38 | edição nº<strong>112</strong> | Jun | 2011 |para gerenciar a sazonali<strong>da</strong>dedos produtos fabricados. Acompanhia sempre produzia osmateriais antes de o setor deven<strong>da</strong>s conseguir comercializaros produtos com as lojas dedepartamento. Com o VSM,os produtos apenas serãofabricados após os contratosde ven<strong>da</strong>s serem fechados,resultando em menos estoquee reduzindo o gasto em 50%.Já Fonseca comentou o uso<strong>da</strong> logística no manuseio de suprimentoshospitalares. A principalmu<strong>da</strong>nça do hospital foia implantação de uma equipede “tradutores” de prontuáriomédico, ou seja, enfermeirosque leriam as receitas e introduziriamno sistema os pedidosmédicos. Mas a logística em sisurgiu a partir desses tradutores,que requisitavam a substituiçãode qualquer remédioque o hospital não produzisseou tivesse em seu estoquepara não aumentar gastos. Issoprimeiramente gerou um embatecom os médicos, mas aolongo do tempo tornou-se umarotina. Outra ação do projetode logística foi a substituiçãodo antigo sistema de código debarras dos remédios por umamistura <strong>da</strong>s barras tradicionaiscom imagens 3D.Após as duas apresentações,foi aberto o debate paraperguntas com a participaçãodos congressistas, com moderaçãodo professor MarceloAlencar, <strong>da</strong> Unicamp.Painel de Gestãode OperadoresLogísticosO painel gestão deOperadores Logísticos tevecomo moderador novamenteo professor Marcelo Alencar,e contou com a participaçãode Daniel Drapac, diretor detransportes <strong>da</strong> AGV Logística,e Alexandre Giosa, gerente deoperações <strong>da</strong> Kelco Pet Care –Produtos Animais.Drapac foi o primeiro apalestrar, mostrando comoescolher o melhor OperadorLogístico. No case, o diretordescreveu o processo de escolhade dois OLs do mercado. Aempresa do exemplo escolheuficar com um que já prestavaserviços há mais tempo nacompanhia, denominado OperadorA. O outro operador (B)nunca havia trabalhado com otipo de produto fornecido pelacontratante. Drapac disse queao passar do tempo, o OperadorA começou a dificultar osprocessos de logística, principalmentepor ser uma empresaamericana, e os pedidos dealteração de rota ou contratotinham de ser analisados poruma banca julgadora quetraduzia os pedidos e levavapara aprovação no exterior,e só depois desse retorno asmu<strong>da</strong>nças poderiam ser feitas.Essa foi a principal causa dorompimento do contrato como Operador A, permitindo queo Operador B ficasse com asrotas.Já na palestra de Giosa, ofoco principal foi o relacionamentoe o tratamento que aempresa embarcadora deveter com o Operador Logístico.Para o palestrante, “essarelação é muito pareci<strong>da</strong> comum casamento, ou seja, nosprimeiros anos, os problemasnão são tantos e tudo ocorreconforme o contrato, mas tudomu<strong>da</strong> depois <strong>da</strong> primeira convergênciaou primeiro pedidofora do contrato”. A empresacontratante deve informar aoseu Operador Logístico todosos seus problemas, desdeo manuseio <strong>da</strong> carga até aspossíveis rotas que devem sersegui<strong>da</strong>s. “Porque são essesproblemas que podem causarum divórcio no futuro”.Ao término <strong>da</strong>s apresentações,o professor MarceloAlencar mediou um debatecom os participantes e ospalestrantes para discussãodo melhor tratamento com oOperador Logístico.Painel de Gestãode CarreirasExecutivasUm dos mais dinâmicospainéis de evento foi sobre gestãode carreiras executivas, quecontou com palestra de ArmandoDal Colleto, reitor <strong>da</strong> BSP, eThomas F. Reaoch, CEO <strong>da</strong> RCInvest Consultoria Empresarial,sob moderação de EduardoMatsushita, vice-presidente esócio <strong>da</strong> Fesa para a prática deconsultoria em busca e seleçãode executivos para as indústriasautomotiva, de autopeças, detransportes, de logística e debens de capital.Colleto começou falando <strong>da</strong>importância <strong>da</strong> sincronia entreas três engrenagens: profissionais,escolas e empresas.Conforme mostrou, o quemotiva os profissionais a seaprimorarem são conhecimento,networking e progresso<strong>da</strong> carreira. “Aprender é algocontinuo na nossa vi<strong>da</strong>. Não setermina de aprender quandose forma na facul<strong>da</strong>de. Asempresas precisam de pessoasque estejam em constanteaprimoramento e apresentemnovi<strong>da</strong>des”, disse.Segundo Colleto, omercado busca profissionaisque mostrem resultados, poisestes mantêm a sobrevivência<strong>da</strong> companhia. São buscadosprofissionais empreendedores,capazes de li<strong>da</strong>r com inovação,produzindo resultados sustentáveis.Hoje, valoriza-se maissoft skills (saber se relacionar,comunicar, liderar) que hardskills (competência técnica).Ser ético, íntegro, socialmenteresponsável, preparado para odesconhecido, preparado antesde chegar ao cargo e que continueevoluindo e se aprimorandosão outras característicasimportantes.Neste ponto, o mediador,Matsushita, comentou queo hard skills é básico, todomundo precisa ter. Já o softskills é mais difícil, pois envolvea capaci<strong>da</strong>de de negociar,influenciar. “É chamar as pessoaspara chegar a um objetivoúnico.”Como palestrante motivacional,Reaoch, por sua vez,ressaltou que seu objetivopessoal, hoje e sempre, ésensibilizar, provocar e compartilhar.Ele salientou que orelacionamento vale mais doque o conhecimento técnicoe que o mundo tem quase 7bilhões de pessoas. Quantasvocê conhece? “Para conhecerpessoas é necessário esforço eenergia”, disse.O Brasil tem como culturade networking ser informal nosrelacionamentos, tratar peloprimeiro nome, normalmenteos profissionais não fazemparte de nenhuma associação,a maioria não tem cartãode visita, prefere não falarcom desconhecidos, “temvergonha” e usa a política do“vamos tomar um café”. “Aspessoas não se relacionam.É através dos desconhecidosque se aumenta o network. Eé a partir dos conhecidos quese conhece os desconhecidos”,ensinou.O que fazer para serdiferente? “O primeiro passo éperder a vergonha”, respondeuReaoch. De acordo com ele,o valor não está no cartão devisita, mas em desenvolver umprocesso e registrar a informação.“Entregue seu cartão epeça o cartão de outra pessoa.No mínimo consiga cinconovos cartões por evento, leveum caderno ou fichas em brancopara preencher. Diga quevocê não está vendendo na<strong>da</strong>e converse de forma positiva.Bastam 15 segundos. Depois,faça um follow up”, explicou.Ele também incentivouusar as redes sociais, principalmenteo Twitter e o LinkedIn(com currículo em inglês e português)e ter um blog pessoal.É importante, ain<strong>da</strong>, participarde grupos de discussão online.“Lembre-se <strong>da</strong> teia dearanha: o reforço vem <strong>da</strong> açãocircular. Apresente pessoasque você conhece para outras.É preciso sempre conhecerpessoas novas e interagir”,finalizou.Matsushita lembrouque quanto mais influência,mais poder se tem comoprofissional. “Quem cui<strong>da</strong> desua carreira é só você. Nãoadianta ficar esperando poralgo acontecer”.
| edição nº<strong>112</strong> | Jun | 2011 |39