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ANO XLV - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 29 DE SETEMBRO DE 2011

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5125 - Diário do Poder Legislativo Vitória-<strong>ES</strong>, quinta-feira, <strong>29</strong> de setembro de <strong>2011</strong>Com dificuldade aprendi a profissão deajudante de pedreiro e comecei a trabalhar, depoisaprendi a trabalhar de pedreiro e sobrevivo assim. OEstado me colocou lá, mas não me deu trabalho, nãome deu um meio de vida. Quando saí e fui cuidar deminha família, o Estado não me deu condições paraisso. Então será que o Estado poderá me ajudar nestahora? Eu pergunto: O Estado poderá ajudar essaspessoas que estão com dificuldades? Como outrocolega meu, que estudava junto comigo e hoje émendigo, vive bebendo e caindo; já esteve em minhacasa caindo, tentei levantá-lo; ele estava sem forças,não consegui tirá-lo desse tipo de vida e ele continuabebendo. Será que o Estado poderia ajudar essaspessoas? Esse meu amigo estava estudando, tentandoconseguir alguma coisa, mas... É um pinguço e nãotem ninguém que o ajude.Deixo essa interrogação em nome de todos osque estão aqui: o que o Estado pode fazer em favordessas pessoas? (Palmas)O SR. ARTHUR CUSTÓDIO <strong>DE</strong> SOUZA- Senhor Deputado Doutor Hércules, peço a palavra.O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE - (DOUTORHÉRCUL<strong>ES</strong>) – Concedo a palavra ao Senhor ArthurCustódio de Souza.O SR. ARTHUR CUSTÓDIO <strong>DE</strong> SOUZA- (Sem revisão do orador) - Senhor Deputado, umacuriosidade minha porque sou de outros Estados, ouseja, sou do Rio de Janeiro, mas rodo pelo Brasiltodo, e tenho uma curiosidade: na maioria dosEstados que estamos percorrendo ouvimosdepoimentos das pessoas falando de um quartinhoescuro, debaixo da escada, onde pessoas eramcolocadas ali de castigo; falando das surras; docolchão; então eu queria saber se alguém poderia darum depoimento de como era a vida. Até porque asSenhoras e os Senhores presentes sabem como era avida, mas nós não, porque não estávamos lá. Aspessoas que estão assistindo ao vivo a TVAssembleia neste momento também não sabem comosão essas histórias e precisam, nesta audiência, ouviressas histórias.O Senhor José Irineu Ferreira pontuoubastante sobre a polícia sanitária pegar à força osfilhos quando nascidos, que eram tirados da mãeportadora da doença na hora do nascimento. Então éimportante saber um pouco como era essa vida, qualera o sentimento dessas pessoas, se podiam ver ospais, quantas vezes por ano os viam e etc. Éimportante as pessoas saberem sobre isso diretamentedos senhores.Venho esclarecer o assunto que o SenhorJosé Irineu Ferreira levantou: a questão do crack. Naverdade ocorre o seguinte: o Brasil é hoje primeirolugar do mundo em incidência de hanseníase, e elaestá associada à qualidade de vida da população, sim.Onde há uma pior qualidade de vida há uma maiorquantidade de casos da doença. Só que com relação àdependência química, qualquer que seja, é claro que adefesa imunológica diminui; mas não existe nenhumestudo ainda associando isso à questão do crack.Ainda posso dizer mais: é bem provável que aincidência não seja tão alta por conta de que asobrevida das pessoas que usam o crack é muitopequena e o tempo de incubação da hanseníase élongo. Provavelmente antes da hanseníase constatadao usuário já terá morrido por conta do uso do crack.Apenas fizemos uma elucubração aqui, masnão existe nenhum trabalho sobre isso ainda. (Muitobem!)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE - (DOUTORHÉRCUL<strong>ES</strong>) – Temos ainda duas pessoas inscritaspara falar. Depois franquearemos a palavra àquelesque quiserem dar um testemunho, conforme o que oSenhor Arthur Custódio de Souza falou. Podem fazeruso do microfone. (Pausa)Ouviremos agora a Senhora Nilce Helena deSouza Moraes. (Pausa)Ausente, concedo a palavra à SenhoraCarmem Lúcia Peixoto Sant’Anna. Após sua fala,concederei a palavra ao Senhor José Romildo deAbreu.A SR.ª CARMEM LÚCIA PEIXOTOSANT’ANNA - (Sem revisão da oradora) – Bomdia a todos. Inicialmente cumprimento oscomponentes da Mesa na pessoa do Senhor DeputadoDoutor Hércules; cumprimento com carinho todos ospresentes, dizendo que os considero meus amigos. Econtarei rapidamente a minha história. Sou assistentesocial e também fui vítima da discriminação. Quandoconheci meu marido também fui vítima dadiscriminação. Quando conheci meu marido, SenhorCarlos Sant’Anna, muitos devem conhecê-lo, eletrabalhava no Hospital Pedro Fontes desdeacadêmico. Foi colega do Senhor Deputado DoutorHércules. Muitos admiravam, pois eu namorava umrapaz que trabalhava no referido hospital, e mequestionavam se eu tinha coragem. Foi assim queconheci o Hospital Pedro Fontes. Quando o meuprimeiro filho nasceu, saímos da maternidade e omeu marido o levou ao Hospital Pedro Fontes, paraque as irmãs vicentinas o conhecessem. Mais umavez, as pessoas admiraram porque o meu marido tevecoragem de levar o nosso filho naquele local.Aprendi a gostar do Educandário Alzira Bleycom o meu marido, porque ele gostava muito doEducandário e do Hospital Pedro Fontes. Ele operavae por muitos anos doou a vida dele pelo HospitalPedro Fontes. Faço esse depoimento em homenagemao meu marido, porque ele levava frutas para casa,recebidas dos doentes. E, às vezes, as pessoasperguntavam se eu tinha coragem de comê-las.Participávamos das festas, eles matavam um porco efaziam um churrasco.Chamo as Senhoras Déa Moreira deMedeiros e Ilmar Carvalho, pois foi por meio daSenhora Déa Moreira de Medeiros - que veio do

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