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Aviacao e Mercado - Revista - 5

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Cmte João D'Angelo's<br />

Aeroclube de Pirassununga<br />

Em 23 de julho, já fez um teste em público,<br />

em Bois de Boulogne, Paris. Inicialmente,<br />

o novo avião estava preso ao<br />

balão-dirigível nº 14. A função do balão<br />

era reduzir o peso efetivo do aeroplano<br />

e facilitar a decolagem. Mas o dirigível<br />

gerava muito arrasto e não permitia ao<br />

avião desenvolver velocidade. Dentre os<br />

dias 21 a 23 de agosto, Dumont passou<br />

a experimentar o voo com a aeronave<br />

desconectada do dirigível. Após uma<br />

primeira corrida sem decolar, na<br />

segunda tentativa o aeroplano<br />

elevou-se do chão e voou. Entretanto a<br />

sua estabilidade não agradou a Santos-Dumont,<br />

que mesmo assim,<br />

declarou-se satisfeito.<br />

No dia 3 de setembro de 1906 foi instalado<br />

o motor náutico Levasseur “Antoinette”<br />

de 50 cavalos a vapor, em substituição<br />

ao motor de 24, que estava sendo<br />

utilizado. Assim, ele melhorou a potência<br />

do 14-Bis e conseguiu fazer um voo<br />

de 11 metros, em 13 de setembro de<br />

1906, mas, infelizmente o pouso brusco<br />

danificou a estrutura e o motor do avião,<br />

quebrou o trem de pouso (eram rodas<br />

grandes), interrompendo os testes. A<br />

fuselagem do 14-Bis era de seda japonesa,<br />

com armações de bambu e pinho; as<br />

junções da estrutura e as hélices eram<br />

de alumínio e os cabos de comando<br />

eram de aço. O 14-Bis, modelo batizado<br />

na aviação, como canard (pato, em<br />

francês), por apresentar os lemes na<br />

parte dianteira do avião, lembrando um<br />

pato em voo. A configuração “canard”,<br />

não é a melhor para a estabilidade e o<br />

controle de uma aeronave. Diante das<br />

configurações e sucesso da aviação, o<br />

canard parece voar ao contrário. Santos<br />

Dumont, nos seus inventos seguintes,<br />

como no Demoiselle, seu ultimo invento,<br />

não mais usou o canard.<br />

Santos Dumont<br />

Mas, Santos Dumont construiu o 14-Bis<br />

II, fez novas modificações no avião:<br />

envernizou a seda das asas para<br />

aumentar a sustentação, retirou a roda<br />

traseira, por atrapalhar a decolagem e<br />

cortou a estrutura de suporte da hélice.<br />

Em 23 de outubro, de 1906, no campo<br />

de Bagatelle, após várias tentativas,<br />

percorreu 60 metros em sete segundos,<br />

a uma altura de aproximadamente 2<br />

metros, perante mais de mil espectadores.<br />

Esteve presente a Comissão Oficial<br />

do Aeroclube da França, entidade<br />

reconhecida internacionalmente e<br />

autorizada a homologar qualquer<br />

evento significante, tanto no campo<br />

dos dirigíveis, como no dos mais pesados<br />

que o ar, os aviões. Novamente,<br />

porém, o pouso brusco danificou as<br />

rodas do avião. O 14-Bis II ainda não era<br />

totalmente controlável.<br />

Em 23 de outubro de 1906, às 16h45min,<br />

após corrida no solo de 220m, voou à<br />

altura de 6metros com duração de 21 s e<br />

1/5 e velocidade média de 37,4 km/h.<br />

Santos Dumont conquistou, com esse<br />

voo, o Prêmio Archdeacon, oferecido pelo<br />

empresário francês Ernest Archdeacon ao<br />

primeiro aviador que conseguisse voar a<br />

distância de 25 metros, com ângulo<br />

máximo de desnivelamento de 25 %.<br />

Além do Aeroclube da França, a Federação<br />

Aeronáutica Internacional (FAI)<br />

reconheceu a conquista do prêmio, pois o<br />

14-Bis voara muito mais do que o limite<br />

mínimo de 25 metros estabelecido. Todavia,<br />

aquele voo de 60 metros, em<br />

23/10/1906, não teve todas as precisas<br />

medições pela FAI necessárias para a<br />

formal homologação do recorde, as quais<br />

a federação veio a tê-las em outra<br />

experiência, duas semanas após, em 12<br />

de novembro de 1906. Nessa data, agora<br />

com o 14-Bis III, última versão dessa<br />

aeronave icônica. Desta vez, provida dos<br />

ailerons, mais um invento do aviador<br />

pioneiro, para ajudar na direção, Dumont<br />

voo à distância de 220 metros, em 21,5<br />

segundos, estabelecendo o recorde de<br />

distância da época. Esse enorme feito foi<br />

registrado pelo pela FAI e pelo Aeroclube<br />

da França.<br />

Especificações técnicas do 14-Bis III: avião<br />

experimental, monoplace, envergadura de<br />

12m, comprimento 10m, altura 4,8m,<br />

superfície das asas 80m², largura das asas<br />

2,5m, separação entre os dois planos das<br />

asas 1,5m, conjunto estabilizador, profundor,<br />

leme de direção (simplificadamente,<br />

“lemes”) 3m de largura, 2m de comprimento<br />

e 1,5m de altura, hélice de 2 pás 2,5<br />

m de diâmetro, peso vazio 160kg, motor<br />

50hp,velocidade máxima 30,8 km/h.<br />

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