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R$ 5,90 - Roteiro Brasília

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Fotos: Divulgação<br />

Cinema para cegos<br />

Falsa Loura, de Carlos Reichenbach, com Rosanne Mulholland e Maurício Mattar<br />

forma<br />

mais intimista e menos político<br />

tanás na Vila do Leva-e-Traz, de Paulo Gil Soares, vencedor do Candango<br />

de 1967, e Dezesperato, de Sérgio Bernardes (1968).<br />

A exemplo dos últimos anos, o festival oferecerá ao público diversos<br />

horários e locais de exibição dos filmes. O Cine Brasília fará as<br />

projeções sempre às 20h30 e 23h30. Nos dias seguintes, em diferentes<br />

horários, os cinemas do CCBB, Embracine (CasaPark) e Cinemark<br />

(Pier 21) reapresentarão os filmes exibidos na noite anterior no Cine<br />

Brasília. A Sala Martins Penna do Teatro Nacional será palco da mostra<br />

em 16mm. Anualmente, o festival reúne, só no Cine Brasília, cerca<br />

de 20 mil espectadores durante toda a semana.<br />

A criançada também terá contato com a tela grande, com o Festivalzinho.<br />

Este ano, o filme exibido, sempre às 10 horas, no Cine Brasília,<br />

será Turma da Mônica, de Maurício de Sousa. O festivalzinho é<br />

dedicado às escolas públicas do DF, que ganharão transporte e lanche.<br />

Diariamente, são esperadas 600 crianças.<br />

O Festival de Brasília acaba de conquistar mais um título: o de<br />

A grande novidade do Festival de Brasília este<br />

ano é o Cinema para cegos, um projeto da<br />

Diretoria de Cultura Inclusiva. Antes das sessões,<br />

os participantes recebem um aparelho de<br />

tradução simultânea para usar do lado de uma<br />

orelha. Dessa forma, o espectador escuta a<br />

descrição das cenas que não têm som no filme, a<br />

fim de possibilitar a compreensão do cenário,<br />

figurinos e expressões, entre outros detalhes.<br />

Todo o trabalho de gravação de áudio é<br />

realizado anteriormente, com a elaboração de um<br />

roteiro das cenas as serem descritas. A escolha do<br />

narrador é outro fator importante, pois, para que<br />

não ocorra confusão com a voz do personagem,<br />

deve haver uma troca. Ou seja, se o personagem<br />

for uma mulher, a narração é feita por um<br />

homem, e se o personagem for homem a<br />

narração é realizada por uma mulher.<br />

São 50 equipamentos áudio-descritivos,<br />

alugados de uma empresa do ramo pela<br />

Secretaria de Cultura do DF. O projeto é, sem<br />

trocadilho, a menina dos olhos do secretário da<br />

Cultura, Silvestre Gorgulho. “Com a iniciativa, os<br />

18 filmes concorrentes se tornam acessíveis não<br />

apenas aos cegos, mas a todos que se interessem<br />

em conhecer como funciona o equipamento, já<br />

que o termo inclusão embute a idéia de educação<br />

coletiva”, explica a diretora do projeto, a<br />

professora de musicografia Braille Dolores Tomé.<br />

O equipamento consiste em uma dupla de<br />

aparelhos: um quase imperceptível, que se acopla<br />

a uma orelha, e outro, semelhante ao MP3, que<br />

fica na mão, para controle do som. O conjunto<br />

emite uma narração sintética do que se passa em<br />

cenas silenciosas do filme, pois o cego, que tem<br />

audição mais aguçada que os videntes, fica sem<br />

saber o que ocorre no enredo, nesses trechos.<br />

A Diretora de Cultura Inclusiva conta com<br />

uma equipe de nove funcionários para gravar as<br />

narrações e com o apoio de dois cegos – um fora<br />

e outro dentro do estúdio, para indicar e revisar<br />

as indicações de cenas que não ficaram claras ou<br />

que resultaram em explicações excessivas e<br />

desnecessárias, caso em que eles reagem: “Não<br />

dêem informações demais... deixem a gente<br />

sonhar também”. Dolores sonha ainda mais alto:<br />

“Quem sabe, agora, em novelas e filmes passem<br />

a se lembrar que os cegos também merecem<br />

atenção e façam a inclusão com essas pequenas<br />

pontuações narrativas”

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