Dezembro/2017 - Referência Florestal 192

para obtenção de florestas mais rentáveis, muitas vezes ignorada,
é a determinação da idade ótima econômica de corte,
que varia de uma floresta para outra. A adoção de idades não
ótimas resulta em perdas econômicas para o produtor.
Quais regiões estão se destacando e que devem estar no
radar do silvicultor?
Acredito que quase todas as regiões do Brasil apresentam
um forte potencial, desde que observadas as boas práticas de
planejamento florestal. As novas usinas de etanol de milho no
Mato Grosso, a possibilidade da inserção da energia de biomassa
florestal nos leilões de energia, a demanda por madeira
para uso energético na agricultura, a expansão dos projetos
de celulose e papel e o desenvolvimento de novos produtos
nas biorrefinarias nas regiões florestais já consolidadas e no
Mato Grosso do Sul, Maranhão e Bahia, uma maior adoção
de madeira de florestas plantadas para construção civil e para
fabricação de móveis são todos bons indícios para a cadeia
produtiva florestal. Aproveitar este potencial dependerá da
compreensão de cada negócio e da floresta como um ativo
biológico capaz de ofertar múltiplos produtos que podem
otimizar o seu retorno em diferentes mercados, não apenas
como produtora de biomassa.
Existem algumas armadilhas no negócio? Poderia citar as
mais usuais e que as pessoas, às vezes, não se dão conta?
A principal é o desconhecimento do mercado e a implantação
de florestas sem o devido planejamento estratégico (de longo
prazo). Analisar o investimento desconsiderando os custos de
colheita e transporte até o cliente, adequados a sua escala
de produção, seria a segunda. A terceira seria depender de
um único consumidor para o seu produto, sem que haja um
relacionamento comercial que possibilite a redução do risco
de ambos.
Existe alguma espécie promissora, excluindo as estabelecidas
como pinus e eucalipto?
Há várias em estudo - cedro australiano, mogno africano, teca
e outras folhosas - voltadas principalmente para a produção de
madeira de maior valor agregado. Mas a execução do planejamento
adequado da atividade antes de realizar a implantação
é necessária, independente da espécie selecionada.
strategy play a more important role. A powerful tool for obtaining
more profitable forests, often ignored, is the determination
of the optimum economic cutting age, which varies
from one forest to another. The adoption of a non-optimum
ages results in an economic loss to the producer.
Which regions stand out that should be on the radar of the
forest producer?
I believe that almost all regions in Brazil have a strong potential,
as long as the best practices in forest planning are used.
The new corn ethanol plants in the State of Mato Grosso, the
possibility of the forest biomass energy be included the energy
auctions, the demand for timber for energy use in agriculture,
the expansion of the pulp and paper projects, and the
development of new products in bio refineries in already consolidated
forest regions and in the States of Mato Grosso do
Sul, Maranhão and Bahia, and the greater use of timber from
planted forests for construction and furniture manufacturing
are all good signs for the forest productive chain. Taking advantage
of this potential will depend on the understanding of
each business and the forest as a biological asset able to offer
multiple products that can optimize its return in different
markets, not only as a producer of biomass.
Are there pitfalls in the business? Could you cite the more
usual and the people who sometimes didn’t take adequate
care?
The main one is a lack of knowledge about the market and
the implementation of a forest without due strategic planning
(long-term). Analyzing the investment regardless of harvesting
and transportation costs to the customer, suitability as to
scale of production, would be the second. The third would be
dependence on a single consumer for the product without a
business relationship that allows the reduction of risk to both.
Are there any promising species, excluding the established
such as pine and eucalyptus?
There are several studies being carried out – for Australian
cedar, African mahogany, teak and other hardwoods - geared
primarily to higher value added timber production. But the
execution of proper planning for the activity before installation
is needed, independent of the species selected.
Espécies novas apresentam um desafio adicional quando
comparadas às espécies consolidadas (pinus e eucalipto)
em relação à carência de informações e materiais genéticos
adaptados e de elevada produtividade
Dezembro de 2017 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL
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