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Livro Mídia, Misoginia e Golpe

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Mídia, Misoginia e Golpe<br />

“Não houve simplesmente uma transição de presidente para o vice, houve<br />

todo um plano, todo um projeto reformista que havia sido derrotado nas<br />

urnas e que está sendo implantado agora”.<br />

CÉSAR RICARDO SIQUEIRA BOLAÑO<br />

Aline da Silva Souza<br />

Carlos Peres de Figueiredo Sobrinho<br />

César Ricardo Siqueira Bolaño é jornalista pela Universidade de São<br />

Paulo (USP). Doutor em Economia pela Universidade Estadual de<br />

Campinas (UNICAMP). Mestre em Ciência Econômica também pela<br />

Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professor<br />

associado IV da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na<br />

área de Economia, com ênfase em Teoria Geral da Economia,<br />

atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação,<br />

economia, economia política, informação e telecomunicações.<br />

Possui vários livros publicados, entre eles: “The Culture Industry,<br />

Information and Capitalism” (2015); “O Conceito de Cultura em<br />

Celso Furtado” (2015); “Campo Aberto para a crítica” (2015);<br />

“Mercado Brasileño de Televisión (2013).<br />

|Você define o impeachment de Dilma Rousseff como um golpe? Por quê?<br />

O impeachment foi um golpe por vários motivos. A dinâmica de todo o<br />

impeachment mostra que houve uma articulação bastante ampla em determinadas<br />

camadas sociais, determinados atores, no sentido de reverter uma política que havia<br />

sido aprovada nas urnas. Então não houve simplesmente uma transição de presidente<br />

para o seu vice, mas houve todo um plano, todo um projeto reformista que havia sido<br />

derrotado nas urnas e que está sendo implantado agora. Acredito que o golpe foi uma<br />

opção, uma vez que o projeto não foi aprovado nas urnas, então imediatamente surgiu<br />

como opção, uma opção constitucional. Acredito que existia, naquele momento, dois<br />

projeto para o Brasil: um representado pelo PT e outro representado pelo PSDB, que<br />

perdeu as eleições. Estes projetos, eles têm a simpatia de determinados atores sociais e<br />

de determinados setores da população. Aquele que foi derrotado encontrou na<br />

Constituição brasileira essa possibilidade de impeachment como forma de inverter a<br />

situação. Por isso, entendo que seja um golpe, não em função de uma conspiração,<br />

embora haja elementos conspiratórios, evidentemente. Mas o fundamental é que<br />

houve um acordo entre os dois partidos no parlamento que decidiram pelo<br />

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