Revista MB Rural Ed 34
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produção dos animais. Estabelecemos<br />
então a base de lotação da propriedade,<br />
demonstrado no gráfico.<br />
Todo pensamento do produtor durante<br />
o ano está voltado exatamente<br />
para esse período, quando seu negócio<br />
aparenta fragilidade e alto risco.<br />
Porém, esse modelo induz a perdas<br />
de capim no restante do ano, necessidade<br />
de implantar taxa variável de<br />
lotação e processos de gestão complexos<br />
como compra, venda, aquisição<br />
de alugueis, deslocamentos e<br />
outras ações que resultam em custos<br />
extras.<br />
Modificar esse processo<br />
para manter altas lotações com produção<br />
elevada e convivendo com a<br />
sazonalidade de produção das forragens<br />
é o nosso maior desafio, e estabelece<br />
novos números dentro das<br />
propriedades que buscam alternativas<br />
de aumento da produção.<br />
Sabendo ser impossível retirar<br />
os meses de transição e baixa<br />
produção de forragem do nosso<br />
ano agrícola, nos cabe implementar<br />
alternativas que reduzam ou anulam<br />
as influências negativas dessa fase.<br />
Intensificar a pecuária somente a<br />
pasto pode ser um tiro errado se não<br />
pensarmos na estratégia para esse<br />
período. Portanto, o aproveitamento<br />
intensivo das pastagens deve ter um<br />
direcionamento para o acabamento<br />
também intensivo e rápido, que<br />
consiga absorver toda a produção e<br />
desempenho do período das águas e<br />
transformá-la em receita no decorrer<br />
do mesmo ano. As técnicas de<br />
acabamento, seja em confinamento<br />
ou qualquer outra modalidade, propiciam<br />
o encaixe das engrenagens<br />
trabalhando em velocidade compatível<br />
para o desenvolvimento equilibrado<br />
do projeto pecuário intensificado.<br />
O principal ponto de entendimento<br />
para que o confinamento<br />
seja utilizado como ferramenta de<br />
produção atuante e que interfere em<br />
todas as bases da propriedade, é o<br />
fato de não mais existir animais nos<br />
pastos em fase de acabamento na<br />
fazenda, quando a relação peso dos<br />
animais e área ocupada força para<br />
a diminuição do número de cabeças<br />
alojadas por hectare. Compreendendo<br />
melhor essa matemática,<br />
uma propriedade que mantém mil<br />
cabeças em recria e engorda a pasto,<br />
possui aproximadamente 30% desse<br />
rebanho na fase de acabamento com<br />
peso médio acima de 450 kg, ou<br />
seja, uma unidade animal (UA) alojada<br />
no pasto de engorda, enquanto<br />
na recria, com peso médio de 300 kg<br />
por animal, teremos 1,5 animais alojados<br />
para compor o mesmo peso<br />
do animal em acabamento na mesma<br />
área.<br />
Isso representa aumento<br />
de lotação em cabeças por volta<br />
de 50% sob o rebanho de engorda.<br />
O perfil da fazenda passa a ter<br />
somente animais leves por unidade<br />
de área na recria, nos remetendo a<br />
entender que se não temos animais<br />
pesados nos pastos, e sim em confinamento,<br />
a área de pastagem efetiva<br />
da propriedade passa a alojar mais<br />
animais, que serão preparados para<br />
atingir entre 12 e 14@ no menor<br />
período de tempo possível e serão<br />
encaminhados para terminação em<br />
confinamento, semi confinamento<br />
ou confinamento a pasto. Consideramos<br />
que qualquer uma dessas<br />
técnicas vai minimizar ou excluir<br />
totalmente a necessidade de pastejo<br />
por parte dos animais devido a suplementação<br />
para terminação que<br />
os animais irão receber.<br />
Contextualizando a discussão,<br />
implantamos novas e vigorosas<br />
pastagens utilizando variedades de<br />
capim que estão sendo desenvolvidos<br />
para aumento da produtividade<br />
e suporte animal cada vez maior<br />
das áreas. Promovemos subdivisões<br />
dos pastos e implantamos sistemas<br />
rotacionados para pastejo intensivo<br />
aumentando ainda mais a capacidade<br />
de lotação da fazenda. Tudo isso<br />
a partir de um rebanho construído<br />
com rigor genético e sanitário para<br />
máximo desempenho, dentro de um<br />
sistema que atinge elevados níveis de<br />
lotação no período de maior disponibilidade<br />
de forragem sem se preocupar<br />
com a sazonalidade de produção<br />
do capim, pois após concluída<br />
a recria em ciclo curto e iniciado o<br />
período seco, encaminharemos os<br />
animais para a fase de conclusão do<br />
projeto.<br />
O confinamento do gado<br />
bem recriado corrige as inversões<br />
de desempenho no período crítico<br />
do ano e desloca a receita da propriedade<br />
para os meses de escassez<br />
no fornecimento de gado gordo<br />
proveniente dos pastos. Promove<br />
melhoria das pastagens permitindo<br />
a implantação do manejo de lotação<br />
com taxa variável na fazenda, sem<br />
alterar a quantidade de gado no estoque<br />
e mantendo as rédeas do negócio<br />
nas mãos do proprietário.<br />
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EDIÇÃO <strong>34</strong> | ANO 07 | NOV/DEZ 2017