PROJETO_DIGITAL_09-01-2018a
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A garotada que chegou depois<br />
não tem noção de como Belém e a<br />
Era janeiro de 1961 quando chegou ao Amapá,<br />
contratado pela ICOMI, que precisava de um<br />
Amazônia estavam fora do alcance.<br />
Com a mudança da capital para Brasília<br />
geólogo para a mina de manganês de Serra do<br />
e a construção da Belém-Brasília, JK<br />
Navio. Scarpelli lembra até hoje os desafios de<br />
fazer pesquisa geológica na região. “Saíamos de mudou isso para sempre.<br />
Serra do Navio por via fluvial, pelo Amapari. Por<br />
Wilson Scarpelli<br />
segurança, sempre saíamos em duas ubás (pequena<br />
embarcação) com motor de 18 HP. Iam<br />
dois a três geólogos, dois pilotos, um cozinheiro,<br />
Foram 14 anos morando na região, sendo<br />
dois mateiros experientes, empregados da companhia,<br />
e mais seis a dez mateiros contratados. mais do que os dois anos planejados pelo geólo-<br />
12 em Serra do Navio e dois em Belém – bem<br />
Levávamos toda a tralha de trabalho, acampamento<br />
e alimentação considerada necessária, pôde descobrir outras áreas da Amazônia e suas<br />
go recém-formado –, período em que Scarpelli<br />
evitando excessos de peso. Não havia comunicação<br />
nenhuma com Serra do Navio. As campanhas corremos todas as áreas de Rondônia com ativi-<br />
riquezas naturais. “Em um mês (no ano de 1963),<br />
eram variadas. Em algumas, ficávamos nas proximidades<br />
dos rios e, em muitas, avançávamos primário. Fizemos um relatório que reputo ser<br />
dades de lavra de cassiterita, em aluviões e em<br />
muito mata adentro, em busca das serras que de ótima qualidade para empresa que quisesse<br />
víamos em precárias fotos aéreas.”<br />
ir para lá”, relata.<br />
158 7º Anuário Mineral do Pará | 2<strong>01</strong>8