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PME Magazine - Edição 5 - Julho 2017

António Saraiva, presidente da CIP, é a figura de destaque da 5.ª edição da PME Magazine, que marca o primeiro aniversário da empresa. Leia na íntegra aqui.

António Saraiva, presidente da CIP, é a figura de destaque da 5.ª edição da PME Magazine, que marca o primeiro aniversário da empresa. Leia na íntegra aqui.

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Tecnologia<br />

“ENTIDADES GOVERNAMENTAIS<br />

TÊM PAPEL IMPORTANTE”<br />

<strong>PME</strong> Mag. – A que outras conclusões chegaram<br />

com este estudo?<br />

F.F. – As empresas ainda estão muito longe do que<br />

é ERP na cloud. Depois, chegámos à conclusão de<br />

que ainda estamos longe do paper free, as<br />

empresas ainda estão muito agarradas aos<br />

arquivos físicos. Por isso, precisamos de ajudar as<br />

<strong>PME</strong> a perceberem que há um caminho a fazer e<br />

este caminho significa mais competitividade, mais<br />

eficiência. Compete-nos a nós, produtores das TI,<br />

informar as empresas sobre as vantagens.<br />

Concluímos, também, que nas áreas de<br />

fiscalidade e legalidade as coisas estão muito bem,<br />

porque as empresas viram-se obrigadas pela AT a<br />

dar passos que não teriam dado se não tivessem<br />

sido obrigadas a entregar o SAFT e afins da forma<br />

como têm de o fazer hoje. Mas também nos leva a<br />

uma conclusão: as entidades governamentais têm<br />

um papel muito importante. Podem ser o motor da<br />

digitalização, porque isto vai significar mais<br />

competitividade.<br />

<strong>PME</strong> Mag. – Em comparação com o estudo de<br />

2012, aumentou a confiança para investir nestes<br />

processos?<br />

F.F. – O que mudou é que já não há dúvidas da<br />

parte de ninguém que não pode ficar de fora,<br />

independentemente da dimensão da empresa.<br />

Toda a gente já percebeu que é um processo<br />

irreversível, em que não podem ficar de fora e a<br />

competitividade vai medir-se por aí. E os<br />

processos de digitalização também trazem novos<br />

modelos de negócio e os novos modelos de<br />

negócio são fundamentais. As empresas estão<br />

interessadas e querem mudar, o que acontece é<br />

que muitas delas ainda não sabem como o<br />

fazer e precisam de ajuda. As empresas não sabem<br />

efetivamente como o fazer, sabem que é<br />

possível, percebem que há mais-valias, mas<br />

precisam de ajuda. Daí que os recursos, que são<br />

escassos para estas áreas, é algo que nos<br />

preocupa, porque temos de ter pessoas capazes<br />

de discutir modelos de digitalização em empresas.<br />

Já não estamos a falar do processo A ou B,<br />

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estamos a falar de chegar a uma empresa e<br />

perceber como é que se vai montar o processo<br />

de digitalização.<br />

<strong>PME</strong> Mag. – O custo da transformação do<br />

arquivo em papel para digital é um dos entraves?<br />

F.F. – A questão que se deve colocar não é o custo<br />

que vai ter, mas qual é o meu custo hoje por ter 10<br />

ou 20 pessoas que têm de tratar de papel e que<br />

posso substituir por uma ou duas. São tarefas sem<br />

valor acrescentado e [essas pessoas] podem estar<br />

a fazer outro tipo de coisas . Os escritórios de<br />

contabilidade, por exemplo, têm um batalhão de<br />

pessoas, porque chegam as empresas com<br />

centenas de documentos por mês que têm de ser<br />

introduzidos manualmente. Nos escritórios que<br />

hoje têm uma visão diferente isso deixa de existir,<br />

porque têm sistemas de faturação integrados com<br />

a contabilidade do escritório e os documentos são<br />

introduzidos da empresa, não é uma tarefa<br />

repetitiva e elimina tarefas que não têm valor<br />

nenhum. Hoje, o que vemos são escritórios de<br />

contabilidade que prestam um serviço<br />

completamente diferente: limitam-se a tratar das<br />

questões fiscais, entregar o IVA, fazer o IES [n. d. r.<br />

Informação Empresarial Simplificada] e já fazem um<br />

trabalho de aconselhamento, de gestão. No fundo,<br />

entregar contas, rácios que alertam as<br />

empresas. Mudou o tipo de serviço prestado.<br />

Muitas vezes, quando vamos a uma empresa<br />

perguntamos quantas pessoas é que tem a<br />

fazer a tarefa A e vamos comparar com aquilo que<br />

estamos a propor e o que pode ganhar. É a única<br />

forma, caso contrário as pessoas dizem que o<br />

custo é elevado. Quem passa para ter tudo na<br />

cloud, normalmente, pega na mensalidade,<br />

multiplica por 12 e pensa: ‘Isto é caríssimo’. Porque<br />

se esquece de fazer contas ao que significa ter um<br />

servidor internamente, que precisa de<br />

manutenção, de uma pessoa que tome conta, de<br />

uma empresa que preste serviços no servidor, esse<br />

serviço todo deixa de o ter e está incluído nessa<br />

mensalidade. É um processo que tem de ser<br />

explicado.

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