POLÃTICA E LAZER: - Ministério do Esporte
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Dulce Suassuna e Al<strong>do</strong> Antonio de Azeve<strong>do</strong> (organiza<strong>do</strong>res)os órgãos governamentais responsáveis pela elaboração e execução depolíticas destinadas ao lazer? Este conjunto de questões desemboca emum aspecto que se apresenta como importante, qual seja, entender o espaçoatribuí<strong>do</strong> ao lazer na esfera governamental. O texto constitucional,Art. 6º da CF/88, mostra a relação estabelecida entre o lazer e o mun<strong>do</strong><strong>do</strong> trabalho, sugerin<strong>do</strong>-se a idéia, inclusive pela interpretação de Telles(2000), que o lazer é um direito assegura<strong>do</strong> ao trabalha<strong>do</strong>r no perío<strong>do</strong>de férias, ou no fim de semana. Esta discussão é polêmica se trazidapara o campo da teoria <strong>do</strong> lazer, pois é demarcada com fundamento naidéia de que vivemos em uma sociedade <strong>do</strong> trabalho. Então, se coloca aseguinte questão: é o Ministério <strong>do</strong> Trabalho o responsável pela gestãode políticas para o lazer?Mas, parece haver uma certa relação entre lazer e cultura, especialmentemarcada quan<strong>do</strong> se trata <strong>do</strong> lazer como cultura de massa,cuja principal função é a diversão. Nessa acepção o lazer é confundi<strong>do</strong>com entretenimento e pode, inclusive, ser concebi<strong>do</strong> com fundamentona relação com a apropriação da cultura popular, realizada por parte<strong>do</strong>s meios de comunicação de massa. A esse respeito registra-se o quediz Canclini: “Para o merca<strong>do</strong> e para a mídia o popular não interessacomo tradição que perdura” (CANCLINI, 2003, p. 260). Assim, o“lazer” assume o caráter de espetacularização e passa a ser defini<strong>do</strong>como de massa ou popular, como se observa a seguir:A manifestação política espetaculariza a presença <strong>do</strong> povo deum mo<strong>do</strong> pouco previsível: quem sabe como acabará a irrupçãode uma multidão nas ruas? Ao contrário, a popularidadede cantores ou atores, dentro de espaços fecha<strong>do</strong>s – um estádio,um canal de televisão –, com um princípio e um fimprograma<strong>do</strong>s, em horários precisos, é uma espetacularidadecontrolada; mais ainda se essa repercussão massiva se dilui natransmissão organizada <strong>do</strong>s televisores <strong>do</strong>s lares. O que há deteatral nos grandes shows se baseia tanto na estrutura sintáticae visual, na grandiloqüência <strong>do</strong> espetáculo, quanto nos índicesde audiência, na magnitude da popularidade; mas trata-sede uma espetacularização quase secreta, submersa finalmente26