edição de 18 de dezembro de 2017
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etrospectiVa <strong>2017</strong><br />
BV e concorrência geram <strong>de</strong>bates<br />
que marcam atuação <strong>de</strong> produtoras<br />
Apro levanta discussão sobre o assunto e empresas apontam conquistas<br />
e aprendizados do setor este ano em meio à grave crise econômica<br />
Mariana Zirondi<br />
mercado <strong>de</strong> produção publicitária<br />
ficou marcado em<br />
O<br />
<strong>2017</strong> pelas discussões em torno<br />
do pagamento do BV (bonificação<br />
sobre volume) <strong>de</strong> produção.<br />
A Apro (Associação Brasileira<br />
da Produção <strong>de</strong> Obras Audiovisuais)<br />
movimentou, inclusive,<br />
uma campanha abordando<br />
a ética nas relações comerciais<br />
entre as produtoras e os<br />
clientes. A questão, segundo a<br />
associação, vai contra os valores<br />
<strong>de</strong>fendidos pelo Código <strong>de</strong><br />
Conduta, atualizado em 2016.<br />
Paulo Roberto Schmidt, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho da Apro, afirma<br />
que durante o ano houve um<br />
fortalecimento no combate à prática.<br />
“Nos mobilizamos contra os<br />
prazos <strong>de</strong> pagamento por parte<br />
dos contratantes, realizando e<br />
divulgando um estudo que retratou<br />
o tamanho <strong>de</strong>ssa prática tão<br />
prejudicial à saú<strong>de</strong> financeira das<br />
empresas produtoras”, explica.<br />
No entanto, outros <strong>de</strong>safios<br />
impactaram esse mercado em<br />
<strong>2017</strong>. Schmidt <strong>de</strong>staca que a<br />
parceria com clientes e agências<br />
tem tentado encontrar a<br />
melhor solução para a comunicação<br />
das marcas <strong>de</strong>ntro dos<br />
investimentos alocados. “Não<br />
se po<strong>de</strong> abrir mão em toda relação<br />
<strong>de</strong> colaboração da segurança<br />
para profissionais nas filmagens<br />
e a colocação <strong>de</strong> prazos<br />
razoáveis para recebimento <strong>de</strong><br />
pagamento”, diz.<br />
Para as produtoras, o ano<br />
foi <strong>de</strong> adaptação. Egisto Betti,<br />
sócio e produtor-executivo<br />
da Paranoid, afirma que há um<br />
constante amadurecimento e<br />
uma profissionalização na publicida<strong>de</strong><br />
e no entretenimento.<br />
“Ganhamos premiações importantes<br />
e realizamos comerciais<br />
interessantes. No entretenimento,<br />
lançamos nosso primeiro<br />
documentário (Oh Yoga: Arquitetura<br />
da Paz, <strong>de</strong> Heitor<br />
Dahlia), dois longas, além <strong>de</strong><br />
série <strong>de</strong> TV”, comenta Betti.<br />
Com um ano <strong>de</strong> existência, a<br />
Conspiração, Cine, Trio, O2 Filmes, Corazon e Paranoid apontam os <strong>de</strong>safios e conquistas das produtoras em busca <strong>de</strong> formalização<br />
“nos mobilizamos<br />
contra os prazos<br />
<strong>de</strong> pagamento<br />
por parte dos<br />
contratantes,<br />
realizando e<br />
divulgando<br />
um estudo que<br />
retratou o<br />
tamanho <strong>de</strong>ssa<br />
prática tão<br />
prejudicial”<br />
audioundwerbung/iStock<br />
Corazon Filmes celebra a conquista<br />
do Glass Lion com Meninas<br />
Fortes, da Ogilvy Brasil para<br />
Nescau. “Esse foi o primeiro<br />
Leão brasileiro da categoria em<br />
Cannes. Outra conquista foi colocar<br />
em prática nosso plano<br />
<strong>de</strong> atuar como uma incubadora<br />
<strong>de</strong> novos talentos”, comemora<br />
Igor Ferreira, sócio-diretor executivo<br />
da Corazon Filmes.<br />
A concorrência no mercado<br />
foi apontada por algumas<br />
empresas. A O2 Filmes fala <strong>de</strong><br />
instabilida<strong>de</strong>, mas também da<br />
realização <strong>de</strong> trabalhos icônicos<br />
para marcas como Antarctica,<br />
Volks e Fiat. Rejane Bicca,<br />
diretora <strong>de</strong> atendimento da O2<br />
Filmes, diz: “como nós somos<br />
uma produtora reconhecida em<br />
storytelling, essa tendência é<br />
esten<strong>de</strong>r e fazer mais projetos<br />
inovadores, incluindo os <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content”.<br />
A expansão internacional é<br />
um ponto <strong>de</strong>stacado pela Trio.<br />
A CCO Luciana Mathias afirma<br />
que fecharam o ano com escritórios<br />
na Argentina, México<br />
e Estados Unidos. “Iniciamos<br />
também muitos projetos artísticos/autorais<br />
e isso fez a diferença<br />
para nosso branding”.<br />
A reinvenção é apontada pela<br />
Cine como um dos pontos <strong>de</strong><br />
<strong>2017</strong>. “Foi um bom ano. Nos<br />
reinventamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o pico da<br />
crise e renovamos nossas equipes,<br />
contratando novos diretores”,<br />
analisa Raul Doria, sócio-<br />
-diretor da Cine.<br />
A produção in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
entretenimento é a conquista<br />
apontada pela Conspiração Filmes<br />
nesse ano. A produção <strong>de</strong><br />
longas, séries e projetos com<br />
marcas, além da plataforma <strong>de</strong><br />
conteúdo feito por mulheres,<br />
o Hysteria, estão entre os <strong>de</strong>staques.<br />
“A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entretenimento<br />
produz mais <strong>de</strong> 100<br />
horas <strong>de</strong> programação por ano<br />
e está por trás do sucesso <strong>de</strong> séries<br />
responsáveis por picos <strong>de</strong><br />
audiência nos canais em que<br />
são exibidas”, diz Renata Brandão,<br />
CEO da produtora.<br />
jornal propmark - <strong>18</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2017</strong> 19