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Gestão Hospitalar N.º 12 2018

Entrevista a Xavier Corbella, Secretário Geral da International Fedaration Internal Medicine

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© FEDRA SANTOS<br />

ortopedista. E a verdade é que a fratura do colo do fémur<br />

tem uma componente muito mais médica do que cirúrgica.<br />

Portanto, aos doentes complexos, com doenças raras, aos<br />

doentes que saem dos cuidados intensivos com múltiplos<br />

problemas nós “oferecemos” o serviço de medicina interna<br />

como destino.<br />

Claro que ficamos com doentes com maior gravidade,<br />

complexidade, maior duração, mas somos muito mais<br />

úteis assim.<br />

No entanto, o administrador critica-nos, porque o doente<br />

ainda não saiu da unidade médica. É natural, pois nós<br />

acabamos por ficar com os doentes que tiveram alta das<br />

suas especialidades, ou seja, nós ficamos com um maior<br />

número de doentes.<br />

Eu também já fui administrador de um hospital (mas os<br />

meus subordinados é que mandavam) e eu dizia aos colegas<br />

que trabalhavam comigo: “Mudem-me os indicadores.<br />

Não me digam que a demora média é de 7 dias porque eu<br />

não vou querer os vossos doentes. Mas diz-me que a demora<br />

é de 14|15 dias e vou querer todos os teus doentes.”<br />

Isto é “inpatient care”, agudização de crónicos.<br />

O primeiro papel do internista é participar nas consultas<br />

primárias e no “long term care”, reforçar os cuidados prolongados.<br />

O segundo, e que também é muito importante, é<br />

o de criar alternativas à hospitalização, “ambulatory care”.<br />

GH: Também referiu a má gestão em equipa, o que<br />

é muito importante. Gostaríamos de saber, de<br />

facto, o que é isto, mas também, como se processa<br />

esta mudança.<br />

XC: Isto foi uma grande mudança. Nós, enquanto equipa diretiva,<br />

éramos clínicos e vimos que o poder que cada cama<br />

do hospital tinha limitava a gestão das camas e, portanto,<br />

discordávamos em completo da ideia de termos doentes<br />

pendentes de entrar num serviço com camas livres.<br />

Para contornar a má gestão, definimos que as camas do<br />

hospital são do hospital e não de um serviço.<br />

Decidir isto foi uma revolução, mas nós é que decidimos<br />

para onde vai o doente.<br />

A unidade de admissões, a prioridade, a proporção de programados,<br />

é tudo decidido centralmente. “Centralized bed<br />

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