surrealista chamado Pânico. O movimento foi muito influenciado pelos encontros que manteve com André Breton, um dos principais articuladores intelectuais do surrealismo. A partir de então, Jodorowsky começa a incorporar os mais diversos elementos oníricos a sua obra. O fato de também estar ligado à cultura popular afasta Jodorowsky e seus companheiros de Breton, cuja formação era estritamente erudita. O Pânico estava alicerçado em três elementos básicos – “terror, humor e simultaneidade”. Postulava transcender os limites impostos pela sociedade e buscava rechaçar a seriedade artística com uma explosão criativa sem regras. A afinidade com o pensamento de Alfred Jarry – expresso na peça Ubu Rei – era evidente. Nas palavras de Fernando Arrabal: “O Pânico é a crítica da razão pura, é o convívio sem leis e sem mando, é a ode ao talento louco, é o antimovimento, é a arte de viver (que leva em conta a confusão e o azar)”. Peças como Cabaret trágico foram inspiradas nos mandamentos preconizados pelo movimento. Não vamos esquecer que a personagem principal de Ubu Rei preconiza a instauração da “patafísica”: ciência das coisas inúteis, pensamento antagônico à razão burguesa. No Pânico, os três fundam uma corrente de pensamento e expressão artística em homenagem ao deus grego Pan. Fundado o Pânico, Jodorowsky volta para o México, onde tem sua primeira 45
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