Ledur - Relatorio GV Pesquisa.pdf
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devem tentar ampliar a variabilidade de qualidade percebida tanto através das inovações e<br />
melhorias constantes dos produtos ampliando o extremo superior da faixa como através da oferta<br />
de produtos simples e despojados ampliando o extremo inferior.<br />
Para combater o preconceito contra os produtos de marca própria, além de evitar reforçálo,<br />
os gestores da cadeia de suprimentos de marca própria devem tentar reduzi-lo através de<br />
campanhas de divulgação e posicionamento de marca. O uso de embalagens mais sofisticadas,<br />
garantias especiais do varejista, exposição preferencial podem ser mecanismos para tentar<br />
modificar este grande impedimento ao desenvolvimento da marca própria no Brasil,<br />
desenvolvido pela história do varejo e seus fornecedores.<br />
Diversos resultados indicam que a marca própria tem um potencial de ser uma<br />
oportunidade para exploração do segmento de baixa renda, tão relevante no Brasil. A relação<br />
encontrada entre menor renda e maior propensão à compra de marca própria é um indicador<br />
direto. A relação positiva encontrada entre a conseqüência de cometer um erro e a propensão de<br />
compra de marca própria, indicando uma confiança do consumidor na marca do varejista pode ser<br />
outro indicador. A forma de concentração do varejo brasileiro e a praticamente ausência da marca<br />
própria em formatos de pequenas lojas de bairro poderiam ser oportunidades a serem<br />
desenvolvidas.<br />
Os estudos de caso das cadeias de suprimentos mostram algumas dificuldades no<br />
desenvolvimento da marca própria. O desequilíbrio de poder entre o varejista e produtor cria<br />
situações de negociação após o desenvolvimento inicial do produto de marca própria, levando a<br />
negociação para um plano mais de curto prazo, com as pressões usuais do varejista por descontos,<br />
e concessões que podem acabar tornando o projeto desinteressante para o fornecedor. Os lotes<br />
mínimos para a produção de embalagens são uma outra limitação para esta cadeia, restringindo a<br />
viabilidade da marca própria para varejistas de maior escala. Os varejistas parecem não<br />
aproveitar todas as possibilidades potenciais de maximização do resultado da cadeia de<br />
suprimentos de marcas próprias por acabarem tratando a marca própria após o seu período inicial<br />
de desenvolvimento com as práticas e rotinas desenvolvidas para os produtos comuns.<br />
Há indicações que os fornecedores ainda utilizam a marca própria como negócio eventual,<br />
que possibilita a redução da capacidade ociosa. Isto faz com que seja mais difícil os varejistas<br />
estabelecerem estratégias de posicionamento para suas marcas. Por outro lado, o varejista não faz<br />
investimentos no relacionamento com o fornecedor que sinalize sua disposição para tê-lo como