5117 - Diário do Poder Legislativo Vitória-<strong>ES</strong>, quinta-feira, <strong>29</strong> de setembro de <strong>2011</strong>O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (DOUTORHÉRCUL<strong>ES</strong>) - Concedo a palavra à Senhora DoraMartins Cypreste.A SR.ª DORA MARTINS CYPR<strong>ES</strong>TE –(Sem revisão da oradora) – Bom dia a todos. Jáconheço muitos de vocês. Tivemos a possibilidade detrabalhar juntos, enquanto assistente social doHospital Doutor Pedro Fontes, comunidade que tantoenriqueceu a nossa vida profissional. Enriqueceu emuito! Sempre manifestamos que tudo que somoshoje, enquanto assistente social, agradecemos àexperiência obtida nesses quatorze anos no HospitalDoutor Pedro Fontes. Agradecemos o convite.Estamos representando a Fundação PaulistaContra Hanseníase em nome da Doutora MarliSantiago Manini, presidenta dessa fundação, e doDoutor Wagner Nogueira, vice-presidente. DoutoraMarli está fora do País e o Doutor Wagner Nogueiranomeou-me para essa tarefa tão boa.Meus parabéns, Doutor Hércules, nossocompanheiro! Já foi realizada outra sessão nesta Casade Leis, muito boa. Na oportunidade, tivemosconsolidado o Hospital Doutor Pedro Fontes, que fezum sucesso inclusive em outros Estados. Eles sesentiram motivados para fazer esse resumo doshospitais contando, um pouco dessa história, a fim deque não fosse perdida. Tem de ser registrada!A Fundação Paulista iniciou as atividades em1935. Exatamente, quando surgiram as primeirasmedidas de controle em nível governamental. Nessadécada, entre 30 e 40, foram fundados os primeiroshospitais-colônias. Essa medida de controle eraconsiderada eficiente, isolavam-se os pacientes comhanseníase nesses hospitais.O Hospital Doutor Pedro Fontes foi fundadoem 1937. Essa instituição de São Paulo também veiorealizar esse trabalho paralelo às açõesgovernamentais, no sentido de dar assistência aosportadores de hanseníase. A Fundação PaulistaContra a Hanseníase é uma organização nãogovernamental,com a finalidade de realizar essetrabalho de apoio e reforço às ações estaduais,municipais quiçá até as ações em âmbito federal.Os recursos financeiros dessa instituição,para conhecimento do Senhor Deputado DoutorHércules, do Senhor Arthur Custódio de Sousa, daSenhora Marizete Altoé Puppin e demais presentes...A necessidade que temos hoje, no Estado do EspíritoSanto, além das ações governamentais temos apenaso Morhan - Movimento de Reintegração das PessoasAtingidas pela Hanseníase. Portanto, uma instituiçãocomo esta nos dá um reforço muito grande, por meiodo Movimento de Reintegração das PessoasAtingidas pela Hanseníase. Como exemplo, SãoPaulo teve um salto bastante considerável em funçãoda Fundação Paulista Contra a Hanseníase. Essainstituição sobrevive de doações feitas por pessoasfísicas e alugueis de imóveis que conquistou.Tem como finalidade realizar esse trabalhode assistência, até material, com doações de órtese eprótese, sabendo-se que, às vezes, há grandedificuldade dos nossos pacientes, sequelados emdecorrência da hanseníase. Trabalha também comdivulgação de sinais e sintomas da doença, fazendopanfletos, cartilhas, folders. Trabalha com acapacitação profissional e semi-profissional dospacientes com hanseníase, dos seus filhos, dosegressos dos hospitais-colônia. A fundação trabalhatambém com atualização profissional, semprepresente contribuindo, subsidiando os profissionaisque queiram se especializar. Trabalha compublicações de tese, de livros. Com essa ajuda nãogovernamentalhouve um salto nas ações de SãoPaulo. É importante que tenhamos o Poder Público,contudo também o poder das entidades.Hoje, o foco de atenção da Fundação estávoltado para o processo de transformação doshospitais-colônia. Em São Paulo temos o HospitalLauro de Souza Lima em Bauru; temos o HospitalDr. Arnaldo Pezzuti Cavalcanti em Itu; temos umorfanato, um pensionato que abriga aquelas pessoasidosas, que ficaram idosas e que hoje e não teriamcomo sobreviverem. Portanto, a Fundação faz umtrabalho muito presente junto a esses hospitais.É interessante registrar que começamos essetrabalho em São Paulo, perfilizando esses hospitaiscolônias.Como iniciamos esse trabalho? Fizemoslevantamentos censitários nesses quatro hospitaiscolônias,e, a partir daí, conseguimos ter o perfildesse morador e dessas colônias. O que encontramosnessas colônias? Um verdadeiro abandono deestrutura física e de pessoas, bem como abandono deestrutura física. Ainda há que se trabalhar com essaquestão, agora o abandono das pessoas dói nocoração da gente. Nessas colônias, nesta década,encontramos pessoas abandonadas, pessoas idosas eque não tinham como sobreviver.Encontramos tráfico de drogas dentro dessascolônias, muita violência e esse é um reflexo denosso País. Entretanto, também temos lá umasociedade da qual não podemos perder de vista essaproblemática. E não é uma prioridade ou um reflexosó desses hospitais de São Paulo. Creio também quetodos os hospitais em nível de Brasil, trinta e três,estejam passando por essa situação. E é um reflexo dasquestões sociais.Iniciamos o trabalho e hoje temos dereestruturação desses hospitais, claro, que não é fácil.Trabalhamos de forma bastante rigorosa, entretanto,temos apoio de São Paulo, que é um Estado maior.Claro, é mais evoluído em termos de estruturafinanceira, mas precisávamos desse apoio, de umafundação. Deixo aqui também essa mensagem de queseria tão bom se tivéssemos também esse apoio.Hoje temos dentro desse processo dereestruturação aproximadamente cinquenta e doisprojetos sociais e de educação. Encontramos nessascolônias pessoas analfabetas, pessoas que nuncatinham saído dos hospitais-colônias, e os nossosprojetos são projetos de qualidade de vida nesseshospitais. A qualidade de vida é fundamental, que é a
Vitória-<strong>ES</strong>, quinta-feira, <strong>29</strong> de setembro de <strong>2011</strong> Diário do Poder Legislativo - 5118cidadania das pessoas. Tinham pessoas que nãotinham saído das esferas dos muros dessas colônias.Portanto, esses projetos são projetos de importânciapara aquelas pessoas que foram alijadas do processosocial e do convívio com a sociedade.Os projetos que desenvolvemos nessaFundação são projetos simples. Por exemplo, temosum projeto que se chama Eu e a Beleza. Quem nãoquer ser belo? Quem não quer ser bonito? Quem nãoquer mostrar as unhas bonitas? Tínhamos pacientesque usavam meias nos pés e nas mãos, porque nãoqueriam mostrá-los. Esses são projetos simples e quedão alegrias para essas pessoas. Esses projetos daFundação, em que a Fundação Paulista ContraHanseníase subsidia, são projetos que vêm danecessidade dos pacientes, dos usuários. São projetossimples, baratos, mas que estamos obtendo o queacha de mais importante: a ressocialização, essareintegração social, objeto da nossa discussão nestaCasa hoje.Em função de todo esse trabalho, a FundaçãoPaulista aprovou minha proposta, como assistentesocial e a assessora técnica dessa fundação, doDoutor Wagner Nogueira, médico também de SãoPaulo. Editamos um livro que se chama: Processo deReestruturação dos Hospitais-Colônias no Estado deSão Paulo. Esse livro será lançado em Maceió, emum Congresso Nacional de Hanselogia. Faremos opré-lançamento no Encontro Nacional do Hanselogia,não é Senhor Arthur Custódio Sousa? Estáconfirmado e espero que essa educação tragasubsídios não só para nós, que trabalhamos nesta lutacontra a Hanseníase. Mas que ela traga subsídiostambém para outras ciências e para outras áreas dasaúde que sofreram processo de exclusão social.Penso que eventos dessa natureza, hoje, nestaCasa, acontecendo - agradeço mais uma vez arealização deste evento e espero que tenhamosoutros. A cada dia devemos tratar da unificaçãonossos trabalhos. Estamos nesta sessão especial porum único interesse: reestruturação e maior atençãopara os hospitais colônias. E mais: com novo foco deatenção que é a questão da separação dos filhos dospais que foram isolados compulsoriamente.Deixo registrada a mensagem da FundaçãoPaulista contra a Hanseníase e muito obrigada emnome da diretoria. (Muito bem!) (Palmas)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (DOUTORHÉRCUL<strong>ES</strong>) – Obrigado, Senhora Dora MartinsCypreste. Por incrível que pareça, existem muitassituações tão próximas que, infelizmente, muitaspessoas ainda não conhecem.Esta sessão especial é muito importante. Járealizamos outra realizada no Hospital Doutor PedroFontes. A situação está se avolumando, está tomandoum corpo maior. Com certeza, os Senhores nãoficarão totalmente desamparados, como já ficarampor muitos anos.Registro a presença da Senhora NeuzimarBastos, Assistente Social, e do paciente MarcelinoMoreira, do Hospital Doutor Pedro Fontes, que feztransplante de córnea com sucesso. Para quem nãosabe, falarei com mais detalhe: entrópio é a inversãodos cílios, que ficam bem curtinhos raspando acórnea. Com tempo cria uma úlcera de córnea, quefaz com que a pessoa perda a visão. Com transplantede córnea, a pessoa passa a enxergar. Acabei de falardos irmãos Pedro e Luiz Caminotti, que morreramcegos por ignorância da medicina com relação a esseproblema e por eles não terem acesso a esse tipo detrabalho.Lembro-me de que ninguém fazia preventivode câncer de colo de útero nas pacientes do HospitalDoutor Pedro Fontes. Quando trabalhei naquelainstituição, tive que fazer esse procedimento mesmonão sendo ginecologista daquele hospital. Eu estavacomo seu diretor. Depois de dois anos, continueifazendo o mesmo procedimento, porque quem porqueestá com hanseníase acha que não terá câncer de colode útero. Mas deve fazer, sim, o preventivo. Amaioria dos médicos que passaram por aquelehospital só receitava creme ginecológico às pacientes.E ficava por isso mesmo. Faço questão de registraressa minha passagem naquele hospital.Posteriormente franquearemos a palavra atodos. Considerava o meu querido amigo Guido Rodicomo vice-prefeito e o Senhor Demerval Geira, jáfalecido, como prefeito. Brincava com ele dizendoque era o Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira.Ele gostava muito da brincadeira. Recordo-me demuitas pessoas do Hospital Doutor Pedro Fontes,inclusive dos meninos que se chamavam Hércules,por terem nascido pelas minhas mãos, como o filhoda Penha e do Antonio, da Hebe. Lembro-me aindada Dona Alice Pimentel, mulher brava; do SenhorLuiz Belia. Se for falar de todos de quem me lembro,ficaremos toda a manhã falando dessas pessoas tãoqueridas, muitas já falecidas.Concedo a palavra ao Senhor ArthurCustódio Sousa, Coordenador do Movimento deReintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase-Mohan, que fará uma explanação sobre o importantemovimento que vem desenvolvendo em todo oBrasil. O Senhor Arthur Custódio Sousa veio deBrasília. Já participamos de reuniões no HospitalDoutor Pedro Fontes. Nesta data ele nos brinda com asua presença. (Palmas)O SR. ARTHUR CUSTÓDIO SOUSA –(Sem revisão do orador) - Bom dia a todos e todas.Tentarei ser breve. Antes de qualquer coisa, agradeçoao Senhor Deputado Doutor Hércules, que naaudiência que tivemos no Hospital Doutor PedroFontes, atendeu prontamente ao pedido dacomunidade de realizar três audiências públicas,sendo essa a primeira. Seria a audiência da questãodos filhos e que isso hoje é uma prioridade para oMovimento de Reintegração das Pessoas Atingidaspela Hanseníase (Mohan).Em seguida a audiência para discutirmos asituação do Hospital Pedro Fontes, discutir o que
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