AMOR+DE+VERANEIO
Uma história de amor envolvendo um adolescente inexperiente e uma adolescente já bastante experiente em relacionamentos no ano de 2001. O cenário é um antigo colégio em um bairro de subúrbio de Belo Horizonte, chamado Padre Matias. Os acontecimentos saem do controle e o que era apenas um caso de amor passa a ter envolvimento com crimes e drogas.
Uma história de amor envolvendo um adolescente inexperiente e uma adolescente já bastante experiente em relacionamentos no ano de 2001. O cenário é um antigo colégio em um bairro de subúrbio de Belo Horizonte, chamado Padre Matias. Os acontecimentos saem do controle e o que era apenas um caso de amor passa a ter envolvimento com crimes e drogas.
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Por ser poeta eu finjo, e até mesmo nas duas cartas que escrevi para o<br />
Ruan não havia sentimento, apenas a transcrição do fingimento da alma. E<br />
é provado que o coração se ludibria quando ama. A miragem envolvente do<br />
engano seduz e machuca, explora e danifica.<br />
Ruan passa agora pelo casarão das dúvidas. Será que foi rude demais<br />
com Mary? Poderia ela estar falando a verdade, afinal com tanta<br />
naturalidade estava encarando os fatos?<br />
Ela era sempre tão passiva e conformada! Poderia alguém ser tão<br />
fingida, mais que um poeta?<br />
Será que o dom da mentira se espalhou a tal ponto que essa jovem<br />
aprendeu a lição, como quem entende a arte?<br />
- Alô?<br />
- Quem fala?<br />
- Tamires.<br />
- Oi, como é que você está?<br />
- Olá Ruan! Tudo bem! E você?<br />
- Bem...mal! sua irmã está em casa?<br />
- Não...ela deu uma saidinha.<br />
- Melhor, assim nós podemos conversar sem interferências.<br />
- Conversar? Nós dois?<br />
- É. Sobre umas coisas, pode ser?<br />
- Tudo bem, mas não estou entendendo...aconteceu alguma coisa?<br />
- Sabe se a Mary gosta de outro rapaz?<br />
- Que eu saiba não...só de você.<br />
- Estou falando sério Tamires, ela é muito passiva, muito conformada<br />
com tudo.<br />
- Eu também.<br />
- É porque naquele dia a gente brigou e...<br />
- Ah sim...e você achou que eu estava zombando de você, não é<br />
senhor Ruan?<br />
- Sim.<br />
- Mas não era isso não viu? E desculpa se eu deixei você pensar<br />
aquilo, mas é que aquele dia eu estava um pouco feliz. Acabei fazendo uma<br />
brincadeira com a Mary. É que meu namorado tinha acabado de me ligar...<br />
- Namorado?<br />
- Bom...é quase namorado, é um caso sabe?<br />
- E por que ela não me procurou?<br />
- É que esse é o jeito da Mary. Ela ficou com vergonha de te<br />
procurar. Olha que eu até falei pra ela te ligar mas ela é boba demais, não<br />
toma iniciativa nas coisas!<br />
- Você falou? Que gentil!<br />
- É, pra você ver. Eu acho que hoje ela ia te ligar.<br />
- Por que você acha?<br />
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