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Modelo prático para tomada de decisão ética em questões ...

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Estudos45esférico e girava <strong>em</strong> torno do sol, <strong>de</strong>safiandoa doutrina religiosa <strong>de</strong> que aterra era o centro do universo (Flew,1979). Kant <strong>de</strong>scobriu a natureza damoralida<strong>de</strong> ao associar autonomia eracionalida<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>scoberta fundamental<strong>de</strong> Copérnico sobre a naturezado universo.O imperativo da autonomia impregnatoda a filosofia <strong>de</strong> Kant. Combase na racionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um agente,aquela pessoa <strong>de</strong>ve tomar <strong>de</strong>cisões<strong>de</strong> acordo com seu julgamento moralin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e autônomo. A lei daautonomia <strong>de</strong>clarou que “um agent<strong>em</strong>oral é um agente que po<strong>de</strong> agirautonomamente, isto é, como uma leipor si só, com base na máxima doobjetivo <strong>de</strong> sua razão somente”(Sullivan, 1989, p. 48). Kant acrescentouque a universalida<strong>de</strong> é a pedra-chavesobre a qual está a lei daautonomia; ele chama isso <strong>de</strong> “a idéiada <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> cada ser racionalcomo uma <strong>de</strong>terminação que faz a leiuniversal” (Kant, 1785/1964, p. 98).A autonomia é essencial <strong>para</strong>uma <strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ética, porquelibera o tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>interesses subjetivos e <strong>de</strong>sejos pessoais,t<strong>em</strong>ores <strong>de</strong> repercussão negativa ououtras influências preconceituosas na<strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Assim, a autonomiaé a liberda<strong>de</strong> <strong>para</strong> tomar uma<strong>de</strong>cisão baseada no que é moralmentecorreto segundo o sensocomum, <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> preocupaçõescom interesses pessoais. Kant (1785/1993, p. 213) explicou a autonomia daseguinte forma:Não po<strong>de</strong>mos conceber a razãoconscient<strong>em</strong>ente permitindo qualqueroutra parte <strong>para</strong> dirigir seujulgamento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então o sujeitoatribuiria o controle <strong>de</strong> seu julgamentonão <strong>para</strong> a razão, mas<strong>para</strong> um impulso. A razão <strong>de</strong>veconsi<strong>de</strong>rar-se como a autora <strong>de</strong> seusprincípios in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>influências externas; conseqüent<strong>em</strong>ente,ela, como razão prática oucomo o <strong>em</strong>penho <strong>de</strong> um ser racional,<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar-se livre.Pelo mérito <strong>de</strong> se ter um <strong>em</strong>penhomoral e autonomia moral, Kant obrigoucategoricamente todos os seres acumprir seu <strong>de</strong>ver <strong>em</strong> relação à leimoral. A autonomia facilita a liberda<strong>de</strong><strong>de</strong> invasão e aumenta o papel <strong>de</strong>transposição <strong>de</strong> fronteiras valorizadopelas relações públicas. Além disso,uma abordag<strong>em</strong> racional já é usada<strong>em</strong> questões <strong>em</strong>ergentes como partedo processo <strong>de</strong> relações públicas discutidopor Dozier (1992), que <strong>de</strong>clarou:“Gestores tomam <strong>de</strong>cisões e sãoresponsabilizados por resultados <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> relações públicas. (...) Elesfacilitam a comunicação entre agerência e os públicos e orientam agerência no que os profissionais <strong>de</strong>screv<strong>em</strong>como um ‘processo <strong>de</strong> solução<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as racional’ [<strong>em</strong> itálico]” (p.333). Este processo racional significaaplicar uma análise metódica <strong>para</strong>alternativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões variáveis,eliminando a influência do preconceitoe tomando uma <strong>de</strong>cisão lógica baseadasomente <strong>em</strong> fazer o que écorreto num senso objetivo.O mo<strong>de</strong>lo prático <strong>de</strong> gerenciamento<strong>de</strong> questões <strong>em</strong>ergentes (cf.quadro 1) proposto nesta pesquisa começapedindo aos gestores <strong>de</strong>questões <strong>em</strong>ergentes que consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong> aprotonorma kantiana na seção “Autonomia”do mo<strong>de</strong>lo. Com o propósito <strong>de</strong>impl<strong>em</strong>entação prática, o mo<strong>de</strong>lope<strong>de</strong> que o <strong>de</strong>cisor elimine interessespróprios, ambição e motivos egocêntricosfazendo-se as perguntas:“Estou agindo me baseando exclusivamentena razão? Posso excluir ainfluência política, influência monetáriae o interesse próprio?” Se a resposta for“sim”, então o gestor po<strong>de</strong> continuar<strong>para</strong> o próximo passo do mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong>análise do dil<strong>em</strong>a ético e adiante na<strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Se a resposta for“não”, então houve subjetivida<strong>de</strong> e oA autonomia éessencial <strong>para</strong> uma<strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoética, porque libera o<strong>de</strong>cisor <strong>de</strong> interessessubjetivos e <strong>de</strong>sejospessoais, t<strong>em</strong>ores <strong>de</strong>repercussão negativaou outras influênciaspreconceituosas.<strong>Mo<strong>de</strong>lo</strong> prático <strong>para</strong> <strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ética <strong>em</strong> questões <strong>em</strong>ergentes nas relações públicas

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