13.07.2015 Views

Vol3_Meio_Biótico - Philip M. Fearnside - Inpa

Vol3_Meio_Biótico - Philip M. Fearnside - Inpa

Vol3_Meio_Biótico - Philip M. Fearnside - Inpa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Segundo <strong>Fearnside</strong> (2006), o fato de ter ocorrido pouco desmatamento desde aépoca em que a rodovia BR-319 foi aberta tem levado à inferências equivocadas, de queesta região sofreria pouco impacto se a estrada fosse repavimentada e que a falta dedesmatamento ao longo da rota é atribuída por alguns à chuva excessiva ou a baixaqualidade do solo para agricultura e às desvantagens econômicas da longa distância até osmercados. Porém, as diferenças físicas não são tão grandes entre a metade sul da rodoviaBR-319 e as áreas que se tornaram os principais focos de desmatamento no Amazonasdesde 2002, tais como, as áreas entre Humaitá e Lábrea e entre Humaitá e Apuí. Algumasindicações do aumento potencial de desmatamento ao longo da rodovia BR-319 sãoevidentes: Houve várias aquisições de terra em antecipação à pavimentação, com aimplantação de agricultura intensiva de capital (arroz, seguido por soja). Outro processo queindica um aumento potencial no desmatamento é a chegada de migrantes sem-terras. Istoinclui, por exemplo, o estabelecimento de um acampamento de sem-terras no IgarapéRealidade. Contudo, como discutido anteriormente, os cenários propostos por <strong>Fearnside</strong>(2006) não levam em conta níveis de governança que podem ser determinantes noprocesso, modelando sempre em situações de ausência do poder público.A criação de Unidades de Conservação e a sua implantação (incluindo a contrataçãode pessoal) ao longo da rota da rodovia é uma medida importante que precisa, não só estarimplantada antes da completa recuperação da rodovia, mas antes que os efeitos deexpectativas de uma futura pavimentação corroam as possibilidades de criar tais áreas. Asreservas podem formar barreiras paralelas à rodovia para conter a expansão dodesmatamento a partir das margens da estrada. Nesse sentido, foi importante a iniciativa dogoverno federal de estabelecer a Área sob Limitação Administrativa Provisória – ALAP e,posteriormente, incorporar as propostas advindas das discussões que ocorreram navigência da ALAP.Os estudos realizados por Furtado e Monteiro (2006) sobre a importância do atualsistema de Unidades de Conservação e de Terras Indígenas na conservação dabiodiversidade e na contenção do desmatamento na região da BR-163 (estado do Pará),mostraram que a área desflorestada na área de influência daquela rodovia era de 10,4% até2004, variando bastante entre os municípios, porém o mesmo é sempre menor dentro dasáreas protegidas do que fora delas, o que indica o papel fundamental que este sistemadesempenha em frear o processo de ocupação desordenada do território daquela região.Essa afirmativa corrobora com a comparação dos índices de desmatamento dentro efora das áreas protegidas nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia (Ferreira et al.,2005), onde a proporção de área desmatada dentro das áreas protegidas variou de 1,5 a381

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!