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1 O ensino a distância e a educação à presença ... - USP

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O 36<strong>ensino</strong> a distância e a educação à presença: contribuições psicanalíticas a propósito da formação não-presencial de professores<br />

As origens etimológicas do termo ensinar são mais difusas, o que pode<br />

esclarecer, em parte, as diversas apropriações de sentido que o termo ganha (ou perde).<br />

São imprecisas por, mesmo em sua origem latina, co-existir com uma grande variedade<br />

de sinônimos (decêre, edocêre, instituere, erudire, informare, magistra, prodocêre,<br />

instruere, docere e profecêre) (TORRINHA, 1945). No entanto, “<strong>ensino</strong>”, suposto<br />

produto do ensinar, não encontra nos dicionários etimológicos o mesmo número de<br />

variações, sendo a interpretação mais comum a de transmissão de conhecimento<br />

(tradere/docere aliquem) (TORRINHA, 1945).<br />

Enquanto educar se remete a um conjunto disforme de sentidos, ensinar pode<br />

ser mais exaustivamente interpretado como transmitir. Ao mesmo tempo, para acontecer<br />

a educação, a transmissão tem estatuto de condição sine qua non. Se a educação ocorre<br />

por junção aleatória de variantes indeterminadas, nuance entre o ativo cuidar e o passivo<br />

provocar, o <strong>ensino</strong> se dá simplesmente por acúmulo de informação (GUTIÉRREZ e<br />

PRIETO, 1994). Nesse sentido, o <strong>ensino</strong> seria a ação de transmitir, sob certas<br />

circustâncias, conhecimentos. Estes precisam ser apreendidos na/pela malha da<br />

linguagem de quem os escuta. Alguém adquire um produto de ação educativa realizada<br />

por outro.<br />

“Conhecer não é explicar, elucidar, mas interpretar, - atividade contínua,<br />

inacabada, voltada não sobre o significado das coisas, mas para a ação de<br />

inscrever signos. Aprender, por exemplo, implica estabelecer familiaridade<br />

prática com os signos, com o heterogêneo, aprender é constituir um espaço de<br />

encontro de signos” (FAVARETTO, 1991)<br />

Karl von Frisch, etologista nascido em Viena no ano de 1886, começou a<br />

estudar insetos em 1919. Certo caminho de sua pesquisa o levou ao interesse no<br />

comportamento das abelhas. Em 1973 ele ganhou o Prêmio Nobel de Fisiologia pela<br />

descoberta sobre o comportamento de um tipo de abelha que, pelo movimento,<br />

encaminhava as demais do mesmo grupo em direção à fonte de alimentação.<br />

“abelhas escoteiras ou exploradoras recrutam outras forrageiras dentro da<br />

colméia para a coleta de recursos, por meio de uma dança conspícua. A<br />

dança codifica informação espacial e temporal, indicando a direção e a

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