1 O ensino a distância e a educação à presença ... - USP
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O 40<strong>ensino</strong> a distância e a educação à presença: contribuições psicanalíticas a propósito da formação não-presencial de professores<br />
entre os termos educar e ensinar ou aprender e conhecer. A mediação do professor está<br />
para a educação assim como a mediação de materiais destinados a consulta do aluno está<br />
para o <strong>ensino</strong> (GUTIÉRREZ e PRIETO, 1994: 61-62).<br />
“cuja ação de <strong>ensino</strong> acontece, basicamente, sem a presença física do<br />
professor e a aprendizagem é, prioritariamente, de responsabilidade do<br />
aluno. Embora, para que o aluno venha a ter êxito, seja necessário que a<br />
instituição de <strong>ensino</strong> coloque à sua disposição diversos recursos que ele<br />
possa utilizar para alcançar seus objetivos formativos” (ALBUQUERQUE,<br />
2005: 57)<br />
Mediação no <strong>ensino</strong> a distância, portanto, é algo presumível de acontecer,<br />
assim como se espera que um bolo cresça no forno ao ter se adicionado fermento em sua<br />
receita. Bédard (2004) aponta, por meio de seu relatório de pesquisa, que as consultas a<br />
tutores nos cursos a distância que observou foram muito raras, sendo que a mediação<br />
nessa prática a distância ocorre preponderantemente pelo material dito didático ofertado<br />
pela instituição de <strong>ensino</strong>.<br />
A mediação que pressupõe a equiparação da comunicação à educação pouco<br />
tem a ver com educação. Pois, quando um signo se encadeia a outro no seio da<br />
linguagem, as delimitações do esquema de comunicação podem ser simplesmente<br />
deformadas (LAJONQUIÈRE, 1999:106). Ora são expandidas perante uma palavrachave<br />
por quem a escuta, ora ignoradas perante outra palavra-chave de quem fala. Não é<br />
por acaso que uma das mais corriqueiras maneiras de testar a aprendizagem do<br />
conhecimento é propor ao aluno a repetição de um exercício similar ao já resolvido pelo<br />
professor. Caso contrário, bastaria mostrá-lo, expô-lo. O iniciado não somente o repete,<br />
mas experiencia-o 36 , muitas vezes em voz alta ou pelo diálogo, em grupo ou pela<br />
famigerada “cola”, seja escrita por ele mesmo, como uma repetição em sussuro, seja de<br />
presente do outro. O fato de experimentá-lo faz toda a diferença para o entendimento de<br />
que não se trata mesmo de aprimoramento da comunicação. A experiência da educação<br />
não é a mesma experiência da abelha na fonte de alimento ou, por semelhança, no<br />
36 O que também dá pistas sobre o fascínio destinado às ardilosas “pegadinhas”, jogos de encadeamento de<br />
significantes, comuns em problemas de matemática, falsos cognatos etc.