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Outubro/2014 - Revista VOi 113

Grupo Jota Comunicação

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• HISTÓRIAS<br />

H ISTÓRIAS<br />

cURITIBANAS<br />

Sonho de menino<br />

A rotina corrida e<br />

agitada fazia parte da<br />

vida de Gabriel, um<br />

profissional já bem-<br />

-sucedido, empresário<br />

da área de tecnologia,<br />

casado e pai de Lucas<br />

e Vitor. Gabriel sempre<br />

buscou dar o melhor<br />

para sua família. Prova<br />

disso era o esforço que<br />

fez para chegar ao cargo<br />

de chefe na empresa<br />

na qual trabalhava<br />

em Curitiba. Apesar<br />

da vida agitada no<br />

ambiente profissional,<br />

Gabriel não deixava de<br />

lado o tempo precioso<br />

com a família. Os passeios<br />

de final de semana<br />

eram essenciais, já<br />

durante a semana ele<br />

ficava responsável em<br />

levar os filhos à escola<br />

e ajudá-los nas tarefas escolares. A rotina era sempre a<br />

mesma. Contudo, nos últimos meses algo passou a chamar<br />

a atenção do empresário. Era um pequeno menino,<br />

com idade em torno de nove ou dez anos, que sempre<br />

permanecia em frente a uma livraria, localizada próxima<br />

à Reitoria da Ufpr (Universidade Federal do Paraná). O<br />

que mais o deixava reflexivo era o fato do menino estar<br />

em pé na frente do local, olhando os livros ali expostos.<br />

E assim foi durante meses. Gabriel fazia o mesmo trajeto<br />

e a cena do garoto se repetia. Na chuva, no frio e nos<br />

dias ensolarados lá estava ele com olhos fixos em direção as<br />

prateleiras repletas de histórias. Até que um dia, ao deixar<br />

os filhos na escola, ele avistou o garoto e resolveu ir até<br />

ele. Estacionou o carro e seguiu em sua direção. Lá estava<br />

ele. Gabriel então se aproximou e o menino deu um passo<br />

para trás assustado.<br />

Gabriel perguntou o seu<br />

nome: “João, senhor”,<br />

ele respondeu. Gabriel<br />

então quis saber a idade<br />

de João, onde ele morava<br />

e onde estava sua<br />

família. O garoto começou<br />

a contar: “Tenho<br />

nove anos, senhor. Faço<br />

dez depois de amanhã.<br />

Moro com minha tia<br />

aqui perto, mas fico<br />

mais aqui mesmo”. Gabriel,<br />

ouvindo a história<br />

resolveu finalmente tirar<br />

a dúvida de algo que<br />

sempre questionava a<br />

si mesmo: o motivo pelo<br />

qual João estava sempre<br />

em frente à livraria. O<br />

pequeno João então<br />

respondeu: “Gosto de<br />

ficar olhando os livros,<br />

senhor. Posso te pedir<br />

um favor?”. Gabriel, surpreso com a resposta, balançou<br />

a cabeça confirmando positivamente a pergunta. Então<br />

de forma bem educada e sensível João disse: “O senhor<br />

poderia me comprar um livro de presente de aniversário?”<br />

Gabriel já com os olhos cheios de lágrimas respondeu<br />

que sim e que o menino poderia escolher a quantidade de<br />

livros que desejasse. Com um brilho no olhar e um singelo<br />

sorriso no rosto João então correu para perto de Gabriel e<br />

o abraçou sem dizer uma palavra.<br />

Entretanto, a maior alegria veio no dia seguinte, quando<br />

passou no mesmo local e não encontrou João parado em<br />

frente à livraria, mas sim sentado nas escadas da Reitoria<br />

apreciando a nova aquisição. Para Gabriel essa atitude<br />

o encheu de felicidade, pois tinha a certeza que havia<br />

realizado o desejo do mais novo amigo.<br />

Por: Bianca Santos / Ilustração: Fernanda Domingues<br />

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