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— Isso seria impossível, Laredo, pois você trouxe muita felicidade para a minha vida. Quando<br />
partir, não terá de se preocupar comigo. Não farei nada para prendê-lo aqui. Sinto-me grata por cada dia<br />
que passamos juntos, por cada momento... cada beijo.<br />
Laredo não concordava, pois acreditava ser ele quem estava em débito para com Savannah.<br />
— Acho melhor voltarmos antes que alguém sinta nossa falta.<br />
Sentia-se fortemente tentado a tomá-la de novo nos braços e voltar a beijá-la, e já não sabia se teria<br />
forças para resistir ao impulso.<br />
— Ainda não — Savannah pediu. — Deixei um bilhete na cozinha. Ninguém vai se preocupar.<br />
Laredo não sabia o que poderia acontecer, caso voltassem a se beijar. Não podia correr o risco de<br />
descobrir. Assim, levantou-se para fugir à tentação.<br />
— Vamos ficar apenas mais alguns minutos — ela insistiu em um tom de súplica que partiu o<br />
coração de Laredo.<br />
— Está bem — ele concordou e voltou a sentar-se. — Só mais alguns minutos. E nada de beijos.<br />
Savannah assentiu e sorriu.<br />
Os poucos minutos transformaram-se em duas horas. Savannah recostou-se no tronco da árvore e<br />
pegou no sono quase imediatamente. Laredo perguntou-se se ela conseguira dormir, à noite, pois ele<br />
ficara acordado. Ao que parecia, o único na fazenda a desfrutar de uma boa noite de sono fora Richard.<br />
Sabia como Savannah se sentia com relação ao irmão mais novo e temia que fosse apenas uma<br />
questão de tempo para que Richard a decepcionasse. Ao mesmo tempo que não queria que isso<br />
acontecesse, não sabia como protegê-la.<br />
Perturbado por tais pensamentos, Laredo virou-se para observar Savannah, apreciando-lhe a beleza<br />
suave. Cada minuto era um presente. Embora a constatação houvesse sido expressada por ela, ele sentia o<br />
mesmo.<br />
Lembrou-se das palavras da mãe: "Todos nós recebemos de volta aquilo que damos", e concluiu<br />
que ter conhecido Savannah o havia compensado por tudo o que dera errado em sua vida.<br />
Mas, por que tinha de conhecê-la justamente agora? Por que encontrar aquela mulher maravilhosa e<br />
apaixonar-se por ela, quando não tinha nada além de dificuldades a oferecer?<br />
Laredo amava Savannah, como já havia admitido para si mesmo. Amava-a o bastante para deixá-la,<br />
em vez de pedir-lhe que se sacrificasse por ele. Ela merecia uma vida muito melhor e ele não a tiraria do<br />
conforto em que vivia por nada.<br />
Ellie Frasier estava no depósito, ocupada com uma entrega que acabara de chegar de seu maior<br />
fornecedor, quando Richard Weston entrou na loja, vestindo calça jeans impecável, botas caras e seu<br />
novo chapéu Stetson. Mais parecia um cantor country do que um fazendeiro.<br />
— Finalmente, descobri o seu esconderijo — ele disse, examinando-a da cabeça aos pés com olhar<br />
atrevido, deixando bem claro que gostava muito do que via.<br />
Ellie não se opunha a ser lisonjeada e elogiada, de vez em quando. Afinal, Glen e os outros homens<br />
que conhecia insistiam em tratá-la como mera amiga, quase como se fosse mais um homem na turma.