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CAPÍTULO X<br />
— Está me dizendo que Laredo foi embora? — Savannah repetiu, sem compreender o que Caroline<br />
dissera.<br />
Vira Laredo pela manhã, trabalhando no estábulo. Os dois haviam se esforçado durante a semana<br />
inteira para fingir que a conversa de domingo não acontecera. Porém, a declaração de amor de Savannah<br />
havia formado uma barreira entre eles. Tratava-se de algo que não poderia ser esquecido, nem ignorado.<br />
Cada vez que pensava na maneira tola como abrira seu coração, Savannah se recriminava e se<br />
arrependia. Seu comportamento ousado acabara por embaraçar Laredo, bem como a si mesma. Ao mesmo<br />
tempo, sabia que não teria conseguido continuar em silêncio por mais tempo. Amava Laredo e esconder<br />
seus sentimentos havia se tornado praticamente impossível.<br />
— Ele me pediu para entregar isto a você — Caroline falou, estendendo-lhe a caixa.<br />
— É lindo! — Maggie acrescentou, entusiasmada.<br />
— Você conversou com ele? — Savannah perguntou à amiga, imediatamente magoada.<br />
Laredo se fora e, em vez de procurá-la, havia procurado Caroline. Partira sem sequer se despedir.<br />
— Ele passou lá em casa, quando saía da cidade, para me pedir que lhe entregasse o presente.<br />
Sentindo os joelhos trêmulos, Savannah sentou-se e levou a mão à boca, a fim de conter um grito de<br />
desespero. Laredo não uai voltar.<br />
— Quer que eu abra a caixa para você? — Maggie ofereceu. — É lindo e você vai gostar. Mamãe<br />
gostou e eu também.<br />
Caroline pousou a mão no ombro da filha.<br />
— Deixe Savannah abrir o presente quando ela estiver pronta para isso, querida.<br />
A menina se mostrou desapontada, mas obedeceu.<br />
Savannah não teve coragem de abrir. Todas as suas forças se concentravam em conter as lágrimas.<br />
Laredo partira sem uma palavra de despedida, sem um bilhete. Nada. A dor da separação a<br />
devastara, mas de certa forma, ela compreendia os motivos pelos quais ele tomara a decisão abrupta.<br />
Laredo simplesmente não seria capaz de lhe dizer adeus. Amava-a demais para magoá-la além do<br />
que já fizera. Amava-a demais para dizer não, caso ela lhe pedisse para ficar. E, assim, ele fizera a única<br />
coisa que poderia fazer: fugira como um ladrão na noite. Havia roubado o coração de Savannah e o<br />
levara consigo.<br />
— Savannah, você está bem?<br />
Ela assentiu em resposta, embora o vazio em seu peito ameaçasse devorar-lhe a alma.<br />
Caroline segurou-lhe a mão com firmeza.<br />
— Eu sinto muito — murmurou.<br />
Savannah ergueu os olhos para fitar a amiga, sem forças para fingir, ou mentir. Seria fácil enganar