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POLÍTICA E LAZER: - Ministério do Esporte

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Dulce Suassuna e Al<strong>do</strong> Antonio de Azeve<strong>do</strong> (organiza<strong>do</strong>res)da qual alguns estariam <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s: é o nome que se empresta auma situação estratégica em uma dada sociedade (Foucault,1977). (Idem, p. 261).Dessa forma, a a<strong>do</strong>ção da concepção foucaultiana de poder porparte de Canclini serve para mostrar que os meios de comunicação demassa têm um poder relativo, posto que existe a possibilidade de queeles disseminem um tipo de cultura que efetivamente lhes interesse.Contu<strong>do</strong>, os sujeitos receptores desse processo são, antes de tu<strong>do</strong>,sujeitos, e por essa razão são capazes de fazer escolhas e de estabelecermecanismos de resistência. Essa visão sobre o poder também foirecuperada por Chaui no livro Conformismo e resistência: aspectos dacultura popular no Brasil, onde ela mostra que as estratégias definidaspelos múltiplos atores sociais no trato com as políticas são diferenciadas,mas têm um significa<strong>do</strong> expressivo. Desta maneira, a autora desbancaa tese de que existe uma passividade imanente aos movimentossociais ou a determina<strong>do</strong>s sujeitos na sociedade, e afirma que, inclusive,ações que podem ser interpretadas como conformistas, em verdadepodem significar uma maneira de resistir diferenciada. Apropria-se daautora no trecho que segue:Resistência que tanto pode ser difusa – como na irreverência<strong>do</strong> humor anônimo que percorre as ruas, nos ditos populares,nos grafitis espalha<strong>do</strong>s pelos muros das cidades – quantolocalizada em ações coletivas ou grupais. Não nos referimosàs ações deliberadas de resistência (...), mas a práticas <strong>do</strong>tadasde uma lógica que as transforma em atos de resistência(CHAUI, 1993, p. 63).Com isso o significa<strong>do</strong> de resistência passa a ser diverso daqueleincorpora<strong>do</strong> pela cultura <strong>do</strong>minante, e tem estreita relação com a noçãode homem cordial de Buarque de Holanda, ou mesmo a figura <strong>do</strong> Jeca – oacomoda<strong>do</strong> – e, até mesmo, a <strong>do</strong> malandro, cujo senti<strong>do</strong> atribuí<strong>do</strong> à éticaé o <strong>do</strong> que quer “tirar vantagem de tu<strong>do</strong>”. Enfim, essa interpretação corroboracom uma ressignificação <strong>do</strong> que vem a ser conformismo e o que28

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