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ANO XLV - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 29 DE SETEMBRO DE 2011

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Vitória-<strong>ES</strong>, quinta-feira, <strong>29</strong> de setembro de <strong>2011</strong> Diário do Poder Legislativo - 5120Senhor Deputado Doutor Hércules, pedimosa todos os que estão presentes nesta sessão que nãotenham vergonha de suas histórias. Quando tiveremde fazer alguma entrevista, não escondam o rostoporque nenhum dos senhores é bandido, ou seja,ninguém cometeu nenhum crime. Quem cometeu umcrime foi o Estado Brasileiro contra os senhores.Quando tiverem que falar, falem das suas históriasporque não são os senhores que devem ter vergonha,mas sim o Estado Brasileiro de ter cometido essecrime contra os senhores de separação dos pais.Registramos a presença da Senhora FernandaVianna, representante de uma instituição e nossaparceira que é o Instituto Nacional de GenéticaHumana e Populacional. Pela primeira vez no Brasilmontamos um banco genético de reconhecimento dosfilhos separados. Sabemos de muitas histórias depessoas que nunca mais viram seus irmãos, históriasde mães que nunca mais viram seus filhos. Sabemosde histórias de pessoas que morreram no educandáriomas sem que tenhamos atestados de óbito, sem queexistam corpos. Na verdade, essas crianças foramadotada, mas era dito para as mães que as criançasmorreram. Assim como aconteceu na Argentina comos filhos de desaparecidos políticos e como aconteceuno Japão para a localização dos desaparecidos daguerra, no Brasil também organizamos o primeirobanco genético no Estado do Rio Grande do Sul, deonde a Senhora Fernanda Vianna veio, paracolhermos a saliva de pessoas que estão nesta Casade Leis que tenham irmão desaparecido ou filhodesaparecido. Essa saliva será remetida para essebanco genético e quando localizarmos alguém quepossa ser aquele irmão ou filho desaparecido,faremos a comparação para confirmar se é mesmo.Essa etapa será muito importante para o processo deindenização.Senhor Deputado Doutor Hércules, o nossopedido é basicamente esse. Passaremos rapidamentedois filmes e depois daremos início à discussão eouviremos as histórias do Estado do Espírito Santo.(Palmas)(É feita a exibição dos filmes)O SR. ARTHUR CUSTÓDIO SOUSA –Senhor Presidente, os vídeos falam muito por elespróprios. A fala da Senhora Dora Martins Cipreste foimuito interessante de que temos de aprender com osequívocos passado. Muitas vezes vejo a discussãosobre o crack me lembrando um pouco dos erros queforam cometidos com a hanseníase. Além disso, oMorhan tem recebido algumas críticas sobre essemovimento dos filhos; ah, puxa, a hanseníase está noPaís e os senhores estão discutindo sobre filhos aoinvés de, só hanseníase.É um equivoco pensar assim. Nenhumapolítica pública dará certa deixando de reparar oserros do passado. Não tem como falar sobre a questãodos filhos sem falar da hanseníase quando falamospara imprensa.Neste instante recebi uma notícia portelefone, de que uma deputada do Estado do Piauí,vendo uma matéria na internet sobre a nossaaudiência de hoje, ela já quer marcar uma audiênciapública na Assembleia Legislativa do Piauí, paralevar a questão dos filhos para lá. Uma coisa leva osucesso da outra. Parabéns, Senhor Deputado DoutorHércules, por esta audiência e vamos coroá-la commuito êxito, neste Estado. (Muito bem!)O SR. PR<strong>ES</strong>I<strong>DE</strong>NTE – (DOUTROHÉRCUL<strong>ES</strong>) – Senhor Arthur Custódio Sousa,parabéns e obrigado.Em nome de todas essas pessoas atingidaspor essa violência no passado, comunicaremos àsAssembleias Legislativas, que ainda não realizaramnenhuma sessão especial ou audiência, mostrando aimportância de buscar esse elo perdido. S. S.ª temsido um baluarte, visto não esmorecer nessa luta; enós, naturalmente, estamos fazendo a nossaobrigação.Todos, principalmente aqueles que nosassistem pela TV Assembleia, tentem ajudar essemovimento, não cruzem os braços, você também éresponsável por engrossar essa corrente. Esse povonão busca nada mais do que um pedaço seu, o seusangue que foi arrancado como vimos ali naqueletempo do preventório, me lembro e falava noHospital Doutor Pedro Fontes, tempos atrás nointerior o hanseniano era caçado pela políciasanitária. Iam até a casa do paciente e muitas vezesnão o encontravam, porque havia fugido para o mato.Se não fugisse iria preso ou arrancado da família elevado para o sanatório. Naquela época se caçava nasmatas até com cachorro os pacientes, que eramobrigados a ir para o hospital. Isso tudo devido àignorância da ciência e à estupidez de muita genteque sempre achou que a hanseníase é uma doençaque não tem cura e é contagiosa.Muitas pessoas são casadas há mais de trinta,quarenta e cinquenta anos e uma é doente e a outranão. Então, não é dessa forma. O que está escrito naBíblia não se refere ao doente de hanseníase, mas simao pecador. Não se refere à doença. Temos queacabar com esse estigma.Fui vereador por seis vezes, com um mandatopelo Município de Cachoeiro de Itapemirim. Naqueletempo vereador não recebia salário. Trabalhava poramor à camisa e à causa. Fui vereador cinco vezespelo Município de Vila Velha. Nesta AssembleiaLegislativa, no meu segundo mandato de deputado,só quis uma coisa, ser presidente da Comissão deSaúde. Mais nada. Renunciei de participar de todas ascomissões para me focar na saúde. Saúde é vida,salvar vidas.A minha luta nesta Casa é contra os acidentesde trânsito, álcool e direção; a favor do transplante deórgãos; Profis, fenda palatina ou lábio leporino;implante coclear realizado em pessoas queapresentam deficiência auditiva neurossensorialbilateral de grau severo e profundo e que não

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