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Modelo prático para tomada de decisão ética em questões ...

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Estudos47impulso <strong>de</strong> <strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobreo qual o agente moral baseia uma<strong>de</strong>cisão. Assim sendo, o imperativocategórico fornece uma norma <strong>de</strong>moralida<strong>de</strong> que ajuda o <strong>de</strong>cisor a enten<strong>de</strong>rseu <strong>de</strong>ver numa situação aopermitir que o agente universalize oprincípio moral. Se o princípio nãopo<strong>de</strong> ser universalizado, torna-se contraditórioou é um princípio que o<strong>de</strong>cisor não po<strong>de</strong>ria aceitar na outraponta da <strong>de</strong>cisão, então ele falha noteste do imperativo categórico.Por ex<strong>em</strong>plo, a máxima “Somentecontarei uma mentira <strong>em</strong> casos on<strong>de</strong>não serei pego” torna-se tão impossível<strong>de</strong> universalizar como contraditória. Omentiroso não po<strong>de</strong> universalizar esteprincípio porque, se todas as pessoasmentiss<strong>em</strong>, nessa situação a verda<strong>de</strong>seria impossível <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir. Alémdisso, duvida-se que o mentirosoqueira viver num mundo on<strong>de</strong> todos osoutros também mintam, porque entãoseria impossível acreditar <strong>em</strong> suaprópria mentira, porque todos sãomentirosos. Uma mentira somente éb<strong>em</strong>-sucedida se há uma suposição<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> por parte do receptor.A impl<strong>em</strong>entação prática doimperativo categórico <strong>de</strong> Kant évisualizada na seção “Perguntas” domo<strong>de</strong>lo prático (cf. quadro 1). Todogestor <strong>de</strong> questões <strong>em</strong>ergentes <strong>de</strong>veconsi<strong>de</strong>rar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente as trêsperguntas que segu<strong>em</strong> e discuti-lascom a equipe <strong>de</strong> questões <strong>em</strong>ergentes.Estas perguntas são elaboradas<strong>para</strong> convocar a natureza universal doimperativo categórico <strong>de</strong> Kant, b<strong>em</strong>como sua reversibilida<strong>de</strong>, <strong>para</strong> o<strong>de</strong>cisor ser capaz <strong>de</strong> colocar-se nolugar <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> recebe a <strong>de</strong>cisão. Elassão: “Posso obrigar todos os <strong>de</strong>maisque estiver<strong>em</strong> numa situação parecidacom a minha a fazer o mesmo queeu?”; “Eu aceitaria esta <strong>de</strong>cisão seestivesse do outro lado?”; e, <strong>para</strong>l<strong>em</strong>brar racionalida<strong>de</strong> e autonomia,“Já enfrentei uma situação éticas<strong>em</strong>elhante antes?” Essas <strong>de</strong>claraçõespráticas renovadas do imperativocategórico <strong>de</strong> Kant permit<strong>em</strong> aosgestores <strong>de</strong> questões <strong>em</strong>ergentesaplicar um conceito abstrato numprobl<strong>em</strong>a prático.Dever, intenção e respeitopelos outrosDividi a filosofia moral kantiana nascategorias <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver, intenção ou boavonta<strong>de</strong> moral e respeito pelos <strong>de</strong>mais.Essas três categorias, grosso modo,correspon<strong>de</strong>m às três formulações <strong>de</strong>Kant do imperativo categórico.Ações feitas com base no <strong>de</strong>verdifer<strong>em</strong> das ações inspiradas por tendênciaou interesse próprio. Kant <strong>de</strong>fendiaque, por sua habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocinar eagir <strong>de</strong> forma autônoma, as pessoasprovavelmente vão agir <strong>de</strong> acordo comos imperativos morais universais(categóricos). Sullivan (1989, p. 133)explicou: “O único incentivo <strong>para</strong> agircom base no motivo do <strong>de</strong>ver, escreveKant, é a reverencia ou o respeito quesentimos <strong>para</strong> com a lei moral”.Assim sendo, a discussão <strong>de</strong> Kantdo <strong>de</strong>ver forneceu um meio atravésdo qual se analisa a boa vonta<strong>de</strong> ouintenções com valor moral. Em 1785Kant escreveu: “Nada po<strong>de</strong> serconcebido no mundo, n<strong>em</strong> fora <strong>de</strong>le,que po<strong>de</strong> ser chamado bom s<strong>em</strong>qualificação, exceto a boa vonta<strong>de</strong>”(1785/1964, p. 154). Kant observouuma boa vonta<strong>de</strong> moral como umacondição necessária <strong>para</strong> a <strong>tomada</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ética. Baron (1995, p.183) explicou: “A boa vonta<strong>de</strong> émanifestada <strong>em</strong> ações feitas a partirdo <strong>de</strong>ver”.Em sua discussão sobre dignida<strong>de</strong>e respeito pelos <strong>de</strong>mais, Kant queriaque as pessoas foss<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre tratadascomo um fim <strong>em</strong> si mesmas enunca como um meio <strong>para</strong> o fim. Eleescreveu (Kant, 1785/1964, p. 385):“Dev<strong>em</strong>os respeitar todos os seres humanoscomo se tivess<strong>em</strong> valor intrínsecoe objetivo ou dignida<strong>de</strong>”. Estamáxima po<strong>de</strong> ser executada <strong>em</strong> rela-“O único incentivo<strong>para</strong> agir com baseno motivo do <strong>de</strong>ver,escreve Kant, é areverencia ou orespeito que sentimos<strong>para</strong> com a leimoral”.Uma <strong>de</strong>cisão que usaum <strong>para</strong>digma<strong>de</strong>ontológico épotencialmente maiscomplexa do queaquela baseada noutilitarismo, <strong>em</strong> que afilosofia direciona umcaminho claro <strong>para</strong>servir ao b<strong>em</strong> próprioou ao b<strong>em</strong> <strong>de</strong> umnumero maior <strong>de</strong>pessoas.<strong>Mo<strong>de</strong>lo</strong> prático <strong>para</strong> <strong>tomada</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ética <strong>em</strong> questões <strong>em</strong>ergentes nas relações públicas

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