Revista Repesca - Engenharia de Pesca - Uema
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Rev. Bras. Enga. <strong>Pesca</strong> 2[2]<br />
II - ARTIGOS TÉCNICO/INFORMATIVOS<br />
CONTRIBUIÇÃO DOS MODELOS BIO-ECONÔMICOS PARA A GESTÃO PARTICIPATIVA<br />
E O ORDENAMENTO DA PESCA ARTESANAL E DE PEQUENA ESCALA<br />
Sérgio Macedo Gomes <strong>de</strong> MATTOS*<br />
Secretaria Especial <strong>de</strong> Aqüicultura e <strong>Pesca</strong> da Presidência da Republica – SEAP/PR<br />
Escritório no Estado <strong>de</strong> Pernambuco<br />
*sergiomattos@seap.gov.br<br />
Resumo - A pesca artesanal e <strong>de</strong> pequena escala não vem sendo <strong>de</strong>vidamente administrada. A<br />
ativida<strong>de</strong> não acompanhou o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico nem, tampouco, as forças que regem o<br />
mercado. A ciência pesqueira tem, por muito tempo, se <strong>de</strong>dicado à avaliação <strong>de</strong> estoques com<br />
restrito enfoque geográfico e disciplinar, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rando as necessida<strong>de</strong>s sócio-econômicas <strong>de</strong><br />
comunida<strong>de</strong>s pesqueiras e os benefícios potenciais <strong>de</strong> formas mais participativas <strong>de</strong> administração.<br />
Só recentemente, estudos interdisciplinares que consi<strong>de</strong>ram a administração pesqueira em seus<br />
aspectos naturais e sociais têm permitido <strong>de</strong>senvolver formas mais participativas <strong>de</strong> gestão, ou cogestão.<br />
Este artigo apresenta a gestão participativa como alternativa ao or<strong>de</strong>namento e à<br />
sustentabilida<strong>de</strong> dos recursos pesqueiros explorados pelas frotas artesanais e <strong>de</strong> pequena escala,<br />
especialmente no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil, tendo como espelho as nações pesqueiras tradicionais e as<br />
experiências e peculiarida<strong>de</strong>s locais, fundamentada nos conceitos teóricos dos mo<strong>de</strong>los bioeconômicos.<br />
A gestão pesqueira po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a governabilida<strong>de</strong> do comportamento<br />
humano, mas não do comportamento do estoque pesqueiro, o qual é estudado pelas ciências<br />
pesqueiras, porque a aplicação <strong>de</strong> medidas para a gestão <strong>de</strong> um estoque pesqueiro somente po<strong>de</strong> ser<br />
possível através <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s pesqueiras bem administradas. A gestão baseada na comunida<strong>de</strong> e<br />
a co-gestão <strong>de</strong>vem ser fundamentadas em conceitos e conhecimentos <strong>de</strong>senvolvidos conjuntamente<br />
pelos usuários dos recursos, pesquisadores e administradores, mas não existe um conjunto <strong>de</strong> itens<br />
que <strong>de</strong>finem as regras a seguir, porque é irreal esperar pelo estabelecimento <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />
gestão perfeito. Cada caso é único e <strong>de</strong>ve ser analisado pelas características sociais, econômicas e<br />
culturais das comunida<strong>de</strong>s envolvidas. Para bem administrar não se <strong>de</strong>ve apenas conhecer o estoque<br />
pesqueiro, mas também o pescador e o sistema <strong>de</strong> pesca. Assim, foi contextualizada a importância<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir um sistema <strong>de</strong> gestão fundamentado nos possíveis resultados extraídos dos mo<strong>de</strong>los bioeconômicos<br />
conjuntamente <strong>de</strong>senvolvidos por pescadores, pesquisadores e administradores para a<br />
gestão participativa.<br />
PALAVRAS-CHAVE: gestão participativa, bio-economia, sustentabilida<strong>de</strong>, pesca artesanal.<br />
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