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Desporto&Esport - ed 10

Revista digital Desporto&Esport (www.desportoeesport.com)Faça o Download desta revista em: https://www.magzter.com/PT/Desporto&Esport;/Desporto-&-Esport/Sports/201599 ou se preferir o Paypall https://www.presspadapp.com/digital-magazine/desporto-esport

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Associada à estes fatores observa-se também uma<br />

solicitação constante da musculatura dos braços<br />

e pernas, provenientes das contrações isométricas<br />

intensas e repetitivas, que são necessárias para<br />

absorver o impacto e as vibrações proporcionadas<br />

pelo terreno. Além disto, a baixa velocidade média<br />

em que as provas são disputadas acarreta também<br />

menor influência do drafting (técnica de p<strong>ed</strong>alar<br />

atrás de outro ciclista) sobre o gasto energético.<br />

Sob o ponto de visto fisiológico, o ciclismo BTT<br />

apresenta demandas sensivelmente diferentes do<br />

tradicional ciclismo de estrada. Isto nos remete a<br />

buscar comparações entre os ciclistas puramente<br />

de estrada e os especialistas no BTT.<br />

A prática do BTT exige uma alternância maior de<br />

intensidades de esforço devido a variação de altimetria<br />

que normalmente se encontra nos percursos.<br />

Esta fato exige uma capacidade de recuperação<br />

rápida entre esforços de alta intensidade, fator que<br />

é aprimorado com a melhora da capacidade aeróbia.<br />

Assim capacidade de remover o excesso de<br />

lactato sanguíneo é um importante fator para manter<br />

um bom desempenho em competições de BTT.<br />

Na pratica competitiva do BTT, o metabolismo<br />

aeróbio explica cerca de 40% da variação da performance<br />

em provas de BTT cross-country (XCO),<br />

sendo o restante explicado por outras características<br />

físicas e técnicas. De qualquer forma, uma<br />

alta aptidão aeróbia é necessária para obter desempenho<br />

em alto nível. Ciclistas de elite da modalidade<br />

XCO apresentam frequentemente valores de<br />

VO2max entre 70- 78 ml/kg/min, enquanto atletas<br />

de nível competitivo amador apresentam valores<br />

em torno de 60- 68 ml/kg/min. Uma característica<br />

importante para o bom desempenho é uma baixa<br />

massa corporal quando se compara aos ciclistas<br />

de estrada com especialidades em sprint e contrarelógio.<br />

Assim, os ciclistas de BTT apresentam<br />

características físicas e fisiológicas semelhantes<br />

aos ciclistas de estrada especialistas em montanha,<br />

ou seja são leves e apresentam uma alta produção<br />

de potência aeróbia relativa à sua massa corporal.<br />

Diferentes estudos têm reportado que a resposta<br />

da frequência cardíaca em provas de BTT-XCO e<br />

têm observado valores médios em torno de 90% da<br />

máxima. A principio este alto percentual em que as<br />

competições ocorrem são explicados não somente<br />

pela alta demanda energética, mas também pelo<br />

fato de que na maioria das descidas, a frequência<br />

cardíaca não é r<strong>ed</strong>uzida como ocorre comummente<br />

nas descidas pavimentadas. Assim, considerando<br />

os sectores de downhill devemos assumir que<br />

existe uma influencia direta do sistema nervoso<br />

(para manter a atenção) em conjunto com uma alta<br />

demanda de contrações dos músculos dos braços<br />

sobre a resposta cardíaca, fato que gera valores<br />

médios de frequência cardíaca que não são compatíveis<br />

com a duração da maioria da competições<br />

XCO (em torno de 2 horas).<br />

Do visto fisiológico, o ciclismo BTT apresenta<br />

demandas sensivelmente diferentes do<br />

tradicional ciclismo de estrada. Isto nos remete<br />

a buscar comparações entre os ciclistas<br />

puramente de estrada e os especialistas no BTT.<br />

Nesta perspectiva, quando se considera o controle de intensidade<br />

de esforço, devemos considerar uma limitação em relação ao uso<br />

da frequência cardíaca. Enquanto este parâmetro responde bem às<br />

variações da demanda energética em condições de ciclismo estacionário<br />

(Spinning etc), no ciclismo BTT a frequência cardíaca<br />

não apresenta a mesma exatidão. Desta forma, o melhor parâmetro<br />

para controlo objetivo da intensidade no BTT é a potência<br />

gerada durante a p<strong>ed</strong>alada. Como os equipamentos que m<strong>ed</strong>em a<br />

potência na bicicleta cada vez mais aprimorados, têm-se tornado<br />

comum o uso desta ferramenta para controlar intensidade do treinamento.<br />

Smekal e colaboradores (2015) estudaram um grupo de<br />

24 ciclistas de BTT (m<strong>ed</strong>ia do VO2max = 64,9 ml/kg/min) com<br />

intuito de verificar as relações entre m<strong>ed</strong>idas fisiológicas obtidas<br />

em um teste de esforço de laboratório com as respostas fisiológicas<br />

geradas em uma competição simulada.<br />

Adicionalmente, os autores incluíram na amostra um ciclista de<br />

elite do BTT (Top <strong>10</strong> nos Jogos de Londres; VO2max = 79,9 ml/<br />

kg/min) para estabelecer comparações com os demais. Todas as<br />

variáveis m<strong>ed</strong>idas foram superiores no ciclista de elite, no entanto<br />

vale a pena ressaltar a potência média em que a competição<br />

foi concluída. Enquanto o ciclista de elite gerou em média 264W<br />

(3,56 W/kg) e levou 51 min para concluir o percurso de 24 km,<br />

os demais geraram 186W (2,66 W/kg) e gastaram 65 min para<br />

completar o mesmo trajeto. Uma outra variável que chamou a<br />

atenção foi a cadência de p<strong>ed</strong>alada média que foi maior para o<br />

ciclista de elite (84 rpm) em relação ao grupo de menor nível (70<br />

rpm).<br />

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