O santo D. EugênioÉ por isso mesmo que ela não po<strong>de</strong> se ausentar da escola, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntementeda crença dos jovens estudantes: “Para que <strong>de</strong>forma completa a Educação possa assegurar o futuro da socieda<strong>de</strong>,pois são fundamentais os valores morais ministrados a<strong>de</strong>quadamente.”A conversa, coor<strong>de</strong>nada pelo professor Sérgio Pereira da Silva, foiconcluída com o comentário <strong>de</strong> D. Eugênio, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> solicitar quea Educação fosse incluída entre as priorida<strong>de</strong>s do País: “Ela encerraalgo intrínseco à natureza do homem. Procura dar resposta às interrogaçõesque norteiam nossas ativida<strong>de</strong>s por toda parte.” Daí a necessida<strong>de</strong>do ensino religioso nas escolas. Rádio CatedralOutra ação que me aproximou muito <strong>de</strong> D. Eugênio Sales foi ainauguração da Rádio Catedral. Participei das primeiras reuniõessobre a sua programação, daí nascendo a idéia do vitorioso programa“Vox Populi”, conduzido pelo Conselho Cultural da Arquidiocesedo Rio <strong>de</strong> Janeiro. Participei durante mais <strong>de</strong> dois anos, todas assegundas-feiras, às 18 horas, do atraente programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, aolado <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong>dicados e competentes. Tudo obra do Car<strong>de</strong>al,que, com a sua acuida<strong>de</strong>, por vezes nos puxava as orelhas quandopassávamos do ponto. Mas isso muito raramente, pois ele é fã ardorosoda liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e soube compreen<strong>de</strong>r também ovalor da mídia eletrônica.A Rádio Catedral-FM hoje é uma realida<strong>de</strong>, no espectro dasemissoras do Rio <strong>de</strong> Janeiro, exercendo um papel <strong>de</strong> fundamentalimportância, nos planos <strong>de</strong> comunicação da Igreja.67
Arnaldo NiskierAlguém menos avisado perguntará: “Como D. Eugênio permiteque um não-católico participe disso tudo?” Eu diria que a respostaestá na própria atitu<strong>de</strong> aberta e <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> D. Eugênio. Nuncaadmitiu que, a qualquer pretexto, fosse feita qualquer discriminação.Ao contrário, partiu <strong>de</strong>le o estímulo para que eu fizesse, há seis anosininterruptos, o programa “Frente a Frente”, na Re<strong>de</strong> Vida <strong>de</strong> Televisão.A minha única frustração é que ele, até hoje, não encontroutempo para me dar uma entrevista, que será longa. Mas cultivo essaesperança. O Papa no SumaréPenso que vale ainda uma reflexão sobre o nosso primeiro encontrocom o Papa João Paulo II, no Centro <strong>de</strong> Estudos do Sumaré, em1981. Eram aproximadamente 100 intelectuais, como pediu a D.Eugênio o Sumo Pontífice, e a sessão on<strong>de</strong> falaria o acadêmicoAlceu Amoroso Lima se iniciou com um passeio do Papa, ao ladodo inesquecível professor Carlos Chagas Filho, para apertar a mão<strong>de</strong> cada presente. D. Eugênio, sorrindo sempre, vinha logo atrás.Quando chegou a minha vez, disse o professor Carlos Chagas:“Eminência, este é o Secretário <strong>de</strong> Educação do Rio <strong>de</strong> Janeiro, professorArnaldo Niskier.” O Papa apertou <strong>de</strong>licadamente a minhamão e disse: “Muito prazer.”Mas D. Marcos Barbosa, <strong>de</strong> saudosa memória, que se encontravaao meu lado, aduziu rapidamente: “Ele é filho <strong>de</strong> poloneses.” OPapa voltou um passo, me olhou <strong>de</strong> alto a baixo, e acrescentou, apertando<strong>de</strong> novo a minha mão: “Muito bem.” Foi, confesso, um momento<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> emoção.Chegando em casa, ainda muito feliz, e agra<strong>de</strong>cido a D. EugênioSales pela oportunida<strong>de</strong>, escrevi a crônica que ora transcrevo:68
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