11.07.2015 Views

Modelo prático para tomada de decisão ética em questões ...

Modelo prático para tomada de decisão ética em questões ...

Modelo prático para tomada de decisão ética em questões ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Estudos44Como consciência ética da organização,os profissionais <strong>de</strong> relaçõespúblicas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser b<strong>em</strong> versadostanto <strong>em</strong> filosofia moral como <strong>em</strong>ética. Esta pesquisa contribui <strong>para</strong> oconhecimento moral e permite aosprofissionais uma compreensão <strong>de</strong>ssafilosofia e das técnicas analíticasaplicadas pela abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ontológicana <strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ética.O mo<strong>de</strong>lo prático apresentado nesteartigo po<strong>de</strong> ser impl<strong>em</strong>entado porpessoas com pouco ou nenhumestudo <strong>em</strong> ética e po<strong>de</strong> resultar numaanálise rigorosa e sist<strong>em</strong>ática dosdil<strong>em</strong>as éticos.Fundações éticas do mo<strong>de</strong>loprático propostoEste trabalho baseia-se na fundamentaçãoconceitual <strong>de</strong>terminada napesquisa “Expansão da ética como odécimo princípio genérico das relaçõespúblicas excelentes: uma teoriakantiana <strong>para</strong> o gerenciamento dasquestões éticas” (Bowen, 2004). Omo<strong>de</strong>lo normativo kantiano <strong>de</strong>ssa pesquisafoi explorado <strong>para</strong> tornar-se omo<strong>de</strong>lo aqui apresentado com baseno estudo <strong>em</strong>pírico <strong>de</strong> duasorganizações (Bowen, 2000). O propósitoé fazer uma breve revisão <strong>de</strong>um sist<strong>em</strong>a conceitual da <strong>de</strong>ontologiakantiana como base <strong>para</strong> o mo<strong>de</strong>loprático <strong>de</strong> <strong>tomada</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão éticas.Beck (1963) <strong>de</strong>finiu a ética como“a divisão da filosofia prática universalque trata da bonda<strong>de</strong> intrínsecaencontrada <strong>em</strong> algumas mas n<strong>em</strong> <strong>em</strong>todas as ações, disposições e máximas”(p. xiii). A escola <strong>de</strong>ontológica<strong>de</strong> ética é baseada na abordag<strong>em</strong>racional da <strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Sullivan (1994) explicou que a fonte da<strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão moral é ointelecto racional <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> regrasprescritas por religiosos ou legisladores.Flew (1979) <strong>de</strong>finiu o racionalismocomo a crença <strong>de</strong> que apenas pelarazão o hom<strong>em</strong> po<strong>de</strong> obter o conhecimentoda natureza <strong>de</strong> algo. Estavisão consi<strong>de</strong>ra que a fé, o hábito, opreconceito e a religião são irracionaise prefere que as <strong>de</strong>cisões éticas sejamguiadas por raciocínio <strong>de</strong>dutivo (Flew,1979). O racionalismo e a autonomiaestão associados na <strong>de</strong>ontologia,como discutido a seguir. Nas relaçõespúblicas, a autonomia po<strong>de</strong> tomar aforma <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> da invasão ousublimação <strong>para</strong> outras funçõesorganizacionais, b<strong>em</strong> como a liberda<strong>de</strong>individual do administrador <strong>para</strong>fazer escolhas morais.Kant (1724-1804) baseou sua filosofiamoral no meta-dogma ou naprotonorma da autonomia racional.Christians e Traber (1997) <strong>de</strong>finiramprotonormas como “pressuposiçõesocultas necessárias <strong>para</strong> raciocínioético” (p. xi). Protonormas geralmentetranspõ<strong>em</strong> fronteiras culturais e sociais<strong>para</strong> refletir uma tradição filosófica queé universal por natureza (Christians &Traber, 1997), o que significa que po<strong>de</strong>ser aplicada consistent<strong>em</strong>ente através<strong>de</strong> circunstâncias diversas.Na filosofia kantiana, uma <strong>de</strong>cisãosó po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>iramente moral sefor <strong>tomada</strong> por uma pessoa autônomae racional. Kant <strong>de</strong>finiu razão como “afaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> princípios” (Sullivan,1989, p. 48). Racionalida<strong>de</strong> é o guiautilizado por Kant <strong>para</strong> dotar o hom<strong>em</strong><strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha e do <strong>de</strong>ver<strong>de</strong> cumprir a lei moral. Kant afirmouque até o maior criminoso sabe queestá agindo contra a lei moral porcausa <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamentoracional.A concepção <strong>de</strong> Kant <strong>para</strong> a liberda<strong>de</strong>do agente humano racional eracontrária à heg<strong>em</strong>onia da aristocraciadominante durante sua vida. A idéia<strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> moral baseada naracionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada ser equivaliaàquilo que Kant chamava <strong>de</strong> revoluçãocopérnica na filosofia moral(Green, 1997; Kant, 1785/1948; Sullivan,1989). Em 1543, Copérnico utilizou oteor<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Pitágoras <strong>para</strong> provar mat<strong>em</strong>aticamenteque nosso planeta eraEstudos, revista s<strong>em</strong>estral do Curso <strong>de</strong> Jornalismo e Relações Públicas da Universida<strong>de</strong> Metodista <strong>de</strong> São Paulo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!