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Vol3_Meio_Biótico - Philip M. Fearnside - Inpa

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da região Norte do Brasil: Peltocephalus dumerilianus (De La Ossa, 2008) e Podocnemisunifilis (Fachín-Terán, 2000, De La Ossa, 2008). Na área da rodovia BR-319 uma carapaçade cabeçudo consumido foi encontrada na casa de um dos moradores do Igapó-Açú. Osovos de um ninho de cabeçudo foram levados por algum morador da região no igarapéTinga. Estas duas espécies são consideradas atualmente vulneráveis pela Lista Vermelhada Fauna Ameaçada da IUCN e estão incluídas na Apêndice II do CITES devido à intensaexploração de sua carne e ovos (Rueda-Almonacid et al., 2007).Mesoclemmys gibba, por outro lado, raramente é utilizada como alimento e não éconsiderada ameaçada pela IUCN ou pelo CITES (Rueda-Almonacid et al., 2007). Oaumento da presença humana na área, desde o período de reconstrução da rodovia BR-319até a fase de funcionamento, poderá acarretar numa maior pressão de caça principalmentesobre as espécies mais apreciadas para o consumo humano: Peltocephalus dumerilianus,Podocnemis unifilis, Podocnemis expansa e Podocnemis sextuberculata. Poderá havertambém um aumento na pressão de coleta de ovos, já existente na região.A caça e a coleta de ovos poderão ocorrer tanto para a subsistência dos moradoreslocais quanto para a comercialização, afetando uma área que se estende muito além daárea de influência da rodovia. As espécies acima listadas já sofrem forte pressão antrópicanos rios Madeira e Purus. A rodovia BR-319 e suas vias vicinais poderão se tornar umanova rota para o tráfico destes animais para Manaus. Para evitar o aumento no consumo dequelônios e de seus ovos todas as pessoas que estiverem trabalhando direta ouindiretamente na reconstrução da rodovia deverão ser orientadas sobre a legislaçãoambiental que proíbe a caça e a comercialização da fauna silvestre. Estas orientaçõesdeverão ser complementadas com uma rígida fiscalização e um programa de educaçãoambiental, extensivos também aos motoristas que transitarem pela rodovia durante e após asua reconstrução.Os atropelamentos de fauna são um grave problema das rodovias. No Pantanal umestudo com duração de 13 anos revelou um aumento oito vezes no número de animaisatropelados ao longo de 1350 km de rodovias federais (de 1.120 mortes anuais em 1992para 8.090 mortes anuais em 2002). O mesmo estudo registrou um aumento na rodovia de310 km que circunda o Parque Nacional das Emas, no Cerrado (405 mortes anuais em 1999e 540 mortes anuais ao final de 2002, Fischer, et al. 2003). Nas rodovias amazônicas esteproblema também existe. Siqueira et al. (2006) monitoraram dois trechos da BR 174 nosestados do Amazonas e Roraima, entre os meses de março a junho de 2006, totalizando1249 km percorridos. Os autores encontraram 73 animais atropelados sendo os répteis osmais atingidos (45%), seguido aves (21%), anfíbios (18%) e mamíferos (16%).292

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