AMOR+DE+VERANEIO
Uma história de amor envolvendo um adolescente inexperiente e uma adolescente já bastante experiente em relacionamentos no ano de 2001. O cenário é um antigo colégio em um bairro de subúrbio de Belo Horizonte, chamado Padre Matias. Os acontecimentos saem do controle e o que era apenas um caso de amor passa a ter envolvimento com crimes e drogas.
Uma história de amor envolvendo um adolescente inexperiente e uma adolescente já bastante experiente em relacionamentos no ano de 2001. O cenário é um antigo colégio em um bairro de subúrbio de Belo Horizonte, chamado Padre Matias. Os acontecimentos saem do controle e o que era apenas um caso de amor passa a ter envolvimento com crimes e drogas.
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a maioria dos católicos desse bairro que eu conheço, não sabe nada sobre a<br />
essência da verdadeira religião, os mandamentos, a história bíblica. Tudo o<br />
que sabem são as canções dominicais e o que passa nos programas de natal.<br />
Bianca é uma pessoa interesseira e levemente gananciosa que<br />
idolatra o próprio corpo, bem mais do que a consciência. Gosta que os<br />
homens se encantem por ela para que ela pise neles e os humilhe.<br />
Eu lembro que conheci essas pessoas nas vezes em que tínhamos<br />
trabalho de escola e o Ruan convidava pra gente fazer na casa dele, então a<br />
gente fazia tudo bem rapidinho pra depois ir jogar bola na rua da casa dele.<br />
***<br />
Lá no céu a lua continuava a se transformar. As horas passam, e ela<br />
despeja sobre os dois corpos que estão fervendo mais e mais a cada<br />
instante, o seu brilho libidinoso. As estrelas azuis purpurinando o encanto<br />
límpido da brisa noturna...os dois jovens a se amar, no escurinho atrás da<br />
banca de revistas da praça, entre uma e outra carícia, beijos e abraços. O<br />
vapor que voeja daquele pedaço do mundo, encontra as luzes da cidade<br />
acesas e viram neblina no asfalto da rua.<br />
É alimento para o espírito da estação que por vezes passa por ali e vê<br />
que há o calor, há a excitação da alma e do corpo, e sendo assim, sua vinda<br />
está justificada.<br />
- Vai dar a resposta hoje?<br />
- É melhor sábado.<br />
- Hoje vai...<br />
- Calma! Me deixa pensar. Está na ponta da língua.<br />
- Então deixa eu arrancar essa palavra dessa língua quente.<br />
As sensações disparam numa situação corporal de impressionante<br />
acrobacia atrás daquela construção de metal. Como pode haver tamanha<br />
tensão corporal e hormonal entre os dois. Loucura esplêndida e arrogante<br />
da natureza pródiga e intrépida que cultiva o encanto tresloucado que é<br />
tesouro da vida de cada ser vivente?<br />
- Mary, vamos pra casa.<br />
- Tudo bem.<br />
- Posso te acompanhar até sua casa?<br />
Mary fica apreensiva e rapidamente nega, falando que seus pais não<br />
podem nem sonhar, dá uma porção de detalhes e fica nisso mesmo.<br />
E então finalmente repousa o brilho lunar que se esconde atrás da<br />
construção da escola. Já é tarde. Os dois arrumam suas roupas que se<br />
amassaram por causa dos abraços apertados.<br />
Já na rua que dá acesso à casa da jovem, os dois conversam, pois<br />
Ruan oferecera sua companhia insistentemente.<br />
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