R$ 5,90 - Roteiro Brasília

dade da santa católica, que no candomblé
é a orixá Iansã. São 22 fotos que
instigam a percepção simbólico-analógica
do espectador e mais ainda sua sensação
na fruição das imagens recriadas.
CECÍLIA OSÓRIO É BRASILIENSE NATA
e academicamente burilou sua vocação
artística nas Faculdades de Música e Letras
da UnB. Ainda no campus, viu-se
capturada pela arte da fotografia, passando
com a nova paixão a investir em
oficinas audiovisuais na UnB e no Parque
Lage (RJ). Sua trajetória deu voltas
profissionais também por São Paulo,
mas retornou à cidade e retomou sua
pesquisa fotográfica, da qual surgiu a
série de cartões postais Brasília em alto
contraste.
No Foto Arte 2007, Cecília Osório
volta à cena expondo o ensaio Curvas de
pontos de luz, no restaurante Kooun, do
Lago Sul. Lá, além dos pratos oferecidos
no cardápio, o visitante se vê convidado
a comer as luzes que resultam das experiências
que ela realiza sobre o diagrama
de curvas de cor de arquivos fotográficos
digitais. A fotógrafa explica que sua
experiência não segue as regras da composição
fotográfica tradicional, mas
“exercita novos olhares, pelos quais o
periférico revela sua força e resgata o
ponto de interesse central da imagem”.
Significa que, trabalhado em seu limite,
o diagrama revela imagens e figuras-fundo
surpreendentes, com o jogo de áreas
iluminadas e escuras. A mostra fica em
cartaz até 5 de dezembro. É ver e constatar
a proposta colocada.
JÁ O FOCO IMAGÉTICO DA CARIOCA
Gisa Müller passa por interesses e
resoluções técnicas bem diferentes
das duas profissionais citadas,
embora fusão de formas e cores
também seja uma palavra-chave
em seu trabalho fotográfico. Gisa
também se graduou em Letras,
em Brasília, mas optou por sair de
máquina a tiracolo atravessando
fronteiras e oceanos, com uma
direção determinada: mostrar que
“todos somos um e que, portanto,
nos reconhecemos um no outro”.
Em Olhares da Índia, exposta no
Rosebud, de Cecília Osório
Baianas, de Giovana Dantas
Espaço Cultural Renato Russo/Galeria
Ruben Valentim até 20 de dezembro, ela
retrata principalmente o cotidiano dos
habitantes do Rajastão, o maior estado
indiano, coberto por deserto e fronteiriço
com o Paquistão. Com a série, Gisa
Müller propõe uma visão de intercâmbio
cultural humanista e estético, e presta
um tributo às mulheres do mundo, na
sua forma mais variada de ser.
É dela o depoimento: “Nas areias
quentes do deserto, me pergunto quem
são essas mulheres que com véus coloridos
esvoaçantes cobrem seus rostos Como
pensam, sentem e vivem A beleza da
vida se dá nos detalhes que nos mostram
que o ser feminino está dentro de cada
mulher, independente de onde estiver”.
São três olhares femininos, três experiências
e interesses plásticos totalmente
diversos entre si, à espera da apreciação
do público admirador da fotografia como
proposta de arte. Mas é importante,
sobretudo, ficar de olho nas datas em
que as mostras permanecem em cartaz.
Foto Arte 2007
Tempestade de Bárbara, de Giovana
Dantas, no Foyer da Sala Alberto
Nepomuceno/Teatro Nacional Claudio
Santoro, até 28/11. Curvas de pontos de
luz, de Cecília Osório, no Kooun (SHIS QI
9/11 Bl. C, térreo), até 5/12. Olhares da
Índia, de Gisa Müller, no Espaço Cultural
Renato Russo/Galeria Rubem Valentin, até
20/12. Todos os trabalhos expostos estão
à venda. Agendar visitas guiadas pelo
telefone 3327.2027, ramais 29 e 31.
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