32 | edição nº<strong>112</strong> | Jun | 2011 |Supply Chain3º Congresso do IBPSCreuniu especialistas dediversos segmentosSustentabili<strong>da</strong>de, gestão de compras e suprimentos, integração de informações na cadeia, gestão de fornecedores,seleção e relacionamento com operadores logísticos foram alguns dos temas em pauta.Nos dias 11 e 12 de maioúltimo, a ci<strong>da</strong>de de SãoPaulo foi palco do 3ºCongresso de Supply Chain doIBPSC – Instituto Brasileiro deProfissionais de Supply Chain(Fone: 19 3289.4181), eventoque reuniu especialistas emcadeias de abastecimentode diversos segmentos deatuação, os quais ministrarampalestras e protagonizaramdebates acerca de váriosassuntos pertinentes ao SupplyChain.Quem iniciou aprogramação foi CyroFernandes, diretor de SupplyChain <strong>da</strong> Coca-Cola, que temfábrica no Brasil desde 1943,mas só em 2007 criou a áreade Supply Chain no país. Emsua apresentação, o executivocontou que a integração do SCna companhia é responsávelpor fazer a interfaceentre os departamentosde fornecimento,desenvolvimento, compras,manufatura, movimentação,ven<strong>da</strong>s e serviços.De acordo com ele, acriação <strong>da</strong> área de SC tornoumais fácil a integração entre aspartes envolvi<strong>da</strong>s na cadeia,apesar de se ter enfrentadodesafios como volatili<strong>da</strong>dede commodities, veloci<strong>da</strong>dede mu<strong>da</strong>nças, falta deinfraestrutura ofereci<strong>da</strong> peloUm público variado e bastante interessado participou do evento,em busca de novi<strong>da</strong>des e reciclagem sobre o assuntopaís, capacitação e retençãode talentos, burocracia erestrições, necessi<strong>da</strong>de de seatender às expectativas declientes, consumidores e <strong>da</strong>socie<strong>da</strong>de, além de requererum plano de continui<strong>da</strong>de egestão de riscos.Outra barreira destaca<strong>da</strong>por Fernandes foi a questão<strong>da</strong> visibili<strong>da</strong>de do SC. “Até2020, o volume de produtos <strong>da</strong>companhia deverá dobrar. Porisso, a visibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cadeiae a gestão de estoques serãoprimordiais para a Coca-Cola.Posso dizer que do conceito‘empurrado pela produção’,nosso SC passará a ser ‘puxadopela deman<strong>da</strong>’ atendendoàs reais necessi<strong>da</strong>des domercado”, apontou.A segun<strong>da</strong> apresentaçãoficou a cargo do head dequali<strong>da</strong>de assegura<strong>da</strong> <strong>da</strong> DHLSupply Chain, João Martins,que discorreu sobre a toma<strong>da</strong>de decisões de negócio a partir<strong>da</strong> análise de indicadores deperformance, ressaltando a importânciade se tomar decisõescom base em informações e <strong>da</strong>dos,não na base do “achismo”.O palestrante tratou dedeixar claro, no entanto, que éfun<strong>da</strong>mental saber o que irá sermedido, ao invés de escolherindicadores aleatoriamente.“Às vezes, com muitainformação fica difícil sabero que utilizar, como utilizare de que forma transformaraquilo em resultado”, explicou,citando, na sequência, asetapas que precisam sersegui<strong>da</strong>s, de acordo com omodelo apresentado. São elas:coletar <strong>da</strong>dos, transformá-losem informação, estabelecerindicadores e monitorá-los,escolher iniciativas, melhoraro processo, implantar eacompanhar os resultados.Em outro auditório, simultaneamenteà palestra <strong>da</strong> DHL,foi apresentado um case sobremilk-run na cadeia de suprimentos.O responsável porabor<strong>da</strong>r o assunto foi MaurícioTogini, gerente de planejamentode produção e de materiais<strong>da</strong> Mabe Eletrodomésticos.Uma <strong>da</strong>s melhorias queo milk-run trouxe foi o nivelamentodos produtos, ou seja,a padronização <strong>da</strong> linha deprodução para agilizar a fabricação,através de interpretações<strong>da</strong> sazonali<strong>da</strong>de dos produtoscom auxílio <strong>da</strong> tabela ABC-XYZ.Segundo Togini, a principalmelhoria foi no programa decoleta de cargas com rotasfixas. “A empresa deixou debuscar em ca<strong>da</strong> fornecedor aspeças necessárias para sua pro-
| edição nº<strong>112</strong> | Jun | 2011 |33dução e otimizou esse processocriando rotas para que apenasum veículo buscasse em váriosfornecedores, diminuindo opreço final do frete e do produto”,explicou.O gerente <strong>da</strong> Mabe contouque o processo começou a serimplantado em 2007, sendoque após um ano de esquematização,o projeto-pilotofoi acionado e organizado.Já em 2009, ele sofreu umaexpansão, abrangendo todosos fornecedores <strong>da</strong>s fábricas<strong>da</strong> companhia, e 2010 foi o ano<strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção do processo,resultando em uma redução docaixa em R$ 12 milhões. “Paraeste ano, temos como principalobjetivo a criação de mais 12rotas, chegando a 33 no total,e a implantação de um projetopara padronizar as embalagensdos produtos, porque o papelfilme é um dos atributos maiscaro do produto final”, revelou.Representando o Itaú-Unibanco, o gerente deplanejamento, Daniel Okino, e oanalista sênior de planejamentode numerário, Eduardo Junqueira,falaram sobre a logísticado dinheiro no Brasil e to<strong>da</strong> acomplexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s operações.Para se ter ideia dos desafios,números do final de 2010 dãoconta que o país tem quase 4mil agências bancárias, 30 milterminais de auto-atendimento(os caixas eletrônicos) e cercade mil PBAs, que são caixasque ficam dentro de empresas.No último ano, foramaproxima<strong>da</strong>mente 540 milembarques de numerário paraesses pontos de atendimento ealgo em torno de R$ <strong>112</strong> bilhõestransportados em operações deabastecimento e coleta. “O fatode o produto (dinheiro) fluir emduas direções – abastecimentoe coleta – torna a operaçãoain<strong>da</strong> mais complexa”, afirmouOkino.Como desafios para otransporte de numerários esuprimento de to<strong>da</strong> a cadeia,o gerente de planejamentoe Junqueira destacaram oaumento do volume e do usode dinheiro no país, a bancarizaçãode regiões cujo acesso émais complicado e a entra<strong>da</strong> denovas cédulas, que já estão emcirculação e aumentaram ain<strong>da</strong>mais a complexi<strong>da</strong>de logística.Em segui<strong>da</strong>, Tânia Mijas,gerente de fornecedores <strong>da</strong> GEHealthcare, abordou um temabastante importante no SC: agestão de fornecedores. Logono início <strong>da</strong> apresentação, apalestrante lançou um questionamentoaos congressistas:por que é necessário qualificarum fornecedor? E a respostafoi a seguinte: “muitas vezes,Durante os debates abertos para perguntas, também foi grandea empatia entre os participantes do congresso