REBOSTEIO Nº 3
Revista REBOSTEIO DIGITAL número três - entrevistas, arte, cultura, poesia, literatura, comportamento, cinema, fotografia, artes plásticas.
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editorial<br />
Editores<br />
Mercedes Lorenzo<br />
Rubens Guilherme Pesenti<br />
Willian Delarte<br />
Contato<br />
revistarebosteio@gmail.com<br />
Blog para mailing-list:<br />
http://rebosteio-revistadigital.blogspot.com/<br />
Colaboradores deste <strong>Nº</strong><br />
Edegar Ferreira<br />
Fernando Rabelo<br />
Ígor Marques<br />
Israel Neto<br />
Jacqueline Gallo<br />
José Pedro da Silva Neto<br />
Leonards Lacis<br />
Letícia Lanz<br />
Leonards Lacis<br />
Marcantonio Costa<br />
Marcelino Freire<br />
Mauro Brito Combo<br />
Mercedes Lorenzo<br />
Nirton Venancio<br />
Rubens Guilherme Pesenti<br />
Tiago Costa<br />
Valmir Alves Ribeiro<br />
Willian Delarte<br />
<strong>REBOSTEIO</strong><br />
é uma publicação digital<br />
sem fins lucrativos, construída com a<br />
ajuda de colaboradores voluntários,<br />
independente, apartidária e voltada<br />
para a divulgação de arte em geral,<br />
de idéias, provocações neurais e<br />
expansão dos sentidos... não temos<br />
todas as respostas, mas estamos<br />
interessados nas melhores perguntas.<br />
CAPA:<br />
Jacqueline Gallo<br />
PROJETO GRÁFICO:<br />
Rubens Guilherme Pesenti<br />
http://ru666.blogspot.com<br />
Mercedes Lorenzo<br />
http://olhardelambe-lambe.blogspot.com<br />
Durante o período em que viveu Zumbi, o Brasil era testemunha de dois fatos, entre<br />
os mais cruéis da humanidade, a chamada “santa” inquisição e a escravidão.<br />
A igreja católica, na linha de frente desses fatos e preservando seus interesses mais<br />
sórdidos, sobretudo o econômico, teve um papel fundamental na manutenção dessa<br />
crueldade. Grande parte das riquezas acumuladas pela “santa” igreja católica<br />
apostólica e romana é proveniente de muçulmanos e judeus perseguidos, saqueados<br />
e mortos pelo santo ofício. Da mesma maneira que muito lucrou durante a<br />
escravidão aqui no Brasil, recebendo grandes propinas dos senhores escravocratas,<br />
algumas por baixo do pano e outras oficialmente como taxação da própria igreja.<br />
Os líderes católicos em sua ganância e ignorância extremadas pouco se importaram<br />
em absorver o que essas culturas, a muçulmana provavelmente a mais desenvolvida<br />
da época, teriam a oferecer. Trocaram o conhecimento pela riqueza. A cultura<br />
lavou-se em sangue.<br />
De um lado, entre os mouros, a história nos deixou Antar Ibn Shaddad, negro, poeta<br />
e guerreiro muçulmano, que nasceu servo de seu pai e conquistou sua liberdade<br />
como um lendário combatente pelo seu povo. É um herói para os mouros<br />
reconhecido pelas qualidades pessoais, de grande poeta e corajoso nas batalhas.<br />
Entre nós brasileiros, ficou a imagem de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares,<br />
negro fugido junto aos brancos para tornar-se o grande nome da resistência de um<br />
povo na luta contra a escravidão, preconceito e segregação. Grande guerreiro que<br />
conseguiu impor diversas e humilhantes derrotas às investidas armadas por parte do<br />
governo, com o qual se recusou a fazer qualquer tipo de acordo. Jamais confiou na<br />
palavra da igreja ou da coroa portuguesa.<br />
Muito além do Malês, negros muçulmanos em grande parte educadores, que foram<br />
trazidos ao nosso país como escravos, suas revoltas em Salvador, na Bahia e das<br />
tradições que por lá deixaram enraizadas, a história do Brasil, africanos e mouros<br />
tem seu elo na figura de uma personagem até pouco tempo desconhecida de nossa<br />
historiografia, o Capitão Mouro e seu encontro com Zumbi.<br />
Karim Ibn Ali Saifudin, o Capitão Mouro, foi salvo em alto-mar pelo judeu Yusseph<br />
Ben Suleiman, após o naufrágio da embarcação que comandava sob ataque de<br />
piratas. O judeu, comerciante, vinha ao Brasil, em Pernambuco, para negociar<br />
mercadorias. Ali tomaram conhecimento de Zumbi e do Quilombo de Palmares.<br />
Saifudin embrenhou-se de tal modo na vida do Quilombo que retardou, em tese,<br />
para sempre o retorno dele e de Suleiman para seus povos. Junto aos seus<br />
conhecimentos soube absorver a cultura dos negros, inclusive com plantas<br />
medicinais índice que junto a higiene, combateu diversas doenças entre os brancos, tão<br />
pouco adeptos à limpeza.<br />
Foi o responsável pela forte defesa que se construiu em torno do quilombo. Juntos,<br />
ele 4 e Zumbi, a violência desenvolveram silenciosamuitas estratégias de ataque e defesa que 24 iam poesia minando<br />
todas 10 as minha tentativas respiração de destruição é saudade de Palmares.<br />
28 fotodocumentário<br />
Casou com uma negra chamada Maria, assim como seu amigo Yusseph casou com<br />
12 você está no processo de ser<br />
Sara, também de origem negra.<br />
34 à moda antiga<br />
Após doutrinado uma estadia infrutífera em Recife, onde Yusseph acreditava 40 liberte que viriam um livro!<br />
resgatá-lo, 13 nem voltaram toda sombra a Palmares, no momento de sua destruição. A história, já tão<br />
parca,<br />
42 a cara do careta<br />
na não parede registra é cinema mais nada sobre os dois. Quando escrita pelos vencedores,<br />
sobretudo os cruéis e assassinos, reduz os vencidos quando não 44 os como anula. fica sua<br />
14 frases de oswald de andrade<br />
Mas acreditamos na igualdade entre os povos, no respeito<br />
16 a tal revolução sexual<br />
privacidade<br />
aos costumes,<br />
com<br />
na<br />
o novo<br />
troca de<br />
conhecimento e uma convivência pacífica, acima de governos e credos.<br />
18 artes plásticas<br />
atrevimento do google<br />
Para 20 saber um velho mais sobre manuscrito o assunto leiam O Capitão Mouro, 46 de rebosteio Georges in dica<br />
Bourdoukan, Editora Casa Amarela, que pesquisou profundamente no Brasil,<br />
21 de putas e deputados<br />
47 a cidade se dá<br />
Portugal, Espanha, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, chegando inclusive aos<br />
beduínos 22 melancolia do deserto e os beberes das montanhas, onde prevalece 48 anti a propaganda<br />
cultura e a<br />
história de forma oral.<br />
página 03