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Revista Repesca - Engenharia de Pesca - Uema

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Rev. Bras. Enga. <strong>Pesca</strong> 2[2]<br />

interação entre espécies explotadas e as operações <strong>de</strong> pesca, porque há uma total <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong><br />

realizar precisas <strong>de</strong>scrições e <strong>de</strong>lineações preliminares sobre as ativida<strong>de</strong>s pesqueiras.<br />

Como enfatizado por Lleonart et al. (1999b), a exploração <strong>de</strong> um recurso natural não permitirá<br />

um crescimento in<strong>de</strong>finido. Esses limites <strong>de</strong> crescimento na explotação <strong>de</strong> recursos pesqueiros parecem<br />

estar em contradição com o que alguns economistas recomendam, o qual é precisamente crescimento. A<br />

sustentabilida<strong>de</strong> dos recursos pesqueiros é, assim, um problema econômico e não biológico. Do ponto<br />

<strong>de</strong> vista biológico, uma explotação sustentável é uma meta que se po<strong>de</strong> assumir, mas o problema está<br />

em se é economicamente aceitável planejar um nível <strong>de</strong> crescimento zero na produção pesqueira.<br />

Histórias e experiências recentes <strong>de</strong>monstram que não tem sido possível obter pescarias sustentáveis. As<br />

causas po<strong>de</strong>m ser atribuídas às limitações e incertezas das técnicas <strong>de</strong> avaliação e às pressões<br />

econômicas da pesca em nível mundial.<br />

Por exemplo, uma questão básica no presente contexto que um mo<strong>de</strong>lo bio-econômicos <strong>de</strong>ve<br />

respon<strong>de</strong>r é que qualquer pescaria tem repercussão, positiva ou negativa, no contexto social e<br />

econômico das comunida<strong>de</strong>s pesqueiras, o qual <strong>de</strong>ve conduzir à gestão e à avaliação local <strong>de</strong>ssa<br />

pescaria. Consi<strong>de</strong>rando que a introdução <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> pesqueira é um fator <strong>de</strong> perturbação na<br />

dinâmica do ecossistema, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>ve incorporar o interesse econômico em explorar essa ativida<strong>de</strong>,<br />

limitado por fatores ecológicos, objetivando evitar a sobrexplotação (Facó, 1988).<br />

Entretanto, poucos são aqueles mo<strong>de</strong>los bio-econômicos que consi<strong>de</strong>ram a multiespecificida<strong>de</strong><br />

da pesca <strong>de</strong> pequena escala, <strong>de</strong>stacando-se aqueles <strong>de</strong>senvolvidos para o mar<br />

Mediterrâneo. Consi<strong>de</strong>rando que a pesca <strong>de</strong> pequena escala costeira realizada no Mediterrâneo<br />

possui similarida<strong>de</strong>s com aquela <strong>de</strong>senvolvida no Brasil, principalmente no que se refere à<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer um sistema <strong>de</strong> gestão dinâmico e adaptativo às condições locais, os<br />

mo<strong>de</strong>los ali <strong>de</strong>senvolvidos po<strong>de</strong>m ser adaptados às características da pesca artesanal e <strong>de</strong> pequena<br />

escala aqui <strong>de</strong>senvolvidas para estabelecer um processo <strong>de</strong> gestão participativa. Em geral as áreas<br />

costeiras do Mediterrâneo e do Brasil têm baixa produtivida<strong>de</strong> e uma gran<strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>mográfica, o<br />

que intensifica a pressão sobre os estoques pesqueiros, em virtu<strong>de</strong> da gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por pescado.<br />

Se observarmos a <strong>de</strong>scrição da ativida<strong>de</strong> pesqueira do Mediterrâneo Norte-oci<strong>de</strong>ntal realizada por<br />

Martín (1991), Lleonart et al. (1999b) e Bas (2002), po<strong>de</strong>-se verificar que existem similarida<strong>de</strong>s<br />

com aquelas, por exemplo, em Pernambuco, que se caracterizam por uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

espécies e petrechos <strong>de</strong> pesca empregados, assim como pela variação sazonal das capturas.<br />

O mo<strong>de</strong>lo bio-econômico MEFISTO – Ferramenta <strong>de</strong> Simulação Pesqueira para o<br />

Mediterrâneo (MEditerranean FIsheries Simulation TOols), foi <strong>de</strong>senvolvido para a pesca <strong>de</strong><br />

pequena escala do Mediterrâneo Norte-oci<strong>de</strong>ntal (Franquesa & Lleonart, 2001) e tem como<br />

característica a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> simular diversas estratégias <strong>de</strong> gestão. MEFISTO tem como<br />

fundamento, <strong>de</strong> acordo com Lleonart et al. (1999a), Franquesa & Lleonart (2001) e Lleonart et al.<br />

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