Q 46% de todo golos em Portu resultado de e forçado - ale imprevisíve ressaltos d Como se explica o fenómeno Leicester? Se o futebol é tão matemático, como podemos explicar a vitória dos pequenos? na re 88 • Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com
s os uando Abramovich comprou o Chelsea, presenteou Claudio Ranieri (o então técnico do clube) com 16% do total da massa salarial da Premier League, o maior de sempre, num investimento impar que se prolongou nos 6 anos seguintes. Devia ter vencido o campeonato, mas ficou apenas em segundo. E, não foi além das meias-finais da Liga dos Campeões. Acabou desp<strong>ed</strong>ido, e substituído pelo português José Mourinho, que terminou campeão nos dois anos seguintes. Pouco mais de <strong>10</strong> anos volvidos, o técnico italiano sagrase campeão com uma equipa de orçamentos bem mais modestos. Como se explica este fenómeno? Simples: o futebol é um dos desportos de alto nível, o mais aleatório. Simplificando, o futebol está sujeito ao erro e à sorte ou à falta dela, como nenhum outro desporto. E, os erros estão a aumentar. Há pouco mais de dois anos, o Dr. Roland Loy publicou um estudo sobre o factor da “aleatóri<strong>ed</strong>ade” no futebol e de que forma este influência o resultado final e converge para a vitória ou derrota de uma equipa. Os resultados foram surpreendentes! gal são rros não atórios e is, como e bola lva Definindo aleatório: conjunto de erros não forçados, um pouco à imagem do ténis, em que os jogadores cometem falhas à margem do jogo e que surgem sem pressão da equipa adversária. Tais falhas podem ser: passes errados, frangos do Guarda-r<strong>ed</strong>es, falhas no relvado que fazem variar a direcção da bola, etc. Loy estudou 1.200 jogos da Bundesliga - linha Alemã da primeira divisão por mais de 3 anos, e chegou à conclusão de que 60% dos golos são marcados de facto como resultado de uma capacidade atlética e/ou técnico das equipas e do seu processo ofensivo. No enquanto 40% resultam como resultado de puro acaso. Isto significa que 40% de todos os golos são resultado de erros não forçado - aleatórios e imprevisíveis. O estudou olhou ainda para outras lin- O estudou olhou ainda para outras linhas europeias como a Liga de Espanha, Inglaterra, Holanda, Suíça, Bélgica e Portugal. Os números aqui ainda sobem mais, para os 46%. Existe ainda mais um dado que nos faz entender quão aleatório pode ser uma partida de um jogo de futebol. Loy na sua pesquisa focada desta vez na Liga dos Campeões percebeu que 35% dos toques dos jogadores na bola era pura coincidência - compensações dos defesas, maus passes, recessão da bola após alivio, bola vinda de cortes, etc. E a incidência dos erros não só tem aumentando, como tem tendência a aumentar ainda mais na próxima década. No futebol atual corre-se mais. E corre-se mais rápido. O desgaste provoca erros! Por exemplo, de 2002 para 2006 o número de sprints - corridas a alta velocidade aumentou uns estonteantes 50%. E na última década, os médios centros passaram de distância por jogo na ordem dos 12 km para os 16 km. Ou seja, e repetindo a ideia - mais corrida e mais rápido. E a previsão, é que nos próximos 5 anos, o futebol aumente ainda mais 15% a sua velocidade. Isto demonstra uma evolução clara no futebol a nível físico que a maioria dos futebolistas atuais não foram preparados e treinados para lidar na sua formação. Sendo-lhes difícil lidar com o maior desgaste de cada partida em temporadas cada vez mais longas. O que isto tem então a ver Claudio Ranieri e o inesperado sucesso do Leicester? Bem, apesar de toda a estatística, o futebol é um desporto tão assente na “sorte e no azar” que pontualmente, e contra todas as probabilidades, que os mais pequenos, os Davids do futebol, conseguem derrotar os grandes gigantes. O Leicester é apenas o exemplo mais recentes. O Boavista em Portugal, ou o Valencia ou o Corunha em Espanha, ou o Wolfsburg ou Estugarda na Alemanha, são outros exemplos de inesperados campeões neste milénio. Desporto&<strong>Esport</strong> • www.desportoeesport.com • 89