asíliaturística A barquinha vai Em duas horas de navegação, ângulos e recantos pouco conhecidos da cidade e do Lago Paranoá
POR AKEMI NITAHARA FOTOS RODRIGO OLIVEIRA O Lago Paranoá é um dos cartões postais de Brasília. Mas pouca gente conhece, de fato, sua história e seus inúmeros recantos. Para oferecer a opor tu ni - dade de acesso a esse imenso espelho d’água, a Barca Brasília leva turistas e estudantes a um agradável passeio. O vento ameniza o sol, enquanto o “capitão” Edmilson Figueiredo conta curiosidades e histórias do “mar de Brasília”. Histórias como a da Vila Mauri, um dos canteiros de obra de Brasília, que ficava perto da Vila Planalto. E ainda fica. Só que, agora, entre 7 e 14 metros de profundidade, dentro do lago. Quando foi feita a barragem para represar o Rio Paranoá, a previsão era de que o lago atingiria a cota mil em quatro anos. Só que o vale encheu muito mais rápido do que o esperado e em apenas um ano atingiu os mil metros de altitude. Com isso, a Vila Mauri ficou submersa e os moradores tiveram de ser retirados às pressas. Muitos foram para o norte e deram origem à cidade de Sobradinho. Brasília tem registrada a terceira frota náutica do Brasil, já que inclui as embarcações de Goiás, Tocantins e parte de Minas Gerais. Só que “98% das pessoas que têm barco não conhecem o Lago Paranoá”, garante Edmilson, que também é fotógrafo. Para melhorar essa situação, uma das propostas da Barca Brasília é fazer turismo ecológico aliado à arqueologia do lago. O Centro de Excelência em Turismo da UnB está fazendo as pesquisas para que o comandante possa programar as rotas da barca. Os córregos Bananal e Riacho Fundo são os maiores depositários do lago – eles é que formam o Rio Paranoá. Também alimentam o lago os córregos do Gama e do Torto. “Nós vamos fazer rotas sobre os leitos originais dos rios e conhecer a fauna e a flora dos mananciais”, explica Edmilson. Esse projeto é voltado principalmente para aulas presencias, com alunos de sétima série em diante. Além da parte ecológica e histórica, a Barca Brasília oferece uma gastronomia simples mas caprichada. O cardápio completo tem 30 itens de petiscos e 95 tipos de drinks. A chef de cozinha Luciana Feliz, responsável pelas receitas, inspirou-se na gastronomia brasileira, especialmente na comida de boteco do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, “sem esquecer de elementos do Cerrado, como o pequi e o baru, e o apelo náutico, com frutos do mar”. Como a cozinha de bordo é muito pequena, são oferecidos apenas de três a quatro petiscos diferentes por passeio. “A gente tenta casar a variedade com o operacional”, diz a chef, lembrando que existe a possibilidade de combinar o cardápio com antecedência, em caso de passeio para grupos fechados.